Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, Mistério, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
**Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.**
Franzi o cenho. Que diabos ela estava dizendo? Será mesmo que ela não tinha me reconhecido?
–Não me reconhece? Pois eu reconheço você. Disse que a acharia em qualquer lugar, não disse?
–Realmente não sei do que está falando...
–Não? Não freqüentava um clube exclusivo em Nova York... usando máscara e um vestido preto?
–Clube? Nova York... ?
–Não precisa fingir. Devo entender que com certeza Rosalie e Emmett não fazem ideia do tipo de pessoa que contrataram para cuidar dos filhos deles. E acho que você não quer que eles saibam, não é?
–Olha, realmente, acho que está me confundindo com alguém...
–Estou? Você usava uma máscara. E estava bem diferente de agora... E eu também usava máscara... Talvez tenha transado com tantos mascarados naquele lugar que realmente não faça ideia de quem eu seja.
–Eu?!
Eu ri sem o menor humor.
Ela ia mesmo continuar com aquela encenação?Até podia entender que para uma garota como ela, que devia passar de mão em mão naquele lugar, possivelmente não se lembrasse de mim.
Mas eu me lembrava bem dela. Não havia sombra de dúvida. Eu a reconheceria em qualquer lugar. Inferno, mesmo sem me dar conta eu a procurava em todos os rostos desde então.
–Sim, você. – insisti. – Usando máscara e trepando com desconhecidos num clubinho de pervertidos em Manhattan. E embora deva ser difícil pra você se lembrar de todos os caras que te fuderam, eu acho que se lembra muito bem de mim.
Ela me encarava com os olhos arregalados e o rosto pálido.
–Então pare com este joguinho de se fazer de inocente, porque nós dois sabemos exatamente quem você é.
Ela respirou e sacudiu a cabeça.
–Espera... quem é você?
–Ah, claro, nunca fomos devidamente apresentados, Isabella Swan. – eu dei vários passos parando à sua frente e estendi a mão. – Edward Cullen.
–Senhor Cullen, eu... acho que realmente estar havendo algum engano aqui. Não faço ideia do que está falando, nunca estive em nenhum clube em Nova York e certamente nunca nos vimos antes, me desculpe...
Eu ri, passando a mão que ela ignorara pelos cabelos nervosamente.
–Que inferno! Acha mesmo que vou cair nesta sua conversa? Você é ainda pior do que eu pensava, Isabella Swan!
Desta vez ela fechou a cara, parecendo agora irritada.
–Olha, senhor Cullen, está me ofendendo... Entendo que obviamente eu deva parecer com alguma garota que... conheceu... mas esta garota não sou eu. Nunca te vi antes e muito menos freqüentei este tipo de lugar fazendo o que o senhor está insinuando. – disse enfaticamente, com o rosto corado.
Eu a encarei. Ela parecia consternada. E por um momento eu duvidei de mim mesmo. Aquela garota parada na minha frente, com aquela aparência inocente, certamente não se parecia em nada com alguém que freqüentava aquele tipo de clube. E ela agora me fitava realmente ofendida.
Deus, eu não poderia estar pirando.
Aquela voz. Aqueles olhos. Aquele cabelo... Eu respirei profundamente e então eu senti. Frésias. Não, eu não estava enganado.
Isabella Swan era mesmo a garota de máscara. Por mais que ela tentasse negar. Era ela. Claro que eu podia entender porque ela estava mentindo.Estava trabalhando como babá. Se Rosalie ou Emmett soubessem que tipo de pessoa ela era... o que ela fazia... seria demitida. Ali, ela se passava por uma doce e inocente babá.
Mas uma coisa podia ser verdade. Ela poderia não se lembrar mesmo de mim. Devia haver muitos homens... muitas máscaras.
Isto me irritou.
Eu queria que ela se lembrasse de mim como eu me lembrava dela.
–Bella, já aprontou a mamadeira, Sophie está chorando...
A babá Jéssica parou na porta surpresa ao me ver.
–Oh, Senhor Cullen... – ficou vermelha.
Eu suspirei pesadamente, enquanto Isabella Swan aproveitava a interrupção para se afastar.
–Sim, Jess, eu já preparei... – respondeu, se abaixando para pegar a mamadeira do chão. – Esta daqui caiu, pode ficar e preparar de novo?
–Claro, eu prefiro mesmo que vá acalmar Sophie... – Jéssica deu um risinho pegando a mamadeira das mãos de Bella, que pegou uma outra na pia e se afastou.
Jéssica me encarou, ainda sorrindo.
–E o senhor precisa de alguma coisa?
–Não, não preciso...
–Talvez queira ir ver Sophie e Noah, eles acordaram.
–Sim, farei isto. – murmurei me afastando.
Eu precisava ver os bebês de Rose, mas também precisava ver Bella. Respirar o mesmo ar que ela de novo. Certificar de que não estava sonhando que a encontrara. Mas ao chegar em frente ao quarto, Rosalie estava se aproximando com Angela.
– Vim ver os bebês. – falei.
–Não veio num bom momento. – ela sorriu. – Eles ficam manhosos quando acordam. - ela se virou para Angela. – Vá ajudar Jéssica, eu vou ajudar a Bella. Angela se afastou pelas escadas e Rose me fitou com um sorriso.
–Achei que ia descansar...
–Sua babá me disse que as crianças tinham acordado.
–Bella?
–Não, a Jéssica.
–Ah, Jéssica fala demais e se eu fosse você não dava muito assunto para aquela lá...
–E o que a me diz sobre Bella?
–Bella? Quer dizer que já conhece todas as minhas babás? E qual o interesse nelas? Não vai me dizer que agora está interessado em garotas universitárias, Edward, são minhas babás, por favor!
Eu ri.
–Claro que não, Rosalie. Eu a encontrei na cozinha... apenas tive a impressão que a conhecia de algum lugar...
–Claro que sim, você a viu lá fora, no almoço!
–É, pode ser. – eu não quis insistir. Com certeza eu ainda arranjaria um tempo para indagar tudo o que Rosalie sabia sobre Bella.
E tentaria descobrir como a garota sensual daquele clube se tornara uma inocente babá. Um choro de bebê cortou o ar e Rose abriu a porta.
–Vá descansar, Edward, bebês chorando não são sua especialidade, tenho certeza.
–Sim, tem razão. – ela entrou no quarto, fechando a porta atrás de si, mas eu ainda pude ver por um instante, Isabella Swan lá dentro, embalando um bebê no colo.
E me perguntei o que aconteceria com ela se contasse o que sabia a Rose e Emmett.
****
Eu voltei para o quarto e me deitei olhando o teto. Mas era impossível dormir. Minha mente era um turbilhão de pensamentos... lembranças. E eu que achava que nunca mais iria encontrá-la, depois daquela noite. E agora ela estava ali, na casa dos Cullens, como uma babá acima de qualquer suspeita.
E fingindo ser outra pessoa.
Mas ela teria que admitir. Antes que o fim de semana terminasse, ela admitiria quem era. Eu me certificaria disto pessoalmente.
****
–Finalmente, apareceu. – Alice sorriu ao me ver entrar na sala naquela noite e veio ao meu encontro, beijando meu rosto e me puxando para um sofá. – Venha me ajudar a convencer Rosalie a concordar comigo.
Rosalie revirou os olhos.
–Isto que está pedindo é absurdo, Alice.
–Não é absurdo.
–Qual o problema desta vez? - perguntei.
– Se eu fosse você ficava fora das brigas de Rose e Alice. – Jasper riu.
–Eu quero convidar a Bella para ser minha dama de honra no casamento. – Alice explicou e de repente eu parei de sorrir.
–Veja se não é absurdo, Edward. – Rose comentou. – Bella é a babá!
–Nossa, como você é esnobe! Eu adoro a Bella, e ela me ajudou muito e...
–E daí? Eu também te ajudei... todo mundo te ajudou, porque você obriga!
–Mas o casamento é meu e não vejo porque não posso convidá-la pra ser minha dama de honra.
–Mas a babá é minha! Ela trabalha pra mim.
–Pode muito bem dispensá-la por algumas horas, pelo amor de Deus, você tem outras duas babás!
– Falou tudo! Tenho outras duas e você me causaria um problema bem delicado convidando a Bella.
–Como se não fosse claro que a Bella é sua preferida! Você que deveria se preocupar em causar ciúmes nas outras, vive de conversinha com a Bella pra cima e pra baixo...
–Bella cuida muito bem dos bebês, tenho que ter um bom relacionamento com ela!
–Sim, Angela e Jéssica são boas garotas, mas Bella é quem melhor cuida dos gêmeos. – Jasper se intrometeu.
–Então ela merece mesmo ser minha dama de honra. – Alice não parecia desistir da ideia.
–Não, Alice, não posso fazer isto... Fala pra ela, Edward, que esta ideia é ridícula!
Eu respirei fundo.
Como se não bastasse Isabella Swan estar me atormentando, ainda estava causando discórdia entre minhas irmãs. Qual o problema com esta garota?
–Eu acho que Rose tem razão. Pode ser injusto com as outras duas moças.
–Sim, se é este o problema, eu convido as três!
–As três? – Rose arregalou os olhos e Alice deu um sorriso superior.
–Eu já intuí há alguns dias todo este problema, por isto mandei fazer três vestidos!
–Não acredito que fez isto!
–Então não tem mais objeção. – Alice sorriu satisfeita. – Olha, aí estão elas!
Eu me virei e vi Angela e Jéssica trazendo os dois bebês. Bella não estava entre elas. Me perguntei se aquilo seria proposital. Se estaria se escondendo de mim.
–Meus lindinhos! – Rose se levantou pegando um dos bebês e Emmett pegou outro. -Finalmente vão conhecer o tio Edward!
–Eu já os conhecia, mas não acordados. – eu sorri.
–Quer segurar?
–Não, eu... – me assustei. Nunca tinha convivido com crianças antes.
–Eles não vão quebrar, Edward. – Alice se adiantou e pegou um dos bebês, olhando suas roupinhas rosa com expressão de desagrado. - Não gostei destas roupas...
–São apenas bebês, Alice. – Rosalie retirou a criança do seu colo e passou para o meu, ignorando meus protestos. As duas rindo com minha falta de jeito.
–Acho que Sophie já gosta de você. – Rose sorriu, pois apesar da minha falta de jeito, a menina me encarava com grandes olhos verdes curiosos.
–Claro, todas gostam. – Alice revirou os olhos, pegando Noah do colo de Emmett. – Agora o Noah prefere a titia Alice, não é?
Em resposta a criança começou a chorar.
–Ai, hora de ir pro colo da sua mãe. – Alice entregou o bebê chorando cada vez mais alto pra Rosalie, mas este continuou a berrar.
Rosalie olhou para as babás.
–Cadê a Bella?
–Está lá em cima. – Angela respondeu. – Achou que não precisaria de nós três aqui.
–Vá chamá-la, Alice quer falar uma coisa com vocês três.
Angela se afastou e eu me remexi ansioso. Pelo jeito sua fuga não dera muito certo.
–Rose, por favor, faça-o parar, já está me dando dor de cabeça. – Alice reclamou.Rose bufou, agora de pé, sacudindo o pequeno Noah de um lado para outro.
–Ele deve estar com sono... Deixa Angela voltar com Bella e você fala logo do casamento e elas levarão eles para dormir.
Ouvimos passos se aproximando e Angela apareceu seguida de Bella. Eu a observei. Parecia ainda mais pálida agora, ou era impressão minha? Ela passou o olhar incerto pela sala e pousou em mim por um momento, antes de desviá-los para Rose.
Me irritei por não conseguir ler o que se passava em sua mente.
Será que estava com medo? Será que se perguntava se eu tinha contado para Rose e Emmett que eu a conhecia?
–Que bom que estão aqui, Alice quer fazer um convite a vocês. – Rose disse, ainda tentando acalmar o bebê e então Bella se aproximou e o pegou do colo de Rose e como num passe de mágica, os gritos cessaram. Rose sorriu aliviada.
–Não sei o que seria sem você Bella!
–Ele está apenas com sono. – Bella murmurou, enquanto Noah deitava em seu ombro.
–Vamos, Alice, fale com elas. – Rose pediu.
Alice se levantou.
–Eu quero convidar todas vocês para serem minhas damas de honra amanhã.
–Nós? – Angela arregalou os olhos, surpresa, e Jéssica sorriu, maravilhada.
Bella mordeu os lábios nervosamente.
–Sim, vocês três! Acho que merecem!
–Uau! Eu adoraria! – Jéssica bateu palmas, animada, e Angela parecia muito vermelha.
Bella olhou para Rosalie, incerta.
–Mas temos que cuidar dos bebês...
–Nós podemos cuidar deles durante a cerimônia, claro. – Rose disse. – Mas precisarei de vocês na recepção, se não se importam.
–Claro que não. – Bella se adiantou em responder, embora Jéssica parecesse decepcionada.
–Então está tudo certo! Depois que colocarem os bebês para dormir, vamos fazer os últimos ajustes nos vestidos! - Alice sorriu satisfeita.
–Acho que a Sophie dormiu também. – Emmett disse e eu olhei para a criança, que realmente estava quieta e de olhos fechados no meu colo.
–Olha, Edward também encanta bebês, Bella tem um concorrente. - Alice comentou rindo.
–Duvido que Edward queira o emprego. – Emmett riu também.
–Pra mim chega, vocês são tão idiotas. – Rose falou pegando o bebê adormecido do colo de Bella. – Já está tarde. Alice, leva a Angela e a Jéssica pra experimentar o vestido e Bella, pegue Sophie do colo de Edward, antes que ela acorde e ai sabemos que será difícil dormir de novo. Eu a ajudo a levá-los para o quarto.
O telefone de Alice tocou.
–Pode ir subindo meninas, vou só atender esta ligação e já volto.
Eu encarei Bella enquanto ela se aproximava. Para qualquer observador, ela parecia perfeitamente calma.
Mas havia algo nela... algo quando seu olhar cruzava com o meu, antes dela desviá-los para qualquer outro ponto, que demonstrava nervosismo. Ela parou na minha frente e se inclinou para pegar Sophie. Seu delicioso cheiro de frésias invadiu minhas narinas, me trazendo todo tipo de lembranças nada inocentes. E eu me perguntei se ela também se lembrava... Mas ela pegou Sophie com cuidado e se afastou rapidamente.
–Obrigado, Isabella, não é? – indaguei casualmente.
–Bella. - foi Jasper quem corrigiu. – Ela gosta de ser chamada de Bella.
Bella corou, parecendo envergonhada.
–Certo, Bella. Fico contente que alguém tão competente como você cuide dos meus sobrinhos. Mas me diga, alguém tão... talentosa.. já cuidou de bebês antes? Há quanto tempo é babá?
Ela pareceu confusa.
–É meu primeiro emprego deste tipo. – respondeu simplesmente.
–Sim, Bella cursa jornalismo. – Rose respondeu. – Por isto temos três garotas. Elas são universitárias, não podem dispor todo o tempo aqui.
–Mas a Bella não tinha trancado a faculdade?
–Ela vai voltar daqui a alguns meses, eu te falei, Em! – Rose respondeu.
–Ah, é verdade.
–Já morou em Nova York, Bella? – insisti.
Ela voltou a me encarar. Agora parecia meio irritada. Ela sabia o que eu estava fazendo.
–Não.
–Que pergunta boba, Edward! – Rose falou. – Agora chega de papo, vamos levar as crianças antes que acordem!
–Você fala como se fosse você a ter que passar a noite acordada com eles, se derem trabalho. – Alice riu com ironia ao voltar para a sala e Rose a fuzilou com o olhar.
–Achei que ia querer suas damas de honra inteiras e sem olheiras amanhã! E se os gêmeos estiverem manhosos porque não dormiram, não liberarei nenhuma delas para você! – Rose disse se virando e Bella a seguiu.
–Não devia ter falado assim. – Jasper encarou Alice seriamente.
–Por que não? Rose fica se fazendo de mártir quando tem três babás pra fazer tudo, me poupe!
–Sabe como a Rose é sensível e o quanto ela lutou para engravidar. – Jasper continuou.
–Claro que eu sei, foi apenas um comentário, credo!
–Apenas vejo como fala no futuro.
Ela bufou e se levantou.
–Vou ver os vestidos com Angela e Jéssica. Me chamem quando a Esme e o Carlisle chegarem.
Ela se afastou.
–Sim, onde eles estão? - perguntei.
–Foram buscar alguns convidados da Alice no aeroporto, mas já já estão de volta. – Emmett respondeu.
–Emmett, todas estas babás... tem certeza que elas são confiáveis?
–Claro que sim, deve estar desconfiado porque são jovens e universitárias, eu também achei esquisito quando Rose as contratou, mas elas são ótimas e como são três, o fato de estudarem não atrapalha em nada.
–E elas moram aqui?
–moram sim, Rose prefere assim.
–Esta Bella... – Eu me perguntei se deveria contar a Emmett sobre Bella. Mas então o que iria acontecer?
–Bella é um doce com as crianças. – Jasper disse. – Os bebês a adoram.–Sim, isto é verdade, e Rose a adora por isto.
–Olá! - Esme e Carlisle entraram na sala e o foco da conversa mudou. Eu me afastei alguns minutos depois com a desculpa de ir chamar Alice. Na verdade eu queria conseguir ver Bella novamente. Confrontá-la novamente. E ver até quando ela continuaria com aquela encenação.
Bati a porta do quarto dos bebês levemente e como à tarde, havia apenas Angela e Jéssica ali.
–Oh, desculpe atrapalhar, Alice está por aqui?
–Ela está com Bella, estão vendo o vestido. – Jéssica respondeu.
–Obrigado. – eu me afastei e fui até o quarto de Alice.
A porta estava entreaberta e eu bati levemente antes de entrar. Não havia ninguém no quarto e eu fui até o closet. E lá estava ela, e para meu deleite. Sozinha
Estava de costas, trajando um vestido lavanda de seda longo, o qual tentava abrir, sem sucesso, o zíper nas costas. Eu me aproximei e o abaixei.
–Oh... – ela balbuciou surpresa, quando nossos olhares se cruzaram pelo espelho.
–Pronto. – eu disse, quando o vestido estava aberto, revelando suas costas nuas e brancas.
Me dei conta de que, embora já tivesse transado com ela, eu nunca a vira nua. Era algo que precisava ser corrigido. Este pensamento me pegou de surpresa. Ou não.
– Alice não está aqui. – ela disse, desviando o olhar e se virando, enquanto segurava o vestido. – Então se me der licença.
–Eu não vim atrás da Alice.
–Senhor Cullen, se vai continuar insistindo nesta história de que me conhece...
– E você vai continuar se fazendo de inocente?
–Isto já está se tornando inconveniente! Se continuar me atormentando terei que dizer a Rosalie...
–Isto, chame a Rosalie aqui, e vamos ver o que ela achará de saber que sua babá preferida é uma vagabunda de um clube de pervertidos...
Então eu vi a centelha de medo em seu olhar.
–Ela não vai acreditar em você. – murmurou com a voz trêmula.
–Não? Tem certeza? Rose pode parecer gostar de você e confia em você pelo o que percebi, mas duvido que queira alguém que faz o que você faz perto dos seus filhos...
–Por que está fazendo isto? Me deixa em paz! – ela tentou se afastar, mas eu a impedi, segurando seu braço e a obrigando a parar.
–Por que não admite? Admite que era a garota naquele clube? – exigi.
–Não! – gritou tentando puxar o braço, mas me fez apenas a segurá-la com mais força.
–Não até que admita que é você... – abaixei minha voz, até que fosse apenas um sussurro quase inaudível entre nós. – Que eu estive dentro de você...
Então o clima mudou sutilmente, um outro tipo de eletricidade pairando no ar, como se estivéssemos de novo naquele clube.
Mas agora não havia mais máscaras. Mas ainda eram os mesmos sentimentos. O mesmo desejo irresistível. E agora eu poderia finalmente olhar para seu rosto, conhecer o seu corpo.
Meu olhar se abaixou instintivamente para o vestido que agora deslizava por seus seios, os desnudando, e a vontade que eu estava dela se tornou quase dolorosa, quase insuportável...
–Está me machucando... – murmurou com os lábios trêmulos e eu a soltei, passando os dedos pelos cabelos, exasperado.
–Que inferno, eu pareço sempre perder o controle perto de você.
Ela respirou fundo, ajeitando o vestido em frente ao corpo novamente.
–Fique longe de mim. Não sou esta garota que procura. – disse agora com a mesma frieza que me dispensara naquela noite...
Nas duas vezes.
–Edward, o que faz aqui?
Alice voltou me fitando surpresa.
–Vim te chamar.
–Cadê a Bella?
–Não a vi. – menti.
–Ah, deve ter ido para o quarto. Mas o vestido dela ficou bom, então já podemos descer. Vamos jantar? Estou morrendo de fome.
Ela me puxou pela mão e eu ainda podia sentir o doce aroma de frésias no ar quando passamos no corredor.
–Edward, posso te perguntar uma coisa? – Alice parou de repente quando estávamos na escada.
–Pergunte.
–Está paquerando a babá da Rose?
–O quê?
–A Bella. Não pense que eu não percebi o jeito que olha pra ela.
–Que absurdo, Alice.
–Não tente negar seu interesse, Edward. Eu te conheço, sabe bem disto.
–E se eu estiver?
–Rose enlouqueceria! Sabe a confusão que seria se tivesse um casinho com a babá, não é?
–E era você que estava acusando a Rose de esnobe...
–Uma coisa é ela ser minha dama de honra outra bem diferente é dormir com você!
Ah, Alice, se você soubesse...
–E Bella é... Não é pra você. Não é o tipo de garota que...
–Que o quê? O que sabe sobre esta moça, Alice? Ela pode ser bem pior do que qualquer tipo de mulher com quem já saí.
–A Bella? Me poupe! Ela é toda inocente...
Eu ri sem o menor humor.
–Alice, acho que nunca esteve tão enganada na sua vida... – murmurei e enquanto descíamos o resto das escadas e Alice dava o assunto por encerrado, uma outra conversa sobre a mesma garota voltou a minha mente...
–Finalmente nos reencontramos.
**Flash on**
Aro Volturi me cumprimentou efusivamente, com um beijo no rosto, como os italianos costumavam fazer. Isto me incomodou. Não por que era um homem, eu podia entender os costumes de outras culturas. Mas por ter algo em Aro Volturi que eu não gostava.
–Olá, Aro. – respondi, me sentando com ele na varanda de sua casa na Cote d'azur.
–Onde está aquela loira magnífica que estava com você ontem?
–Voltou para sua casa. – “eu acho”, poderia acrescentar. Desde a última noite, eu não fazia ideia de onde estaria Tanya Denali.
E nem fazia questão de saber.
–Entendo... – ele me encarou por um momento enquanto um empregado servia as bebidas. – E então, eu tinha razão. Era mesmo um homem que apreciaria meu convite.
Eu bebi um gole de uísque, incomodado. Estava me perguntando quando aquele assunto surgiria.
Na verdade, eu quisera ligar para Aro muitas vezes naqueles meses.
Apenas para saber onde reencontrar uma certa moça de cabelos cor de chocolate. Aro soltou uma risada estridente.
–Sim, na verdade fiquei sabendo que apreciou bastante... Tanto que até voltou outras vezes.
–Está bastante informado, então não sei por que me pergunta.
–Quero apenas me certificar que está satisfeito. Aquele lugar... Temos outros, deve saber. Posso conseguir que seja aceito em qualquer um.
–Não tenho mais nenhum interesse.
Aro levantou a sobrancelha.
–Não? Mas me pareceu bastante interessado naquela época...
–Não tem ideia de qual era meu interesse. – eu me arrependi no mesmo momento em que falei, enquanto Aro soltava uma exclamação de entendimento.
–Ah, uma mulher...
–Não te informaram disto também? – indaguei irônico.
–Ora, Edward, não pense que me passaram relatório sobre você. Apenas me informaram que esteve lá várias noites e que depois nunca mais voltou.
–Então isto resume tudo.
–Mas você voltou, não é? Conseguiu reencontrá-la?
–Não. – respondi a contragosto.
Aquele joguinho de palavras de Aro estava me irritando. Obviamente ele sabia exatamente meus passos dentro daquele clube, percebia agora. Ouvi passos se aproximando e uma moça alta e muito bonita se aproximou.
–Oh, Heidi... Venha conhecer Edward Cullen.
Ela sorriu para mim.
–Já nos conhecemos. – disse, e eu franzi a testa.
–Conhecemos?
–Eu usava uma máscara.
Claro. Eu me lembrava agora. Me lembrava exatamente quem era ela. E vê-la agora com Aro, me deixou cheio de uma amarga desconfiança e Aro percebeu.
Aro disse algo no ouvido de Heidi que se afastou.
–Que interessante. Eu não fazia idéia de quem Heidi era, mas ela sabia exatamente que eu era.
–O que está insinuando, Edward?
–Que Heidi estava lá com um intuito.
Aro sorriu.
–Heidi serve para muitos intuitos. Mas pelo jeito alguém chegou antes dela.
Eu não respondi por um momento.
–Por que me deu aquele cartão? – indaguei por fim.
–Porque eu gosto de você. Acho que tem algo diferente em você, Edward. Algo que é muito maior que os Cullens. Acho que poderia se unir aos Volturi e se dar muito bem.
Eu ri, finalmente entendendo.
–Quer que eu trabalhe com você, que deixe minha família.
–Sou um homem de negócios. Você também é.
–Eu sou um Cullen.
–Achei que fosse Masen.
Eu parei de rir.
–Sabe o que eu quero dizer. Nunca deixarei de trabalhar para minha família. Nem mesmo por diversões fáceis como a que ofereceu.
–Claro que não. – Aro não pareceu se abater, se servindo de mais bebida. – Aquele clube... é apenas uma parte do que nós temos. Do que pode apreciar.
–Imagino.
–Eu já desconfiava que não seria fácil trazê-lo para nosso lado. Mas tudo bem... Sem ressentimentos.
Nós apenas tomamos nossas bebidas em silêncio por um momento.
–Esquece a tal moça de máscara azul. – Aro disse de repente. – Provavelmente deve ser apenas mais uma das que contratamos.
–Contrataram?
–Claro que sim. Todas elas. Usamos várias agências. São todas profissionais. Mas os homens que freqüentam preferem acreditar na ilusão de que elas estão ali para realizar fantasias, assim como eles. Mas elas são apenas uma ilusão.
**Flash off**
Voltei à realidade na sala de jantar quando Rosalie retornou.
–As crianças dormiram? – Esme perguntou.
–Sim, estão dormindo feito anjinhos.
–Graças a Bella, com certeza. – Alice riu.
–Sim, a Bella é um anjo mesmo. Estaria perdida sem a ajuda dela.
Anjo?
Isabella Swan não tinha nada de anjo. E era exatamente isto que Emmett e Rosalie saberiam em breve. Eu esperaria apenas o casamento de Alice. E depois eu contaria a eles quem era a inocente babá de seus filhos.
**continua**
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