A maior parte das perguntas da palestra, que durou um pouco mais de duas horas, foi sobre On the Road e José respondeu todas com muito profissionalismo e piadas.
Quando perguntado sobre a dificuldade de adaptar o livro e com a reocupação da reivindicação dos direitos autorais da obra ela família de Kerouac, José disse que essa segunda parte não preocupou a equipe em nenhum minuto, pois a família já não tinha direito a isso, já que os mesmos já tinham sido vendidos há muitos anos. Sobre a dificuldade de adaptar o livro, ele disse que tinham muitos assuntos que poderiam ter sido tratados no filme como o verdadeiro espírito daquela geração, mas que preferiu seguir pelo caminho da procura do pai perdido de Sal. Ele também disse que para escrever o roteiro fez a rota que eles fazem no livro e conversou com algumas pessoas da geração que ainda estão vivas para poder entender o que eles realmente sentiam em fazer parte disso e o que levava eles a fazerem certas escolhas.
José também foi muito questionado sobre o relacionamento com o diretor Walter Salles e disse que, diferentemente da realidade de Hollywood, onde os roteiristas não são bem tratados, Walter sempre tratou ele muito bem e ele participou muito de todo o processo de pré-produção, incluindo a escolha do elenco. Ele também contou que outra parte muito importante foi o diretor de fotografia do filme, Eric Gautier, que já tinha trabalhado com Walter anteriormente, e que ele sabia de como Walter gostava das coisas sem ele ter que dizer uma palavra e que isso ajudou da na fluidez do filme, mesmo a história se passando em um tempo muito longo.
Quando questionado sobre a escolha do elenco, José revelou que não conhecia Kristen quando ela fez o teste para Marylou, mas que ficou apaixonado pela intensidade e pelo profissionalismo dela e ainda confessou que Walter ficou encantado com Kristen por seu papel em Into The Wild (Na Natureza Selvagem), em que ela interpreta Tracy Tatro e que ela se encaixou perfeitamente para fazer Marylou. José também disse que todos os atores foram escolhidos a dedo e que todos são perfeitos para os papeis e que o fizeram muito bem, pois esse filme exigia que os atores entendessem o real espírito daquela época e que conseguissem passar isso.
Durante a palestra, o roteirista revelou ainda que o filme tinha sido exibido em poucas salas aqui no Brasil e que o público aguardava muito por ele, então ele contou que após o festival de Cannes o diretor Walter Salles re-editou o filme cortando 20 minutos dele e como essa nova versão será lançada como definitiva nos EUA no dia 21 de dezembro, ele acredita que o filme será lançado novamente por aqui. Quando conversei com ele após o término da palestra sobre o mesmo assunto, ele disse que falaria pessoalmente com Walter sobre uma re-estréia especial aqui no Brasil.
Também depois da palestra perguntei diretamente como tinha sido trabalhar com Kristen e ele contou que foi incrível, pois ela é realmente profissional e entra de cabeça no papel, querendo dar sempre o seu melhor ao personagem, então que foi muito bom e fácil trabalhar com ela, pois é uma ótima atriz em vários sentidos.
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