Kristen Stewart: "Eu adoro filmes que lidam com o processo de produção de filmes."
Dois anos depois de 'On The Road' de Walter Salles, Kristen Stewart subiu as escadas de Cannes, na sexta-feira dia 23, pelo seu papel em "Sils Maria" de Olivier Assayas. Notável de uma ponta à ponta, a estrela da saga Crepúsculo interpreta a assistente de uma celebridade, interpretada por Juliette Binoche.
Como é que foi a experiência?
KRISTEN: Muito bem. Talvez seja porque eu sou americana e nós consideramos o cinema principalmente como entretenimento, mas eu não acho que inicialmente um filme que seja descaradamente filosófica poderia ser de interesse para um público desse tamanho; no entanto, parece como se fosse o caso, eu acho.
Com o papel desempenhado por Chloë Grace Moretz, o teu personagem encarna a América, num filme que é mais europeu.
KRISTEN: É a primeira vez que eu filmo um filme inteiro na Europa, é verdade. Num ponto, eu fui considerada para desempenhar a personagem da Chloë. Na minha opinião, teria sido um erro... Eu queria a oportunidade para criticar o consumo em massa de vidas falsas criadas pelos meios de comunicação através da minha personagem. Quando pensas nisso, é um fenómeno estranho, que não beneficia ninguém intelectualmente. Por que divagar assim culturalmente? Algumas das minhas falas refletem exatamente o que penso desta estupidez. Olivier encontrou as palavras certas.
O que te fez aceitar o papel?
KRISTEN: Após Charles produzir 'On The Road', ele convenceu-me que Olivier era o diretor perfeito para mim. Eu fiquei satisfeita com o guião imediatamente. Olivier disse-me que tinha escrito o guião, sem pensar em mim. Na verdade, a sua visão sobre o consumo de arte já era assim. Vamos apenas dizer que estou a ter alguns momentos um pouco mais emocionantes, por causa de minhas experiências passadas.
Estás ciente da tua história no mundo do cinema?
KRISTEN: "Sils Maria" parece muito diferente em comparação com meus filmes anteriores, para mim. Ele é mais calmo e pensativo. Juliette ajudou a escrever duas diferentes perspetivas de artistas - O que eles têm que desistir de viver através de sua arte e o que eles ganham em troca.
Ele é um diretor que filma em movimento maravilhosamente...
Kristen: Ele encena as cenas meticulosamente, mas eu nunca me senti como se estivesse a ser prejudicada quando estava em movimento. Senti como se estivesse a dançar na cabeça do cinegrafista, que estava a aproximar-se de mim cada vez que eu estava a ir muito longe de onde deveria estar. As filmagens foforam muito suaves, livres e serenas. É o que faz com que algumas cenas, mesmo as mais teatrais, pareçam tão cheia de vida.
Uma palavra sobre a sua colaboração com Juliette Binoche?
KRISTEN: Oh meu Deus, nós somos tão diferentes! Ela estava sempre a ensaiar. Quanto a mim, eu aprendo as minhas falas vinte minutos antes de cada cena. Nós as duas somos semelhantes, eu e ela, mas a nossa maneira de realizar as coisas não poderiam ser mais diferentes.
Estás cercado por uma multidão de assistentes. Será que eles inspiraram-te para o papel?
KRISTEN: Eu tive tantos! É uma dinâmica muito interessante. Mesmo quando o meu personagem percebe que está só a responder às solicitações, sem ser capaz de dar mais de si mesma, ela sai. Já vi relacionamentos profissionais desmoronarem também. Eu adoro filmes que lidam com o processo de produção de filmes.
Em "Map to the stars" de David Cronenberg, também está em competição no Festival de Cannes, Robert Pattinson interpreta o assistente de uma celebridade. Já viste o filme?
KRISTEN: Ainda não! Mas eu vou ver.
Cinco anos depois de 'Adventureland', estás novamente com Jesse Eisenberg em "American Ultra" por Nima Nourizadeh...
KRISTEN: Jesse e eu temos uma bela cumplicidade. Nós não temos medo de mostrar que estamos nervosos. É uma comédia de ação, muito comercial, mas os dois levamos muito a sério. Eu realmente acredito no que o meu personagem diz em Sils Maria: Se for bem feito, um filme comercial pode tocar cada faceta de vocês. Não é necessariamente o caso dos filmes pretensiosos.
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