04 setembro 2012

FanFic: Forget Me Not - Capitulo 6 parte 2



Forget Me Not

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, Mistério, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

**Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.**


***Pov Bella***


**Flashback** 


Eu ainda permaneci dois meses na faculdade, enquanto a barriga não aparecia e depois eu arrumei minhas coisas e disse a Victoria que estava indo embora por um tempo.
–Onde vai?
–Vou fazer um estágio em Chicago.
–Sério? Mas e a faculdade?
–Vou trancar por uns meses. Volto no próximo ano.
–Tem certeza que vale a pena?
–Tenho sim.
Victoria apenas concordara e me ajudara a levar minhas coisas até o táxi.Parecia mais aliviada de se livrar de mim do que triste
–Boa sorte para você... quando voltar, se não tiver ninguém no apartamento, pode ficar aqui.
–Obrigada.
Eu me despedi e entrei no táxi. Minhas coisas iriam para Chicago, mas eu primeiro iria passar em Phoenix para visitar minha mãe e depois Forks, para visitar Charlie.
Com a minha mãe foi fácil. Ela acreditou facilmente no estágio em Chicago e na necessidade de eu ter que me dedicar em período integral, o que significava largar a faculdade por um tempo e nada de visitas por alguns meses.
Mas com meu pai foi um pouco mais complicado. Ele não gostara nada de me ver fora da faculdade. E apesar de eu garantir que voltaria no próximo ano e que o estágio era mesmo muito bom, ele ficara um pouco preocupado.
Se ele soubesse dos meus verdadeiros problemas... Mas isto nunca saberia.


Dias depois Rosalie me esperava em Chicago.
–E ai, tudo certo?
–Sim, tudo como combinado... eu realmente não queria largar a faculdade, nem mentir para meus pais...
–Eu sei, sinto muito por isto. Mas são só alguns meses, Bella, e como está a gravidez?
–Está tudo bem. – respondi evasiva. Eu tinha ido ao médico apenas uma vez e estava tomando as vitaminas que ele pedira. Mas em breve teria que ir fazer todo o pré-natal. Rose dissera que já estava cuidando de tudo ali em Chicago.
–Vai adorar o apartamento que eu arrumei para você. – ela sorriu enquanto parava o carro em frente a um prédio chique.
–Rosalie, isto é um exagero, eu nem queria vir morar aqui... – não me agradava ser sustentada por Rosalie Cullen, mas como ela mesmo dissera, eu não podia trabalhar estando grávida e nem podia pedir ajuda dos meus pais. Então eu concordara em mudar pra Chicago e ter o bebê lá.
–Não se preocupe com nada. Eu sou rica, Bella, isto não é nada demais.
Eu rolei os olhos.Claro que eu sabia que Rose era rica.Mesmo assim, não era uma situação fácil

Nós entramos no apartamento e era realmente muito bonito.
–Vai ficar bem aqui. Eu virei visitá-la sempre, e já marquei nossa primeira consulta para amanhã. Não vejo a hora de ver o bebê no ultrassom. - falou animada e eu tentei sorrir.
Eu tinha que me concentrar na felicidade de Rosalie e imaginar que estava fazendo a coisa certa.Quando Rosalie foi embora, eu tirei a roupa para tomar um banho.
Olhei minha imagem no espelho.Assim já dava para ver minha barriga.Senti um aperto no peito, e desviei o olhar.
No dia seguinte Rosalie me buscou para a consulta e realmente eu não sabia o que esperar do primeiro ultrassom.
–Estou ansiosa. – Rosalie sorria ao meu lado e eu apenas tentei ficar calma, enquanto o médico passava aquele líquido gelado na minha barriga.
–Vamos ver... – eu comecei a ouvir um som e o medico sorriu. –Isto é o coração do bebê, mas... Oh... espera... deixa eu confirmar... estão ouvindo isto?
Eu e Rosalie nos entreolhamos.
–Ouvindo o quê? – Rosalie indagou.
–São dois corações. – ele me fitou. – Está esperando gêmeos, senhorita Swan.
Coloquei a mão na boca, chocada. Rosalie também parecia paralisada.
–O senhor tem certeza?-perguntou.
–Sim, não há dúvidas, estou vendo dois bebês.Nós nos encaramos em choque.E então Rosalie sorriu.
–Eu achei que tinha sorte quando te conheci, Isabella Swan. Mas agora eu tenho certeza. Gêmeos!
Eu apenas mordi meus lábios com força, ainda chocada.

Gêmeos. Dois bebês. Eu ia ter dois bebês. Não, Rosalie teria, me corrigi. Eu era apenas a mãe biológica. Eles seriam inteiramente de Rosalie.
E eu deveria ficar feliz por ela estar feliz. Nas semanas que se seguiram eu tentei não ficar entediada naquele apartamento sozinha.
Ligava sempre para meus pais e os tranqüilizava, contando várias mentiras. Mas eram necessárias.
Rosalie aparecia sempre. Me trazia presentes. Livros, perfumes, roupas de gestante.E parecia sempre muito animada.Eu tentava ficar animada por ela.
Quando ela passava a mão na minha barriga que crescia cada vez mais.
–Não vejo a hora deles saírem dai. De conhecê-los.
Eu sorria de sua empolgação. Rose seria uma boa mãe.
–E seu marido, é Emmett o nome dele, não é?- indaguei um dia. – Ele está animado também com a adoção?
Rosa desviou o olhar.
–Claro que sim. Ele também espera estes bebês tanto quanto eu.
–Eu queria conhecê-lo. Eu queria ter certeza que Emmett também era uma boa pessoa.Embora nesta altura do campeonato seria um pouco tarde para eu mudar de ideia.
–Claro... vamos ver um dia... – ela se levantou. - Preciso ir, meu irmão Edward está em casa finalmente! Ele viaja muito a negócios, quase não o vejo ultimamente. Acho que todos faremos uma pequena viagem, então acho que sumirei por uns dias.
–Tudo bem. Se divirta com sua família.

Rosalie foi embora e eu fiquei imaginando como seria sua família. Os Cullens. Ela falava muito deles.Eram 5 irmãos adotados e quatro acabaram ficando juntos entre si. Era esquisito, mas se pensar que eram adotados.
Eu pensava que sendo adotada, Rosalie se daria bem sendo uma mãe adotiva.Eu me levantei, pensando que gostaria de conhecer os Cullens, afinal, seriam a família dos meus bebês. Quando senti uma pontada.
–Au. – continuei no lugar, respirando fundo. O bebê se mexera. Ou melhor. Os bebês.E continuaram se mexendo. Eu sorri.Tentando imaginá-los dentro de mim.
–Shi... – passei a mão na barriga carinhosamente. – Está tudo bem, bebês... está ficando pequeno o espaço, não é? Em breve vocês estarão aqui fora... apenas quatro meses...
E então, eles não estariam mais comigo.Eu senti um vazio por dentro e mordi os lábios com força.Eu tinha feito uma escolha.
Não tinha como voltar atrás agora. Mesmo eu sentindo aquela dor no peito ao pensar em me separar deles.Dos meus filhos. Meus bebês.Pisquei para afugentar s lágrimas.
Seria melhor assim. Eles seriam felizes com Rosalie.E com os Cullens.

Mais alguns dias depois, e eu não me senti bem. Havia uma dor estranha no meu ventre.Preocupada, eu liguei para Rosalie. Ela atendeu o celular depois de algumas chamadas.

–Rosalie, estou preocupada...
–Bella, o que foi?
–Estou sentindo uma dor estranha...
–Oh meu deus. Fique onde está, não faça esforço estou indo para aí. Eu me obriguei a ficar sentada. Tentando não me apavorar.Até que a dor foi passando e eu comecei a ficar mais tranqüila.
Mas Rosalie chegou minutos depois.
–Bella? Como está? – indagava preocupada, mas eu a encarava horrorizada.Porque a Rosalie na minha frente tinha uma barriga muito parecida com a minha.
–Rosalie... o que é isto? - Indaguei chocada e Rosalie olhou para si mesma, como se só agora tivesse reparando naquela barriga absurda.
–Oh...Eu posso explicar, mas agora precisamos ir ao médico, eu já liguei na clínica e... – dizia enquanto me levantava, mas eu ainda permanecia em choque.
–Rosalie, que barriga é esta pelo amor de deus? Rosalie revirou os olhos.
–É falsa, Bella, mas não se preocupe com isto agora...
–Por que está com esta barriga falsa? – perguntei com uma desconfiança terrível.Não era possível que fosse o que eu estava imaginando.
–Bella, eu juro que te explico tudo, mas agora precisamos saber se os gêmeos estão bem! 
Como se soubesse que estávamos falando deles, senti uma pontada na barriga e respirei fundo.Sim, seja lá o que fosse que aquela barriga de Rosalie significasse, eu precisava saber se os bebês estavam bem.
–Sim, vamos.

E enquanto percorríamos o caminho até o hospital, eu tentava não pensar no problema que estava começando a se delinear na minha frente.
Eu tinha que ficar calma. Pelos bebês.E eu precisava saber que eles estavam bem.
Quando chegamos no hospital, fomos atendidas prontamente e eu só voltei a respirar aliviada quando o médico disse que não havia motivo para preocupações.
–Mas ela sentiu dor! - Rosalie falou.
–Isto é normal. O espaço está ficando pequeno para as crianças e ele se movem, podendo causar desconforto. Se sentir dor novamente e for crônica, volte a nos procurar. Ademais apenas faça o maior repouso possível.
–Claro, obrigada. – agradeci e eu e Rosalie saímos da sala.
Eu a fitei.
–Vai me dizer agora o que está acontecendo? – indaguei.
–Vamos embora. Lá eu te explico tudo.
Quando chegamos em casa, finalmente Rosalie disse com todas as letras aquilo que eu já sabia.
–Estou fingindo que estou grávida.
–Rosalie... você enlouqueceu? Por que isto?
–Porque eu vou ter um bebê. Ou melhor, dois.
–Você vai adotar os bebês!
–Claro que sim. Mas para todos os efeitos eles serão meus.
–Não acredito que está fazendo isto! - exclamei horrorizada.
–Não deve se preocupar, Bella. Pra você continua tudo a mesma coisa.
–Não é a mesma coisa! Você está mentindo! Esta... Rosalie, alguém sabe disto? Seu marido... sua família.
–Eles acham que eu estou grávida.
–Meu deus!

Eu não podia acreditar no que Rosalie estava fazendo.Era horrível demais.
–Por quê? Como pode mentir deste jeito, como...
–Eu quero que eles sejam meus, quero que todos pensem que são meus!
–Mas eles vão ser seus! Vão ser adotados por você! Por que precisa mentir pra sua família, pro seu marido?
–Vai ser melhor assim. – ela disse calmamente. – Não vê, Bella. Vai ser melhor assim para todos. Eles serão meus filhos de verdade.
–Não, não serão. Será uma mentira.
–Vai ser verdade, porque ninguém nunca vai saber. Apenas eu e você.
–Você só pode estar louca!
–Eu sei que parece horrível, mas eu só quero o bem dos bebês. Quero que sejam verdadeiros Cullens. Que sejam amados, bem criados. Não sabe o que é ser adotada, Bella...
–Você é adotada! Todos seus irmãos são!
–Por isto mesmo. Não é fácil. Os Cullens são maravilhosos. E eu já era adolescente quando meus pais morreram e eu fui morar com eles, mesmo assim... não é fácil.
–Acha que esta farsa em que se enfiou é fácil?
–Vai ser.
–Rosalie... Isto não está certo...
–Não adianta ficar me questionando, Bella. Eu tenho meus motivos! E eu estou fazendo tudo pelos bebês! Eles vão nascer e serão meus filhos. Meus e de Emmett. E ponto final.
Eu respirei fundo, tentando me acalmar.
–Não sei se posso concordar com isto, Rosalie.
–O quê? O que está querendo dizer? Que vai voltar atrás? Não pode fazer isto! Não depois de tudo o que eu fiz pra você, pelos bebês... Não pode!

Fechei os olhos com força.Rosalie tinha razão, como é que eu podia voltar atrás agora? Não dar mais os bebês para ela?
Eu ainda continuava na mesma situação. Ainda não tinha a menor condições de criar aquelas crianças.
Mas estariam melhor com Rosalie? Com aquela farsa? Rosalie se aproximou e segurou minha mão.
–Bella, vai continuar tudo igual para os bebês, vai ser até melhor. Se você soubesse como todos estão felizes com a minha gravidez... agora que sabem que são gêmeos então... eles são adorados, Bella. Não negue isto a eles.
–Deveria contar a verdade...
–Não posso. Não agora. É tarde. Mas tudo vai dar certo, Bella. Ninguém nunca vai descobrir.
–Como... consegue fazer com que acreditem...?
–Quando você concordou em me dar o bebê, eu voltei para Chicago e contei que estava grávida. E quando chegou a hora da barriga aparecer, eu comecei a usar uma barriga falsa... Eu e Emmett estamos até dormindo em quartos separados. Eu disse que o medico me proibiu de fazer sexo, assim, não tem como ele descobrir.
–E ele acredita em tudo...
–Sim, acredita.
–E como vai fazer quando nascerem?
–Com dinheiro se resolve tudo, Bella. E o mesmo médico que está tratando de você, já foi bem pago para além de fazer seu parto, me ajudar a forjar o meu.
–Isto não é possível...
–É sim. Vai dar tudo certo.

Então Rosalie Cullen já tinha pensado em tudo.
–Ia me contar?
Ela desviou os olhos.
–Não ia, não é?
–Não queria preocupá-la. Eu sabia que podia ter esta reação, que podia não entender.
–Eu não entendo mesmo.
–Bella, por favor. Não volte atrás. – Rosalie começou a chorar. – Eles já são meus filhos também, eu já os sinto assim. Você sabe que não pode cuidar deles.
Eu engoli o nó na minha garganta, porque Rosalie tinha razão.Eu não podia criar meus filhos.Mas eu podia não concordar com a farsa de Rosalie e só o que me restaria era procurar outros pais adotivos.
Será que seria melhor? Será que Rosalie não tinha razão? Que diferença faria para as crianças afinal? Era tarde para eu mudar de ideia agora.
Por mais que a ideia de Rosalie me parecesse absurda, ela ainda era a melhor opção.

–Tudo bem. Eu não vou voltar atrás. Mas acho que você deveria pensar bem. Tem quatros meses para isto.
Ela sorriu e me abraçou.
–Não deve se preocupar, Bella. Só deve ficar bem, para o bem dos bebês.
–Sim. – concordei. Eu tentaria ficar bem. 

E no próximo ultrassom nós descobrimos que eu esperava um menino e uma menina.
Rosalie não cabia em si de animação.
–Não vejo a hora de contar ao Emmett! – dizia.
–Ele nunca pede para ir às consultas com você? – indaguei.
–Ele pedia antes, mas eu disse que preferia ir sozinha. Um dia ele foi comigo, apenas conversar com o médico.
–Como pode um médico concordar com isto?
–Dinheiro compra tudo, Bella.
Sim, Rosalie estava me provando que dinheiro resolvia muitas coisas mesmo. E os Cullens eram muito ricos. Mas de maneira alguma era por isto que eu achava que os bebês ficariam bem com eles.
Eu tentava confiar em Rose. No seu desejo de ser mãe.E dizia a mim mesma que ela estava provando isto por todos os sacrifícios que estava fazendo.

E os dias passaram, se transformaram em semanas. As semanas em meses e minha barriga cada vez maior.Assim como a falsa barriga de Rosalie.
E eu tentava não me preocupar com isto.
–Vamos marcar o seu parto para daqui duas semanas. – o médico disse na última consulta.
–Marcar?
–Sim vamos fazer uma cesariana.
–Certo. – murmurei passando a mão por minha barriga dilatada.Duas semanas. Apenas mais duas semanas com meus bebês dentro de mim.
Eu tinha que parar de pensar neles como meus. Eles eram de Rosalie. Tentei ignorar a dor no meu peito.
Eu voltei em silêncio para casa, perdida em meus próprios pensamentos.
–Você está bem? - Rose indagou quando chegamos. – Está com medo do parto? Vai dar tudo certo, Bella.
–Eu sei... apenas... – dei de ombros. - Parece que passou tão rápido.
–Devia ficar feliz. Está acabando. Já já poderá voltar para sua vida, ver seus pais, retomar a faculdade...
–É, tem razão. – concordei.
Mas dentro de mim, a tristeza apenas ficava mais profunda.

Alguns dias depois Rosalie apareceu.
–Vista seu casaco, vamos sair.
–Vamos aonde?
Ela sorriu.
–Quero te mostrar uma coisa.
Rose dirigiu por alguns minutos, até sairmos do centro e entrarmos num portão enorme e eu vi uma mansão.
–Onde estamos?
Ela sorriu enquanto saíamos do carro.
–Estamos na mansão Cullen.
Eu arregalei os olhos.
–O que estamos fazendo aqui? Sua família...
–Eles estão viajando. Eu falei que ia cuidar de tudo. Eles viajaram hoje cedo. Foram para a Europa encontrar meu irmão. Obviamente eu não podia ir, por causa da gravidez. E eu dei folgas a todos os empregados.
–Mas teoricamente você estaria tendo os bebês na próxima semana, concordaram em te deixar sozinha?
–Eles acham que eu estou de oitos meses. Quando nascer, pensarão que é prematuro. Não é impossível, você sabe.
–Claro. – concordei com um toque de ironia enquanto a acompanhava para dentro da casa.
Quantas mentiras mais Rosalie teria que inventar para sustentar aquela história?
–Por que me trouxe aqui? – indaguei.
–Vejo que está insegura desde que... – ela deu de ombros. – Quero que veja a casa que os gêmeos vão morar, tudo o que preparei para eles. Quero que tenha certeza que eles ficarão bem.
Eu não falei nada, enquanto a acompanhava pela casa luxuosa.
–Quem mora aqui?
–Todos nós. Sei que parece um pouco feudal, mas como somos irmãos também, acho que foi natural continuarmos aqui. Alice e Jasper se casarão daqui a alguns meses, não sei se ficarão aqui ainda. Aposto que Alice adoraria decorar a própria casa. Você precisa ver todas as coisas que ela tem comprado para os gêmeos. Chega a ser um exagero. Mas Alice é incontrolável. – nós estávamos em frente a um aparador e havia várias fotos. - Ela pegou um porta-retrato e me mostrou. Havia cinco rostos sorridentes numa foto preto e branco. 
– Esta de cabelo curto é Alice. Este moreno alto é meu Emmett. – disse orgulhosa de um cara forte. – Este é Jasper, o loiro e este aqui é o Edward. – completou, apontando para, sem dúvida, o mais bonito na foto. – Edward é lindo, não é? – disse colocando o porta-retrato no lugar.
–Sim, muito bonito. – admiti.
Era incrível que todos os Cullens fossem lindos, mesmo não tendo laços de sangue entre eles.
–Tenho uma amiga que é completamente apaixonada por ele. – comentou revirando os olho., – Mas ele não esta nem aí. É o único que não mora mais aqui. Ele tem um apartamento no centro. Mas quase nunca está lá também. Sentimos a falta dele... – ela pegou um outro porta- retrato. - E estes aqui são Esme e Carlisle. – disse, apontando para um casal sorridente e surpreendentemente jovem.
–São tão jovens.
–Sim. Esme não pode ter filhos e nos adotou já adolescentes.
–Vocês têm sorte.
Ela sorriu, me puxando para uma escada espiral.–Sim, nós temos. E Sophie e Noah também.
–Sophie e Noah? Seu sorriso se alargou.
–Aprova os nomes? Foi Emmett quem escolheu o Noah e eu escolhi o da menina.
Eu senti uma dorzinha por dentro ao saber que ela já tinha escolhido o nome dos bebês, mas o que eu esperava? Ignorei o nó na garganta e sorri.
–São nomes lindos, claro.

Ela abriu a porta e entramos no quarto de bebê mais bonito que eu já tinha visto.Todo decorado em tom pastel, com dois bercinhos brancos no centro.
–Não é lindo?
–Sim, é perfeito. – murmurei, meus dedos percorrendo os móbiles pendurados sobre o berço.
–É tudo para eles, Bella.
Eu a encarei.
–Espero que saiba que ter dinheiro e coisas materiais não é garantia de felicidade, Rosalie. Eu não estou deixando os bebês com você porque é rica.
–Claro que não. Eu sempre desejei ser mãe, Bella. É isto que eu quero. Eles serão felizes aqui. Comigo, o Emmett e nossa família.
Eu sacudi a cabeça afirmativamente.
–É isto o que eu mais quero. Que eles sejam felizes. – sussurrei, passando a mão barriga. Me despedindo deles mentalm ente.De repente senti uma dor terrível no baixo ventre e me dobrei gemendo.
–Bella, o que foi? – Rosalie me segurou.
–Oh Deus... acho que tive uma contração...
–Mas... ainda faltam dias...
–Eu sei, mas... acho que eles vão nascer, Rose...

Depois tudo passou como uma névoa, enquanto Rosalie me levava para a clínica. A dor ia aumentando assim como meu desespero. Ainda não era hora. Eu não queria que eles fossem tirados de mim ainda...
Não ainda... Mas quando chegamos na clínica, já me levaram para a sala de parto e começaram a me preparar.
–Ainda não é a hora. – gemi, enquanto me colocavam no soro e o médico me examinava.
–Isabella, seus filhos vão nascer agora, sim. Eles já estão prontos.
Rosalie parecia muito pálida ao meu lado.
–Mas e a cesária?
–Não dá tempo, vamos fazer o natural.
Eu comecei a gritar quando outra dor pareceu me rasgar ao meio. E depois mais outra, até o primeiro bebê vir ao mundo. Uma menina toda sujinha e linda.
Ela foi colocada no meu colo e eu vi seus olhos chocolate e seus cabelos claros. Cabelos cor de areia.
–Ela é tão linda, Bella. – Rosalie murmurou sorrindo e outra dor me fez gemer.
Rosalie tirou a criança do meu colo.
– Se concentra, Bella, ainda falta o Noah.

Noah veio ao mundo cinco minutos depois. Tão perfeito quanto sua irmã. Meus bebês. – pensei, sentindo uma emoção tão grande que não cabia em meu peito.
–Bom trabalho, Isabella. – o médico disse. 
Rosalie sorria ao meu lado, suas mãos se estenderam e pegaram Noah.
–Ele é lindo demais... A enfermeira o retirou do seu colo, enquanto outra começava a cuidar de mim. Rosalie ainda sorriu para mim antes de sair da sala.
–Obrigada, Bella... Nós conseguimos.
Eu fechei os olhos.
E chorei.

Não sei quanto tempo passou. Mas acordei com o barulho da porta do quarto se abrindo e Rosalie entrou.
Ela havia trocado de roupa e parecia linda.
–Como está se sentindo? – indagou.
–Dolorida. – murmurei.
E não era só fisicamente.
–Imagino...
–Como estão... – meus bebês, mas não pude. – Os bebês?
–Estão muito bem. São saudáveis, nasceram fortes e lindos.
Eu senti um nó se fechar na minha garganta.
–Eu nunca vou poder te agradecer por isto, Bella. – Rosalie tocou minha mão. – Está realizando um sonho.
–Apenas cuide deles.
–Eu vou cuidar. Vou cuidar muito bem.
Eu tentei sorrir, mas estava difícil.
Ela se levantou.
Eu reparei que estava sem a barriga.
–Sua família já sabe?
–Ainda não. Vou avisá-los apenas quando os bebês tiverem alta. O médico disse que só daqui a dois dias eles poderão ir embora. Só então eu avisarei, acho melhor.
Eu apenas assenti, incomodada mais do que nunca com aquela farsa.

Uma enfermeira entrou no quarto e tirou minha pressão, checando meu soro. Eu queria pedir para ver os bebês. Mas não pedi. Era melhor assim. Quanto menos eu visse, menos eu me apegaria.
Já estava sendo difícil assim. A enfermeira saiu do quarto e Rosalie pegou sua bolsa.
–Eu preciso ir. Tenho algumas coisas para resolver. Mas volto amanhã, ok?
Ela foi embora e eu fiquei sozinha com minha dor. Talvez quando estivesse longe, eu parasse de sentir aquela dor.Mas por enquanto, eu tinha vontade de gritar.
No dia seguinte, fisicamente eu me sentia melhor. Rosalie voltou e trazia consigo uma pasta.
–Olá, como está hoje?
–Melhor. – tentei sorrir.
–Quero te mostrar uma coisa.
Ela retirou dois papéis do envelope e me deu. Eram duas certidões de nascimento. De Noah Cullen e Sophie Cullen. Filhos de Emmett Cullen e Rosalie Hale Cullen.
A dor no peito se intensificou.
–Como conseguiu isto?
–Eu tenho um comprovante de que os bebês nasceram nesta clínica e que são meus filhos. Então era só registrar.
Eu assenti. Então agora era definitivo.
–Amanhã eles irão para casa comigo. E você estará livre, Bella.

Eu fiquei olhando para aquele papel. Lutando contra a vontade de rasgá-los ao meio e gritar que eles não eram seus filhos.Eram meus.
E eles estariam livres comigo. Mas eu não podia fazer isto. Eu tinha feito um acordo com Rosalie. Disto dependia não só meu destino, como o dela.
Rosalie, que me estendera a mão e me ajudara todos aqueles meses. Por causa dela, meus filhos estavam vivos. E agora seriam seus filhos.
Eu tinha que acreditar que estava fazendo o melhor. Só isto que interessava agora, o bem estar daqueles bebês.
Mesmo sendo sem mim. Porque eu não tinha nada para dar para eles.Nem o nome do próprio pai.
Entreguei os papéis para Rosalie com a mão trêmula.

–Que bom que deu tudo certo. – disse.
–Sim, hoje mesmo eu vou ligar para minha família. Claro que eles acharão um absurdo eu ter passado por tudo sozinha, mas ficarão tão felizes quando virem os gêmeos que isto não terá a menor importância.
–Claro...
–E já acertei tudo para você, Bella. Pode ficar no apartamento atá quando desejar, mas acho que vai querer voltar para Nova York, não é?
–Sim...
Ela me entregou um envelope.
–Aí tem um cheque para você.
Eu devolvi.
–Eu não quero. Não estou vendendo meus filhos, Rosalie.
–Claro que não! É apenas para pode viver enquanto não arranja um estágio para se firmar...
–Não preciso disto. Eu tenho um dinheiro guardado, não é muito, mas dá para eu voltar para Nova York e arranjar um apartamento. E posso contar com meus pais se for preciso.
–Bella, não seja absurda, eu quero te ajudar.
Eu peguei o cheque e o rasguei.
–Pronto, tudo resolvido.
Rosalie suspirou e deu de ombros.
–Bom, se prefere assim.
–Sim, eu prefiro.
–Bom, eu vou embora. – ela sorriu. – Amanhã será um grande dia. Nem acredito que eles vão para casa comigo, finalmente!
Eu forcei um sorriso.
–Nos vemos amanhã ainda.
–Claro.
Quando ela foi embora eu enxuguei as lágrimas traiçoeiras no meu rosto. Estava acabando. Apenas mais um dia. E tudo estaria acabado.

No dia seguinte de manhã, o médico passou e me deu alta. Eu me vesti com as roupas que Rosalie tinha me trazido e me preparei para ir embora. Uma enfermeira solícita se ofereceu para me ajudar e eu disse que não precisava.
Eu me perguntei o que ela achava de tudo aquilo, mas provavelmente era muito discreta para perguntar. Talvez nem soubesse da missa a metade.Mas certamente fora instruída a não comentar nada.
–Os bebês Cullens ainda estão aqui? – indaguei sem me conter.
–Sim, eles tiveram alta, mas ainda não foram.
Eu assenti. Ela ia sair mas então parou.
–Deve ser difícil dá-los em adoção, não é?
–Sim, é. - então era isto que elas pensavam?
Acho que só o médico devia saber a verdade.
–Se quiser vê-los antes de ir, estão no segundo andar, na maternidade.
–Obrigada.

Eu peguei minha bolsa e saí do quarto. Não iria esperar Rosalie. Já não estava podendo com sua felicidade. E estava ficando difícil demais conter meu desespero perto dela.
Entrei no elevador e em vez de ir para o térreo, eu apertei o segundo andar. Caminhei até a maternidade e olhei através do vidro. Só havia dois bebês ali agora.
Os meus. Ou melhor, os de Rosalie, pensei com pesar. Eram tão lindos. Tão perfeitos. E eu os estava deixando para sempre. Era quase como deixar a mim mesma.
Não sei quanto tempo fiquei ali, me despedindo. Ansiando mais do que nunca que as coisas fossem diferentes. Minha mente se voltando para aquela noite há tanto tempo atrás.
Quando ele pedira que eu saísse com ele daquele lugar. E se eu tivesse aceitado? Eu ia saber seu nome. Ao menos isto. Talvez ele me desse seu telefone.
Talvez quisesse sair comigo de novo. Eu poderia ter contado a verdade. Poderia ter dito que eu nunca tinha estado naquele lugar, que era apenas uma estudante atrás de uma matéria.
E quem sabe ele tivesse me entendido. Quem sabe tivesse gostado de mim. 
E ele poderia ser um pai para meus bebês agora. E eu não precisaria me separar deles.

Mas tudo isto era uma ilusão. Respirando fundo, eu me virei e fui embora sem olhar para trás.
Não sei como consegui chegar no apartamento. Apenas me arrastei até a cama e dormi. Até acordar quando já era noite. Mas a dor permanecia ali.
Passei a mão pela minha barriga agora plana. Eles não estavam mais ali.Com os pés pesando como chumbo eu me arrastei pelo quarto. Arrumar minhas malas.



Precisava partir. Retomar minha vida. Minha faculdade. Era só o que me restava.
De repente o telefone tocou. Estranhei. Apenas Rosalie me ligava. Corri para o telefone e atendi.
–Rosalie?
Ela chorava.
–Bella, não sei o que fazer...
–O que foi? Os bebês estão bem?
–Eles não param de chorar... não sei mais o que fazer...
Eu fechei os olhos com força. Oh deus do céu, por que diabo Rosalie estava me ligando para dizer estas coisas? Quando tudo o que eu queria era imaginar que eles estavam bem?
–Rosalie, se acalma. – pedi, tentando manter a sanidade. – Crianças pequenas choram mesmo...
–Mas eles não param... estou enlouquecendo... será que estão doentes?
–Ligou para o médico?
–Ele disse que é normal, mas eu não sei mais o que fazer...
Olhei a hora. Eram três da manhã.
Então eu escutei... o barulho do choro de bebê através do telefone. Era demais para mim.
–Desde que eu cheguei com eles do hospital, eles estão assim...
–Eu não sei... como eu posso te ajudar, Rosalie. Sua família não está aí?
–Não, eles chegarão amanhã, não tinha vôo...
–E algum empregado?
–Nenhum fica aqui à noite... Bella, sei que não posso te pedir isto, mas você pode vir me ajudar?
–Eu? Rosalie, não...
–Sei que não tenho o direito, mas estou desesperada, não sei mais a quem pedir ajuda, por favor...
Fechei os olhos. Aquele choro me atormentando.
–Tudo bem. – respondi por fim. –Estou indo.
Eu sabia que estava errando feio. Mas não podia virar as costas para meus bebês.

Eu peguei um táxi e fui para a casa dos Cullens. Quando cheguei, Rosalie abriu a porta muito pálida. Mesmo ali no hall dava para ouvir o choro.
–Ah, Bella, ainda bem que está aqui... – ela se voltou, subindo as escadas e eu a segui.
O choro ficando cada vez mais estridente.
–Eu realmente estou ficando louca, eles simplesmente não param...
Eu respirei fundo quando entrei no quarto. Caminhei apressadamente até o berço e peguei o primeiro bebê que vi. Era Sophie. Deus, como era bom senti-la de novo. Ver seu rostinho lindo, mesmo chorando daquele jeito.
Enquanto a embalaba, olhei Noah.
–Você os alimentou?
–Eu tentei... mas eles não pegam a mamadeira.
–Devem estar com fome.
De repente tive uma ideia. Ainda não tinha pensado nisto, mas era possível. Abri minha blusa e apertei meu seio. Sim, havia leite ali. Guiei o bebê até meu mamilo e respirei aliviada quando o choro passou e Sophie começou a mamar com vontade.
–Oh, você tem leite. – Rose murmurou, pegando Noah e o embalando, mas ele continuava a chorar.
–Sim... – eu encarei Rose aliviada. – Eu o alimentarei também, assim que Sophie acabar aqui.
–Tudo bem...

Sophie ainda mamou por mais uns minutos e depois adormeceu. Eu a coloquei no berço e peguei Noah, fazendo o mesmo. O quarto mergulhou no silêncio. Rose respirou aliviada.
–Ah, o silêncio...
Eu sorri, mas não porque estava feliz com o alivio de Rosalie. E sim porque estava com meu filhinho no colo. Passei os dedos por seus cabelos claros... será que ficariam iguais aos do pai?
Eu mudei o rumo do meu pensamento, rápido. Eram pensamentos inúteis. Quando Noah dormiu, eu relutei em me separar dele. Mas não queria acordá-lo e o coloquei no berço com cuidado.
–Pronto. – disse.
Rosalie me encarou agradecida.
–Nossa, nem acredito. Parece que você fez um milagre.
–Eles estavam com fome.
–Sim... mas deveriam ter tomado a mamadeira que eu fiz...
–É, eles precisam acostumar. Afinal, eu não estarei aqui para alimentá-los sempre. – falei.
–Mas o que eu posso fazer? Eu fiz o leite direitinho...
–Pode ser a marca do leite, sei lá, tenta mudar. Senão tem que voltar ao médico e perguntar o que é melhor. Muitas mães não têm leite e os bebês têm que tomar mamadeira...
–Sim... Vem, vamos sair daqui, não quero que acordem de novo.
Eu não queria sair dali ainda. Será que Rose me mandaria embora agora? Mas com uma última olhada para os bebês adormecidos, eu a acompanhei para fora do quarto e fomos para a cozinha.

–Quer tomar um chá?
–Sim, obrigada.
Minha razão gritava para eu correr dali, antes que fosse impossível eu me afastar, mas meu coração dizia outra coisa.
–Rose preparou duas xícaras de chá e eu reparei na bagunça que estava na cozinha.
O fogão sujo de leite, as mamadeiras jogadas dentro da pia ainda cheias. Ela pareceu sem graça.
–Está uma bagunça, não é? Não calculei que daria tanto trabalho cuidar de dois recém- nascidos sozinha...
–Eu imagino.
–Eu irei numa agência o mais rápido possível para achar uma babá.
–Babá? – eu tentei não ficar incomodada com aquilo.
Afinal, era normal ter alguém para ajudá-la. E eram dois, afinal. Qualquer um precisaria de ajuda.
–Sim, já andei pesquisando algumas... devia ter visto isto antes... – ela suspirou pesadamente. – Nem sei o que seria de mim se não tivesse vindo, Bella. Estava apavorada.
–É normal. Acho que eu também ficaria se estivesse sozinha.
–Você sabia o que fazer.
Eu dei de ombros.
–Apenas porque tinha o leite.
–É... terei que dar um jeito para eles tomarem a mamadeira.
–Acho melhor já preparar outra, acho que eles podem acordar e precisar disto.
–Mas já?
Eu sorri.

Eu não sabia muito de bebês, mas acho que meus conhecimentos eram infinitamente maiores dos que os de Rosalie.
–Quando são pequenos, eles se alimentam várias vezes durante a noite.
–Terei que acordar durante a noite? – parecia horrorizada.
–Por alguns meses sim, acho que com o tempo começam a dormir a noite inteira.
–Bom, preciso mesmo de uma babá para me ajudar com isto... – falou se levantando e pegando a mamadeira. – Vou esquentar isto então.
Eu fiquei observando enquanto ela trabalhava. Podia ir embora agora, mas não conseguia me mexer. E se os gêmeos ainda precisassem de mim?
Rosalie me encarou.
–Não deveria estar aqui, não é?
–Não. – concordei.
–Se quiser ir embora... não posso prendê-la aqui, embora ainda esteja com medo.
–Eu ficarei. – disse rápido. – Bom, até amanhecer, ai sua família pode chegar a qualquer momento...
–Sim, obrigada...
De repente um choro fraco se fez ouvir.
Rosalie gemeu.
–Acho que alguém já acordou.
Nós subimos até o quarto e Sophie era quem chorava agora. Meu primeiro instinto era pegá-la, mas deixei que Rosalie fizesse isto.
–Será que ela já está com fome de novo? – Rose murmurou, pegando a mamadeira e tentando fazer com que Sophie pegasse, mas a menina se negou.
–Deixa eu ver isto. – eu peguei a mamadeira e coloquei um pingo na minha mão experimentando e fiz uma careta.
–Rose, isto está horrível!
–Mas eu fiz direito...
–Por isto que eles não querem tomar, está muito ruim.
–Oh deus... - Rose gemeu.
–Bom, terá que refazer.
–Não sei o que pode estar errado...
Sophie ainda chorava e sem mais agüentar, eu a tirei de Rosalie.
–Vamos dar um jeito nisto. – e me sentando, dei o peito para Sophie de novo e ela se acalmou.
–Terei que aprender a fazer o leite. – Rose disse e eu sorri.
–Não deve ser difícil.
Quando Sophie terminou de mamar, eu percebi que ela estava molhada.

–Precisa trocá-la.
Rose arregalou os olhos.
–Eu?
–Bom, eu posso te ajudar. Onde estão as fraldas?
Rose pegou as fraldas e eu comecei a trocar o bebê. Rose apenas olhava, aparvalhada.
–Mais uma coisa que terei que aprender...
–Não se sinta mal. Ninguém nasce sabendo.
–Você parece fazer isto muito fácil. Talvez seja algo que se faça por instinto.
Eu coloquei Sophie no berço.
–Não é a primeira mãe que adota bebês, Rose.
–Eu sei... só queria que fosse mais fácil.
–Vai ser com o tempo.
Ela ficou pensativa.
Noah começou a chorar agora.
–Eles são rápidos. – Rosalie murmurou e desta vez eu nem esperei. Eu o peguei e levei até meu seio. Rosalie sentou no sofá ao meu lado, enquanto Noah mamava.
Eu não conseguia tirar os olhos dele. Poderia ficar para sempre assim. Mas quando ele terminou, olhei para o lado e Rosalie tinha adormecido. Eu me levantei e troquei Noah.
Mas ele não dormiu. Ficou me olhando. Os olhinhos castanhos como os meus me estudando. Será que em sua memória, ele guardaria esta lembrança? Eu podia sonhar...
Sem coragem de me afastar, eu me sentei com ele no meu colo. E aproveitei aqueles momentos roubados.


Devo ter adormecido, porque acordei com vozes no quarto.


–Rose, acorde, cadê os bebês! – uma moça falava e eu abri os olhos.
Noah ainda estava no meu peito, adormecido. Olhei em volta e havia varias pessoas ali. Eu reconheci os Cullens. Rosalie acordou e olhou em volta também, empalidecendo.
–Oh, Rose, deveria ter nos avisado antes. – Esme Cullen se aproximava do berço com os outros ao seu redor.
Menos um, Emmett Cullen, que cercava Rose.
–Baby, você está bem? Já deveria estar assim, fora da cama?
–É... eu... – Rose balbuciava aturdida.
–Cadê o outro bebê? – Jasper Cullen indagou ao lado de Alice e então eles pareceram notar minha presença.
–Este é meu garoto? – Emmett indagou se aproximando, olhando não para mim, mas para o bebê em meu colo.
–E quem é esta? – Alice perguntou, curiosa.
Eu e Rose nos encaramos e então Rosalie respondeu.
–É a babá.
–Oh, como vai? – Esme sorriu vindo na minha direção. – E este é o Noah, então, posso pegá-lo?
Ela o retirou do meu colo e Emmett agora tentava tirar Sophie do colo de Alice. Eu encarei Rosalie, horrorizada. Ela fez um sinal para sairmos do quarto e eu a acompanhei.
– Por que disse isto, está louca? – murmurei baixo.
–O que eu podia dizer? Como ia explicar você aqui?
Sim, ela tinha razão. Mas eu só sentia que estava afundando cada vez mais.
–Eu tenho que ir embora. – sussurrei, já sentindo aquela dor de novo.
–Sim... – Rose concordou. – Apenas espere... minha família se acalmar. Vá para a cozinha, eu já desço e conversamos.

Eu me afastei e ela voltou para o quarto.  Onde os Cullens se deliciavam com os gêmeos. Agitada e sem saber quando Rose apareceria, eu comecei a arrumar tudo ali.
E aproveitei para refazer a mamadeira. Não sei o que Rose tinha feito de errado, mas agora o leite estava bom. Rosalie voltou para a cozinha mais de uma hora depois.
–Eles estão eufóricos. Mas consegui fazer com que deixasse os gêmeos em paz e fossem descansar da viagem.
–Rosalie, eu fiz a mamadeira, posso te explicar como faz e...
–Bella, queria te pedir uma coisa.
Eu a encarei.
–Sei que parece absurdo, mas... queria que ficasse aqui um tempo, me ajudando.
–O quê?
–Sei que não posso te pedir isto, mas... os bebês precisam de você, não posso negar isto.
–Eles precisam de cuidados apenas...
–De cuidados de alguém que saiba o que está fazendo e eu não sou esta pessoa ainda.
–Rosalie, não sabe o que está me pedindo. – murmurei, tentando não ouvir meu coração insensato que gritava para aceitar.
Para ficar ali, com meus bebês. Podendo cuidar deles. Estar com eles todos os dias...Mas como é que eu iria embora depois?
–Você pode negar, claro. O mais sensato seria que negasse. Eu entendo. Mas quanto mais eu penso nisto, mais eu acho que é uma boa solução.
–Você não tem medo... de descobrirem...?
–Como iriam descobrir? Não tem motivos. Será o nosso segredo, Bella. Você seria apenas a babá. Eles já acham que é a babá.
Eu respirei fundo. A razão e a emoção debatendo dentro de mim. Então a emoção venceu.
–Tudo bem, eu fico.

Nunca estipulamos um tempo preciso. Nunca dissemos que dia minha missão de babá acabaria. Apenas seguimos em frente. Com os bebês entre nós. E eu estava no paraíso.


Nada mais importava. Estava com meus bebês. Eles eram a razão da minha existência agora. E os dias seguiram. Eu descobri que viver com os Cullens era fácil.
Eram pessoas maravilhosas. Uma família unida e que adoravam os bebês. Eu tinha razão em achar que eles ficariam bem sendo um Cullen, afinal.
Então, quando eu os via ali, crescendo naquela família, não faltando nada para eles. Eu acreditava que a farsa de Rose não fora tão horrível.


O mais importante era os bebês estarem bem. Mesmo às vezes eu sentindo uma dorzinha no peito, quando via Rosalie e Emmett como seus pais. Mesmo querendo chamá-los de meus.
Não, isto eu não poderia nunca. Eu só me permitia aqueles momentos maternos quando os amamentava em meu peito, sempre escondido. Era o momento em que eles eram só meus.
Assim, a vida não era perfeita, mas era o melhor que eu podia ter dela. Mas um dia Rosalie me chamara para conversar. E eu sabia que algo ia mudar. E tive medo.
Será que ela me mandaria embora? Não estava preparada para isto.
–Eu vou contratar duas babás.
–O quê? Você está querendo dizer que eu tenho que ir embora?
–Você quer ir?
Eu mordi os lábios com força.
–Não, não quero. Eu me apeguei a eles, Rosalie. Sei que não deveria, mas.. foi inevitável. Eu não deveria nunca ter ficado aqui...
–Talvez não, mas me pareceu muito certo. Eu acho que... está sendo certo. Acho que este nosso pequeno acordo... pode durar, até quando você quiser. Acho que um dia vai querer ir embora. Vai querer se formar, namorar, se casar...
Eu duvidava muito, pensei, mas não falei nada.
–De qualquer maneira, estou contratando estas duas moças para ajudá-la.
–Mas não precisa.
–Sou eu quem decido. Cuidar dos gêmeos não é fácil e agora com todos estes preparativos com o casamento da Alice, esta casa ficará bem movimentada. E acho que será bom para você. Está apegada demais, precisa começar a agir mais como uma moça normal, não quero que desconfiem de nada, eu mal posso te dar folga!
–Tudo bem, se você acha que é preciso...
–Sim, elas começam na próxima semana.

Dividir os bebês não foi fácil no começo. Mas Angela e Jessica não eram as babás mais dedicadas do mundo e não tinham experiência com criança. Eu tive que acabar ensinando tudo a elas.
De qualquer maneira, eu me perguntava quando a novidade de morar numa mansão de uma família importante ia passar e elas fugiriam correndo.
Era uma questão de tempo. E tudo continuou correndo bem, os gêmeos estavam com cinco meses e eram adoráveis. E eu acharia que tudo ficaria bem para sempre, até aparecer Edward Cullen

E tudo virar um pesadelo.


**continua**





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