18 janeiro 2013

Nova entrevista de Stephenie Meyer sobre The Host

THR entrevistou Stephenie Meyer, Andrew Niccol, Saoirse Ronan, Diane Kruger e Jake Abel. Falando de The Host e sua adaptação para o cinema também vemos a resposta, porque The Host não se veste de preto como no livro! E como Saoirse para Melanie e Wanderer em um corpo.


THR falou com os atores, o diretor/roteirista Andrew Niccol e a autora sobre o projeto, com estréia prevista para 29 de Março

Nós temos de admitir que ficamos céticos ao ouvir que “The Host”, de Stephenie Meyer, estava para ser adaptado para um filme.
Afinal, o romance é contado da perspectiva de uma Alma alien que tomou o corpo de uma humana chamada Melanie Stryder. E, no livro, Melanie pode ser ouvida alto e claramente dentro de sua própria cabeça, mesmo que ninguém mais possa ouvi-la de fora. Como então iria a atriz incumbida de interpretar Melanie e Wanderer (aka Wanda, a Alma) apresentar o frequente diálogo interno delas para uma audiência?
Essa atriz é Saoirse Ronan, a quem o diretor e roteirista Andrew Niccol diz ter sido a única escolha para o papel. “Não havia nenhum plano B para interpretá-la.” Niccol conta para o The Hollywood Reporter.

Perguntada se estava preocupada sobre como o livro se traduziria para o filme, Meyer disse: “Não. É óbvio, totalmente óbvio. Você só precisa ter a atriz mais brilhante do mundo e você não tem um problema. E nós a conseguimos, então fomos mesmo sortudos.” Ela acrescentou: “Quando se tem uma atriz daquele calibre, especialmente quando nem todo mundo sabe ainda quem ela é, eu acho que ela vai impressionar as pessoas. Daí você dá a ela esse papel, é como um presente.”

Então como as conversas de Wanda e Melanie surgirão no filme? Qual foi a cena mais desafiadora para ser adaptada para as telas? E pra onde irá a história enquanto a trilogia de Meyer se desenrola no papel? THR perguntou aos principais envolvidos no filme – Niccol, Meyer, Ronan e co-estrelas Jake Abel e Diane Kruger (Ian O’Shea e A Buscadora, respectivamente) – várias perguntas quentes sobre “The Host” enquanto o filme se aproxima de sua estreia nos cinemas.

AVISO: Spoilers pela frente se você ainda não leu o livro.

THR: Haviam preocupações sobre como “The Host” sairia num filme?
Meyer: Tantas pessoas tiveram dor de cabeça com isso. As únicas três pessoas, eu acho, que não estavam preocupadas eram eu, Nick Wechsler (o produtor) e Andrew Niccol, o diretor, porque nós todos estávamos tipo “Não. É óbvio, totalmente óbvio. Você só precisa ter a atriz mais brilhante do mundo e não terá um problema.” E nós a conseguimos, então fomos mesmo sortudos. Saoirse é maravilhosa. Quando se tem uma atriz daquele calibre, especialmente quando nem todo mundo sabe ainda quem ela é, eu acho que ela vai impressionar as pessoas. Daí você dá a ela esse papel, é como um presente. Ela ama poder fazer isso, e vendo ela… oh, meu Deus. Há essa cena na qual não tem música: é um close de seu rosto por cinco minutos, e você não consegue olhar pra outro lugar. Quer dizer, lágrimas escorriam pelo meu rosto na primeira vez que eu vi. Era fantástico.

Niccol: Um monte de gente dizia que isso não poderia ser feito, mas eu pensei “Eu meio que gosto disso”. Claro, no livro, é fácil escrever nas páginas, mas os personagens… você está ouvindo os pensamentos das duas. O que eu fiz para tornar isso mais cinematográfico, foi fazer com que Wanda realmente falasse, o que instantaneamente deixou melhor, eu acho, de um ponto de vista cinematográfico. Mas, é claro, você pode ler nas páginas as diferenças.

THR: O livro tem mais de 600 páginas. Quanto tempo terá o filme?
Niccol: Eu acho que durará duas horas.

THR: Qual foi o papel de Meyer no set como produtora?
Niccol: Eu senti que ela era uma colaboradora. Não era uma pessoa muito ligada á detalhes técnicos ou dinheiro, mas ela definitivamente tinha opinião sobre tudo; desde qual veículo eles deveriam dirigir até o guarda-roupa, quem nós colocaríamos no elenco. Ela foi uma típica produtora. Se ela tivesse apenas aparecido lá e eu não soubesse nada sobre ela, e ela tivesse apenas aparecido como uma produtora normal, eu não teria notado a diferença. Então ela obviamente se tornou muito entendida quanto á esse processo.

Abel: Ela estava no set, mas ela meio que nos deu carta branca [para desenvolver nossos personagens]. Nós tivemos duas semanas de ensaio só com o elenco e Andrew Niccol, e foi onde realmente nos juntamos para descobrir toda a história e trazer á luz todas as coisas do script. Dali, ela deixou que nós mesmos definíssemos, o que foi ótimo.

Kruger: Nós nos encontramos em Baton Rouge quando começamos a filmar. Tivemos um longo processo de ensaio. Foi ótimo tê-la ali, porque poderíamos perguntá-la sobre como o personagem iria evoluir, e ela definitivamente tinha um monte de anotações sobre como o filme termina para o meu personagem por causa de, talvez, outro filme ou por causa de um segundo livro. Nós não sabemos como será o segundo livro.

Ronan: Stephenie é brilhante. Ela se tornou uma amiga minha, eu a amo. Ela estava no set por um bom tempo, o que foi ótimo. Era bom ter ela ali para meio que ficar de olho em tudo, para ser honesta. E apenas estar lá para nos apoiar. Ela é amável, calorosa, e realmente se importa com a história.

THR: Que tipo de dicas Stephenie deu aos atores?

Kruger: A principal é: não pense nisso tão preto e branco. O júri ainda está decidindo quem é o vilão aqui. Isso realmente pôs um monte de coisas em perspectiva.

Ronan: Ela meio que deixou isso por minha conta, o que foi muito legal, e eu achei que foi uma coisa maravilhosa para um autor fazer. Porque ás vezes autores de livros, eles… o que é justo, eles sentem que essa é a história deles e devem dar conselhos quando podem, mas Stephenie foi ótima. Ela afastou-se um pouco disso tudo quando tratava-se dos atores.

THR: Qual foi a cena mais desafiadora para se adaptar ao filme?

Niccol: Eu acho que foi a cena no campo, porque é tão difícil criar algo daquela escala. Você literalmente tem um campo de trigo em uma caverna, então logicamente, fazer aquilo foi enorme. [A sala de banho é] literalmente um rio numa caverna. Foi uma grande façanha da engenharia. Nós tivemos que bombear galões e galões de água a cada minuto para fluir o bastante. Foi fácil entregar uma caverna na página, mas criá-la… foi outra coisa.

THR: Foi usado algum CGI no filme?
Niccol: Nós fazemos extensões estéticas e coisas assim, então não pudemos fazer a caverna inteira, então iríamos estender as coisas. Há CGI, mas há uma boa quantidade de coisas práticas que as pessoas presumem ser CGI.

Abel: Shiprock, onde o exterior da nossa caverna se localiza, é um dos mais… nós temos medo que as pessoas pensem que é CGI porque é magnífico… é uma espinha de montanhas que leva á essa estrutura rochosa gigante. E num certo ponto, eu, Saoirse, Max e Boyd e dois outros membros do elenco, caminhamos para o topo de uma das espinhas e estávamos parados no alto, acima da terra. O vento soprava, nós estávamos todos em nossos equipamentos de sobrevivência, e esse foi um daqueles momentos em que tivemos que parar e dizer: “Vamos lembrar disso por um momento.” É tudo real, e vai parecer falso.

THR: Como a audiência vai ver e ouvir as conversas internas entre Wanda e Melanie?
Kruger: Eles fizeram algo realmente esperto. Gravaram a voz humana [de Ronan] antes de começarmos a filmar. Então quando ela estava efetivamente atuando, tinha um fone de ouvido com sua voz, porque há tantas cenas nas quais ela está numa conversa com a humana dentro dela. Quando conversei com ela, tendo sido invadida pela alien, obviamente tem sua humana falando “Não diga, não diga”. Isso fez com que ficasse mais fácil para ela, mas ao mesmo tempo deve ter sido uma distração. Ela definitivamente ganhou uma personagem bem complexa.

Niccol: É uma dessas coisas no livro que são faladas como um conceito, mas o personagem de Saoirse é literalmente o habitante de um ser alienígena faminto. Sim, ela gravou tudo da Melanie antes, a personagem humana, e eu toquei (a gravação) para ela em um fone de ouvido. Eu toquei sua própria voz para ela para que ela pudesse ter uma conversa consigo mesma. Ninguém mais podia ouvir isso no set, nenhum dos outros atores, ninguém da equipe técnica podia ouvir. Então eu estava escutando, e Saoirse podia ouvir a si mesma, algumas das intensas conversas que estava tenso consigo mesma, meio que lutando contra o desespero. Ela é uma atriz fenomenal, porque ela interpreta com dois sotaques americanos – um é da Melanie, que é mais sulista, e depois Wanderer. Claro, Saoirse é irlandesa, e ela foi extraordinária e podia apenas ligar um interruptor. William Hurt a ouviu e ficou espantado com ela. Ela é literalmente uma das atrizes mais verdadeiras, eu calculo, de qualquer idade. Há um tipo de empatia que ela emana e é impossível não gostar. … [vai soar] como se você estivesse deitado em uma banheira com suas orelhas em baixo da água e você fala, você ouve o estranho som da sua voz. É mais ou menos como isso. Entre aspas, uma qualidade subaquática. Vai ouvir uma longa conversa que ela está tendo consigo mesma.

THR: Stephenie está atualmente no processo de escrever uma sequencia para “The Host”. Você sabe para onde a história pode se direcionar?
Abel: Ela é uma armadilha de aço. Nós tentamos tirar pequenos pedaços de informação dela o tempo todo, e ela está fechada. Não faço ideia. E nós imaginávamos se talvez as coisas que criamos no set a influenciaram. Ela mencionou que nos assistir trazer tudo á vida tinha dado novas ideias a ela, e as coisas que fizemos com cada personagem lhes deram ideia de pra onde eles iam. Isso é muito interessante, eu acho, nós dois estarmos influenciando um ao outro desse jeito simples. Houve uma coisa – nós queríamos tocar violão no filme. Nós queríamos que Ian tocasse violão. Então nós conseguimos um violão e tínhamos um pedaço de papel escrito para eu aprender. Nós estávamos prontos para ir em frente, mas então ela disse “Parem!”. Ela não falou, mas eu acho, esperançosamente, que música é uma grande parte do segundo livro.

Niccol: Eu tinha um pedaço bonito de música composta para que Jake tocasse, mas Stephenie diz “Não, a música desempenha uma parte essencial no próximo livro, então pode não tocar?”. O engraçado é: tem uma câmara na caverna onde você vê um violão encostado na parede. É um prenuncio para o próximo filme.

Meyer: Não ter escrito não significa que você já não saiba de tudo que vai acontecer. Eu tenho rascunhos bem detalhados, faço muito rascunho, até o ponto em que há diálogos nos meus rascunhos. O rascunho para isso tem mais ou menos 50 páginas. Fica muito profundo. Então eu sei exatamente o que acontecerá. Há muita coisa que você pode fazer com um mundo de ficção científica. Há muito o que explorar, então existem muitas direções diferentes.

THR: Falando sobre um próximo livro… e o filme?
Niccol: Eu terei de falar com Stephenie sobre isso se ela me quiser de volta. É tão secreto, eu nem sei como é a próxima história. Está no ar. Até que haja um segundo livro, eu não posso liderar um segundo filme, mas eu adoraria trabalhar com ela novamente. Tem sido uma colaboração tão divertida.

Meyer: Eu acho que eles gostariam de continuar [com uma série de filmes]. Essa é a conversa que eu tive. Eu acho que o maior atraso é o fato de que eu esteja escrevendo tão devagar.

Kruger: Meu personagem tem mais possibilidades a vir – especialmente com o aspecto humano.

THR: O que mudou do livro para o filme?
Niccol: No livro, onde os buscadores capturam humanos, eles são descritos como usando preto, mas em pessoas puras e com a intenção das almas. Eu sugeri que usassem branco. [Meyer] felizmente abraçou aquela mudança. Também, os buscadores estão armados e meio que nos matando com bondade no jeito dos aliens. Eu sugeri que só seres humanos usassem armas, e eles (os aliens) teriam outros jeitos de nos matar. Eles iriam literalmente vir em paz, então eu pensei em livrar-nos das armas. Novamente, eu pensei, é uma grande parte do livro e ela abraçou isso totalmente. Haviam outras vezes quando ela não concordaria [com minhas sugestões]. Por exemplo, eu pensei que o mundo em que a alma podia entrar no corpo seria pequeno e claro o suficiente para que entrasse um hospedeiro deslizando-o sem problemas por baixo do olho. Mas no livro, eles fazem um corte no pescoço e fazem isso desse jeito. Stephenie achou que a natureza frágil dos nossos olhos seria esquisita para a audiência… eu fiquei com a versão do livro.

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