17 junho 2015

FanFic Passado Distorcido - Capitulo 14 - Pés fumegantes

 

Autora(o): Kelly Domingos - Whatsername no Nyah!
Gênero: Angst, Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Censura: +18 
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo


Pés fumegantes

POV Edward

Eu queria muito saber a extensão da dor que eu tinha causado em Isabella. Ela tinha o rosto apoiado sobre o travesseiro e uma mão debaixo de sua camisa de pijama. Eu sabia que ela estava acordada, melhor, eu sabia que ela não tinha dormido nada.
“Bella?” Chamei baixinho, minha voz soou um pouco desesperada.
Suas pálpebras tremeram levemente, mas mesmo assim seus olhos continuaram fechados.
“Hum?” Isabella disse quase inaudível.
“A gente precisa conversar, hmm, sobre ontem, sobre tudo que você disse...” Falei baixo de novo, nossos rostos estavam próximos, não muito próximos, mas o suficiente perto para analisar suas reações.
“Você é louco, eu juro que é!” Isabella falou séria e se remexeu na cama, ela deixou escapar um gemido de dor. A dor que eu tinha causado.
“Uh, olhe para mim, eu quero conversar direito com você!” Pedi e toquei suavemente seu ombro descoberto. Bella tremeu e tanto eu como ela ficamos surpresos pelo toque inesperado.
“Está ótimo assim, é melhor eu nunca mais olhar para você!” Isabella disse seca e apertou ainda mais seus olhos.
“Você sabe que isso é completamente infantil, não sabe?” Falei num meio sorriso, ela ficava engraçada quanto birrenta. “Se a gente não conversar como adultos, eu juro que eu levanto sua blusa para saber como suas costelas estão, e eu não estou brincando!” Falei sério, mas eu nunca subiria sua blusa sem sua permissão, em contra partida, eu sabia que eu tinha sido demasiado rude com ela.

“Você realmente está dizendo que eu sou infantil? Eu não posso acreditar!” Ela disse debochada. Seus olhos ainda fechados.
“Está sendo sim! Dê-me um motivo para não conversamos e deixarmos as coisas melhores?” Perguntei, estranhei minha calma.
“Eu estou fervendo de raiva!” Ela disse sussurrando. “Eu realmente quero quebrar sua cara!”
Suas palavras não me surpreenderam, foi até bom ouvi-las. Um pequeno golpe de realidade.
“Eu já tenho oito pontos na testa, alguns a mais não fariam diferença...” Brinquei despretensiosamente. Meus olhos estavam fixos em seu rosto, e foi como ver o sol quando ela sorriu envergonhada.
“Eu acho que eu deveria ter medo de você!” Bella falou e arrastou o corpo para perto do meu, seus pés tocaram os meus fracamente. Eles eram frios.

Suas palavras foram absorvidas aos poucos, e causando uma sensação desconhecida. Uma inquietude anormal.
“Você tem?” Perguntei receoso.
“Eu deveria ter, mas não tenho!” Ela disse calmamente, suas mãos coçaram o nariz arrebitado. “Eu sei que você não é tão obtuso quanto demonstra!”
Não sabia exatamente como interpretar aquilo.
“Obtuso?” Coloquei vagamente.
Suas bochechas coraram antes dela responder.
“Você deveria sorrir mais, conversar mais...!”
Ela estava sempre assim, sorrindo e tentando conversar.
“Ser como você então?”
“Não ser como eu, ser como o Edward que eu conheci!” Sua voz foi doce e nostálgica, o rubor em suas bochechas foi encantador.
As lembranças eram tão nítidas e boas. Isabella estava tão bonita naquela noite. Perfeitamente bonita. Eu não sabia bem dizer se eu tinha me arrependido por ter sido tão superficial naquela situação. Um beijo e uma noite juntos talvez fosse o ideal. E tudo desmoronou quando eu tive seu nome.
“Eu acho que eu não gosto muito do seu nome...” Falei quase sem pensar.
“Hmm, não? Isabella Cisne* é tão feio assim? Edward Cullen é um pouco obsoleto, não acha?” Ela perguntou sorrindo, formaram ruguinhas nos cantos de seus olhos.
“Seria tudo mais fácil se você não se chamasse Isabella Marie Swan!” Eu disse com certo pesar. Ela poderia ser qualquer outra, mas por que ela tinha que ser quem acabou com a vida de meu irmão?
“Então tudo isso é culpa do meu nome? Hmm, vamos lá, escolha um nome para mim, talvez assim as coisas fiquem menos estranhas entre nós!” Ela disse divertida.


Eu ri com sua proposta, como se fosse fácil assim!
“Por que você não abre os olhos e me ajuda com essa tarefa?” Eu realmente precisava vê-los.
“Se eu os abri, vou ver um Edward nervoso e que me odeia, e, definitivamente, eu preciso aproveitar seus momentos de calmaria.” Bella disse séria e nervosa, seus pés tocaram novamente os meus.
“Bella, por favor?” Quase supliquei.
Ela soltou um suspiro longo e, vagarosamente, abriu os olhos.
“Feliz?” Bella perguntou e bateu delicadamente os cílios. Eu adorava aquela cor de chocolate derretido.
“Cara, eu realmente gosto de seus olhos!” Falei enérgico, era uma verdade, mas não era necessário ser dita em voz alta.
“Uh, obrigada?” Ela disse completamente corada.
Ignorei essa parte e continuei a observando. Isabella mordia seus lábios quase que ininterruptamente.
“Eu preciso me desculpar com você, certo?” Falei olhando para o ermo. Isabella não disse nada, apenas girou um pouco mais o corpo, outro gemido de dor escapou.
“Eu posso ver?” Perguntei baixo, mas muito baixo mesmo.
“Oi? Ver o quê?” Bella perguntou confusa.
“Suas costelas, eu que elas estão doendo, posso vê-las?” Pedi timidamente.
Os olhos marrons de Isabella saltaram um pouco em surpresa.
“Oh não, não é necessário, daqui a pouco passa! Não precisa mesmo!”
“Isabella, eu sei que está doendo, eu sei da força que tenho, eu sei que te machuquei!” Falei tudo atropelado. Ela me olhava espantada.
“Edward, por que você está me pedindo desculpas?” Ela perguntou curiosa e eu não sabia responder.

Procurei bons argumentos, nenhum parecia muito convincente. Eu estava me sentido culpado e perdido, eu não gostava do que eu causava nela, da dor e do medo. Ela merecia tudo aquilo, mas, dentro de mim, eu sabia que eu estava fazendo merda atrás de merda.
“Bella, é complicado! Você me confunde de um jeito que ninguém conseguiu, e eu estou descobrindo que eu não sei lidar muito bem com mulheres, principalmente com você!” Falei sem pausar. “Eu nunca passei tanto tempo com alguém, e isso é meio sufocante!” Continuei. “Hmm, você não é sufocante, ok?” Odiava o quão prolixo eu era.
“Você é tão estranho, você também me confunde! Mas tudo bem, eu acho que te entendo!” Ela disse calmamente, me encarando.
“Hmm, você vai ficar comigo por um bom tempo ainda, então, nós deveríamos ser pelo menos mais amistosos um com o outro, certo?” Falei em tom apaziguador.

Eu não tinha me esquecido da carta, nem da vingança. A última ainda era uma incógnita, não sabia como fazê-la ou se eu deveria fazê-la. Eu acreditava piamente naquela carta, nas palavras póstumas, mas eu sabia que qualquer pessoa podia mudar. Talvez Isabella tivesse mudado. A vingança poderia ser descartada, mas eu precisava saber o que tinha acontecido com meu irmão, tudo que tinha culminado em sua morte. Isabella era a chave de tudo.


“Eu sempre sou amistosa com você!” Ela disse sorrindo.
“Você me entendeu!” Falei e, surpreendentemente, sorrindo também.
“São quantas horas?” Isabella perguntou marcando o fim de nossa conversa.
Girei meu corpo para pegar o celular no criado-mudo.
“09h08min” Falei voltei meu rosto para direção do dela. “Nós dormimos muito!”
la sorriu de lado.
“Você precisa tomar os remédios e comer alguma coisa, e eu preciso trabalhar!”
“Trabalhar? Você vai sair?” Perguntei num só fôlego.
“Hmm não, Ângela me pediu ajuda com uns textos, depois é só enviar por e-mail!” Bella disse saindo da cama, suas roupas estavam uma bagunça.
Antes de eu pedir, Bella já tinha nas mãos um par de roupas, ela, rapidamente, me levantou e tirou minha camisa.
“Será que vai demorar para seu ombro ficar bom?” Ela perguntou depois de passar a camisa por minha cabeça.
“Não está doendo tanto, mas ainda incomoda!” Falei mexendo um pouco meus músculos para saber a extensão das dores.
“Temos que voltar ao médico semana que vem, ele vai tirar esses pontos de sua testa e nos dizer como você está...” Ela disse amavelmente, suas mãos pararam na barra de minha camisa.
“Hmm, eu me sinto ótimo!” Eu disse animado.
“Edward, só vou trocar de roupas e volto para limpar seu corte, ok?” Ela pediu, e deu passos rápidos para o banheiro. Nesse mesmo intervalo de tempo troquei minhas roupas.


Hoje Bella tinha roupas diferentes. Um short de lavagem clara e desfiado, e, inapropriadamente, curto. A regata era verde e o decote deixava seu colo convidativo.
Nós estávamos quase iguais, eu tinha uma bermuda também jeans e uma camisa pólo.
“Hmm, é melhor limparmos isso no banheiro, não é?” Ela ofertou e me encaminhou para o banheiro.
“Eu sempre tive medo de me suturarem!” Bella disse enquanto limpava o corte, infelizmente ela tinha as pernas quase entre as minhas.
“Nem dói tanto, eu sou um pouco costurado!” Falei lembrando as diversas cicatrizes que eu tinha.
“Abaixe a cabeça, por favor?” Ela pediu subindo o seu rosto.

Fiz o que ela pediu, e inevitavelmente nossos rostos ficaram próximos demais. Seus olhos fuzilaram os meus. Os instantes que se seguiram foram puramente estranhos. Ela me olhava e eu a olhava, era engraçado ver seus olhos ora em meus olhos, ora em minha boca. Eu sabia que as minhas reações eram idênticas.

Era só impressão, ou estava rolando um puta clima aqui?
Bella pigarreou e corou.
“Hmm, acho que já está bom!”
Eu ainda estava desconcertado com que tinha acontecido, falar alguma coisa descente era humanamente impossível.
“Uh, claro!” Disse por fim.


“Bella?” Chamei depois que ela colocou um pouco de creme de açaí em minha boca. “Tome café comigo? Pode pegar o que quiser!” Pedi envergonhado, era horrível sempre comer sozinho.
“Não estou com muita fome...” Ela lambeu o resto do creme que estava na colher. “Eu não gosto muito de açaí!” Bella tinha um sorriso engraçado no rosto.
Eu tive que rir de sua atitude.
“Você não tem muitas bactérias em sua boca, tem?” Perguntei também sorrindo.
Ela corou fortemente, Bella olhou para a colher e depois para mim.
“Céus! Eu não queria ser tão sem educação assim, vou pegar outra colher, ok?”
“Bella, não se preocupe, eu não ligo para essas coisas!” Falei e a vi ficar menos envergonhada.
“Você deve estar me achando a pessoa mais nojenta do mundo!” Isabella disse olhando para baixo, ela se preocupava com muito pouco.
“Bella, isso não é nojento! Você só comeu na minha colher, qual é o problema?” Perguntei.
“Uh, ok então, sem discussões, lembra?” Ela lembrou rindo sem jeito.



“Deve ser chato fazer isso o dia inteiro...” Falei enquanto observava Bella digitando sem parar em seu computador, ela parecia entediada.
“Eu te digo que é. Já estou quase terminando!” Bella disse sem tirar os olhos da tela, minutos depois ela minimizou a página e buscou um copo de água.
O papel de parede me chamou atenção. Era Bella com uma mulher e um homem, todos sorriam em harmonia. No fundo da imagem havia um oceano incrivelmente azul, as ondas pareciam furiosas no dia.
“Bella, são seus pais?” Perguntei assim que ela voltou da cozinha.
Ela olhou para a tela e sorriu com afeto.
“São sim, Charlie e Renée!”
“Você se parece com sua mãe!” Falei quase por reflexo, as duas tinham traços bem similares. Na foto, Bella estava dourada de tão bronzeada que estava, o biquíni azul ficava bem em sua pele.
“É o que todos diziam!” Ela simplesmente falou.
“Vocês estavam em qual praia?” Perguntei.
“Havaí, já faz uns três anos!” Ela me respondeu com ar nostálgico.
“Você tinha dezoito, certo? Seu namorado não foi com você?” Minha pergunta não tinha sido previamente arquitetada, mas não sei por que mencionei Sebastian nela.
“Uh, nós não estávamos juntos quando eu viajei...” Ela respondeu evasivamente.

No mesmo instante quis ver uma foto de Sebastian, saber se ele tinha mudado, ou se permanecia com os mesmos traços.
“Não tem nenhuma foto dele?”
“Não!” Foi seco e frio.
“Vocês sempre terminavam e voltavam?” Perguntei com cautela, eu precisava de todos os detalhes.
“Isso é comum de um namoro, e nós nunca fomos um típico casal de namorados...” Bella disse e voltou a trabalhar nas teclas.
“Não entendi...” Falei e pedi mentalmente para que ela me desse mais detalhes.
“Cinema, ficar abraçados no sofá dos meus pais, sorvete no domingo... Essas coisas...” O tom de Isabella beirava a tristeza.
“Teve traição?” Perguntei, pois o único motivo que eu conseguia pensar para aquela carta e para aquele pedido de Sebastian era essa circunstância.
“Inúmeras!” Ela disse e me olhou de soslaio.
Ela não tinha vergonha de falar aquilo, não?
Controlei minhas reações, eu não poderia explodir naquele momento.
“Por isso que ele terminou com você, por causa de suas traições?”
Ela me olhou e piscou algumas vezes, meio estupefata.
“Edward, eu nunca trai! Eu não desrespeitaria alguém desse jeito!” Bella estava completamente ultrajada com meu comentário.
“Era ele quem te traia então?” Falei o óbvio. Eu já tinha traído, enganado, mantido não seiquantos rolos, mas eu nunca tinha jurado fidelidade a ninguém, isso é típico de um namoro, não é?
Ela se remexeu desconfortavelmente no sofá, Bella buscava as palavras.
“Era nojento!”
Nojento?
Aquela linha não me lavaria a lugar nenhum, eu sabia que tinha muita coisa por trás.
“Uh, seus pais falecerem tem tempo?” Ainda era um assunto tenso, mas ainda assim melhor que o primeiro.
Ela olhou triste, seus olhos buscaram os meus.
“Foi logo depois da viagem...”
“Acidente?” Coloquei vagamente.
“Assassinato!” Seu tom fora desconhecido, talvez amargurado.
A informação me pegou desprevenido, eu não conseguia imaginar perder meus pais, ainda mais pelas mãos de qualquer pessoa. Eu iria ao inferno para matá-la também.
“Eu realmente sinto muito!” Falei sincero, pedi para que ela acreditasse em mim.
“O tempo é solidário às vezes!” Bella disse simplesmente.



“Sopa de legumes está bom para você?” Bella perguntou da porta do quarto.
“Claro!” Falei sem vontade, a comida de Bella era maravilhosa, mas tomar sopa já estava me irritando.
“Você come qualquer legume?” Ela perguntou ainda com tom calmo.
“Só não coloque beterraba!” Eu simplesmente odiava aquilo cozido.


“Acho que está muito quente!” Bella disse olhando a fumacinha que saía do prato.
“O que eu ganho se eu tomar isso fumegante?” Perguntei presunçoso.
“Nada?” Ela disse sorrindo. “Uma língua queimada, talvez!”
“Engraçadinha, você!” Falei, minutos depois ela me deu um pouco da sopa. Deliciosamentegostosa.
“Hmm, você gosta de doce, Edward?” Bella perguntou depois de me alimentar.
“Uh, gosto! Não sou fanático, mas gosto sim!” Respondi prontamente, ela me devolveu um sorriso aberto.
“Bom, eu sou completamente alucinada com doce, talvez eu faça um bolo pra gente!” Bella disse um pouquinho corada. Um celular chamando tirou nossa atenção.
“É o meu, espere só um instante!” Bella saiu da mesa e entrou em meu quarto.
Longos minutos se passaram até que Isabella saiu com um semblante completamente feliz, eu poderia acreditar que ela estava infeliz antes.
“Uh, Alice e Jasper chegam no final da semana!” Ela disse enérgica e radiante.
“Isso é ótimo! Você sente bastante falta de Alice ein?” Falei vagamente.
“Oh sim, está me matando ficar sem ela!” Bella só faltava quicar de tanta felicidade.
“Ela gosta muito de você, pode ter certeza!” Lembrei-me de quando ela me ameaçou de morte, naquele dia eu realmente tive medo de morrer.
Bella sorriu envergonhada.
“Uh, Alice tinha um bom ritual de morte, incluía fogo, facas, substâncias inflamáveis...”
“Sério, garota, eu devo minha vida a você! Obrigado por ter aparecido!” Falei brincando, ela tinha mesmo humor que o meu.
“Agradeça à Emmett!” Ela disse e acomodou de novo na mesa.
“Você vai sair com ele amanhã, não vai?” Perguntei com displicência. Eu tinha certeza que os dois tinham alguma coisa.
“Pois é, Emmett é muito engraçado, ele não quer sair sozinho com Rose!” Ela disse sorrindo e tirando as louças da mesa.

Alguém me explique, por favor?
“Quem é Rose?” Perguntei curioso. Bella sorriu um pouquinho.
“Rosalie Hale, da TV, aquele programa que passa à noite...”
“O quê?” Eu não poderia acreditar que Emmett estava saindo com Rosalie Hale, o que ela tinha na cabeça?
“Eu juro, eu estava lá, e foi amor a primeira vista!” Isabella disse com as bochechas rosa e um sorriso fofinho.
Claro, claro. Amor a primeira vista? Sei!
“Então vocês três vão sair amanhã?” Perguntei novamente, ela tinha quer perceber que eu não poderia ficar sozinho.
“É isso, mas não se preocupe, vamos à noite e como você dorme cedo acho que não teria problema, não tem, né?” Ela perguntou rápido demais.
“Claro que não, espero que você se divirta!” Falei seco demais, ela me olhou um pouco surpresa, mas não disse nada.

O meu humor se esvaiu aos poucos, saber que Isabella iria realmente sair amanhã tinha me deixado, hmm, talvez ranzinza. Eu não queria conversa, eu não queria nada.
“Edward?” Bella chamou da cozinha. “Quer comer alguma coisa?”
“Não, obrigado!” Falei simplesmente.
Não demorou para ela voltar com morangos picados num prato, tinha leite condensado por cima.
“Você realmente não quer?” Era tentador.
“Não, obrigado mesmo!”
“Você está estranho, eu disse alguma errada?” Ela perguntou sem graça, seus olhos estavam aflitos.
“Hmm, não é nada com você, ok? É sobre mim, não precisa se preocupar!” Falei sem inflexão.
“Uh, tudo bem, qualquer coisa converse comigo, se quiser!” Ela deixou a sugestão e sentou-se no outro sofá.


Bella focou na paisagem vista da janela, Nova Iorque era uma cidade bonita. Ela comia os morangos com vontade, sua concentração estava toda no prato então eu podia me perder em seu rosto. Eu gostava de como sua pele alva contrastava com o verde da camisa, gostava principalmente de ver o vão de seus seios quando ela se abaixava um pouco, e era quase enlouquecedor ver suas coxas tão amostra. A imagem daquelas coxas em volta do meu quadril me deixou atordoado.

“Edward, você me escutou?” Bella perguntou um pouco mais alto.
“Hãn, o que você disse?” Voltei rapidamente para a realidade. Bella me olhava com certo divertimento.
“Ei, você viajou! Só estava perguntando qual bolo é seu preferido!” Ela sorriu de canto a canto no final.

Aquela menina tinha efeitos surpreendentes sobre mim, sabe aquela coisa de não conseguir para de olhar? Pois bem, eu não conseguia para de olhá-la. Eu estava paralisado e focado apenas na imagem que eu tinha na minha frente. Bella no meu sofá, comendo morangos com leite condensado, e com uma roupa estranhamente sexy. A colher estava parada no alto e seus olhos fixos nos meus. Eu já tinha comentado de seu sorriso? Não? Ele era encantador.

“Chocolate!” Eu disse com a boca seca. Eu não gostava muito de chocolate, eu gostava do fato dos olhos dela serem da cor de chocolate.
“Sério? Eu também gosto!” Ela disse animada.
Eu não podia acreditar que meu corpo traidor estava contra mim, o calor na minha virilha aumentou consideravelmente, e eu não podia acreditar que Isabella Swan estava me dando uma ereção.
Ela estava absorta demais para perceber qualquer coisa, cruzei minhas pernas e joguei uma almofada. Eu precisava de todos os subterfúgios para disfarçar a protuberância que tinha se instalado no meio de minhas pernas. Não demorou muito para eu sentir minhas bolas doerem. Eu só precisava de fricção, era pedir muito?
Fugir para o lavabo seria muito suspeito?
“Edward? Você está passando mal? Você está vermelho!” Bella veio para perto de mim e tocou meu ombro não machucado. O toque e o cheiro bom não ajudaram em nada.
“Bella.” Minha voz saiu um pouco rouca. “Eu estou ótimo, tem como trazer um copo de águabem gelada?” Pedi com minha voz entrecortada.
Eu só precisava pensar em coisas broxantes e tudo estaria resolvido, era fácil.
Deixei minha mente vaguear para qualquer coisa, e antes que Bella voltasse com o copo senti a excitação se dissipando. Obrigado, bom Deus!
O copo de água só serviu para trazer tudo para a normalidade. Talvez eu não chamasse aquela situação de normal, pelo menos, ela não parecia normal.


“Acho que vai fazer calor essa noite, só um lençol basta!” Bella disse enquanto arrumava os travesseiros na cama. Nos dois já estávamos prontos para dormir.
Ela me deitou primeiro, me acomodou entre os travesseiros e depois deu a volta na cama e se deitou.
“Boa noite, Edward!” Ela desejou baixinho.
“Boa noite Bella!” Falei igualmente baixo.
Alguns segundos se passaram até eu senti alguma coisa gelada perto de meus pés. Eram os pés de Isabella, frios como gelo.
“Bella, você sofre de Raynaud**?” Perguntei encostando meu pé no dela.
“Que diabos é isso?” Ela perguntou sonolenta.
Eu quase ri com sua falta de modos.
“Seus pés são tão frios, pode ser doença, sabia?”
Ela riu baixinho, seu rosto estava de frente para o meu.
Eles sempre foram assim, minhas mãos também, sinta!” Delicadamente ela tocou minha mão, não eram tão geladas quanto seus pés, mas ainda sim eram geladas.
Sem permissão, meu dedão subiu até o calcanhar de Isabella, era lisinho e delicado. Ela apenas abriu os olhos. Meu pé ficou ali por alguns instantes imóvel, e também sem minha autorização, ele subiu até sua panturrilha. Eu aplicava uma pressão quase desprezível.

Eu não sabia exatamente o que eu estava fazendo, mas eu sabia que eu queria fazer.
“Mmm.” Ouvi Bella dizendo baixinho em deleite, suas bochechas estavam cheias de rubor.
“Está corada por quê?” Perguntei e parei com meu pé no meio de sua canela, eu queria subir mais.
“Eu não sei exatamente o que você está fazendo comigo, não sei se é certo...” Ela disse baixo e envergonhada.
Soltei uma lufada de ar, sem saber o que responder.
“É carinho!” Falei e voltei a movimentar meu pé em sua perna.
Ela me olhou por um longo instante antes de falar.
“Isso é bom, é novo!”
“Ninguém nunca fez isso com você?” Perguntei com medo da resposta.
“Hmm, eu nunca fui acarinhada desse jeito...” Bella disse me encarando, sua voz era um misto de decepção e vontade.

Não era o momento, mas eu sabia que eu demoraria a ter uma oportunidade como essa.
“Uh, você e seu namorado não eram muito íntimos, vocês não foram muito longe?” Apliquei um pouco mais de pressão em sua panturrilha, quase imperceptivelmente, Bella moveu para o meu lado. Ela estava com sono, seus movimentos eram letárgicos.
“Uh?” Ela perguntou depois de bocejar.
“Sexo, Bella! Até onde você foi?” Odiava ser tão explícito.
“Eu não quero que você saiba, você vai ter nojo de mim...” Bella disse sussurrando, ela afundou a cabeça entre nossos travesseiros.
Desci com meu pé para brincar com seus dedos, era quase uma guerrinha, eu estava ganhando todas contra os dedos dela.
“Eu não teria nojo de você, pode me contar se quiser!”
“Eu nunca tive boas experiências!” Ela disse sem me olhar, eu sabia que ela estava com vergonha.
“Só um parceiro?” Perguntei e voltei para atenção para meus pés nos dela.
“Uhum!” Ela disse com sinceridade. Apenas com meu irmão então! A descoberta me causou uma pequena volta no estômago.

“Não era bom para você?” Perguntei com a mesma naturalidade com que se perguntam as horas.
“Não!” Bella respondeu fracamente, seu pé bateu no meu delicadamente, me causando um sorriso.
Eu sabia que qualquer coisa entre um homem e uma mulher era gostoso, mas tinha coisas que requeriam não apenas carinho, mas sim cuidado também.
“Doía, Bella?” Falei perto de seu rosto, ela abriu os olhos devagar, eles estavam completamente tristes.
“Muito!” Saiu num fio de voz, algumas lágrimas se acumularam nos cantos de seus olhos.
“Não chore, ok? Vamos dormir?” Falei, minha vontade era secar as lágrimas, mas contive minha mãos.
Ela voltou para seu lugar original, meu pé ainda estava em sua panturrilha, coloquei um pouco mais de pressão e subi até a parte de trás de seu joelho.
“Boa noite!”
“Mmm.” Bella disse sorrindo. “Boa noite, e não pare com o que você está fazendo!” Ela pediu antes de fechar os olhos. Ela dormiu logo depois.

O meu sono demorou para vir, eu olhava para Isabella sem saber o que pensar, como ela podia ter esses efeitos sobre mim?
Isabella moveu um pouquinho na cama, seu rosto se contorceu em dor, era dor por causa da costela.
Sem saber se era o correto, girei meu corpo e subi a camisa de bichinhos. A pele era incrivelmente clara, o umbigo, uma graça. Subi até deixar expostas suas costelas, a imagem que eu vi quase me fez chorar. Não era um simples hematoma, estava roxo e com um pequeno edema. Ela estava sentido dor, muita dor.
Tracei com as pontas dos dedos o roxo que estava ali, eu daria tudo para tirá-lo.
“Desculpe?” Pedi baixo, porém, sincero.




*Swan em tradução livre significa cisne, apenas uma brincadeirinha mesmo!

** Doença caracterizada, principalmente, por extremidades frias e arroxeadas. Ocorre quando há mudança de temperaturas, ou quando o individuo é acometido por alguma situação de estresse.



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