
Autora(o): Rutinha
Contato: Nyah! Twitter @ruhh_kirstyn_RK
Gênero: Darkfic, Drama, Fantasia, Mistério, Romance
Censura: +13
Categorias: Saga Crepúsculo
Salvação Do Halloween
MÚSICA DA ONE-SHOT: The Fantasy - 30 Seconds To Mars
Uma garota órfã e além de tudo, triste. Isabella Marie Volturi vivia em uma casa na pacata e velha Forks, uma cidade esquecida, com apenas três mil habitantes. Após a perda de seus pais ainda muito jovem, Isabella fora morar com a velha vizinha e colega de seus pais, porém a mesma faleceu quando a garota completara dezesseis anos de idade e agora, tinha que cuidar de si completamente sozinha, trabalhando para poder se sustentar e claro, estudar para quem sabe, conseguir subir na vida, e que vida.
Isabella nunca teve realmente uma família, pois quando tinha, fora arrancado de si com muita brutalidade. A falecida Bianca Steel, não era uma senhora muito amável, mas criou a garota com muita responsabilidade, deixando dinheiro e casa.
Halloween, época de jovens se fantasiarem e saírem de suas casas para pedir doces ou simplesmente assustarem e irem para baladas da cidade. Isabella nunca participou de qualquer festa, pois além de Bianca dizer que era perigosa e boba Isabella nunca teve realmente a oportunidade. Sempre fora da escola para casa e de casa para a escola, nem mesmo sair para o mercado ela saia. Mas porque queria, pois não gostava muito de ser sociável, perder mais alguém já seria a ida de sua alma.
Estórias são contadas, fazendo com que todos da pacata cidade acreditassem, mas nem todos acreditavam nas tais estórias, principalmente Bella, que acha isso uma gozação com sua inteligência.
Sentada na varanda da pequena e velha casa, Isabella observava crianças andarem pela rua, animadas e barulhentas. Suspirou cansada da mesma visão, só que mais animada.
– Como está Ben? Gostando desse tempo? - Isabella perguntou para o gato, sua única companhia, agradece por Bianca ter cuidado bem de Ben, pois se não fosse ele, ela estaria mais sozinha do que se sente. O gato de pelos pretos e olhos grandes e azuis gostava de Isabella, mas existem segredos que Isabella nunca desconfiara ser verdade.
O gato miou e esfregou o robusto corpinho nas pernas de Isabella, que vestia um leve vestido de pano roxo. Sorriu, abaixando-se e pegando o gato no colo.
– Sabe... Sei que a Bianca dizia ser bobo esse feriado, mas eu gostaria de participar de um, pelo menos uma vez na minha vida... O que acha? - Perguntou para o gato, que lambeu sua própria pata, parecendo indiferente para o assunto que ela puxara. - Está me ignorando?
O gato encarou-a e no mesmo instante, os pelos de Isabella eriçaram-se a fazendo franzir o cenho. Os olhos azuis do gato a fitavam intensamente e Isabella arfou, deixando o gato escorregar por seus braços, caindo no chão, gritando alto.
– Desculpa Ben! - Isabella tentava controlar a respiração, enquanto se levantava, vendo o gato mostrar os caninos pontudos e sentar-se no chão, lambendo a pata novamente. - O que estou fazendo? Conversando com um gato?! Que é um mimado! - Resmungou, entrando na casa, ignorando o gato que a seguia.
Isabella adentrou em seu pequenino quarto e fechou a porta, antes que o Ben entrasse e fizesse uma bagunça ali dentro. Suspirou e deitou-se em sua cama, fechando os belos e grandes olhos verdes. O que fora aquilo? Por que sentiu aquilo? É somente o Ben, o gato que a faz companhia desde que veio morar com a senhora Steels.
Revirou-se na cama, ficando de bruços e abriu levemente os olhos, escutando as risadas das crianças e mulheres berrando para elas se aquietarem, não ajudando com a decoração. Isabella lembrou-se da voz de sua mãe, quando cantarolava para ela dormir.
Não percebendo que a noite já chegara e que o Halloween realmente estava vindo novamente, Isabella bocejou, sentando-se na cama. O quarto escuro estava da mesma forma que antes, mas algo faltava... Ela sentia.
Seu estômago roncou e ela abriu a porta de seu quarto, notando que Ben não a esperava ali, como sempre fazia. Caminhou pelo corredorzinho e foi para a cozinha, bebericando um copo d'água e um pacote de biscoito. Precisava fazer feira.
Olhou para o relógio e já eram oito e meia da noite. Fogos e berros foram ouvidos. Mas somente do lado de fora, pois Isabella sentia-se... Completamente sozinha. Deixou o pacote e o copo de lado e foi procurar Ben.
Procurou, procurou e procurou e nada achou, apenas um pequeno caderninho preto, escondido num piso falso da sala, próximo ao raque.
– Vamos ver o que é isso... - Mas antes de poder abrir o caderno, ouviu batidas em sua porta. Assustou-se, soltando um agudo grito. Correu até a porta, encontrando crianças fantasiadas e um homem, já de idade atrás deles, sorrindo.
– Doces ou travessuras, moça! - As crianças gritaram em uma só voz, rindo em seguida ao notar o rosto pálido de Isabella.
– Ahn... Claro, claro... - Sorriu, ainda escutando seu coração nos ouvidos! Correu rapidamente até a cozinha e pegou o único e abandonado pacote de balas de mel, e entregou para as crianças, que agradeceram e saíram em direção à outra casa. Isabella sorriu, sentindo-se animada. Ouviu uma batida de leve dentro da casa e franziu o cenho, sentindo todos os seus pelos eriçarem novamente. O que seria aquilo? Não era medrosa, mas hoje é Halloween.
Sorriu bobamente, se sentindo uma fraca por pensar assim. Sempre foi forte, nada a abalava - não mais que a lembrança de seus pais e de Bianca -, então não precisava estar sentindo isso, esse sentimento tão conhecido em seu peito... Tão conhecido que a deixou mais antissocial que antes. Se duvidar, as pessoas ainda acreditam que ela é nova na cidade, pois nunca haviam a visto antes.
Caminhou pela sala e notou que onde tinha botado o caderno - em cima do sofá de tecido desgastado -, não se encontrava mais ali. Sua pulsação acelerou como antes, podendo ouvir as batidas descompensadas de seu coração. Engoliu em seco.
Acendeu as luzes da casa e mais fogos foram soltos. Isso a lembrou uma das estórias que Bianca lhe contava...
" – Tinha um garoto de vinte anos, Alemão... Ele veio passear pelas redondezas de Forks, pois achou a cidade no mapa e decidiu vir visitá-la... Ele era bastante rico...
– Era? - A voz infantil de Isabella soou entre as paredes do quarto da pequena. Bianca fez carranca, por ser interrompida em sua estória preferida.
– Sim, deixe-me continuar Bella. - Repreendeu. - Continuando... Esse garoto, ele não acreditava em magias... Mas como todo mundo sabe, Forks é a cidade das bruxas, onde as magias são as mais poderosas e duradouras... E às vezes, sem cura. - Sussurrava cada palavra, Bella sentia um tremor em seu corpo.
– O que aconteceu com ele? - Perguntou com a voz trêmula.
– Ele desobedeceu às regras de uma bruxa, dizem que ela o transformou em gato e quando ele achasse a verdadeira dona dele, ele deixaria de ser um simples gato e voltaria a viver como homem... Mas dizem que já se passaram anos e anos, e o garoto não achou sua dona... A sua salvação... Mas existiam dias em que ele poderia sair como homem e procurar sua dona. - Avisou a senhora, ajeitando-se na cama, deixando Bella a abraçá-la mais apertado, o que a deixou desconfortável, já que não tinha esse contato com ninguém.
– Mas... Como ele ia saber que era a dona dele?
– A bruxa lhe informou que sua dona nasceria ou era de Forks, não deu certeza ao coitado, que só fez esperar por mais respostas, mas a bruxa sumiu e nunca mais voltou... E o único dia que ele poderia transformar-se em homem... Era no feriado de Halloween, então ele só podia se transformar uma vez por ano...
– Mas então é h-hoje?
– Olha que coincidência... Mas é somente uma estória querida, não acredite nisso... Agora durma, está tarde... Amanhã é outro dia... “
Isabella se recompôs e sentiu pequenas gotículas de lágrimas crescerem em seus olhos, mas logo as enxugou, voltando a preocupar-se com Ben... Ignorando as batidas em sua porta, pois já não tinha mais o que dar para as crianças.
Quase três horas depois, Isabella estava deitada no sofá, com todas as luzes acesas, menos as dos quartos do corredor, pois não era preciso. Continuou a relembrar dos momentos bons que viveu, dos momentos em que foi amada por alguém e reconhecida. Chorou um pouco, mas decidiu deixar tudo para lá... Não precisava sofrer ainda mais. As barulheiras já haviam cessado um pouco e os fogos estavam cada vez mais longes... Indo com certeza, em direção a Vancouver ou Seattle.
Uma batidinha soou na casa e Isabella estremeceu.
– Mas que merda é essa... Ben é você seu filho da mãe? - Gritou, repreendendo-se por deixar sua voz falhar. Novamente a batidinha soou, deixando uma Isabella medrosa para uma Isabella irritada. - Nem invente de me assustar seu danado!
Novamente e novamente, as batidinhas estavam ficando mais audíveis e Isabella já sabia de onde vinham as batidinhas. Foi em direção ao corredor um pouco iluminado e viu a porta de seu quarto entre aberta. Sentiu vontade de correr, chorar, gritar... Mas nada fez, pois algo a puxava, e era bem mais forte que qualquer reação que ela poderia ter.
Caminhava com passos desconcertantes e com um impulso que tirou de não sabe onde, empurrou a porta com as mãos trêmulas. Os olhos arregalaram-se, o coração acelerou-se e sua alma pareceu deixar seu corpo em um segundo e voltar novamente, para depois ela soltar um grito agudo, muito agudo.
– Não grite... Por favor, já tenho que aturar seus gritos diariamente... Porque você hein, se assusta com tudo. - O homem de cabelos cor de bronze, olhos azuis e com as pernas longas cruzadas, estava sentado em sua cama, com o caderno preto nas mãos e com roupas elegantes. E ele tinha um sotaque estranho.
– Q-q-q-quem é você? - Arfou, querendo correr, mas seus pés pareciam presos ao piso. Seu coração parecia querer sair pela sua boca. Quem era ele?! Que ousado!
– Sou Edward Cullen, mas pode me chamar de Ben... Não, melhor Edward... Ben é um nome tão idiota. Não sei por que Bianca cismava com esse nome... Mas já tive piores, acredite. - O homem levantou-se e Isabella arfou, olhando-o de cima a baixo.
– C-como... Entrou aqui? - Gaguejou.
– Isabella Marie Volturi... Minha bela e corajosa menina... Demorei tanto para te achar... Sempre a tiraram de mim, mas não permitirei agora... Não hoje! - Resmungou Edward com frustração, caminhando em passos calculados para perto de Bella, que se sentia ainda mais presa àquela energia que a puxava para perto do estranho, mas nem tanto assim. Será que... Será... Não, não é possível. Bianca disse que era uma estória, não é real. Isabella repetia para si mesma, mas seus pensamentos foram bloqueados quando o homem tocou, com as pontas dos dedos, em suas bochechas pálidas... Que agora ardia, a deixando vermelha.
– N-não... I-sso... Não é real... É uma estória... - Sussurrou perdida nos mares dos olhos daquele homem, do Edward Cullen.
– Creio que Bianca lhe contou a minha estória... Então não preciso lhe explicar novamente...
– Novamente? - Perguntou, ainda admirando os olhos do homem, que cismava em afagar lhe as bochechas quentes.
– Sim... Ah, doce Isabella... Já lhe encontrei tantas vezes, mas você sempre era raptada e morta, antes de selarmos a nossa vida amorosa, a minha salvação... Não falo de fazer amor, mas sim de poder ser aceito como seu... - Afastou-se, deixando uma Bella e frustrada para trás, ainda parada à porta.
– C-como assim? Bianca disse que... Só existia uma dona.
– Reencarnação... Creio que as maiorias das pessoas não acreditam nisso, mas a realidade é dura, sabe...
– Você se comporta igual ao Ben... Todo indiferente. - Afirmou de repente. Mas não se moveu de seu lugar, ainda parecia surreal. Poderia eu estar sonhando com tudo isso? Mas eu senti seus dedos em minha pele... A pele que agora está formigando e mais quente.
– Eu sou o Ben, mas só durei... Assim, com a Bianca... Nove anos. Logo quando você apareceu aqui... Eu sabia que era você, eu sentia a nossa ligação... Mesmo em corpo de um animal. - Informou Edward, admirando o rosto jovem de Isabella, sua doce e pequena Isabella.
– Mas... Estou sonhando, só pode. Isso não está acontecendo... Não é real... - Edward a interrompeu, indo até ela novamente, parando próximo demais de Isabella.
– Abrace-me... Vamos, sinta... Sou de carne e osso... Sou real, assim como você e todo mundo. Preciso que comprove Bells... - Isabella sentiu lágrimas brotarem em seus olhos e como um flash, imagens de Edward vieram em sua cabeça... 1800, 1860, 1900, 1915... Todas as datas, horas, lugares... Beijos... Tudo veio à tona em sua mente... O sabor dos lábios de Edward, seu toque delicado, seus cabelos cor de bronze, suas roupas elegantes - mas não tão modernas -, seus olhos azuis... Ali estava a confirmação de que tudo era real, de que ela realmente viveu... Muitos anos para chegar até aqui, com essa nova Bella, para esse novo mundo moderno.
– Edward... - Murmurou, lembrando-se de quantas vezes já murmurou este nome e sempre quando o via em seu quarto, após se transformar de gato para homem.
– Sim, sim, sim... Minha doce Isabella estou aqui... Novamente! Não irei falhar desta vez... Não agora, não depois de sofrer por todos esses anos, por continuar preso a tudo que vivi sem você... - E logo após essas suas lamurias de amor, Edward abraçava o magro e pequeno corpo de Bella, que correspondeu com intensidade.
– Edward... Edward! Parece que... Sempre faltou algo dentro de mim, que finalmente fora completado... - Murmurou, abraçando-se ainda mais forte ao homem.
– Precisamos achar Jane Masen... A bruxa que me transformou num gato por pura brincadeira... - Edward falava, enquanto puxava Isabella pela mão.
– Bianca disse que...
– Não acredite totalmente nas estórias que diziam e dizem, eles sempre inventam mais que o realmente dito... - Edward continuava a puxá-la, mas antes de abrir a porta da casa, Isabella estacou, surpreendendo Edward.
– Mas... Eu não sei nada... Por mais que venham as imagens de nós dois, eu não sei nada o que está acontecendo... Realmente, claramente... Preciso... Respirar, Edward, Ben, Smuff, Flynn, Pretinho, Peludo, Bola de pelo... - Dizia os nomes que apareciam em sua mente, no qual ela pronunciava para chamar o gato preto, idêntico a Ben... Apenas mais uma confirmação.
– Eu sei anjo... Mas... Meu tempo está passando! Jane disse que se eu encontrasse a minha Dona e ela estivesse com dezesseis anos, finalmente... Eu poderia ir para o morro dos Flyngtons, ela está nos esperando... Precisamos de sua confirmação, precisamos me libertar... Para eu poder viver normal novamente... Para nós podermos viver nossa vida, nossas antigas promessas... Nossas novas promessas! - Edward pedia, implorava, segurando o rosto de Bella com as enormes e pálidas mãos. Isabella sentiu uma energia a puxar, e só notou que o estava beijando, quando algo cutucou seus lábios. A língua de Edward.
Nunca fora beijada, nunca teve contato com um garoto antes... Nem mesmo uma conversa e de repente está beijando um! Mas ele não é qualquer um, ele é o prometido... E eu sou sua salvação para a sua forma humana.
– Preciso da minha humanidade de volta Bella... - Sussurrou após afastar-se para respirar, notando os lábios inchados da inexperiente Isabella.
Passou anos e anos na procura de sua verdadeira dona, em todo Halloween, procurava por ela em sua forma de homem... Mas nada, nada... Nem mesmo uma suspeita. Até o ano de 1800, quando uma linda e doce jovem adentrou na casa de sua ex dona, Esme McCarty. Ela era perfeita, diva... E a conexão fora feita, quando as pequenas mãos da jovem o enrolaram e o pôs nos braços quentinhos por causa das grandes mangas do vestido arcaico. A conexão de sua dona, como Jane o avisara. Nunca acreditou em magias, mas depois de não seguir as regras estabelecidas pelas bruxas do covil Masen, que se você não acredita em bruxas e passa da marca de Brenwich, você está condenado a ser castigado por uma bruxa escolhida. Jane fora a escolhida, que só queria apenas brincar, mas aquilo não era uma brincadeira... Era um castigo, e que está sendo pago há anos.
– Tudo bem... Tudo bem! - Sorriu e notou que ele ainda andava com o caderno. - Eu o achei e...
– Quando eu vi que estava prestes a abrir o meu diário, tive a sorte de ter aquelas crianças para distraí-la... Não posso ser descoberto antes que me veja em seu quarto, onde sempre aconteceu o nosso primeiro encontro com minha forma de homem... Não posso quebrar essa parte do feitiço. Precisamos ir, quando a luz do sol voltar... Só poderei voltar a forma humana ano que vem, e daqui para lá... Estarei correndo o risco de perdê-la novamente. - Edward explicava detalhadamente, deixando Isabella eufórica.
– Órfã, sozinha... Não importa o que aconteça Edward, eu vou estar aqui... Ajudando-te! - Sorriu e o casal saiu da casa, indo para o morro. Isabella perdeu as pessoas mais importantes da sua vida e agora descobrir que não estava sozinha durante esses tempos e sim com o amor de sua vida, não teria o porquê ter medo dele.
Após meia hora, o casal já estava no topo do morro. O vento frio e a umidade do solo lembravam o quanto Forks era realmente tedioso por ter sempre este tempo.
– Ora, ora, ora... Se não é Edward Cullen em pessoa. - Uma voz cortante surgiu atrás deles e Edward virou-se, com um sorriso irônico nos lábios, deu de ombros, indiferente.
– Jane Masen, é sempre bom revê-la... Mas agora trago minha dona... Isabella Marie Volturi, minha doce amada está comigo e não morta... - Sussurrou e Jane estreitou os olhos para Bella, que tremia levemente. Nunca viu mulher mais bela que essa.
– Sim, eu a senti desde que nasceu... Isso é ótimo para você, não é Edward? Finalmente conseguiu a ligação... A ligação dos dezesseis anos, a idade certa para se mostrar e trazê-la. - Jane sorria, ainda analisando Isabella com os olhos azuis feito piscina.
– Sim e quero acabar logo com isso, não nos atrase...
– Calma queridinho... Deixe-me falar com a garota destinada a sua salvação do Halloween... - Jane sorria, o sorriso causava arrepios em Isabella.
– Vamos logo! - Edward irritou-se, abraçando Isabella pelos ombros.
– Então... Deixe-me ouvir sua voz... - O sino tocou meia noite.
– Jane! Sabe que às três o sol já está quase aparecendo... - Edward rosnou.
– Calma Edward... Nós conseguiremos... - Bella sussurrou e Jane gargalhou.
– Que bela voz!
– Jane... Esperei anos e anos por esse momento, finalmente não estamos em conflito como os outros anos, minha Bells está segura... Agilize a cura desse feitiço!
– Não tem. - Jane disse simplesmente.
– C-como? - Edward falhou, arregalando os olhos.
– Isso mesmo... Tentei descobrir, mas não dá... Eu não achei a cura.
– Sua maldita!
– Desculpe-me Edward, ainda estou em aprendizado... Nenhuma bruxa nunca usou um feitiço forte como este...
– Não... Não... Não! Não quero me tornar um animal novamente! Eu quero viver ao lado de minha Isabella de forma normal! Não quero ser imortal... Não quero vê-la partir... Quero ter uma vida normal... Com uma bela casa, com filhos... Nossos filhos. - Edward chorava e Bella engoliu em seco.
– Como não há cura? Você o enfeitiçou... Você... Você deveria saber! - Bella falava chorosa.
– Não sei querida... Os tempos passaram e eu tenho piorado em meus feitiços... O Halloween é a única forma de ele viver na forma de homem... Desculpe. - Antes de sumir do nada, Jane piscou para Isabella, fazendo a mesma estreitar os olhos. Evaporou do nada. Deixando um Edward desesperado e uma Bella preocupada.
– Edward...
– Não anjo... Não! Eu te procurei por anos, te encontrei, te perdi e esperei novamente... E esperei para você completar dezesseis anos... Vi-te sofrendo com a perda dos seus pais, te vi sofrer pela perda de Bianca... Agora estou vendo seu sofrimento novamente... Por tudo isso acontecer... Tudo está arruinado... Não adiantou eu me manter em mistério, amor, salvação... Não adiantou nada... Estou te perdendo para a imortalidade de um feitiço... A imortalidade como um animal, como um gato... - Chorou mais, caindo de joelhos.
– Nem tudo está perdido Edward... Eu nunca, nunca imaginei poder ser a sua salvação, a reencarnação de outras Isabellas... Nunca pensei que poderia, agora, sentir isso... Meu coração acelerado por alguém... Edward, todo o sentimento que sentia por você antes... Veio à tona... Sofri sim, mas sou forte porque sei que há uma saída para a dor... Eu... Eu te amei, eu te amo e eu te amarei eternamente. - Declarou-se pela primeira vez em anos, pois nunca... Nenhuma Isabella tivera a chance de dizer tais palavras para Edward, que chorou feito uma criança.
– Preso na imortalidade... Não aguentarei viver sem você... - Isabella ajoelhou-se em sua frente, deixando o barro do morro melar seus joelhos nus por conta do vestido. Fogos bombearam o céu estrelado da madrugada... A madrugada que não era mais o Halloween, porém ainda a continuação da noite.
– Estarei presa a você sempre que reencarnar... Tenho certeza que a bruxa Masen irá te curar... - E assim, Isabella pressionou timidamente seus lábios nos de Edward, que a abraçou fortemente, beijando-a como nunca beijou... Com seus sentimentos à flor da pele.
Não sabiam a quanto tempo se acariciavam ali, mas um frecho de luz brilhou no céu... Já com a cidade silenciosa, com todos em suas casas após um Halloween alegre, mas nem para todos.
– Chegou a hora... Bella... Não quero isso... - Edward a apertou em seus braços, a aquecendo do frio.
– Lembre-se... Que eu vou te amar Edward, sempre... Acredite... Lembrarei-me de você ano que vem e no outro, no outro...
– Mas algo pode acontecer... Sempre acontece... - Sussurrou, inalando o maravilhoso cheiro de sua amada.
– Eu te amo. - Isabella disse simplesmente, antes de sentir Edward queimar sua pele. Estaria ele virando gato, agora? Virando Ben novamente?
Isabella sentiu as lágrimas escorrerem por seu rosto, mas estaria ansiosa para mais um Halloween, para que seu amado pudesse voltar e eles se amarem mais, com beijos e carinhos que Isabella já sentia tanta falta.
– Eu te amo... - Edward sussurrou, porém a quentura que sentia cessou, de repente do mesmo modo que chegara. Edward ainda sentia seus braços arrodear Isabella, o trêmulo corpo de Isabella. O que aconteceu? Após abrir os olhos, Isabella ainda estava ali, chorando em seus braços... Sussurrando que finalmente encontrou o amor de sua vida, que o amava. - Bella?
– Edward... - Sussurrou, assustando-se por ele falar tão surpreso. Afastou a cabeça o suficiente para olhá-lo nos olhos e um sorriso estava estampado em seu rosto. - O que...
– Eu... Eu já deveria estar em forma de animal... Bella... Eu...
– Você era hipócrita, ignorante, grosso, sem amor à vida, sem amor a ninguém. - A voz cortante de Jane de repente os preenchia, porém somente sua voz, não ela realmente. Edward e Bella assustaram-se, abraçando um ao outro com mais força. - Você desafiou o que era perigoso, pois era orgulhoso demais para não acreditar que magia realmente existia e existe. Anos e anos Edward Cullen, você fora enfeitiçado para aprender que sem amor, você não viveria por muito tempo. Isabella Marie Volturi veio para te salvar Edward Cullen. A Salvação Do Halloween que tanto esperou... A salvação da sua humanidade. Todos esses anos eu o venho acompanhando, sabe disso. Mudou, mudou para o melhor... E nada mais justo do que te entregar o que te pertence, uma vida... Que agora tem amor, mais do que tudo. Não se engane, nunca duvide de uma estória de Halloween. Nunca volte a ser como era antes, nunca deixe alguém ser assim. Sempre houve uma cura, você que não percebeu.
A voz silenciou, os deixando sozinhos novamente. Isabella arregalou os olhos, rindo e chorando ao mesmo tempo. Abraçaram-se, beijando apaixonadamente por longos e longos segundos, que poderiam ser... Apenas o começo de uma eternidade de puro amor e mudanças de espírito. Com lembranças de um passado feliz e triste e de um futuro esperado por todos.
A vida nos pregam peças, e com essas peças, nós aprendemos a viver do modo certo, pelo menos é isso o que as bruxas dizem.
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