22 julho 2014

FanFic: "Mamãe sem querer" - Capitulo 6


Adaptação Gabi156  
Gênero: Amizade, Drama, Ecchi, Hentai, Romance 
Censura: +15 
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos:  Nudez, Sexo

**Essa fanpic é uma adaptação do livro "Mamãe sem querer", da autora Kate Walker**

Capítulo 6


Ufa, parece que correu tudo bem! Esme Cullen sentou-se pesadamente numa cadeira e soltou um suspiro de alívio.
- Mais do que bem, mãe — observou Edward. — Acho que pode dizer que a tarde foi um sucesso total, simples e descomplicada. Fez um trabalho brilhante, Bella.
Isabella aproveitou o calor do raro sorriso de Edward e permitiu-se relaxar um pouco após a tensão que experimentara o dia todo. Estivera uma pilha de nervos desde que acordara, após um período de sono breve e insatisfatório. Aterrorizara-se com a responsabilidade de desempenhar o papel de senhora do castelo. Ainda sentia arrepios só de pensar. O problema agravara-se com a presença intimidadora da sogra.
Mas, no final, percebeu que preocupara-se indevidamente. Assim que entrou no vilarejo e viu tantos rostos familiares, em especial mães e crianças da escola, sentiu-se em casa. Ao receber um enorme buquê de flores dos aldeões, sentira lágrimas aos olhos. Todos demonstraram a alegria que sentiam por sua nova posição, deixando claro também o quanto significava que "uma das nossas" tivesse feito um casamento de conto de fadas.

- Sabíamos que Tanya não era a moça certa — confidenciou-lhe uma senhora. Edward, bem na direção da voz, não pudera deixar de ouvir. — Muito dona de si, arrogante.
Isabella não se atreveu a olhar para o marido, temendo sua reação ao comentário impertinente. Ficou surpresa quando ele veio para seu lado e murmurou:
- Você está indo muito bem, uma castelã nata.
O elogio causou o mesmo efeito que um vinho encorpado no espírito de Isabella. Seus olhos brilharam.
- Ajuda quando se conhece todo mundo.
- Está cansada, Bella? — perguntou-lhe Edward, trazendo-a para o presente, obviamente atribuindo seu estado de abstração ao cansaço. — Não fique aqui só por nossa causa.
- Oh, não, eu estou bem. Já tive dias mais longos na escola.
Ele parecia mais cansado do que ela, pensou. Recuperou uma idéia que tivera durante o dia, mas que, devido às atividades, não parara para considerar.

Mais cedo, no começo da tarde, Isabella afastara-se um pouco para assistir ao evento sem ser notada. Concentrava-se no corpo esguio e forte do marido, nos cabelos bronzes, no rosto talhado, no sorriso...
Aquele sorriso denunciara-o. Era o sorriso que classificava como social, aquele muito educado, que escondia seus sentimentos.

Olhando para o homem forte e capaz que era seu marido, Isabella forçou-se a refletir sobre os comentários dele sobre a insistência de seu pai quanto às responsabilidades que acompanhavam a posição social e imaginou se ele ainda achava estressante ser o centro das atenções.
Em consequencia, quando Edward entrelaçou suas mãos, não saberia dizer quem oferecia apoio a quem. Mas não questionou, simplesmente permitiu o contato, enquanto circulavam por entre as pessoas. Pela primeira vez, sentira-se como aquela personagem mística, a Sra. Edward Cullen, e durante o curto espaço de um dia permitiu-se viver a fantasia de que o relacionamento era algo real e sólido.
Agora, lembrando-se, sorriu ternamente para o homem que chamava a si mesmo de seu marido e lançou um olhar faminto ao corpo alto e forte, à calça preta e à camisa verde de algodão macio que possuía o mesmo tom esmeralda dos olhos.

- Eu me saí bem mesmo, não foi? Todo mundo parecia estar se divertindo.
- Parece que sim e você estava particularmente linda hoje.
Sem saber como aceitar o elogio, Isabella enrubesceu, e fixou o olhar na xícara de chá que Edward servia-lhe. Ele não se esquecera de que ela enjoava com o cheiro de café.
Oh, sabia que o vestido de veludo azul-escuro, com gola alta e saia levemente rodada, combinava com seu tipo moreno e disfarçava seu estado físico, que já começava a mudar. Não sabia se o comentário de Edward era genuíno, ou se tratava-se de outra farsa dele, dentro de sua política de fachada, para o casamento parecer ter se realizado por amor.
- Bem, você tem gosto apurado — murmurou ela, ciente de que o vestido e as jóias, uma correntinha e brincos combinando, eram parte do presente de Natal de Edward.
Ele fora quase obscenamente generoso para com ela. Levara quase a manhã toda para abrir a pilha de pacotes sob a árvore enorme no corredor. Além disso, providenciara um cartão de crédito com seu nome de casada, acrescentando que ela deveria adquirir um guarda-roupa completo para os meses que se seguiriam.
A princípio, Isabella quis recusar, declarar que as roupas que possuía eram perfeitamente adequadas, mas a percepção que as peças começavam a ficar justas, acrescentado ao desejo de parecer bem ao lado de Edward, fez com que corresse às lojas.

- E não ficou contente por tê-lo persuadido a trocar aquele terno por algo mais casual?
Edward assentiu, o sorriso similar ao que haviam trocado na festa quando a proximidade entre eles parecera grande.
- Você estava certa sobre tentar uma nova abordagem — comentou ele, tranqüilo. — Um pouco menos de formalidade certamente aliviou o ambiente. Acho que nunca me diverti tanto nessa festa antes.
Isabella sentiu um alívio no coração com a declaração e a sensação de alegria predominou em seu ser.
- Faremos você fazer o papel de Papai Noel no ano que vem. — Ela riu, mas sua tentativa de humor não teve graça.
Edward franziu o cenho, lembrando-a de que não havia garantia nenhuma de que ela estaria ali no ano seguinte.

No próximo mês de dezembro, o filho deles já teria quase cinco meses. Ela teria servido ao propósito como provedora do herdeiro e, dessa forma, por que Edward iria querê-la por ali? Ou a determinação dele em provar que o relacionamento deles era verdadeiro implicava que haveria inclusive a deterioração da convivência, até que não fosse mais possível continuarem juntos?
- Então, Isabella, quando vai deixar a escola? — Esme procurara algum assunto para conversa, mas o tema escolhido deixou Isabella aborrecida, e ela olhou direto para Edward, reprovadora.
- Mamãe me ouviu conversando com a diretora a respeito do seu afastamento — comentou ele, a resposta informando o quanto ele era imune à raiva dela. Tomara a decisão sem sequer discutir o assunto.
- Você perguntou se eu queria ser uma dona de casa?
- Ser ou não dona de casa não tem nada a ver com isso. — Edward tratou a raiva dela como algo irrelevante. — Você teria de deixar o trabalho logo, de qualquer forma.
Isabella cerrou os dentes. Claro que, com a gravidez avançando, teria que considerar a licença, mas ainda não visualizara a situação. Agora, ficara sabendo que Edward agira de sua forma autoritária, tirando-lhe completamente o controle sobre o assunto.
- E contou a sua mãe por que eu tenho que me afastar da escola?
Porque, claro, era isso o que estava por trás da decisão. O mundo não pensava que a nova Sra. Cullen devia manter seu estilo de vida proletário, mas, mais importante que isso, para Edward pelo menos, era afastar toda as ameaças à saúde e segurança do bebê que ela carregava. Os sentimentos dela pouco significavam nesse caso.
- Ainda não — declarou Edward, em tom intimidador.
- Bem, agora não seria uma boa hora?
- Bella! — Ele estava avisando que não ia tolerar a rebeldia, mas, zangada por ser negligenciada, ela ignorou o alerta e voltou-se para Esme.
- Vou fazer a notificação assim que voltar dos feriados e sairei de licença antes do fim do semestre que vem.
Não seria forçada a sair de licença antes, não importava o que Edward achava.
- Veja, decidi não tirar a licença-maternidade logo, embora possa...
Edward ficou mais alterado quando a mãe encarou-o, surpresa. Isabella até podia ler os pensamentos dela, ouvi-la contando as datas, imaginando cenários e, tomada por uma certeza, decidiu deixar a sala sem mais delongas.
- Porque, depois do nascimento do meu bebê, em julho, planejo ser mãe em tempo integral.
- Isabella, basta! — Edward parecia furioso, mas Isabella tinha o raciocínio travado pelo sangue quente que corria-lhe pelas veias e que a incitava a ir mais longe.
- Agora, suponho que está mais convencida do que nunca de que eu seja a filha de minha mãe, a última pessoa com quem gostaria que o seu filho se casasse! Quero dizer, a tão perfeita Tanya nunca seria tão estúpida ou irresponsável a ponto de ficar grávida em uma única noite de amor...
- Isabella... Eu disse basta!
Isabella deteve-se à advertência de Edward, principalmente devido ao tom no uso do nome completo. O ódio que cegava-a, que deturpava-lhe a visão, sumiu de repente. Viu como Esme empalidecera e percebeu o que fizera. Não arriscou olhar para Edward, pois o reflexo de seu humor refletia-se no semblante da sogra.
- Sim, suponho que seja o bastante. — Mas, por mais que tentasse, Isabella não podia deixar de acrescentar. — Não é muito melhor deixar tudo claro? De testo viver numa mentira.
Com o canto do olho, viu como Edward segurava a xícara de café, alertando-a de que sua paciência esgotava-se rapidamente. Agora, assim como o ódio, a coragem também se fora e ela não podia mais permanecer na sala.
- Vou deixá-los pensando no assunto! — declarou, indiferente, e levantou-se.

Foi difícil manter a cabeça erguida e as costas retas enquanto dirigia-se para a porta, ciente do par de olhos verdes cravados nela, queimando-lhe a pele. Ia simplesmente retirar-se do ambiente sem dizer nada, mas, de repente, uma idéia surgiu-lhe à mente e voltou-se.
- Se por acaso estiver imaginando se esse filho é realmente de Edward, ou seja, acrescentando mais uma às minhas limitações, se estou sendo acusada de introduzir um ovo de chupim em sua família, deixe-me assegurá-la de que não há dúvida sobre essa questão. Entenda, eu até hoje só dormi com uma pessoa. Então não importa o quanto gostaria que fosse diferente, o meu filho será definitivamente um Cullen e, por isso, seu neto, em todos os testes de paternidade que venha a fazer.
Certa de que o pouco de compostura que ainda possuía não ia durar muito, voltou-se, saiu quase correndo e subiu a escada, dois degraus de cada vez.
Edward não estava muito atrás dela. Acabara de recuperar o fôlego, e um pouco da compostura, quando ele chegou ao quarto, o olhar raivoso, os músculos do rosto tensos, de tal forma que ela se sentiu amedrontada.
- Que raios foi aquilo? — inquiriu ele, recostando-se à porta para que ela não tivesse a opção de fuga, caso fosse tola o bastante para tentar.
- Não sei por que está tão aborrecido! — Isabella tentou desafiar. — Eu só disse a verdade e já era hora de sua mãe saber. Não posso decepcioná-la mais do que isso.
- Decepção não é o termo — vociferou Edward.
- Bem, pior então. É o fato de ser eu e não Tanya!
- Acha que não sei disso? — Edward passou as duas mãos pelo cabelo o e respirou fundo e irregularmente. — Você definitivamente não é Tanya, mas é minha esposa e a mãe do meu filho... não importa como tenha acontecido e, quando minha mãe se acalmar, também vai aceitá-la dessa forma.
- Ela está muito zangada? — Isabella sentiu a irritação aplacar-se, deixando-a trêmula, como sempre se seguia às explosões de emoção.
- Quer mesmo que lhe responda?
- Oh, ora. — Ela foi até a beira da cama. — Talvez seja melhor eu ir e...
- Não faça mais nada! A minha reputação já está em ruínas.
Isabella sentiu que tinham chegado ao cúmulo.
- A sua reputação?
Edward assentiu, o lábio torto.
- Creia-me, minha mãe não está satisfeita por saber que seu único filho é um sedutor de virgens.
- Sedutor... mas você não...
- Não? Sou nove anos mais velho do que você e tinha mais experiência. Devia ter sido mais cauteloso... agido com mais responsabilidade. Portanto, aos olhos de minha mãe, eu sou o vilão da história.
- Mas não foi isso o que eu pretendi!
- Não? — Edward pareceu cinicamente sombrio e perturbador. — Não foi isso que você e sua mãe sempre acharam? Que nada de bom poderia advir de uma associação entre você e...
- Não... era você que não queria se envolver com... com gente como eu — acusou Isabella, com amargura.
- E quem teria... então? — rebateu Edward, e ela franziu o cenho, confusa.
- Eu não entendo.
- Pense nisso, Bella... Por um lado, meus pais ficavam martelando em minha cabeça que eu deveria as sumir as responsabilidades de minha posição, por outro, sua mãe, rigorosa e ameaçadora, caso eu botasse um dedo sobre você...
- Eu nunca soube que ela tinha falado com você... só...
- Só que ela deixou claro seus temores no tocante a você. Ela não queria que você passasse pelo que ela passou... e naquela época você era uma complicação que eu dispensava.
- Obrigada pelo elogio!
- Quer que eu minta? Raios, Bella! Eu só tinha vinte e oito anos. A minha empresa estava começando. Eu tinha dinheiro, liberdade... não queria me prender a ninguém... de jeito nenhum. Tudo bem... posso ter ficado com vontade. Você era tão inebriante e maravilhosa... Ele deixou a porta e sentou-se na cama ao lado dela. O olhar saudoso combinava com o sorriso torto, denotando um humor triste.
- Acha que não notei que você tinha crescido? Vou ser honesto... não notei, até então. Mas, naquela noite, você estava vestida, produzida... crescida... e eu fiquei tentado.
Mais uma vez ele passou a mão pelo cabelo.
- Bolas, como fiquei tentado! Mas não teria suportado viver se tivesse feito algo com você. Para começar, teria justificado todos os temores de sua mãe.
- E agora?
Isabella não sabia se estava aliviada ou desolada por ele ter omitido determinados acontecimentos de seu décimo oitavo aniversário. Ele não mencionara a declaração de amor. Obviamente, acreditara em sua palavra de que tudo não passara de um repente juvenil e que já se esquecera de tudo. Isso, ou a simples idéia de que ela pudesse ainda possuir algum resíduo daquele sentimento, fez com que evitasse o assunto.
- Agora? — Edward encarou-a. — Agora dei razão à sua mãe... mas, pelo menos estou fazendo algo a respeito.
- Está bem, não precisa ficar repetindo isto — resmungou Isabella, mal-educada, com as palavras "eu tinha dinheiro... liberdade" ecoando em sua mente, forçando-a a encarar o que ele havia perdido por causa dela. A coisa que Edward mais temera era um casamento por obrigação, e ela acabara levando-o a isso. — Eu também não queria que isso acontecesse.
- Mas, já que aconteceu, com certeza somos adultos o bastante para contornar as dificuldades. Uma coisa eu lhe prometo, Bella. Eu nunca a abandonaria, como seu pai fez com sua mãe. Este bebê sempre saberá quem é seu pai e você não vai passar nenhuma necessidade.

Exceto de amor, refletiu Isabella. Estavam novamente falando sobre dever e responsabilidade, mas pelo menos isso vinha misturado a mais alguma coisa. O desejo que ele embutia nas palavras e que fora o motor propulsor no passado.
- Como você mesmo disse, são necessários dois para se fazer um bebê, Edward — observou Isabella, asperamente. — Sua mãe devia saber disso.
Ela calçou os sapatos novamente e levantou-se de repente.
- Eu vou descer e dizer isso a ela.
- Oh, não, não vai!
Edward correu pelo quarto atrás dela, tomou-a pelos ombros e fez com que voltasse para a cama.
- Acho que já fez bastante estrago por uma noite. Deixe minha mãe comigo. Na verdade, já está mais do que na hora de você se deitar e descansar. Lembre-se desse bebê que está carregando... e depois da festa desta tarde, você vai precisar de toda energia...
- Para trabalhar no meu pedido de licença?
- Se precisar. Estava pensando mais no tormento que minha mãe vai ser agora que sabe que será avó... Não precisa parecer tão cética. Minha mãe sempre sonhou em ter netos. Ela mesmo lamentava-se por não ter tido uma família grande. Eu lhe contei sobre o meu irmão que morreu. Ela não perdeu só a ele. Antes, ela já tinha tido dois abortos e, depois de mim, houve uma irmã natimorta.

Isso explicava a atitude de Esme Cullen... e do filho, refletiu Isabella. Naturalmente, após tantas tragédias, a mãe de Edward só queria o melhor para seu único filho. E Edward sentia o peso do dever incutido pelos pais, principalmente por ser o único herdeiro.
- E, após a morte de meu pai, ela está com idéia fixa de que os meus filhos lhe trariam um novo sentido na vida.
De repente, Edward aproximou-se dela na cama e deslizou a mão de seu ombro até pousá-la suave e de leve em seu ventre.
- Então, este bebê é muito precioso para ela... quase tanto quanto é para mim.
Isabella sentiu amor e desejo ao vê-lo de cabeça baixa, o semblante suavizado, o olhar fixo nos dedos sobre o veludo azul do vestido. Pelo menos, podia dar-lhe o filho que tanto queria. Nesse aspecto, o casamento não era de segunda linha.
- Edward...
Queria desesperadamente contar-lhe como se sentia, mas a coragem falhou quando o humor de Edward mudou de repente. Ele voltou a sorrir de forma distante e impessoal ao levantar-se.
- Certo.
A voz combinava com o semblante: áspera e sem emoção, profissional como sempre. Ela era a origem de seu maior investimento no futuro e, como qualquer financista perspicaz, ele queria salvaguardar seus ativos.
- Já passou da hora de você dormir.
Edward beijou-a na testa de forma tão brusca e impessoal quanto o sorriso, fazendo-a sentir um aperto no coração.
- É melhor eu descer e enfrentar minha mãe.

Sozinha, Isabella trocou de roupa e deitou-se tão sem vida quanto um robô. Toda a energia parecia ter-se drenado quando Edward beijou-a. Aquele beijo não significara nada. Não fora sequer o tipo de beijo afetivo que se dava no rosto de alguém que bem poderia ser um amigo platônico. Embora usasse uma aliança no dedo, para Edward ela não era nada além da mulher que carregava seu filho.
O filho dele. Edward só se importava com o bebê. Era gentil e preocupado com ela, supria-lhe todas as necessidades, pelo menos no âmbito material, mas isso era tudo. Como resultado, sentia-se cada vez mais como uma potranca inseminada, bem tratada por causa da vida preciosa que trazia.
Até se enganava refletindo sobre o desejo que ele sentia por ela. Ou melhor, sentira. Mesmo o fato de estarem dormindo no mesmo quarto para convencer as pessoas de que o casamento era verdadeiro era um logro, como tudo o mais. Podiam até dormir juntos, mas seria só isso. Desde que se mudara para o quarto, Edward nunca a tocara. Geralmente, dava uma desculpa para ficar na sala até tarde e só subia quando tinha certeza de que ela já estava dormindo.
Bem, tratava-se de um aspecto que poderia mudar, certo? Edward podia não amá-la, mas, se conseguisse reviver a paixão que florescera entre eles, teria alguma vantagem, poderia construir algo sobre esse alicerce e, então, quando o bebê nascesse...

Ficou acordada, refletindo. Quando Edward subiu, aguardou que ele se acomodasse despido a seu lado na cama antes de voltar-se.
- Edward...
- Ainda acordada? — Ele parecia surpreso e um tanto tenso.
- Não consegui dormir. Como está sua mãe?
- Provavelmente sonhando com roupinhas e carrinhos de bebe. Ela se recolheu há meia hora.
Mas ele permanecera no andar de baixo. Até achar que ela estava dormindo? Sentiu dor ante a idéia e ficou mais decidida.
- Sabe, nessa conversa toda de responsabilidade, há um aspecto que você esqueceu.
Isabella torceu o corpo, pousou a cabeça no ombro forte dele e passou o dedo sobre os músculos do tórax.
- Um aspecto que você definitivamente vem negligenciando — murmurou, petulante.
Edward enrijeceu o corpo, deixando claro que não era indiferente às carícias dela.
- Bella...
Ela forçou-se a ignorar o tom de advertência na voz rouca e continuou passando o dedo sobre os pêlos escuros em movimentos eróticos, traçando uma linha invisível na altura da cintura.
- Bella... — Ele parecia menos confiante e o nome saiu até trêmulo.
Ela sorriu secretamente ao pressionar os lábios sobre a pele sedosa.
- Tenho certeza de que a sua mãe não ficará nada satisfeita se souber o quanto ando me sentindo negligenciada.
- Mas eu... E o bebê? Não quero machucar...
- Você não vai.

Por um momento, Isabella precisou esforçar-se para não cerrar os dentes, zangada. O bebê... sempre o bebê! Ainda aborrecida, notou a mudança em Edward, um tipo muito diferente de tensão surgiu no corpo estendido a seu lado, e respondeu com igual desejo.
- Não sou sua mãe, Edward — assegurou-lhe, suave. — E nada vai machucar nosso bebê. Pelo menos, nada que você possa fazer. Mas dizem que, mesmo no útero, a criança sabe se a mãe está se sentindo infeliz ou preocupada e, ultimamente, tenho me sentido solitária e negligenciada.
Ele voltou-se preocupado.
- Bella! Eu não quis... Eu não queria impor a força...
- Oh, Edward — interrompeu ela, severa. — Não sabe que isso não tem nada a ver com força?

Ele grunhiu e buscou-a, trazendo-a para bem perto. Pressionou seus lábios e ela sentiu o coração flutuar, pois sabia que, pelo menos naquele momento, era o centro do universo, ou até o próprio universo para ele.
Pela primeira vez, sentia que podia corresponder a Edward de forma plena, nem assustada com o próprio desejo nem perturbada por isso. Quando ele acariciou-lhe os seios, pressionou o corpo contra o dele, fazendo-o gemer de angústia.
- Bella... devíamos ir devagar... com cuidado.
- Não há necessidade de sermos cuidadosos — sussurrou ela, rouca, já ofegante. — Além disso, não é assim que eu quero.
Ela sorriu secretamente com o estremecimento dele em reação a sua frase audaciosa. Sentiu necessidade de transmitir o desejo com as mãos, com o calor da boca.
- Não? — questionou ele.
- De jeito nenhum.
- Então, mostre-me, Bella... mostre-me o que você quer. Ouvindo a paixão nas palavras, Isabella riu suave e conduziu-lhe a mão, fazendo-o acariciar os pontos em que sentia desejo, fazendo-o sentir desejo também. Sentiu-se poderosa e livre, livre para acariciá-lo onde bem quisesse e soube tirar vantagem disso. Acariciou cada centímetro do corpo musculoso e sentiu-o estremecer, a respiração ofegante e irregular.
- Bella... — Ele pronunciou o nome tomado de desejo, revelando a admissão do poder da feminilidade. — Bella, eu não posso...
- Você não tem — declarou ela, e elevou os quadris contra ele, convidando-o a unir seus corpos. Delirou de prazer quando ele lhe acariciou as partes íntimas e atendeu ao convite, obediente.
O tempo deixou de existir. O mundo também pareceu cair em brumas. A única realidade era ali, na cama, como aquele homem cujo corpo estava unido ao dela, cuja respiração combinava com a sua própria, ofegante. Os gemidos e gritos desesperados...

A união era perfeita, a sensação de continuidade era tal que o prazer chegava a ser agonizante. O êxtase crescia a cada beijo, a cada movimento e a cada carícia. A sensação de êxtase, delírio e alegria fez com que murmurasse o nome de Edward, recebendo em resposta seu próprio nome em voz alta.
Passou-se algum tempo até que pudesse ser capaz de sentir algo além da satisfação, até que as ondas de paixão amainassem, até sentir as funções do corpo saciado voltando ao normal. Quando voltou a raciocinar, viu que Edward estava a seu lado, o corpo esbelto tão indolente de satisfação que ele mais parecia um gato deitado junto à lareira, tão contente que parecia até querer ronronar.
- Como eu disse, você nunca seria minha mulher só de fachada — murmurou ele, o tom emitindo satisfação sensual.

E Isabella ficou agradecida por seu semblante estar escondido pela escuridão, pois não sabia se sentia-se satisfeita por poder provocar tal reação nele, ou triste por não ser mais o universo dele.
Mesmo assim, pelo menos teriam aquilo, pensou. Pelo menos havia algo que ela poderia dar a ele, que os aproximava e reforçava a paixão entre ambos. Não sabia se aquele alicerce seria suficiente para que, no futuro, tivessem algo além disso.

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