12 maio 2015

FanFic Passado Distorcido - Capitulo 7 - Meu mundo e minhas dores são bem maiores que você!

 

Autora(o): Kelly Domingos - Whatsername no Nyah!
Gênero: Angst, Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Censura: +18 
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo


Meu mundo e minhas dores são bem maiores que você!



POV Bella


O dia estava ensolarado lá fora, e o apartamento, aqui dentro, estava abafado e tedioso. Eu estava sem fazer nada por causa daquele bendito atestado, que me impossibilitava trabalhar, honestamente, meu emprego não era dos melhores, mas ficar em casa sem fazer nada é incomparavelmente chato.

Já tinha se passado quatro dias desde minha ida ao hospital, os machucados já estavam praticamente sãos, e Alice tinha me comprado uma pomada para cicatrização; segundo ela, o produto me livraria de manchas, e eu contava com esta eficácia.

Não tinha nada muito interessante para se fazer numa quinta à noite, era perto das seis quando Alice passou animada pela porta.


“Bella, cheguei!” Ela disse depois que jogou sua bolsa no sofá.

“Jura?” Repliquei com humor. “Hmm, cozinhei uma massa, ainda está quente...” Propus seu jantar.

“Hãn, tava pensando... Porque não alugamos um filme? Posso chamar Jasper para assistir conosco!” Ali se sentou ao meu lado e me olhou em expectativa.

Ponderei primeiro, eu gostava de filmes, e ter Jasper conosco seria divertido. “Eu posso escolher o filme?” Pedi me rendendo à proposta.

Alice bateu palmas efusivamente. “Claro, claro! Mas pelamor de Deus, sei que Mr. Darcy é seu amor platônico, mas eu não agüento mais assistir Orgulho e Preconceito”

Ela tinha conseguido jogar água fria em meus planos! “Ah não Alice, é o filme mais perfeito! E céus, o Mr. Darcy é estupidamente quente!” Tentei argumentar.

Alice me olhou divertida com o telefone na mão, possivelmente estava prestes a ligar para Jasper. “Bella bobinha, você não é páreo para Miss Bennet!”

Rimos juntas. Alice falava amenidades com Jasper pelo telefone quando peguei a chave do carro para ir até a locadora.

“Cuidado!” Alice abafou o telefone e falou baixo comigo. A proteção de Alice era quase sufocante; às vezes, meio maternal.

“Pode deixar!” Sorri e acenei para ela.


Em minha frente havia tantos filmes que era impossível escolher apenas um. Caminhei indecisa entre as prateleiras. “A senhora precisa de ajuda?” Um menino, ele não tinha nem dezessete, me perguntou.

Sorri educadamente. “Hum, estou em dúvida sobre qual filme escolher...”

Ele parecia eufórico por ter conseguido minha atenção. “A senhora prefere qual gênero?” Apesar de tudo, ele ainda era um funcionário, era divertido ver o quão embaraçado ele estava.

“Eu vou assistir com meus amigos, estão acho que uma comedia cairia bem, certo?” Desviei minha atenção para os DVDs que estavam na altura de meus olhos.

“Comedia é uma excelente pedida!” Ele disse tirando da prateleira alguns exemplares.

Eu estava me desconhecendo, eu nunca daria tanta trela para alguém como eu estava dando agora. “Você pode me recomendar algum?” Pedi.

Juro que seus olhos brilharam. Ele suspirou. “Eu prefiro os romances...”

“Oh! Eu também!” Deixei escapar, o calor em minhas bochechas veio rápido.

Ele sorriu sem jeito. “Pelo jeito você gosta de coisas sutis e bonitas, certo? Então, por que não assistir Orgulho e Preconceito?”

Não contive um sorriso. “Hmm, serei crucificada quando chegar em casa, mas acho que vou mesmo assistir!”

Ele pegou o DVD em outra prateleira enquanto eu escolhia outros filmes; peguei filmes que iriam me fazer chorar e outros que iriam me fazer rolar de rir.

“Hãn, eu sei que é muita intromissão, mas a senhora é comprometida? Sei lá, talvez pudéssemos nos encontrar qualquer dia...” O atendente falou ao mesmo tempo em que ma dava o troco em moedas.

Ok. Eu tinha sido demasiada educada com ele, e até muito agradável, mas sair com um adolescente já era pedir demais. “Desculpe, mas sou comprometida” Menti sem dificuldades. “Ele, a propósito, está me esperando lá fora!” Disse pegando as sacolas e rumando para o estacionamento.

“Eu quem peço desculpas, ele é um homem de sorte; a senhora é tão agradável e bonita!” O atendente falou meio envergonhado. “Tenha uma boa noite!”

.

Eu estava parada num semáforo quando remexi nas sacolas e peguei o cupom fiscal, e sorri quando vi que atrás do papel amarelo tinha um nome; Peter.

Joguei o papel dentro da sacola, e registrei mentalmente que não seria eu quem devolveria aqueles filmes, Alice estaria encarregada de fazer tal ação.

O rádio estava ligado numa estação qualquer, eu também cantava uma canção qualquer quando vi Jasper andando calmamente pela calçada, ele estava a algumas quadras do edifício onde eu e Alice morávamos.

Abaixei o vidro e estacionei devagar. “Ei, Jasper, prefere ir caminhando no seu passo tartaruga, ou prefere vir comigo?” Falei alto para ele perceber meu chamado.

Ele sorriu e entrou no banco do carona. “Então, como vai?”

“Hum, muito bem! Estou em casa sem fazer nada e acabei de quebrar o coração de um adolescente cheio de espinhas!” Sem tirar os olhos da avenida, conversamos.

Jasper ria enquanto eu contava sobre o atendente. “Bella, você sabe que foi muito má, não sabe?” Ele lançou para mim sorrindo.

“Jasper!” Eu disse exasperada. “Ele tem dezessete, e tem um corte de cabelo estranho!”

As risadas ocupavam o espaço dentro do automóvel, logo chegamos à garagem do prédio. Estacionei e ganhei elogios de Jasper. “Como assim? Você sabe fazer baliza melhor que qualquer homem!”

O comentário tinha sido meio machista, mas ignorei; eu, sem querer soar esnobe, sabia que dirigia bem.

.

Quando o elevador chegou ao térreo poucas pessoas entraram, e quem eu não queria ver entrou também.

Edward estava de cabeça baixa esperando os outros entrarem, de bermuda e regata e com o rosto cansado, quase dormindo em pé.

Praguejei boa parte do mundo quando ele me viu, eu não iria cumprimentá-lo, nem acenar com a mão; estava bem claro o que eu representava para ele. Simplesmente nada.

Ele também me ignorou. Mas ainda tinha Jasper para estragar tudo.

“Edward, que cara é essa? Nosso dia nem não tão pesado assim!” Jasper, num desses cumprimentos bem masculinos, balançou o ombro de Edward.

“Eu estou bem, não se preocupe!” Ele disse ajeitando algumas sacolas em suas mãos, olhei rapidamente, eram de supermercado; pude ver através do plásticos todos os tipos de comida congelada. “Veio visitar sua namorada?” Edward perguntou sem interesse.

“Vamos assistir um filme, foi Bella quem escolheu, por que não assiste com a gente, você precisa de um pouco de convivência social...” Eu estava com a cabeça baixa até aquele instante, mas foi impossível não olhar atônica para Jasper. Edward, o homem que me odiava sem motivos, não iria entrar em minha casa.

“Não sei se seria uma boa idéia...” Edward olhou diretamente para mim, aproveitei para analisar seus olhos, eles não estavam enfurecidos, se tinha uma palavra para descrevê-los, esta palavra só poderia ser dúvida.

“Cara, pare de ser idiota! Claro que é uma boa ideia, não é mesmo Bella?” Jasper me perguntou animado.

E agora? O que eu falava? Que eu não queria nunca mais vê-lo, ou mentir, e dizer que seria um prazer te-lo como companhia?

“Por mim, tudo bem!” Optei por mentir. Falei sem emoção, se eu externasse minha opinião, Jasper ficaria evidentemente desconfiado.

O quarto andar nunca chegava, Jasper e Edward falavam coisas sobre o batalhão. Quando ouvi meu nome saindo da boca de Jasper quis sumir do planeta terra.

“Acredita que Bella quebrou o coração de um moleque agora há pouco? Coitado, ele deve estar se remoendo até agora...” Nem preciso dizer que meu rosto estava vermelho sangue.

Edward me olhou e soltou um sorriso que eu não soube identificar, não fora seu sorriso bonito e verdadeiro, fora um sorriso beirando a falsidade e o sarcasmo. “Talvez ela seja boa em quebrar corações!”

Até Jasper olhou confuso para Edward. O clima dentro daquele elevador tinha ficado denso apenas com aquela colocação de Edward, ele falava com propriedade, como se me conhecesse, como se soubesse de minha vida, como se tivesse direito de me magoar daquele jeito. Quem era ele para dizer um disparate daqueles?

Talvez ele devesse ficar ciente que meu coração era um bocado de cacos.

Quando a porta se abriu nós três saímos. Eu não podia negar, Edward tinha uma presença imponente. Macho alfa, eu pensei.

Alice recebeu Jasper com beijos e abraços, ela cumprimentou Edward com educação e me olhou interrogativamente, meneei com a cabeça na direção de Jasper, e ela entendeu, vi em seus olhos um pedido de desculpas pela atitude falha de seu namorado.

“Então Bella, o que vamos assistir?” Alice deixou o clima mais ameno. “Eu já fiz alguns aperitivos para comermos...”

“Não me mate, mas não resisti, veremos pela enésima vez Orgulho e Preconceito!” Minhas bochechas coraram pelo olhar que ganhei de Edward, ele me analisava curioso, e com certeza me achando uma garotinha.

Alice bufou e se jogou no sofá levando consigo Jasper, eles ocuparam o sofá maior; logo eu dividiria o sofá de dois lugares com Edward. Droga!

Quando eu disse que a presença de Edward era imponente que esqueci te dizer que era muito imponente; sentei-me acanhadamente ao seu lado, ele, por sua vez, se retraiu me dando um pouco mais de espaço.

Não demorou muito para eu esquecer Edward e focar apenas no filme, Alice e Jasper trocavam carinhos discretos no outro sofá, era fácil saber que daqui a pouco eles sairiam da sala buscando mais privacidade.

Não sei se pelo hábito, ou pela paixão pelo filme, mas não demorou para eu estar falando as falas dos personagens.

“Você gosta bastante do filme né?” A voz de Edward me tirou de meu mundinho. Ele estava mesmo tentando começar uma conversa?

“Muito!” Eu queria deixar bem claro que eu não estava inclinada a diálogos naquele momento.

“Se eu soubesse que iria te incomodar tanto não teria vindo...” Edward falou, e eu não me virei para encará-lo, mas eu sentia seus olhos em mim.

“Você, mais que ninguém, sabe o quanto você não queria estar aqui!” Devolvi ainda sem encará-lo.

Nessa altura Alice e Jasper já tinham se retirado, restando na sala, apenas eu e Edward.

“Você não comeu os chocolates que eu te dei!” Edward falou chamando minha atenção. Não entendi como ele descobriu esse fato.

“Como sabe?” Perguntei olhando de soslaio, ele estava com a postura rígida, incomodado também. Seus olhos, sem emoção.

“Hmm, eles estão bem ali, intocados!” Ele apontou para a cozinha, a caixinha com laços estava em cima da mesa, e como ele disse, intocada.

“Se quiser, pode comê-los, eles não foram envenenados e não estão estragados!” Edward falou quase com humor, não entendi. Ele não estava sendo desagradável e muito menos, agradável. Ele estava sendo tão indiferente.

Voltei para o filme, Mr. Darcy estava se declarando para Lizzie naquele campo aberto com o sol nascendo:

“You have bewitched my body and soul. I love you, I love you, I love you!” (“Você enfeitiçou meu corpo e minha alma, eu te amo, te amo, te amo”)


E eu apenas queria alguma coisa perto daquilo, alguém que me amasse de corpo, alma e coração, alguém que me prometesse que, dessa vez, tudo daria certo e que eu não passaria por aquilo de novo.



**Flashback - Quatro anos atrás.**


“Alice, se você não for eu também não vou!” Bati o pé em sinal de birra.

“Bella, você está sendo idiota! É a melhor festa do ano, você tem que ir; e só porque eu vou está viajando não significa que você não pode se divertir!” Alice falou e se jogou na cama.

“Não é isso Alice, eu quero ir, mas sem você não tem graça; com quem eu vou dançar? Quem vai controlar minha bebida? Porque você cancela esta viagem com seus pais?” Minhas perguntas deixaram Alice ainda mais irritada.

“Meus pais já disseram que eu tenho que ir, você realmente acha que eu quero perder a primeira festa da universidade?” Ela lançou em desafio.

“Eu sei que não Alice, mas você sabe que minha única amiga é você, e queria que na minha primeira festa como caloura você estivesse comigo!” Sorri para ela, aquela briguinha já estava ficando idiota.

“Calouras! É tão engraçado estar na faculdade! Eu cursando moda e você, jornalismo!” Alice divagou um pouco sobre nossa nova fase.

“O que estas jovens tanto discutem?” Meu pai apareceu no quarto de forma repentina, ele sorria alegremente.

“Charlie, sua filha é muito tapada! Ela não que sair hoje à noite só porque eu não vou poder acompanhá-la!” Alice falou e me mostrou a língua.

“Bella, qual é o problema? É a primeira festa, e aproveite porque eu estou lhe dando permissão para ir!” Charlie piscou para mim e eu quase não acreditei por sua flexibilidade.

“Sério pai? Eu posso mesmo ir?” Perguntei subitamente animada.

“Filha, eu posso ter nascido no século passado, mas eu sei que o quão animada você está com seu período de caloura!” Ele disse e saiu pela porta. Oh! Como eu amava meu pai, eu nunca poderia reclamar dele e de minha mãe.

Falando nela, não demorou muito para ela aparecer no quarto também. “Filha, pare de brigar com Alice, se ela não vai nesta, ela irá às próximas festas.”

“Tá vendo Bella? Porque você não vai tomar um banho para eu poder te arrumar?” Alice praticamente me empurrou para o banheiro.

O banho foi demorado; pensei no vestido que eu usaria e se o comprimento não estava inapropriado, e se nesta festa teria gente interessante.

“Eu prefiro seu cabelo solto.” Alice falou primeiro. “Acho que preso de lado fica melhor!” Renée também deu sua opinião.

As duas estavam me fazendo de Barbie, e eu sorria para elas.

No final, o resultado ficou bom; o vestido verde oliva deixava minhas pernas de fora, e segundo Renée, eu tinha que mostrá-las enquanto podia. O cabelo ficou decido que ficaria solto, e o rosto praticamente sem make-up, Alice ainda estava irritada pelo último fato.

“Bella, você está maravilhosa! Espero que todos babem por você, mas agora eu tenho que ir, meus pais devem estar uma fera comigo!” Alice beijou minha bochecha correu para a porta.

“É para eu te buscar quantas horas?” Charlie me perguntou antes d’eu descer do carro.

“Hmm, pode ser perto das três?” Falei vacilante, sabia que estava abusando de meu pai.

Ele me olhou e olhou para minha mãe que estava sentada ao seu lado. “Vou estar aqui às duas e meia!”

O horário estava bom, daria para eu aproveitar. “Filha, cuidado e juízo, lembre-se de tudo que já te falei e, por favor, escolha bem quem você vai beijar esta noite!” Minha mãe falou sem vergonha, olhei para Charlie e ele tinha uma cara de nojo para as palavras de minha mãe, Renée sabia como ser inconveniente.

“Certo, mamãe!” Fui beijada na testa por meus pais e logo entre no salão.

A festa de recepção dos calouros estava cheia, os convidados, em sua maioria, eram veteranos; e isso era perfeito.

No inicio fiquei meio deslocada, sem ninguém para conversar, a solução foi entrar na pista de dança e dançar até dar bolhas nos pés.

Eu gostava das músicas, letras sem sentido e batida boa, os pés movimentam-se sem pedir minha autorização.

Para tal desinibição tive que beber um pouco, uma dose de vodka já era o suficiente. Eu sabia que alguns olhares estavam fixos em mim. Hora e outra algum cara vinha e dançava comigo, falava alguma coisa em meu ouvido e buscava um beijo, as palavras de Renée surgiam em minha mente, e eu sorria em desculpas e saia sorrateiramente do enlaço daquele cara qualquer.

Eu não estava aqui para beijar todos, nem tinha este propósito. Eu queria me divertir apenas. Felicidade me preenchia, tudo estava dando certo. A música tocou um pouco mais alta e eu intensifiquei meus movimentos.

“Garota, você deveria saber que eu estou ficando louco em apenas te ver dançar...” Uma voz surgiu no meu ouvido, continuei dançando sem olhar para trás.

“Ignorar não é a melhor solução! Se você não quer conversar é só falar que não quer!” E dessa vez eu tive que olhá-lo, e bom, ele não era de se jogar fora, era bonito, uma beleza comum.

“Desculpe, não te escutei!” Falei bem mais alto, vi um ar de vitória em seu rosto.

“Eu só disse que você está me deixando pirado com seu corpo balançando...” Ele, sem pedir, colocou as mãos em meus quadris. “Quer sair daqui, beber alguma coisa?”

“Pode ser...” Falei e ele me puxou pela mão.

Então, estava eu e ele esperando nossas bebidas, eu estava me arrependendo de ter o acompanhado. Poucas palavras, e quando estas saiam, nada de muito interessante era dito.

“Veterano de qual curso?” Perguntei e beberiquei um pouco do drink docinho.

“Eu não me formei aqui, mas fiz economia, graduei no último semestre...” Ele também deu um gole grande em seu uísque.

“Você tem que idade?” Questionei, pois, ele deveria, então, ter cerca de vinte e dois.

“Vinte e três, e você?” Ele perguntou e parou os olhos em meu colo.

“Dezessete!” Falei envergonhada por seus olhos em mim, ele não estava sendo nenhum pouco discreto.

“Você não parece uma garotinha!” Eu pude absorver toda malicia de sua fala.

“Você não me disse seu nome...” Coloquei vagamente.

“Sebastian, e o seu? Hmm, por favor, não invente um nome como todas as outras garotas fazem!” Ele sorriu um pouco.

“Isabella, e não é um pseudônimo!” Bebi um pouco e olhei o relógio, meu já estaria vindo me buscar. “Acho que eu tenho que ir...”

“Pedir um beijo seria muito?” Sebastian voltou com as mãos para meu corpo, pensei um pouco, seria apenas um beijo.

Acenei timidamente e ele entendeu meu consentimento. No início, abrupto, e no final, sem graça. Me perguntei quando um beijo iria realmente me deixar de pernas bambas e com borboletas no estômago.

“Tenho que ir, meu pai teve estar me esperando...” Caminhei entre a multidão.

“Ei, espere! Me dê seu número, eu gostei de você, podemos fazer alguma coisa depois!” Ele segurou meu braço e seus olhos nos meus.

“Tudo bem!” Passei meu numero, sabia que ele não ligaria e queria iria aproveitar muito o resto daquela festa.

“Eu vou ligar mesmo, pode esperar!” Então, ele me beijou de novo, e de novo. Todos do mesmo jeito.

Charlie já estava me esperando. “Demorei?” Perguntei assim que assentei no banco de carona.

“Perfeitamente aceitável... Aproveitou a festa?” Ele deu partida no carro.

“Uhum, estava boa!” Se está pergunta fosse feita por minha mãe e teria respondido sobre Sebastian, com ela eu não vergonha desses assuntos, mas com meu pai seria demasiado estranho.

“Bebeu muito?” Meu pai me olhou pelo espelho e arqueou a sobrancelha.

“Quantidade perfeitamente aceitável!” Sorri quando respondi, ganhei um sorriso dele também.

“Muito assedio por parte destes caras?” Charlie apontou para a quantidade de rapazes que estava nos arredores da festa.

Céus! Como eu corei! “Não!” A mentira saiu tão estrangulada!

“Você nunca vai aprender a mentir!” Meu pai sorriu e ligou o rádio.

“Eu não me importo Bella, eu sei quando um cara for bom o suficiente para você, você irá me contar, e pelo visto não foi o caso do menino desta noite...” Charlie divagou um pouco, e ele estava certo.


Mal percebi que estava chorando, odiava me lembrar daquele dia e de todos que o sucederam. Odiava me lembrar dele, e a saudade que eu sentia de meus pais me matava.

Os créditos do filme já subiam quando me dei conta que o filme já tinha terminado, Edward me olhava sem saber o que fazer, por um instante pude acreditar que ele não me odiava. Chorei baixinho e sequei minhas lágrimas em minha camisa.

“Isabella?” Edward inclinou o rosto para o meu. Ele parecia tão confuso. “Aconteceu alguma coisa?”

Não respondi, ainda havia resquícios de meu choro compulsivo. “Fui eu quem te fiz chorar?” Edward insistiu.

Tive que olhá-lo, sim, ele já tinha feito me chorar algumas vezes, mas agora, eu estava num turbilhão de emoções; raiva, saudades, medo... E a última coisa que iria causar um choro seria Edward. “Você, definitivamente, não é o centro do meu mundo!” Fui grossa, eu sei.

“Eu posso fazer alguma coisa por você?” Ele falou baixo, quase com medo de minha resposta.

“Está tarde, acho melhor você ir embora...” Levantei do sofá indicando para ele fazer o mesmo.

Ele se levantou e pegou suas sacolas de compra. “Desculpe se te incomodei...” Edward rumou para a porta. “Isabella?” Ele me chamou.

“Hãn?” Respondi meio perdida.

“O filme, bom...” Sua voz vacilante evidenciou sua vergonha. “... bom, o filme é interessante!”

“É por isso que eu o aprecio tanto!” Respondi, desejei boa noite, recebi um agradecimento e tranquei a porta.

Naquela noite eu chorei mais e mais, e devo dizer que o pesadelo foi terrível; a cena e a ameaça me causaram calafrios.



POV Edward


Eu estava sendo um moleque covarde, fodidamente muito covarde! Nem honrar minha palavra eu estava conseguido. O motivo? Eu estava me deixando levar, eu estava perdendo o foco. Tudo por causa de Isabella.

Minhas impressões sobre ela pouco tinham mudado, eu ainda achava que ela merecia o pior dos castigos e que ela tinha feito muita merda com meu irmão. Mas existiam seus olhos, e seus olhos eram claros, eles sempre transmitiam a verdade.

Pra começar, foi um erro eu ter ido visitá-la no hospital; ter desejado tocá-la quando vi suas coxas descobertas, e principalmente, ter dito que eu não vê-la; eu não queria mesmo, se não fosse a insistência de Jasper eu nunca teria ido, mas eu fui rude com ela, eu falei com todas as letras que não queria vê-la, e as lágrimas que brotaram de seus olhos me deixaram mal, ela era bonita demais para chorar. Ela chorou baixinho, ela estava tão triste, eu não deveria me importar com ela, mas eu sabia que não poderia ficar ali, então a única solução era chamar aquela amiga dela, pelo menos na sua presença, Isabella sorria.

E agora ela tinha chorado de novo, e eu sabia que não era por causa do filme que assistimos.

Estava indo tudo muito bem, ela me ignorava e eu fazia o mesmo, ela recusava minhas investidas em começar uma conversa e eu ficava puto, só me restou entender o filme.

O Mr. Gracy era um ser estranho, de início ele menosprezou a bonitinha da Miss Bennet, e depois ao perceber que a amava fez de tudo para merecer seu amor, negando seus dogmas e a opinião de seus familiares. Um cara de personalidade, eu pensei.

Meus olhos não saíram de Isabella, o jeito que ela sorria quando o Gracy aparecia na tela, e o modo que ela suspirou quando ele ajudou Miss Bennet subir na carruagem. Eu daria tudo para entender o se passava na cabeça dela.

Então, quando filme se aproximava do fim, quando tudo estava dando certo para o casal inglês, Isabella fechou os olhos e devagar as lágrimas saltaram de seus olhos. Ela estava imersa em lembranças, pareciam ruins. Seu choro era alto e sofrido, ela com certeza tinha esquecido minha presença.

Sem saber se podia, ousei perguntar se aquilo tudo era culpa minha, ela, ainda sob efeito do choro, disse que eu não era o centro de seu mundo. O que ela quis dizer com isso? Não faço a mínima ideia!

Eu estava tão perdido com aquela mulher, aquilo não era lágrima de crocodilo, ela estava de fato, triste. “Eu posso fazer alguma coisa por você?” Perguntei sem saber se eu queria realmente ajudá-la.

Eu seria ingênuo se esperasse alguma resposta positiva, ela, simplesmente, falou para eu ir embora.

Desperdiçando uma oportunidade gigante de ficar calado, eu ainda disse que o filme era interessante, um sorriso pequeno escapou de seus lábios. Depois daquilo ela me deu boa noite e trancou a porta bem na minha cara.

Não restou nada além de ir para meu apartamento, sem as respostas que eu tanto buscava, sem saber o quem Isabella era.


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