15 maio 2015

FanFic Passado Distorcido - Capitulo 8 - Tomates

 

Autora(o): Kelly Domingos - Whatsername no Nyah!
Gênero: Angst, Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Censura: +18 
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo


Tomates


POV Edward



** Dias depois**

Eu não era um adolescente louco por sexo. Louco por sexo, mas não um adolescente. Eu sabia que precisava transar urgente, selvagem e sem escrúpulos. Não, eu não estou jogando meu corpo contra uma gostosa qualquer, neste momento eu estou me tocando, como a merda de um adolescente.

Os movimentos eram certeiros, fortes, quase doloridos. Eles me levaram onde eu mais queria, senti meu corpo chicotear e, aos poucos, ser preenchido pelo orgasmo. Rápido veio e mais rápido se foi, o telefone tocando sem parar me tirou do transe.

“Oi, quem é?” Limpei minhas mãos numa toalha qualquer e esperei a resposta.

“Filho, você está bem?” Excelente momento para uma ligação de minha mãe! “Parece que você correu uma maratona...” Ela continuou.

Mamãe, seu filho é um punheteiro!

Não seria uma resposta educada! “Hãn... Eu estava procurando o telefone, corri o quarto inteiro!” Menti sem dificuldades.

“Sei... Carlisle e eu resolvemos fazer uma surpresinha; vamos almoçar com você!” Esme falou, sua voz estava completamente feliz.

“Sério? Isso é ótimo! Onde querem almoçar?” Perguntei e olhei para o relógio, os ponteiros marcavam 11h35min da manhã.

“Edward é sábado, e os restaurantes devem estar um caos, por que você não cozinha alguma coisa para gente? Vamos chegar dentro de umas duas horas...” Ela propôs.

“Mãe, você está de zoação, certo? Seu filho não sabe cozinhar, e vocês não gostam de pizza, nem lasanha congelada!” Falei subindo minhas calças, estava meio patético conversar ao telefone com as calças paradas nos joelhos.

“Filho, pode cozinhar qualquer coisa, macarrão com molho, nós não nos importamos...” Esme falou e deu uma pausa. “Seu pai disse que quer que você cozinhe para ele!”

Então até Carlisle estava naquele conchavo estranho? “Mãe, ok! Eu vou fazer qualquer coisa aqui, é para eu buscar vocês quantas horas no aeroporto?” Questionei olhando de novo para o relógio. 11h39min.

“Não precisa, pegamos um táxi!” Ela disse meio hesitante.

“Certo então, espero vocês, tchau!” Falei e logo desliguei.

Eu amava meus pais, amava mesmo. Mas eu não estava com nenhuma vontade de encarar filas nos supermercados, e muito menos, cozinhar.

De nada adiantou eu ter gozado tão forte mais cedo, meu humor era inexistente quando entrei no supermercado.

“Bom dia senhor, hoje temos promoções na sessão de pães e frios...” Uma funcionária disse e me lançou um panfleto repleto de anúncios.

A vontade de mandá-la ir tomar no cú se apossou de meu ser. “Obrigado!” Eu me assustava com minha falsa cordialidade.


Andei sem propósito nos corredores, eu não sabia por onde começar.

“Bella, vamos levar light, por favor!” Não era mesmo o meu dia de sorte, a uns cinco passos de mim estava Isabella e sua amiga e namorada de Jasper, Alice.

“Ali, um pouquinho de gordura trans não faz mal a ninguém!” Isabella pegou umas latinhas de coca-cola e colocou no carrinho de compras.

“Você diz isso porque sua genética é perfeita e não tem uma celulite nas coxas, mas eu não estou a fim de pagar drenagem linfática, nem fazer horas de academia!” Alice parecia um pouco resignada. Elas falavam um pouco alto, o tema abortado me fez olhar minuciosamente para Isabella, e sim, aquela mulher tinha um bom par de coxas, torneadas e branquinhas, sua saia curta me dava uma boa visão.

Antes que elas me vissem, sair dali. Eu nunca fui um cara de sorte, mas, ultimamente, a falta dela estava me perseguindo. Por que tudo me fazia ir de encontro à Isabella?

Nosso último encontro foi uma lástima, eu ainda me arrependia amargamente por ter assistido aquele filme, e por tê-la feito chorar novamente, às vezes eu pensava que aquilo era um disfarce, talvez ela, soubesse quem eu sou e para se esconder se fazia de vítima, chorando. Caso fosse verdade, ela era uma ótima atriz, pois seu choro me fazia sentir culpa, muita culpa.

Ainda sem saber exatamente o que cozinhar decidi deixar Isabella de lado e focar em minhas compras. E quem disse que eu consegui? Ela estava ali, de novo, a metros de mim escolhendo tomates.

Isabella parecia absorta, ela olhava a tonalidade, cheirava e apalpava a fruta. Fodidamente sexy vê-la escolhendo tomates! Que merda foi esta que eu disse?

Olhei-a por mais alguns instantes, vi Alice jogando peras e maçãs numa sacolinha. Garota saudável!

“Você vai ficar por quanto tempo namorando esse tomate? Por que não leva logo?” Alice se juntou a Isabella, agora, as duas corriam os olhos pela banca de tomates.

“Você está sendo impaciente! Odeio fazer as coisas com pressa, você já sabe desta parte” Isabella falou dando uma bufada. Garota temperamental.

E como em um click, tive em minhas mãos uma boa oportunidade para esclarecer minhas dúvidas, Isabella era a chave de tudo.


Aproximei-me delas, e num ato reflexo, Isabella e virou e fitou-me com seus olhos. Marrons e sem brilho.

“Oi!” Falei sem graça, afinal o que eu tinha para conversar com ela? E aí, que tal me dizer que merda você fez para meu irmão se matar? Péssima ideia Cullen!

“Hãn... Oi?” Isabella disse hesitante, discretamente, mas não passou despercebido por mim, ela cutucou Alice.

Alice deu um saltinho e olhou para mim. “Ei Edward!” E voltou atenção para os tomates.

“Fazendo compras?” Perguntei ignorando minha burrice, nunca vi um ser tão humano tão retórico quanto eu.

“É o que se faz em supermercados!” Ela respondeu sorrindo, e fazendo piada com minha cara.

Era a hora da ação. “Hum, você pode fazer um favor pra mim?” Pedi.

Eu juro que ela me olhou descrente, sem entender nada. “Favor?” Ela repetiu.

“Camaradagem, essas coisas...” Tentei ser didático.

Era evidente que ela não tinha disposição nenhuma para me ajudar. “Se for do meu alcance...” Ela disse meio rendida.

“Hmm, eu preciso cozinhar para meus pais, e como eu não sou bom com essas coisas e como você é uma garota, tenho certeza que você cozinha muito melhor que eu...” Falei de uma vez só.

“Hãn?” Ela me olhou confusa e corada.

“Vou ter que repetir?” Eu não quis ser grosso, mas tinha certeza que ela tinha me entendido.

Isabella baixou o olhar e fitou seu par de all star velho. “Você me pegou de surpresa, é isso...”

“Que seja, mas você pode fazer isto por mim?” Perguntei beirando a irritação.

“Acho melhor não... Eu estou com Alice e não posso deixá-la sozinha num supermercado... Ela pode comprar tudo!” Céus, que desculpa ridícula fora aquela?

“Garota, é só cozinhar! Você vai à minha casa, cozinha, e depois vai embora, se quiser eu te pago...” Falei amassando meu cabelo, por que ela estava sendo irredutível?



Ela não me respondeu, talvez buscando outra desculpa ainda mais esfarrapada. Então eu joguei baixo.

“Isabella, eu já te salvei duas vezes; se não fosse por mim, você seria abusada por um cara imundo e estaria até agora entre os ferros de um ônibus; então o que custa cozinhar para meus pais?” Joguei sem paciência para ela, não tinha como ela me refutar.

“Vou avisar para Alice, espere só um minutinho...” Ela me deu as costas e puxou Alice num canto. Elas conversavam e me olhavam, Alice parecia temerosa e Isabella um pouco desesperada.

Ela voltou para minha direção. “Vamos então?”


A primeira parte eu tinha realizado com êxito, agora eu tinha que saber quando começar com minhas perguntas.

Nós dois andávamos pelos corredores, havia uma distância segura entre nossos corpos. “Hmm, o que seus pais gostam de comer?” Isabella perguntou com evidente entusiasmo. Era eu quem deveria controlar aquela conversa, eu quem deveria fazer as perguntas. “Quem cozinha é quem escolhe o prato principal!” Falei um pouco mais duro.

Ela me encarou como se eu fosse uma aberração, mas não disse nada. “Seu namorado não vai se importar por ter ver com outro cara?” Isso Edward, pergunte sobre seu namorado, logo todas as respostas virão!


“Sou solteira!” Ela restringiu-se a duas palavras. Me perguntei por ela não disse que ele tinha morrido.

“Seus pais não são de Nova Iorque? São de onde?” Ela insistiu.

Ignorá-la não seria bom, mas dizer que eles são Chicago deixaria tudo muito evidente, com certeza ela sabia que Sebastian veio de Chicago. “Eles não moram aqui!” Falei e pedi para ela não querer saber mais.

“São de qual estado então?” Oh merda! Ela quis saber mais.

Raciocinei um pouco e decidi falar a verdade, talvez ela tivesse alguma reação importante, pois já era demasiado estranho ela não ter nenhuma reação estranha com meu nome. “São de Chicago, conhece alguém de lá?”


E nada, nenhuma ruginha no rosto, nenhuma reação estranha. “Hmm, não. Mas parece ser um lugar bacana.”


“É bom mesmo!” Restringi-me a poucas palavras também.

Isabella parou na prateleira de massas, olhou as diversas marcas e tipos, e jogou alguns pacotes na cestinha. Depois foi escolher tomates.

“Como eles se chamam?” Isabella, depois de escolher meia dúzia de tomates, perguntou inclinada na minha direção. Oh, seu rosto era tão bonito!

Senti meu ar esvaindo quando parei para analisar seus lábios, cheios e vermelhos, eles ficariam ainda mais perfeitos depois de umas boas mordidas. “Eles quem?” Lembrei-me que ela tinha me feito uma pergunta.

“Seus pais, oras!” Ela me disse meio confusa, ela tinha um bonito sorriso.

Pense em todos os palavrões possíveis, pois é, eu gritei todos internamente! Eu nunca poderia dizer o nome de Esme e Carlisle, seria jogar tudo rio a baixo. Eu poderia aceitar ela não saber meu nome, nem saber nada sobre Chicago, mas os nomes dos sogros? Se ela não soubesse alguma merda estava muito estranha nessa história.

“Você faz perguntas demais!” Desconversei, e tirei de suas mãos a cestinha, já estava ficando pesado para ela carregar sozinha.

“Ora, eu vou cozinhar para duas pessoas que eu não conheço e o filho delas não dá nenhuma informação, já que eles são de Chicago, eles devem gostar de carne vermelha, mas nunca se sabe né? E se eles forem vegetarianos? Devo fazer um churrasco sangrento para eles?” Isabella não poupou a ironia, seu discurso veio raivoso para meu lado.

Diante seus argumentos fiquei sem ação. “Eles têm descendência italiana!” Falei por fim, agora ela não podia me crucificar, eu estava dando as informações necessárias.

Ela suspirou aliviada. “Obrigada por isso!”


Nada estava saindo do jeito que eu esperava, até agora eu não tinha descoberto nada, e Isabella estava visivelmente irritada ao meu lado. “Edward, se quiser, pode ir escolher as bebidas, ter você caminhando ao ermo ao meu lado não está adiantando muito!”

De fato, ela odiava minha presença. “Qual bebida devo comprar?” Perguntei.

“Quem compra é quem escolhe o que beber!” Ela jogou vitoriosa para mim, garota temperamental o caralho, garota “sou fodidamente irônica”.



POV Bella


Eu procurava nas prateleiras do supermercado meu amor próprio, ou resquícios dele. Onde estava minha cabeça quando aceitei cozinhar para Edward todo estranho Cullen? Meu sábado estava indo tão normal, tão sem novidades quando ele me aparece me pedindo para cozinhar, e cozinhar para seus pais.

Medo. Está foi a primeira reação que eu tive. E se os pais dele fosse pior que Edward, seria apenas eles colocarem os olhos em mim para começarem a me odiar, assim como o filho deles. Alice também não estava de acordo com este favorzinho, mas Edward, numa atitude não tão nobre, me chantageou com suas atitudes heróicas. Eu, agora, olhava Edward vindo na minha direção com uma garrafa de vinho, a fila do caixa não estava muito grande, mas o suficiente para me deixar irritada. Ele também estava irritado, comigo com certeza. Hum, ele queria beber, pois vi outras garrafas em suas mãos, talvez ele fosse de fato um alcoólatra.

Enquanto ele caminhava pude perceber que seus olhos, ao contrario dos outros dias, estavam verdes vivo e sem o ódio e a raiva, mas também não tinha nada bonito ali, nem felicidade, nem simpatia.
Ele era realmente estranho, não gostava muito de seus pais, eu acho. Não gostava de falar sobre eles, e sempre que falava, Edward adotava uma postura superficial, ele era bom em usar a lei menos é mais.

“Tudo comprado?” Edward perguntou para se fazer presente, sua voz rouca me fez olhá-lo.

“Oh sim, consegui tudo que precisava!” Respondi averiguando a cestinha, ali tinha tudo para uma boa lasanha.

Eu não podia negar, eu estava infantilmente animada para cozinhar para seus ainda sem nomes pais.

“Como eu não sei o que você vai cozinhar, peguei um vinho cada tipo: seco, branco, tinto...” Edward me listou outros tipos, eu o olhava com espanto.

“Hum, sua comida é melhor com espumante?” Ele me perguntou também assustado.

“Não, não... Mas você está comprando muita bebida, qualquer vinho iria combinar, não precisava comprar um de cada...” Falei meio envergonhada. “Acho que o tinto ficaria excelente!”

“Hmm, acho que vou levar todos... Estão com um bom preço!” Edward disse lendo o rotulo do vinho, oh sim, ele era um alcoólatra.

“Bom dia senhor!” A funcionaria do caixa olhou lascivamente para Edward, me ignorando por completo. Qual mulher não tinha babado por Edward naquele supermercado?


Edward acenou sem vontade com a cabeça e começou a despejar suas compras na esteira.

“Cento e vinte cinco dólares e quarenta e oito centavos, à vista ou no cartão?” Nossa, tinha ficado o olho da cara aquela comprinha, olhei para Edward que tirava algumas notas altas de sua carteira.

“Tempos de crise!” Ele me disse baixinho e sorriu, sorriu de verdade, verdadeiro e bonito. E foi como voltar no tempo, semanas atrás quando ele sorriu daquele mesmo jeito para mim, e do mesmo modo que me aconteceu naquela noite, eu suspirei involuntariamente.

“Deixe que eu leve as sacolas...” Edward já tinha as mãos sobre as minhas, um arrepio leve e gostoso invadiu minha pele.

“Hãn obrigada?” Falei e passei as poucas sacolas para ele.


Era um pouco complicado acompanhar o passo de Edward, ele tinha pernas longas e um passo que beirava um metro, e eu, bom, eu praticamente corria atrás dele.

“Algum problema?” Edward olhou para trás e fitou meus olhos, ele estava um pouco impaciente.

“Hum não... Tudo em ordem...” Desviei de seu olhar, olhei para o outro lado da rua. Na calçada tinha uma banca de flores, e foi como voltar ao passado, ao meu passado bom, quando eu e minha mãe comprávamos flores para decorarmos a mesa de jantar.

“Edward? Eu vou ali e já volto!” Falei e atravessei a rua, senti os passos longos de Edward vindo atrás de mim, sua mão segurou forte o meu braço. Bem forte.

“Onde pensa que vai?” Ele me interrogou alto demais, desnecessária tanta força.

Olhei enfurecida para ele, meus olhos olhavam para seu rosto e meu braço sendo apertado por sua mão. Seus olhos fizeram o mesmo caminho. Ele, devagar, retirou sua mão de meu corpo. “Desculpe?” Edward disse baixo demais, como se fosse humilhante pedir desculpas para mim.

“Você é louco!” Falei sem pensar, minha mão logo tampou minha boca. “Meus Deus, que vergonha, eu não quis dizer isso...” Tentei contornar a situação.

“Não quis dizer?” Ele repetiu meio seco e sem humor. “Não quis mesmo?”

Eu só queria um lugar para enfiar minha cara, eu tinha sido tão idiota por falar aquela verdade! Olhei para meus pés e pensei em alguma coisa decente para falar.

“Hãn, é serio, eu não quis dizer aquilo, mas você queria o quê? Eu ia apenas comprar um arranjo de flores e você praticamente agarra meu braço!” Defendi-me, eu não era a única culpada naquela história.

“Você iria comprar flores? Que merda que você faria com flores?” Ele me perguntou, ainda irritado, mas também um pouco curioso.

Senti o calor característico em minhas bochechas. “Hmm, pensei que seria bom decorar a mesa para seus pais comerem, sabe, o ambiente tem que está favorável para a refeição...” Falei encarando o botão da camisa Pólo de Edward.

“Vai lá comprar então...” Ele disse sem vontade. “Quanto é?”

“Oh não, não, isso não é necessário...” Apontei para a nota que ele me dava. “Eu compro!” Sem esperar respostas terminei de atravessar a rua.



POV Edward


Talvez eu fosse um pouco doido mesmo. O que tinha dado em mim para fazer aquilo com Isabella? Ela tinha, apenas, atravessado a rua! E lá estava ela, olhando e cheirando os arranjos de flores, o florista estava olhando descaradamente para suas pernas despidas e flertando, descaradamente também, com ela.  Isabella optou por um vaso simples de orquídeas brancas, era bonito, eu não poderia mentir. “Elas são bonitas!” Falei assim que ela voltou para caminhar ao meu lado.

Ela sorriu de modo fofo, quase inocente. “Eu gosto de flores!”

Não demorou muito para chegarmos ao meu apartamento. Isabella não conseguiu disfarçar seu espanto.

“O que tem de errado com minha casa?” Perguntei de uma só vez, não tinha aonde ela colocar defeitos, estava tudo perfeitamente organizado.

“Céus! Eu estava preparada para tudo, menos para um lugar tão limpo e aconchegante!” Isabella disse passando a mão no sofá caramelo. Eu sorri para ela, era engraçado o jeito que ela me respondia.

“Por acaso você pensou que eu morava num pulgueiro?” Sentei no sofá e fiz sinal para que ela fizesse o mesmo.

“Uh, obrigada por isto!” Isabella disse depois se que esparramou em meu sofá.

Ela estava sendo embaraçosamente estranha. “Pelo o quê exatamente?” Eu quis saber.

Suas bochechas ficaram vermelho tomate, e eu fiquei ainda mais curioso. “Você anda muito depressa, minhas pernas precisavam de uma folguinha...”

“Sério? Por que não pediu para andar no seu passo?” Perguntei correndo a mão por meu rosto, minha mãe não poderia me ver com tanta barba!

“Quem me garantiria que você não iria ficar puto por isso?” Isabella disse, suas palavras me atingiram em cheio, eu estava sendo tão grosso com ela! Mas por que ela não ajudava? Porque não me dava as respostas que eu tanto queria?

“Você é muito fechada...” Falei sem dominar as palavras, Isabella me olhou interrogativamente.

“Hãn?” Ela estava meio perdida e fodidamente corada.

Edward, saiba usar as palavras pelo amor de Deus! “Sei lá, às vezes você parece que está escondendo alguma coisa, e seus olhos, eles são meio apagados!”

Ela me olhou, de novo, repetidas vezes e riu, riu da minha cara. “Você realmente acredita que eu confio em você o suficiente para falar sobre minha vida? Edward, pelo amor de Deus, não seja idiota!”

Senti a raiva exalando por meus poros. “Garota, quem você acha que é para falar assim comigo? Até pensa que é gente, garotinha infame!” Nesta altura minha voz já estava acima do nível normal, Isabella me olhava com os olhos cheios de lágrimas. “Vai chorar agora? Tudo o que você faz é chorar!” Meu corpo já estava estufado para o dela, e meu dedo quase em seu rosto.

E foi quando eu senti um queimor em meu rosto, sua mão estralou em minha bochecha esquerda, deixando a região dolorida e vermelha.

“Cale a merda de sua boca, eu não sou umazinha qualquer!” Isabella praticamente cuspiu para mim. “Você se acha o pica né?” Ela deu um passo na minha direção. “Você não sabe porra nenhuma sobre mim, então nunca abra a boca para falar da minha vida!” A mão de Isabella ainda estava parada no ar, e a dor, ainda em minha bochecha. Nós nos olhamos, sempre dizer nada ela saiu da minha frente, indo para a porta com certeza.

“Onde fica a cozinha?” Isabella perguntou friamente. Minha mente acordou, ela, apesar de tudo, ainda iria cozinhar para meus pais?



POV Bella



Meus se estivessem vivos, com certeza, me deserdariam! Eu tinha dado um tapa no rosto de Edward, um tapa dolorido. Sem contar que eu tinha falado todos os palavrões que conhecia.Engolir o choro não era uma tarefa fácil para mim, mas zelando meu orgulho, não deixei nenhuma lágrima cair na frente dele. Por que Edward sempre conseguia me ferir com suas palavras, ele, será que tinha gosto por isso; em sempre me deixar mal?

Sem saber realmente o motivo fui para a cozinha limpa e brilhante de Edward, as sacolas foram colocadas em cima da mesa. Ok, eu iria começar a cozinhar para os pais do Sr. Todo Estranho.

Escolhi fazer lasanha e para sobremesa, uma torta gelada. Tudo era tão limpo que fiquei com medo de tocar, tudo perfeitamente alinhado.

Minha cabeça dava voltas e voltas pensando no que eu tinha acabado de fazer, tinha sido baixo e estúpido, mas Edward estava de fato pedindo aquele tapa, eu não poderia ouvi-lo me ofendendo daquela maneira.Os tomates foram picadas e reservados para o molho, enquanto isso a massa cozinhava numa panela, a ebulição da água estava literalmente a todo vapor.

“Mãe, posso cozinhar com você?” Perguntei tímida, minha mãe estava concentrada demais no preparo do pescado.

Ela me olhou e sorriu, me convidando a juntar a ela. “Minha princesa decidiu ser prendada?” Renée me passou uma tigela cheia de batatas.

“Hmm, acho que sim ein? Preciso saber cozinhar para arrumar um namorado, não estou certa, mãe?” Brinquei ainda sem saber o que fazer com aqueles legumes.

“Filha, você tem apenas quatorze anos, não deveria pensar nessas coisas, não me diga que você já tem um namoradinho?” Ela me questionou com falso espanto.

Pensei bem antes de respondê-la. “Hmm, tecnicamente, não, mas você sabe que eu já dei uns beijinhos por aí...” Senti minhas bochechas quentes, minha mãe apenas sorriu condescendente para mim.

“Que Charlie nunca descubra isso...” Renée disse despejando alguma coisa na pia. “Então, vamos lá mocinha, o que você sabe fazer na cozinha?”

A pergunta era completamente sem resposta. “Nada?” Respondi em tom de pergunta. “Acho que posso fazer a sobremesa.” Propus.

“Hmm, vou confiar em você ok? Seu pai gosta de torta, acho que você sairá bem... Pegue tudo na geladeira; ovos, manteiga, leite condensado...”

Olhei para a sala, Charlie assistia um jogo qualquer, bem típico para um domingo. Olhei também para a mesa, em poucos minutos nós três estaríamos sentados e comendo e, possivelmente, discutindo o quanto minha torta tinha ficado açucarada. Eu tinha um problema sério com minhas lembranças, a intensidade delas me assustava. Meus pais eram tudo para mim e não ter eles por perto era como não ter aonde me firmar. Era um naufrago. 

“Chorando porque agora?” Mal percebi que Edward estava sentado na cadeira perto fogão, mas sua voz embebida na arrogância me trouxe para o presente.

Também não tinha percebido as lágrimas em meu rosto, eu não estava triste, nostálgica era o termo correto, relembrando o quão feliz eu era na presença de meus pais.

Não me dei ao luxo de responder, ignorar Edward estava sendo uma tarefa difícil, podia sentir seus olhos atravessando minha pele. Sua presença me incomodava, ou melhor, ele me sufocava, me intimidava, eu estava começando a temê-lo.


POV Edward


O jeito que ela passava a faca pelos legumes e o modo com qual ela observava as panelas me intrigava, ela estava num mundinho paralelo. Eu tinha pensado muito sobre vê-la cozinhar, parecia errado, mas meu corpo pedia para eu estar próximo dela. Isabella não tinha percebido minha presença, continuei ali a observando. Minha cabeça era uma gelatina fodidamente derretida, eu deveria estar com muita raiva por ter lavado um tapa dela, mas não, eu não conseguia ficar com raiva, não por isso.

Minha raiva se dava pelo fato dela sempre se fazer de coitadinha, sempre chorando, como se você a maior injustiçada dessa história. Subi meus olhos para seu rosto, tinha um sorriso pequeno em seus lábios, sua face estava calma como nunca antes vista por mim. Seu sorriso crescia aos poucos ao passo que seus pensamentos ficavam mais longes.

Aquilo também me causava asno, ela não tinha esse direito, ser feliz. Eu já estava me preparando para sair da cozinha quando um soluço baixo me chamou atenção. Ela estava chorando de novo.
Sem pensar questionei-a. “Chorando porque agora?” Era fácil perceber o quão irritado eu estava.

Isabella secou as lágrimas com pressa e me encarou sem me responder, tinha alguma diferente com ela, em seus olhos já sem brilho, eu poderia descrever como alguém acuado. Outras lágrimas rolaram mais fortes deixando seu rosto vermelho e seus olhos inchados. Quando ouvi duas batidinhas na porta meu corpo tremeu, era meu pai e minha mãe, e Isabella ainda estava aqui.

Esconde-la não era uma opção, mas ela nunca poderia ver meus pais senão meus planos se desmoronariam. Naquele momento conclui que eu estava muito fodido, já podia ver Isabella me estapeando e dizendo o quanto eu era falso, via Esme e Carlisle desesperados, eles estariam perante àquela que acarretou a morte de seu filho.

“Seque essa cara de choro pelo amor de Deus...” Joguei um pano de prato para Isabella, me surpreendi quando ela fez o que eu pedi.

Rumei para a porta, antes olhei para trás e vi Isabella encostada no balcão sem saber o que fazer, seu rosto era pura confusão.

Posicionei minha mão na maçaneta e abri a porta. Agora era esperar o caos começar.


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