25 junho 2015

FanFic Passado Distorcido - Capitulo 16 - E quem um dia irá dizer que não existe razão?

 

Autora(o): Kelly Domingos - Whatsername no Nyah!
Gênero: Angst, Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Censura: +18 
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo


E quem um dia irá dizer que não existe razão?

POV Bella


Eu precisava de ajuda feminina. Urgente! Alice estava encantada demais com a avó e mãe de Jasper e, Rose ainda ponderava sobre transar com Emmett no terceiro encontro. Pensei sobre ligar para Esme. Não! Era uma péssima ideia.

Oi Esme, como está? Então, seu filho está me deixando louca! Você pode me ajudar?
Edward, Edward, Edward Anthony Cullen. O que ele estava fazendo comigo? O que eu estava o deixando fazer comigo?
Era toda aquela coisa de sermos amistosos, eu sabia que não daria certo, ele estava sendo amistoso demais. Ele estava sorrindo e me olhando demais.
Acredito que olhando mais, às vezes eu me perguntava se tinha alguma coisa errada comigo, pois Edward não tirava os olhos de mim. Ele, com certeza, estava avaliando o quão meus lábios eram desproporcionais, e tentando medir o grau de meu estrabismo.

Ele tinha cursado direito, e isto era um tanto difícil de imaginar, Edward dentro de um terno. Eu o preferia dentro do uniforme de bombeiro! Tinham outras coisas que me deixavam encantada. Edward era canhoto e usava óculos, aquilo era estranhamente charmoso. Eu me recriminava por esses pensamentos. Edward não gostava muito de mim, mesmo ele dizendo o contrário. Sabia também que alguma coisa tinha mudado, eu podia ver um pouco mais de receptividade em seus olhos e ações.



Era fácil notar algumas emoções diferentes quando eu contava alguma coisa sobre meu pesadelo ou sobre Sebastian, o último nunca era um bom assunto, além de me levar para lembranças ruins, Edward ficava notoriamente irritado. E a última coisa que eu precisava era dele nervoso, eu tinha que poupar minhas outras costelas. Sobre elas, devo dizer que a dor persistia assim como a grande marca roxa. Eu odiava Edward por aquilo, mas sabia que existia muita coisa por trás daquele ato. Eu estava começando a cogitar a hipótese dele ser bipolar. O corpo másculo rolando um pouquinho na cama me fez voltar para a realidade. Eu gostava do jeito que seus cabelos caiam sobre seus olhos, e como seu peito subia e descia.

“Edward, Edward, Edward... O que você está fazendo comigo?” Perguntei baixinho, em cima de seu rosto. Ele não demoraria a acordar.
Ele rolou para o meu lado, quase colando nossos corpos. Voltei a me deitar, era bom vê-lo dormindo, ele me confundia menos assim. A proximidade também me assustava. Edward, por vezes, jogava seu corpo para o meu lado, nunca chegando perto demais. Eu queria que ele chegasse?
Minha cabeça doía por causa do álcool da noite passada, uma dose miserável já tinha feito um bom estrago, eu não me lembrava o nome, sei lá, acho que um tal de Charles tinha me feito perder bons quarenta minutos com uma conversinha chata. Alguma coisa em meu vestido me incomodava, logo descobri que era o zíper. Desfiz a trança de meu cabelo, colocando as presilhas em cima do criado mudo.

Edward rolou para ficar de costas para mim, e ri lembrando-me de quando ele disse que não rolava. Seus pés tocaram os meus delicadamente, e, porra, eu deveria parar de pensar nos pés de Edward! Eu conseguia me lembrar de cada sensação, de cada toque, de cada pressão aplicada. Movi meu corpo impensadamente para o lado dele. Eu tinha uma ótima visão de sua nuca e se eu me esforçasse eu poderia enxergar um pouco de suas costas através do colarinho do pijama cinza. Os cabelos dourados estavam embolados. Delicadamente, movi meus dedos para eles e, novamente, impensadamente, deixei que meus dedos entrassem naquele grande bagunça. Edward tinha razão, seu cabelo estava puro óleo, mas nada me faria tirar as pontas de meus dedos de seu couro cabeludo. Peguei-me rindo novamente, eu, Isabella Swan, estava realmente fazendo cafuné em Edward? Que diabos tinha acontecido com o mundo esta manhã?

Não apliquei muita força, movi meus dedos tranquilamente, desde a nuca até o meio de sua cabeça. Fixei meus olhos em meus movimentos, eu via as unhas vermelhas correndo entre o tom de cobre. Eu não estava me sentindo uma puta imunda por fazer aquilo.

“Mmm.” Edward ressonou baixinho, quase como uma criança. Meu corpo retesou e o calor chegou rápido em minhas bochechas.
Que ele não tivesse acordado há muito tempo!
Meus dedos não deixaram seus cabelos e, muito menos, cessei meus movimentos. Eu continuava acarinhando-o. Por que eu não conseguia parar?
“Mmm, isso é muito bom!” Edward disse com sua voz rouca, ele ainda estava despertando.
Decidi que eu deveria parar com aquilo. Tirei minha mão com um pouco de brutalidade e se ele perguntasse alguma coisa era só dizer que ele estava sonhando, simples assim.
“Bom dia, Edward.” Falei baixinho, meu corpo tomou uma distância segura do dele.
“Bom dia, Bella.” Ele disse rouco, de novo. Seu corpo rapidamente fora girado para ficar de frente para o meu.
“Uh, você chegou tarde ontem!” Ele falou despretensiosamente, piscou algumas vezes e depois bocejou.
Eu não devia satisfações a ele, eu não era nada dele, mas me senti na obrigação de respondê-lo.
“A noite estava boa, Emm e Rose são ótimos! Eu acabei vindo de táxi mesmo.”
Ele me olhou surpreso e um tanto incomodado.
“Emmett disse que ira te trazer!”
Eu ri com o comentário.
“Edward, você realmente acha que Emm perderia uma noite com Rosalie?”
Edward correu os dedos pelos cabelos, ele fazia aquilo sempre.
“Você deveria ter levado seu celular.”
“Nem me dei conta que tinha o esquecido.” Falei rapidamente, joguei meus pés para fora da cama. “Quer comer o que hoje?”
“Nada, não estou com fome.” Ele me respondeu e voltou a fechar os olhos. “Acho que preciso dormir mais!”
“Uh, claro.” Respondi ajeitando meu vestido. “Vou aproveitar para limpar sua casa, está começando a ficar meio suja.” Pedi internamente para que ele não me interpretasse mal, não estava como um chiqueiro, talvez um pouco desorganizada.
“Bella, você não é minha empregada!” Edward disse estreitando seus olhos para mim. Eu sabia que ele nem estava me enxergando.
Obrigada santa miopia!
“Eu sei que não, mas eu também não vou ficar te olhando dormir.” Falei e peguei um par de roupas em minhas sacolas. Ouvi uma risada baixa vindo da cama.

Quando me olhei no espelho quase cai para trás, eu estava um pequeno monstrinho! O rímel, que eu pensei ter removido completamente ontem à noite, me deixava com aparência de panda. Meu vestido estava completamente amassado, meu cabelo, bom, meu cabelo era uma bagunça. Escovei meus dentes e troquei de roupa, optei por um short jeans e uma blusa preta de alcinhas. Olhei-me de novo no espelho. Eu não tinha melhorado nenhum pouco! Amarrei os cabelos num rabo alto, lavei o rosto e passei protetor solar. Quando voltei para o quarto, vi Edward dormindo tranquilamente.

O quarto não estava bagunçado, apenas algumas roupas fora do armário. Peguei e as dobrei, formando duas pilhas. Era engraçado saber as roupas que Edward usava, ele gostava de calças Calvin Klein e Diesel, as camisas eram na maioria Aerèpostale e A&F, e os agasalhos eram GAP ou Guess. Eu sorri sozinha quando não consegui contar as inúmeras camisas xadrez que Edward tinha. Os sapatos eram uma incógnita, ele tinha a linha inteira Nike Shox, na parte inferior do armário e diversos sapatênis. Eu não poderia dizer se ele era mais casual ou esportivo.

Do lado das roupas do cotidiano havia seus uniformes. Tinha tempo que eu não via Edward neles.

Organizei as roupas no armário e fui para sala. Majestosa, o sofá caramelo era de bom gosto e a TV era gigante, pensei sobre Edward ter dinheiro, pois não fazia nenhum sentido ter duas televisões em casa. Ali não tinha muito que arrumar, apenas observei, tinha alguns quadros e alguns porta-retratos, Esme e Carlisle em todas as fotografias.

A cozinha era a parte mais limpa, nada fora do lugar. A mesa de jantar estava impecável. No fim, descobri que não tinha nada muito árduo para fazer, apenas dar uma varrida e tirar o pó. Peguei meu celular em cima do sofá, fiz uma playlist rápida e coloquei os fones. Eu era, talvez, uma pessoa doméstica demais. Gostava de cozinhar, e limpar a casa não era um problema. Se eu fosse um pouco mais sortuda eu poderia me imaginar com uma casa, marido e filhos. Não me fazia bem ser tão otimista assim. Quanto maior o sonho, maior a decepção. Não tinha alguma coisa assim? Eu já estava resoluta, eu viveria sozinha. Afinal quem iria me querer? Ou melhor, quando alguém realmente me quis? 

Sebastian não era padrão para nada. Ele tinha fodido com toda minha vida, tudo ainda era recente, mas eu me perguntava o que ele queria com aquilo tudo? Não tinha resposta, ele era um completo doente. Pensar nele também não me fazia bem, voltei atenção para a música. Eu sabia que estava alto demais. Não demorou muito para eu estar cantando sem nenhum ritmo, meu corpo mexia de um lado para o outro sem minha permissão. Eu estava um pouco absorta quando percebi alguém tirando os fones de meu ouvido, os dedos tocaram levemente a parte de trás de minha orelha.

“Você vai ficar surda se continuar ouvindo música no talo!”
Não olhei para trás, eu precisava dissipar o calor que estava em meu rosto. Por que ele tinha que me pegar no flagra?
“Você me assustou!” Falei ainda envergonhada.
Ouvi uma risada baixa atrás de mim.
“Bella, você é desatenta demais, estou a uns bons minutos te observando!”
Ele tinha visto tudo? A desafinação, o corpo sem jeito?
Eu queria esconder meu rosto, ou pelo menos fazê-lo para de queimar.
“Sabia que é deselegante observar as pessoas?” Perguntei ainda sem encará-lo.
Edward se moveu para ficar na minha frente.
“Sabia que é deselegante ficar com os dedos em meus cabelos e depois agir como se nada tivesse acontecido?” Ele tinha um sorriso pequeno nos lábios.

Eu estava cogitando, seriamente, abrir um buraco no chão da sala mesmo!
Não respondi nada, até por que meus músculos estavam todos paralisados, também não consegui deter as mãos de Edward enquanto ele colocava meus fones em seus ouvidos.

“Uh, curte Weezer? Eles não estão meio decadentes, não?” Edward perguntou abaixando um pouco o volume.
“Eles são bons!” Falei rapidamente, eu só precisava sair dali.
Edward sentou-se no sofá. Ele tinha um leve rubor no rosto, mas aquilo não parecia um semblante envergonhado.
“Uh, eu preciso trocar minhas roupas!”
Eu odiava com todas as fibras de meu ser aquela situação. Quando o ombro e pulso de Edward ficariam bons? Era um pouco insalubre ter que tirar todos os dias a camisa dele.
“Claro.” Falei passando as mãos em meu cabelo. “Vai indo que eu logo chego.”
Antes de ir para o quarto passei na cozinha e bebi um pouco de água, eu estava com um calor absurdo. Edward estava sentado na cama, ele parecia um pouco distante.
“Ei, qual roupa para hoje?” Perguntei já em frente ao armário.
“Qualquer uma.” Ele disse e se levantou. Ele nunca especificava nenhum tipo de roupa, tudo estava bom para ele.

Então eu fazia a pior parte, Edward me acompanhava, ele sabia a hora certa de levantar os braços e mover um pouco o corpo. A mim cabia, apenas, não ficar muito deslumbrada com seu peito despido, e tentar não deixar muito visível a curiosidade de saber onde mais ele tinha aquelas cicatrizes pequenas.

“Uh, você vai lavar meus cabelos, certo? Eu poderia fazê-lo sozinho, mas tem esses pontos...” Edward perguntou indo com a bermuda para o banheiro.
“Isso pode ser depois do almoço, não pode?” Perguntei apenas para ganhar um pouco de tempo.
“Quando você quiser, Bella.” Ele disse sobre os ombros.
Aquele quarto não estava me fazendo bem, rumei para cozinha a fim de preparar alguma coisa para Edward comer. Decidi por panquecas.
“Hmm, isto está com cheiro bom!” Ele disse puxando uma cadeira. “São panquecas?”
Não, são bolas de sorvete! Não vê a cobertura?
Rolei os olhos antes de responder.
“Espero que goste, quer tentar comer sozinho?”
“Apenas corte para mim, acho que não farei muita bagunça.” Edward respondeu concentrado no prato a sua frente.
Cortei tudo em pedaços pequenos, sentei-me ao lado de Edward.
“Uh, você já pode comer.”
“Você nunca come, não é?” Ele perguntou antes de levar o garfo à boca.
Eu sorri com a pergunta. “Eu estou terminado com seu estoque de biscoitos recheados, os chocolates também estão acabando.” Admiti sem encará-lo.
“Você deveria se alimentar melhor!” Ele simplesmente colocou.
“Você não é o melhor exemplo de boa alimentação.” Retruquei sem soar muito grossa.
Edward sorriu e me olhou.
“Bella, eu estou tomando sopas todos os dias, isso não é alimentação saudável?”
Eu achava engraçado e estranho o fato de sempre chegarmos a conversas aleatórias, e, por vezes, desnecessárias.
“Uh, já está um pouco tarde. O que pretende para o almoço?” Perguntei averiguando meu relógio. Quase meio dia.

O sorriso que se formou no rosto de Edward foi bonito, engraçado e fofinho?
“Bella, você deve melhorar sua oratória. Eu sou uma pessoa normal, não precisa me tratar como eu fosse uma celebridade!”
Senti todo meu sangue subindo para meu rosto, o calor também era intenso. Por que ele tinha que me constranger sempre?
“Vou trabalhar nisso.” Falei. Edward apenas sorriu de novo.

(...)

“Bella, o que acha de batatas fritas e bife? Eu preciso morder, minhas presas vão cair caso eu não as use.” Edward disse vindo para a cozinha, eu estava ali há um bom tempo pensado no que preparar para o almoço.
“Isso parece excelente!” Devolvi-lhe. Era um ótimo cardápio.
Não importava quantas calorias aquele prato tinha, mas eu sabia que estava fodidamente gostoso. Edward parecia concordar comigo.
“Menina, isso está pica!”
O vocabulário de Edward não era dos melhores, mas quem eu era para julgá-lo? Eu falava palavras feias a cada cinco palavras mais ou menos bonitas.
A travessa de batatas logo chegou ao fim. Edward me fez comer o último pedaço de bife, segundo ele, eu precisava me alimentar melhor. Mas ele não era o carnívoro dessa história?
Talvez ele seja o Sr. Todo Estranho!

(...)

O boxe era grande até com nós dois ali dentro. Não seria fácil lavar os cabelos de Edward.
“É melhor eu tirar a camisa, não?” Ele perguntou meio incerto.
De novo?
“Ela vai molhar.” Ele continuou frente a minha falta de resposta.
“Uh, é melhor mesmo! Deixe-me tira-la.” Falei e indo em direção a ele.

Segurei hesitante a barra da camisa, senti minhas unhas roçando fracamente a pele de sua barriga tonificada. A última coisa que eu poderia fazer era olhar para o rosto de Edward, mas eu a fiz. E foi como me faltar o ar, ele tinha os olhos tão fixos em minhas mãos que chegava a dar medo. Um leve rubor cobria-lhe a face e seus olhos além de fixos, estavam exponencialmente mais verdes.

Que merda era aquela?
“Hmm, água fria ou quente?” Perguntei para quebrar o clima estranho.
“Fria, por favor!” A voz saiu rouca, e sem nenhuma convicção.
Abri a ducha e água fria veio em jatos fortes. Eu não sabia muito bem como começar aquilo.
“Abaixe-se.” Pedi e Edward logo o fez.
Ele ficou debaixo da água, até seus cabelos ficarem bem ensopados. Um fio de água descia pela linha de sua coluna e outros mais, por seus ombros. Peguei o xampu, despejei em minhas mãos e li o rótulo. Ele dizia “para cabelos normais”. Por que todo homem julgava seus cabelos como normais?
Edward me olhou meio de lado.

“Vamos lá, Bella, sei que você consegue!” Ele sorria ironicamente para mim.

Comecei espalhando o xampu sem usar força. Depois, pressionei meus dedos no couro para desgrudar a oleosidade que tinha ali. Era como os movimentos feitos pela manhã, porém, agora, mais fortes. Pedi a Deus que Edward não fizesse nenhum comentário idiota sobre minha atitude de mais cedo.

“Estou me saído bem?” Perguntei.
“Claro, estou relevando o fato de ter espuma quase dentro de meus olhos!” Ele disse, mesmo sem ver seu rosto, sabia que ele estava sorrindo.
“Uh sério? Vou dar um jeito nisso!” Puxei sem corpo para cima rapidamente, a espuma escorria pelos lados de seu rosto. Era engraçado de ver.
“Não abra os olhos, Edward.” Pedi e passei minha mão para tirar os excessos. A barba pinicou em minha pele. Edward precisava tirá-la também.
Continuei tirando o excesso com minha mão. Era uma sensação boa passar minha mão por sua face.
“Uh, acho que está bom, abra os olhos.” Pedi.
Ele os abriu e me encarou por longos segundos. Eu não sabia muito bem descrever o que ele queria me dizer com aquele olhar.
“Mais xampu?” Perguntei, novamente, para quebrar o clima estranho.
Edward curvou o corpo de novo. Eu voltei a trabalhar em seus cabelos. Mais uma dose de xampu e tudo estaria resolvido.

Um barulho antecedeu tudo. Um segundo antes, eu estava lavando os cabelos de Edward. Um segundo depois, nós estávamos caídos no chão do boxe. Nem sei quem escorregou, se fora eu ou Edward. Seja lá quem escorregou, o importante é dizer que, quem caiu primeiro, levou o outro para o chão também. Senti a água encharcando minha camisa e pingando em meu cabelo, eu estava um pouco tonta, eu confesso. Minha primeira ação foi tentar tirar minha camisa, eu já estava perto de passá-la por minha cabeça quando me lembrei de Edward. Onde ele estava?

Eu não tinha batido com a cabeça, mas meus pensamentos estavam soltos. Como eu não vi Edward? Eu estava sentada em suas pernas!

“Bella, pelo amor de Deus, desça sua camisa!” Ele pediu meio rouco.

Por que ele sempre ficava rouco?

Edward estava sentado no chão com as costas encostadas no azulejo, o cabelo ainda tinha espuma. Uma fina camada de água cobria seus ombros e barriga. E foi quando eu me lembrei que meu sutiã estava aparecendo. Desci a camisa na velocidade da luz, ignorei o calor em minhas bochechas e possivelmente o tom rubro.

“Edward, você está bem?” Perguntei preocupada. Ele tinha uma expressão meio sofrida.
“Uhum.” Saiu num fio de voz. “Você precisa terminar com meu cabelo.”

Eu precisava sair de cima dele urgentemente, mas Edward parecia pensar o contrário. Ele tomou o frasco que estava caído no chão despejou sobre seus cabelos. Suas mãos estavam espalmadas no chão, ele tinha os olhos fixos nos meus, nenhum dos dois desviou. Restou-me lavar os cabelos dele, mesmo estando sentada em suas pernas. Levei minhas mãos para o topo de sua cabeça e massageei avidamente com as pontas dos dedos. Edward moveu um pouco para ficar debaixo da ducha, me levando junto também. A situação era completamente embaraçosa, nós dois com as roupas molhadas, debaixo de um chuveiro. Era completamente embaraçosa, mas não incômoda.

“Tem um pouco de xampu em sua nuca. Abaixe um pouco para eu poder tirar.” Pedi envergonhada.

Edward não dizia nada, apenas fazia o que eu pedia. Lavei sua nuca e subi de novo seu rosto. Grande erro!

Seu rosto parou a poucos centímetros do meu. Eu podia ver cada gotinha de água descendo em sua bochecha. Seus cílios bateram levemente em surpresa, e seu rosto chegou mais perto. Os orbes verdes me fitaram por um longo tempo, depois, o mesmo olhar parou em minha boca. Eu quase podia sentir a textura de seus lábios, uma folha de papel não passaria entre nós. Água fria deixava tudo pior, ou melhor, não sei. Os arrepios em minha pele eram por causa da temperatura ou por causa da proximidade?

Edward entreabriu a sua boca delicadamente, me convidando a fazer o mesmo. Eu estava hesitante sobre aquilo, iria beijar Edward Cullen? Ele se inclinou um pouco, suas mãos, não sei como, estavam em minha cintura, as minhas foram para a base de sua nuca. Há quanto tempo eu não sentia aquilo? Melhor, eu já tinha sentido aquilo?

A água colou ainda mais minha camisa ao meu corpo, movi-me sutilmente no colo de Edward. Um milímetro a mais e eu estaria beijando-o. Eu precisava olhá-lo, subi meus olhos de seus lábios para seus olhos. O verde era penetrante, eu podia enxergar mil coisas, dentre elas a confusão, a dúvida e a hesitação. E então ele se afastou. Edward piscou algumas vezes e tirou os olhos dos meus. Eu poderia jurar que ele estava envergonhado. Eu também estava.

Eu deveria interpretar aquilo como uma rejeição?

“Quer que eu termine?” Perguntei baixinho, eu não poderia encará-lo.
“Pode ser.” Ele me respondeu com um tom que eu não pude decifrar.
Eu continuei sentada no colo dele, meus joelhos ao lado do corpo de Edward. Não ousei olhar para o rosto que olhava para o chão.
Realmente, eu não conseguia classificar aquilo como muito, muito bom ou como uma merda completa.

(...)

A tarde arrastou-se. Edward não parecia querer falar sobre o que tinha acontecido e eu estava uma pilha de nervos. Por que eu consegui estragar tudo? Responda-me! 
Ele assistia alguma coisa na televisão. Eu não conseguia me concentrar em nada, minha mente viajava para o que tinha acontecido dentro daquele banheiro. Eu conseguia me concentrar um pouquinho em Edward correndo os dedos por seus cabelos lavados.

“Edward.” Chamei receosa. “Vou fazer bolo de chocolate, vai querer?”
Ele me olhou, não diretamente.
“Uh, eu já provei seus pratos salgados, agora é a vez dos doces!”
Fiquei um pouco surpresa com a resposta longa. Calcei os chinelos e fui para a cozinha.
Edward tinha um armário cheio, rapidamente encontrei tudo que precisava. Barras de chocolate, creme de leite, leite condensado... Eu, particularmente, era mais inclinada a doces. Desde criança eu era meio alucinada com eles. Se quiser me comprar, dê-me doces! Fiz uma receita dobrada, pois não sabia a quantidade que Edward comeria. Bom, eu poderia comer um bolo inteiro tranquilamente.
Passos arrastados me chamaram atenção. Edward caminhava meio hesitante para o meu lado, seus óculos estavam um pouco tortos.

“Uh, a gente precisa conversar, não é?” Ele disse encostando-se no balcão.
“Uhum.” Respondi vidrada na massa que eu produzia.
“Bella.” Meu nome saiu um pouco arrastado. “Hmm, peço desculpas pelo o que aconteceu, ok? A gente está se dando melhor, e eu não quero deixar as coisas estranhas.” Edward disse em um misto de nervosismo e expectativa.
“Tudo bem, Edward.” Falei sem olhá-lo. Tinha um tanto de coisa subindo e descendo em meu estômago.
“Eu quero ser seu amigo. Você é uma boa amiga.” Ele disse mais ávido, mas não tinha certeza em seu tom.
Amigos? Tipo, confidentes?
“Claro Edward, nós podemos trabalhar nisso.” Respondi evasivamente.
“Bella, olhe para mim.” Edward pediu tocando meu ombro. “Por favor.”
Subi meu rosto sem vontade, encontrei um par de olhos me fuzilando.
“O que há de errado com você?” Edward perguntou.
“Nada, Edward! Eu preciso terminar o bolo.” Disse e pedi para que ele me deixasse sozinha.
Afinal, o que havia de errado comigo?
Edward não deixou a cozinha, ele continuou encostado no balcão. Eu podia sentir seus olhos em mim.
“Não vai ver televisão, não?” Perguntei colocando a forma no forno. Qualquer coisa era mais interessante que ficar me observando.
“Eu estou bem aqui!” Ele disse rapidamente, e meio irritado.
Decidi por não olhá-lo, nem procurar entendê-lo. O próximo passo era fazer a calda.
“Edward, tem algum licor aqui?” Perguntei sem me direcionar a ele.

Eu pude ver o semblante confuso estampando sua face.
“Uh, quero dizer, chocolate com um pouco de licor é bom, certo?” Expliquei-me.
Edward sorriu um pouco, antes de responder.
“Tem todos os tipos de bebida na segunda porta a sua esquerda.”
Segui as coordenadas e encontrei muita bebida. Tinha vinho, rum, gim, tônica. Cara, tinha até vodca!
“Você é alcoólatra?”
“Não.” Ele me olhou de um jeito engraçado. “Não, eu também não bebo apenas socialmente.”
Ele era um alcoólatra, mas não queria admitir. Eu sabia disso.
“Seu fígado pede socorro, sabia?”
“Oras, ele não é órgão que se regenera?” Edward perguntou confuso.
Eu devia dizer que se regenera sim, mas, uma vez fodido, o guerreiro fígado de Edward não duraria muito tempo. Era informação demais para ele entender.
“Você vai ter cirrose se continuar desse jeito.” Coloquei displicentemente, despejei um pouco de licor na calda que já borbulhava dentro da panela.
“Você é muito inteligente.” Edward disse com tom sério.
Só por que eu sabia o funcionamento do sistema porta-hepático?
“Obrigada?” Saiu meio vacilante e como uma pergunta.
“Pegue um vinho para mim?” Ele pediu ainda encostado no balcão.
“Edward, você não pode beber, esqueceu?” Falei séria. Eu me culparia até a morte se alguma coisa acontecesse com ele por minha culpa.
“Bella, eu não vou entrar em coma alcoólico! Está fazendo bolo, não está? Então, se eu comer e beber eu não vou passar mal!” Ele disse, quase imitando uma professora ensinando o alfabeto para uma criancinha.

“O médico disse que você não pode beber, Edward!” Insistir novamente.
Ele me olhou cético, mas ainda com um semblante divertido.
“Eu arco com as consequências, ok?” A resposta saiu meio debochada.
“E se você morrer?” Perguntei, soando meio retardada. “A culpa vai ser minha, não vai?”
“Você está sendo dramática!” Ele disse. “Vamos lá, Bella, é só um vinho! Pegue para mim.”
Cedi. Então, peguei uma garrafa fechada e a abri. Peguei uma taça também.
“Bella, isso não é uma ocasião especial! Dê-me um copo qualquer!” Edward disse arqueando a sobrancelha.

A calda não demorou a ficar no ponto, o bolo também já tinha assado. Despejei o líquido viscoso sobre o bolo e o coloquei na geladeira. Da cozinha eu podia ver Edward bebendo tranquilamente do vinho. Ele estava absurdamente à vontade no sofá. Servi-me um copo de Coca Cola. Poderia parecer estranho, mas eu realmente gostava de bolo gelado com refrigerante. Levei um para Edward também, por via das dúvidas.

“O que acha te trocar o vinho pelo refrigerante?” Perguntei enquanto me sentava ao lado de Edward no sofá.
“Eu acho uma péssima ideia.” Ele me respondeu e bebeu do vinho. Averiguei a garrafa. Pelo nível, ele já estava no segundo copo.
“Coma do bolo, glicose vai ter fazer bem.” Lancei lhe o prato e uma colher.
Edward não fez nenhum movimento para pegar o prato, ele só tinha atenção para o copo meio vazio.
“Vou ter que te dar na boca?” Perguntei.
“Isso não seria uma novidade.” Ele disse e deu mais um gole.
Primeiro, concentrei-me em experimentar do bolo. Eu era a pessoa mais modesta do mundo, mas o bolo estava divinamente bom. Doce, macio e molhado.
Peguei uma quantidade moderada para Edward.
“Ei, vire para cá!” Pedi.
Ele inclinou o rosto para o meu lado. Ele tinha as pupilas levemente dilatadas. “Será que isso está bom, Bella?”
“Experimente e me diga.” Coloquei a colher em sua boca. Ele a lambeu até não restar mais nada.
“Garota, isso está fodido de tão bom!” Edward disse e bebeu por cima um pouco de vinho.
“Uh, você pretende acabar com esta garrafa?” Perguntei curiosa.
“Quer um pouco? Eu não gosto de beber sozinho.” Ele me passou o copo.
“Então você pode me dar bebida?” Perguntei novamente curiosa, pois ele parecia muito contrario a me ver bêbada.
“Eu não gosto de imaginar você bebendo com qualquer um na rua.” Edward disse estranhamente sóbrio.
Dei-lhe mais um pouco de chocolate.
“Você parece muito preocupado com a minha segurança. Eu não sou de vidro, Edward.” Falei olhando-o.
“Algum problema em eu me preocupar com você?” Perguntou-me e virou um pouco mais de vinho no copo.
Vinho não é a bebida para ser degustada com calma?
“A garrafa não vai sair correndo, Edward!” Falei sorrindo. Era bom saber que ele se preocupava.

Ele apenas sorriu debilmente para mim. Eu já estava em meu terceiro pedaço de bolo, Edward bebia calado. O sofá da sala parecia pequeno para nós dois. Às vezes eu dava um pouco de bolo a Edward, eu tinha para mim que ele nem estava mais sentindo o gosto de nada.

“Muito chapado já?” Perguntei fitando-o. Seus olhos estavam um pouco desfocados, e era encantador ver seu rosto levemente vermelho.
“Uhum.” Ele encurtou sua resposta. Edward ajeitou seu corpo no sofá e, infelizmente, nossos ombros se tocaram minimamente. 
Edward correu os dedos pelos cabelos e depois apertou a ponta de seu nariz. Ele não parecia incomodado, talvez incerto. Repentinamente, ele se deitou no sofá. Suas pernas caíram para fora e eu aproveitei para jogar as minhas para cima. Ele iria dormir?
“Bella?” Ele chamou arrastado. “Venha aqui.”
“Hum?” Perguntei desentendida.
“Apenas venha aqui, por favor.” Ele pediu beirando a manha.
Eu tinha o tronco e as pernas de Edward pelo caminho. Sabia que não era certo, mas inclinei meu corpo sobre o dele até meu rosto ficar acima do dele.
“O que há, Edward?”

Ele me olhou um pouco, não, por tempo demais. Edward estacionou os olhos nos meus, e quase em câmera lenta, desceu até minha boca. Pela segunda vez no dia! Delicadamente, seus dedos subiram por meu pescoço, fazendo cócegas. Eu não sabia o que estava acontecendo. Os dedos alongados traçaram meus lábios e senti, instantaneamente, um formigamento bom no local. Edward aplicou um pouco de pressão no canto inferior.

“Estava sujo de chocolate, Bella.”
Todo meu sangue subiu para o meu rosto, minha vergonha não poderia ser mensurada.
Um leve estalar de lábios vindo de Edward me fez olhá-lo. Ele sugava seu indicador avidamente. A imagem me deixou um pouco tonta. Que raios Edward estava fazendo?
“Você está muito bêbado!” Falei sorrindo sem saber muito bem o motivo.
“Eu sei que sim!” Ele disse vagarosamente. Seus movimentos, lentos e desorganizados.
Edward verteu mais um pouco de vinho no copo. A garrafa voltou para o chão e o copo, é claro, permaneceu em suas mãos.
“Qual é parte legal em ficar bêbado?” Quis saber.
“É divertido ver tudo dobrado, depois apagar e não se lembrar de mais nada.” Ele disse sorrindo.
O meu corpo ainda estava sobre o dele, e eu distribuía meu peso em minhas mãos. Nós não estávamos nos tocando.
“Uh, você não vai se lembrar de nada, nada mesmo?” Perguntei. Edward parecia pensar.
“Hmm, se alguma coisa muito boa acontecer eu vou me lembrar!” Ele, sem eu perceber, enrolou sua perna na minha.

Um tremor correu meu corpo, minha pele formigava só de sentir Edward tocando-a. Seu pé habilidoso subiu até o meio de minha canela, ele aplicava a pressão certa. O percurso fora feito umas três vezes, eu não tinha coragem de olhá-lo, meus olhos estavam fixos no colarinho de sua camisa pólo.

“Você gosta disso, não gosta?” Edward perguntou e intensificou seus movimentos, até chegar à parte de trás do meu joelho. Perguntei-me como ele conseguia fazer aquelas acrobacias com o corpo dolorido.
“Você acha que eu gosto?” Apenas devolvi. Eu preferia me concentrar nas sensações que ele me causava.
“Eu aposto que sim.” Ele disse e sorriu de um jeito bobo para mim. “Diga que sim, Bella.”
“Eu gosto, Edward.” Admiti baixinho. Isso só fez com Edward aumentasse ainda mais seus movimentos.
Era sufocante, mas, extraordinariamente, bom. Eu não tinha provado nada parecido, mas eu queria mais daquilo. Deixei que meu corpo caísse um pouco sobre o tronco de Edward.
“Estou te machucando?”
Ele não me respondeu, apenas levou as mãos para minha cintura e, caralho, ele tinha as mãos firmes e grandes! Ele não usou força, mas o jeito que ele me pegou tinha feito meu corpo tremer. As mãos ficaram firmes em minha cintura, elas subiam e desciam despretensiosamente pelos meus lados.
“Você faz isto com todas, não faz?” Perguntei quase que em um sussurro.
“Faço o que?” Ele me lançou sorridente.
“Ficar deslumbrando as pessoas!” Respondi. Minhas mãos pareciam ter vida própria, pois estas estavam traçando círculos imaginários nos braços de Edward.
“Quem deslumbra aqui não sou eu! Você deveria saber que você me deixa atordoado!” Edward disse arrastado. Seus pés pararam em minha perna, e suas mãos passaram para minhas costas.
“Deixo?” Perguntei desnorteada.
“Completamente.” Ele respondeu meio letárgico. Edward traçava a linha de minha coluna.
“O que nós estamos fazendo?” Perguntei subindo meu corpo, aquilo era irracional. Edward estava completamente bêbado.
“Você eu não sei, mas eu estou te dando muito mole!” Ele disse com seu sorriso débil. Ele só podia estar de brincadeira!

“Isso é insano, Edward!” Falei a única coisa que vinha em minha mente.
“Isso é gostoso, Bella!” Ele disse perto do meu rosto. O cheiro de álcool misturado com o cheiro de Edward me fez tremer. No mesmo instante Edward, numa atitude sóbria, sentou-se no sofá e me colocou sobre suas pernas. Pela segunda vez no dia!
“É a segunda vez que eu paro em seu colo.” Falei sem pensar. Edward me olhou e sorriu, um sorrisinho idiota.
“É melhor quando estamos molhados, quer ir para o chuveiro?” Edward perguntou me encarando. O álcool tinha transformado-o em um homem completamente desinibido.
“Aqui está bom, não acha?” Perguntei, passando meus dedos em seus braços. Eu só precisava fugir, mas tudo me mantinha presa àquela situação.
Ele conseguiu pegar a garrafa que estava no chão, bebeu um bom gole diretamente do gargalho e, depois, subiu uma mão para minha nuca. Edward brincava com os cabelos da região.
“Sabia que é bom ter seus dedos em meus cabelos?” Ele perguntou rouco e baixo.
Eu ri baixinho. Me restou fazer o mesmo. Levei minhas mãos para seus cabelos, corri minhas unhas pelo couro cabeludo, agora, limpo.
“É bom, Edward?” Perguntei. Não poderia acreditar que eu estava entrando naquele joguinho.
“Só Deus sabe o quanto!” Edward respondeu-me abafado.

Eu tinha vontade de fazer coisas que eu não entendia. Eu queria puxar seu cabelo, ou até mesmo me mover sobre seu quadril. Eu queria que ele passasse o rosto cheio de barba em meu pescoço, queria beijar-lhe o pescoço. Eu queria beijá-lo. Eu não poderia comparar Edward com Sebastian. Edward estava sendo demasiado bom e doce com seus toques, e mesmo ele caindo de bêbado, ele estava me fazendo sentir bem, fodidamente bem, na verdade. Edward não fazia tudo atropelado, agora, por exemplo, ele massageava minha nuca com as pontas dos dedos.

“Jura que não vai se lembrar disso amanhã?” Perguntei descendo minhas mãos para seu ombro.
Edward puxou um pouquinho minha nuca, forçando meu rosto a ficar próximo do dele.
“Você quer que eu me lembre?”
“Não! Eu não quero que você se lembre!” Falei perto de seu rosto. Edward se moveu um pouquinho.
“Bella, Bella, Bella!” Meu nome saiu cantado. “O que você está fazendo comigo?”
Olhei-o nos olhos, eu também queria aquela resposta.
“Eu não sei, Edward.” Por um instante tudo pareceu esvair, o clima tinha ficado estranho. Nós nos olhávamos, sem saber o que realmente fazer.
“É melhor eu sair.” Fiz menção de jogar minhas pernas para fora do colo de Edward, então ele me segurou. Eu via a decisão em seus olhos.
“Fique, por favor.” Ele pediu e me acomodou em seu colo, nossas pélvis quase se tocando. Deitei meu rosto na curva de seu pescoço.
“Você é tão estranho, Edward.” Ele riu baixinho. Ele tinha as mãos na base de minha coluna.
“Desculpe-me por isso.”

Não me importei quando suas mãos subiram por debaixo de minha blusa, o toque era calmo, ele não tinha pressa com nada.
“Posso te perguntar uma coisa?”
“Uhum.” Ele me respondeu rapidamente. Sua mão já estava perto do fecho do meu sutiã.
“Por que você não me beijou mais cedo no chuveiro?” Ele não parou, mas também não fez nenhuma objeção com o meu sutiã.
“Você queria que eu te beijasse?” Ele perguntou segurando meu rosto, me fazendo olhá-lo.
“Uh, eu não sei.” Usei toda minha sinceridade.
“É esta a resposta então, eu também não sei.” Edward disse me olhando, ele estava sendo sincero. Delicadamente ele voltou meu rosto para a curva de seu pescoço.
“Uh, você pretende tirar meu sutiã?” Perguntei rindo, pois ele estava um tanto devagar.
“Você quer que eu tire?” Edward passou os dedos por baixo do tecido, ele tinha o sorriso débil no rosto.

Edward não poderia mesmo ser comparado a Sebastian. Ele não fazia tudo do jeito dele, ele me dava as escolhas, ele não me obrigava a nada. E eu escolhi ficar com minhas roupas.
“Não, eu não quero que você tire.” Falei aconchegando mais em seu pescoço. Meus lábios estavam quase grudados em sua pele coberta pela barba.
“Por que tudo está diferente entre mim e você?” Aquela era a pergunta que não queria calar. Eu não sabia o que estava acontecendo. Era assim então, era só dar boas quantidades de álcool a Edward e tudo estaria resolvido?
“Eu também não sei.” Ele disse baixo. O eu também não sei estava sendo constante nas falas de Edward.
“Agora é uma boa hora para você começar a me beijar.” Ele disse manhoso para mim, meu coração iria sair pela boca.
“Você está muito bêbado!” Falei e afundei ainda mais meu rosto em seu pescoço.
Ele sorriu primeiro.
“Dá para me beijar, Bella? Isso parece muito ruim para você?”
Isso me parece incrível!

Era só saber usar as palavras, ele tinha me pedido um beijo. Não tinha especificado lugar, nem como seria. O pescoço parecia um ótimo lugar.

“Não me julgue muito idiota depois disso, ok?” Pedi, afinal, há quanto tempo eu não beijava ninguém? Sebastian não poderia entrar nessas estatísticas. Há quanto tempo eu não queria realmente beijar alguém?
“Não fale besteiras.” Edward puxou meu tronco para colá-lo ao seu.
“Eu não sou a melhor beijadora.” Confessei envergonhada.
“Beije-me e eu desmentirei isto.” Ele disse por fim.

Nossa brincadeirinha tinha ido longe demais. Horas antes, Edward queria ser meu amigo, agora, eu estava sentada em seu colo pronta para devorar seu pescoço. O que estava acontecendo comigo? Por que eu me sentia quente e louca para saber o que aconteceria a seguir?
Eu não tinha nenhuma resposta, mas eu tinha um pescoço altamente delirante em minha frente. Era de dar água na boca. Não demorou em eu estar umedecendo meus lábios.

Repassei todas as minhas experiências que englobava beijos. Eu não tinha um vasto espectro de técnicas. Rocei meus lábios na parte baixa de seu pescoço, para sentir a textura. Subi e desci algumas vezes, sem pressa alguma, minha mão estava presa em seus cabelos. Parti meus lábios e subi até sua mandíbula, Edward tremeu levemente e sua mão apertou um pouco minha cintura.
Ainda com os lábios abertos, decidi de fato, beijá-lo. Deixei alguns beijos molhados na pele de Edward, depois, com minha língua, lambi para provar do sabor. Xampu e sabonete.
Edward deixou uma mão em minha cintura e a outra desceu a base de minha coluna. Ele me puxou sem cerimônias, para me sentar em seu colo.

“Garota, você é excelente!” Saiu rouca e baixa. Suas mãos não eram vacilantes, eu sentia a ponta de seus dedos brincando com a pele de minhas costas.
E do nada, aquilo pareceu muito certo para mim. Eu queria dar o melhor para Edward, mesmo que isso significasse apenas um bom beijo em seu pescoço.
“Fale-me como você gosta.” Pedi em seu ouvido.
Edward falou alguma coisa indecifrável e me olhou, o par de olhos verdes estava longe e brilhante. Ele estava completamente absorto.
“Faça do seu jeito. Você é incrível, Bella!”
E então eu o beijei. De boca aberta, mordendo de leve, dando batidinhas com minha língua, sugando e, principalmente, deixando marcas.
As reações de Edward eram engraçadas. Ele tinha o sorriso retardado de sempre, suas mãos corriam por minhas costas e nunca chegavam a minha bunda.
“Quer pegar? Pode!” Falei ainda em seu pescoço. Eu tinha, realmente, dito aquilo?
Edward riu alto antes de descer para onde ele tanto queria.
“Sabia que sua bunda é gigante?” O comentário saiu arrastado. Meu rosto estava queimando de vergonha, mas tudo se esvaiu quando Edward inclinou o rosto e roçou os lábios abaixo de minha orelha.
“Isso soou um pouco pervertido, sabia?” Falei e voltei a trabalhar em seu pescoço.

Edward, me surpreendendo, apertou minha carne com vigor. Meu corpo inteiro tremeu, estava ficando impossível disfarçar os sinais de meu corpo.
“Isso é bom, Edward!” Falei num sussurro. “É muito bom!” Prendi meus dentes abaixo de sua orelha.
Era estranho descobri o que ele gostava, os sons baixos evidenciavam o quanto ele gostava de meus dentes em sua pele, e era como eu me sentir privilegiada por aquela informação.
Edward me segurou pela cintura tomando controle da situação, antes, ele me olhou e sorriu de um jeito bobo. “Você é uma excelente beijadora, Bella!”
Eu ri daquilo também, estava tudo tão leve. “Mostre-me se você é bom também!”
O jeito que ele me olhou fez-me perder o fôlego, Edward era tão sexy, eu sabia que ele não tinha nenhuma consciência disto.
“Bella.” O jeito que meu nome foi dito fez-me ficar completamente mole. “Não brinque comigo!”
Eu ri de novo, e desci meus lábios até a base de seu pescoço, ali deixei um beijo molhado demais com a boca aberta. Subi até seu ouvido. “É só você que se diverte?”

Edward não me respondeu, apenas tomou meu rosto com suas mãos. Ele sorriu de um jeito doce para mim, mas eu podia ver um pouco de malícia também. Ele afundou o rosto em meu pescoço, e suas mãos pareciam ter vida própria em meu bumbum. Eu deveria agradecer ao fato dele ter mãos incrivelmente grandes. Meu corpo tremia pela expectativa, eu queria sentir os lábios de Edward dançado em minha pele. Não tive que esperar muito; ele, sem nenhum tipo de aviso, beijou a curva de meu pescoço, eu não podia descrever como tinha sido. A combinação era perfeita. As mãos firmes em minha carne e os beijos quentes em meu pescoço. Eu ficaria ali por horas.

Edward aumentou a intensidade de seus beijos, eu podia ouvir o barulhinho de seus lábios sugando minha pele. Meus pêlos arrepiavam quando ele traçava, com a língua, o caminho até meu lóbulo e quando ele o prendia entre seus dentes, era quase impossível conter meu gemido de deleite.
Nossos corpos estavam colados, ele me deu mais espaço para eu trabalhar em sua mandíbula quadrada. Eu estava um pouco zonza, meu corpo não me respeitava, pois eu só conseguia diminuir a distância entre nossos corpos.

“Isso não está certo...” Falei debilmente, minha linha de raciocínio foi cortada quando ele roçou sua barba em meu pescoço.
“Parece muito certo para mim!” Edward disse sorrindo, ele me deu uma leve apalpada e um beijo de boca aberta perto de minha nuca.

Eu não poderia acreditar que Edward e eu estávamos fazendo aquilo, eu poderia supor que dentro de instantes eu estaria me esfregando sob seu quadril, meu corpo pedia pela fricção como nunca antes necessitou. Eu estava quente e a umidade era uma constante entre minhas pernas, a sensação era deliciosa. Ao passo que Edward me massageava, eu ia ficando cada vez mais colada ao seu corpo e as reações dentro de fora de meu corpo ficavam cada vez mais difíceis de serem disfarçadas. Edward era um cara saudável e estava sendo, atrapalhadamente, estimulado. Então, eu não estranhei muito quando senti sua ereção pressionando minha coxa. Edward não poderia ser comparado a Sebastian. Eu odiava quando Sebastian ostentava sua ereção ridícula. Eu odiava quando ele chegava perto. Eu odiava quando ele me fazia fazer coisas nojentas.

A ereção de Edward era quase bem vinda, mas eu não sabia o que fazer com ela.
“Nós devemos parar.” Falei meio sem fôlego.
Edward abriu distância entre nossos corpos.
“Alguma coisa errada?”
“Não! Mas você parece que vai dormir a qualquer instante.” Falei rapidamente e sentei-me no sofá. Edward deitou-se de bruços, com o rosto em meu colo.
“Estava bom ter sua bunda em minha mão!” Ele disse manhoso.
“Você está inflando meu ego desse jeito!” Falei em tom de brincadeira.
“Uh, você deveria saber que seus peitos me parecem ótimos! Vou ter que averiguá-los qualquer dia!” Edward disse sorrindo.
Eu apenas sorri em resposta, Edward era um tanto gentil quando bêbado, pois não existia nenhuma bunda grande, nem peitos ótimos em mim.
“Eu acho que abusei de seu estado!” Falei displicentemente. “Estou me sentindo um pouco vadia por isso!” Confessei.
“Bella, você não é uma vadia!” Ele me respondeu prontamente.
“Uh, eu deveria sentir culpada por ter feito o que fizemos?” Perguntei.
“Claro que não! Por que você se sentiria culpada?” Edward remexeu um pouco em meu colo.
“Hmm, sei lá. Eu não conivente com traições e, eu não queria estar na pele de sua namorada agora!” Respondi envergonhada. Era evidente que ele tinha alguém em Chicago.
“Que namorada, Bella?” Ele questionou-me, quase dormindo.
“Oras, as mensagens em seu celular! Até parece que você não tem ninguém!” Respondi-lhe.
“Bella, pelo amor de Deus, são uns casinhos só!” Ele disse vagarosamente.
“Você é um homem de casos então?” Falei o óbvio.
“De casos, de rolos, de ser amante...” A voz era completamente arrastada.

“Amante? Isso não é um pouco imoral?” Perguntei sorrindo, Edward estava se saindo um ótimo canalha.
“Bella, a culpa não é minha se existe marido que não consegue segurar sua esposa!” Ele disse sorrindo.
“Nunca namorou?” Perguntei de supetão.
“Não!” Ele me olhou. “Acho que quando eu tinha uns dezesseis eu levei uma menina lá em casa...”
“Você tem que idade?” Perguntei, afinal eu realmente não sabia.
“Vinte e cinco!” Ele estava perto de dormir.
Uh, vinte e cinco? Ele parecia ter uns vinte e três.
“Não parece!” Apenas coloquei.
“Você não parece ter vinte e um, eu já disse, você tem cara de garotinha de colegial!” Ele abriu os olhos minimamente.
“Isso é ruim?” Eu nãos sabia como interpretar sua fala.
“Isso é ótimo, Bella!” Ele disse antes de dormir.

(...)

Eu não tinha decidido sobre acordar Edward. Ele estava dormindo há tempos, não parecia certo tirá-lo de seu sono tranquilo. Busquei um edredom e um travesseiro no quarto. Acomodei Edward delicadamente no sofá e o cobri com o edredom. O banho ficaria para amanhã. Tirei os óculos de seu rosto e os coloquei sobre a mesinha de centro. Tudo na mais perfeita ordem. Eu, ao contrário, estava em perfeita confusão. Apenas uma ajuda feminina não seria o suficiente.

Antes de ir para o quarto ousei verificar o corpo másculo que dormia como um bebê no sofá. Edward tinha um semblante confuso, algumas ruginhas na testa. Dedilhei o cabelo dourado com os dedos, era incrível ver o quão pacifico ele era dormindo. Meu coração palpitava em meu peito, eu não sabia muito bem qual era o motivo, era tudo demasiado novo. “Bombeiro, eu acho que estou gostando demais de você!” Sussurrei sobre seu rosto. Minha voz era falha, e eu também não sabia o motivo de eu ter falado aquilo.



POV Edward


“Uh, você pretende tirar meu sutiã?” “Faça do seu jeito. Você é incrível, Bella!” “Estava bom ter sua bunda em minha mão!” Mesmo com minha cabeça explodindo e meu estômago implorando por reivindicação eu não conseguia saber o porquê daquelas falas roubarem todas as linhas de pensamentos que eu iniciava. Perguntei-me o motivo para eu não estar em minha cama com Bella; tateei até encontrar os óculos. Oh merda! A garrafa de vinho praticamente vazia no chão sanou todas minhas dúvidas.

Por que Bella me deixou beber?

Olhei o resto da sala, tinha um edredom e um travesseiro no sofá. A garrafa de vinho e pratos sujos de bolo. Eu lembrava alguma coisa sobre o bolo e mais nada. Sem saber se podia caminhei para o meu quarto, eu realmente estava começando a pensar que eu tinha feito alguma merda e Bella tinha me expulsado de minha cama. Eu tinha pegado em sua bunda ou tirado o sutiã dela? Eu, definitivamente, queria me lembrar de como fora a sensação. Passei sem fazer barulho pela porta, quase na ponta dos pés.

“Edward?” Ouvi Bella me chamando.
“Oi?” Respondi com medo. Eu queria muito saber o que eu tinha feito.
Ela estava lendo alguma coisa com o corpo sob o lençol. Seu semblante não parecia enfurecido.
“Pensei que você só iria acordar amanhã!” Bella disse saindo da cama. Seu pijama chamou minha atenção, rendinha no meu mundo era a coisa mais sexy e fofa.
“Uh, por que você me deixou beber?” Perguntei e me joguei na cama, eu só queria dormir mais.
Bella riu um pouquinho. “Você me suplicou por bebida!”
“Posso me deitar com você?” Pedi e arrastei meu corpo pela cama.
“Claro! Não quer tomar um banho primeiro, ainda não são onze!” Bella deitou-se ao meu lado.
“Você se incomoda se eu ficar sem banho e sem escovar os dentes, eu preciso dormir!” Pedi constrangido, eu sabia que meu corpo estava suado e exalando álcool.
“Sem problemas, Edward!” Bella disse sorrindo, ela desligou as luzes logo depois.
“Boa noite, Edward!” Ela disse antes de fechar os olhos.
“Uh, espere, posso te perguntar uma coisa?” Perguntei, pois eu sabia que alguma coisa tinha acontecido.
“Uhum!” Ela me respondeu baixinho.
“Eu acho que realmente bebi demais, uh, eu me lembro de algumas coisas que não fazem sentido...” Eu não sabia muito bem como introduzir o assunto. “... Eu não fiz nada muito idiota, né?”

Olhei para Bella, ela corou um pouquinho e sorriu como se lembrasse de alguma coisa. “Pode ter certeza, você não foi um idiota!” Ela não estava mentindo, mas estava me escondendo alguma coisa. “Jura?”
Bella mordeu os lábios timidamente. “Eu juro!” Ela disse por fim.

Antes de me lançar no sono repassei o dia rapidamente, tinha sido tão tumultuado. Aquela menina dançando meio sem jeito tinha tirado meu fôlego, eu me lembrava de nós dois no banheiro, ela em meu colo. O quase beijo, o constrangimento, sua camisa molhada me dizendo que ela tinha seios incríveis. A hesitação e, principalmente, a vontade de beijá-la e de tê-la para mim.

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