Autora(o): Kelly Domingos - Whatsername no Nyah!
Gênero: Angst, Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
Trina
POV Bella
Se a
despedida tivesse um gosto, ela teria o gosto de Edward. Era fácil
lembrar-me dos lábios roçando em cima dos meus, a respiração pesada e a porta
sendo fechada. Eu estava um
pouco quebrada, não, muito quebrada. Eu não queria sair da minha cama, era bom
inspirar o cheiro de Edward, sentir o cheiro de homem. O suor cheio de
feromônios. A inquietação não me deixava pensar coerentemente. Eu o amava
muito. Não saberia dizer quando começou e porque começou, a única certeza que
eu tinha era que eu o amava. Era um gostar diferente, eu o queria por perto
sempre, pode beijá-lo e dividir minhas angústias, alguém para conversar quando
eu perdesse o sono durante a noite. Eu não me importaria se esse alguém fosse
Edward.
Era um
sentimento avassalador, daqueles que fazem o peito doer. A dor se
intensificava quando a realidade me assolava, o sentimento não era recíproco.
Minha situação era, no mínimo, curiosa. Eu nunca tinha vivido nada parecido, eu
conhecia apenas o amor dos pais e de Alice, e quando eu conheço o que é amar
realmente, o cara simplesmente tem transtornos de personalidade.
Rastejei
para fora da cama, minhas roupas perfeitamente jogadas no chão. Olhei
meu corpo nu, o calor subiu para o meu o rosto. Era difícil acreditar que
Edward e eu tínhamos chegado tão longe e, céus, aquilo era muito bom. Muito bom
mesmo. As lembranças congestionaram minha cabeça. Os beijos, os toques, a
língua malvada dançando entre minhas pernas. Ele me penetrando, o corpo
ondulando ritmado ao meu, ele me dando o melhor momento de minha vida.
Caminhei
lentamente para o banheiro, a água lavou os vestígios da noite perfeita. Eu
sabia que eu estava pulando um detalhe importante, vasculhei minha mente até
chegar ao detalhe mais óbvio. Nós não tínhamos nos prevenido, Edward não tinha
usado camisinha, muito menos, terminado fora de mim. Fiz contas fáceis e
descobri que eu não estava tão fértil assim, mas eu nunca poderia confiar
naquele método. Eu tinha abandonado as pílulas, nem passava em minha cabeça
transar com alguém tão cedo. Sai do banho e revirei as gavetas até achar uma
pílula do dia seguinte, as chances de uma gravidez eram remotas. Eu sorri ao
imaginar um bebê de olho verde.
Ainda era cedo e eu estava de folga, a sala estava silenciosa. O
celular de Edward estava jogado no sofá, ele tinha se esquecido do aparelho. Eu
me assustei e sorri quando vi nossa foto como proteção de tela. Nós parecíamos
felizes, porém, um tanto perdidos também.
Desmontei
no sofá e deixei minha mente vagar, meu coração batia um pouco mais forte. As
batidas eram vigorosas e aqueciam meu peito. A sensação era boa. Eu queria
saber quais eram os pensamentos de Edward, talvez, ele tivesse achado a noite
uma droga. Agora, com certeza, ele estaria me comparando com outras mil
mulheres com que ele já dividiu a cama.
Quando o
relógio marcou nove da manhã, duas batidinhas características soaram. Poderia
parecer estranho, mas, pelo som, eu já inferia que era Edward. Não deixei ser
tomada por nenhum tipo de emoção, eu sabia que eu iria odiar as palavras de
Edward, eu já sabia quais eram. Ele
estaria indo embora.
Abri a
porta quase sem vontade, Edward tinha um semblante terrivelmente cansado, ele
não tinha dormido. “Oi, Edward.” Falei um pouco ansiosa.
Ele me encarou por uma breve fração de segundo, quase me
analisando. “Oi?” Eu deveria
dizer que a expressão de Edward me incomodava, não de um jeito ruim. Ele estava
completamente perdido, os olhos vagavam. Vagavam para lugar nenhum.
Edward
entrou sem esperar meu convite, o corpo cansado parou no meio da sala. “Eu
vim ver como você está...”
“Eu estou bem.” Fisicamente, acrescentei em minha mente.
Edward
sorriu sem vontade também. “Você sabe o que eu quis dizer.” Ele deu
passos para minha direção, as mãos pegaram meu rosto e o beijo mais puro do
mundo fora dado em minha testa.
Eu sempre
quis saber os significados dos beijos que ele me dava, os beijos na testa
transmitiam uma preocupação sem igual.
Meu corpo
esquentou pelo contato repentino, minha espinha recebeu leves choques. Os
lábios de Edward demoraram em minha pele e, tão delicadamente, ele deixou um
beijo casto em meus lábios.
“Uh, eu
trouxe remédio para você...” Edward disse incerto, eu podia ver uma
ponta de vergonha na fala. “Nós não nos prevenimos...”
Ele me
estendeu o comprimido, completamente envergonhado. “Eu sei que isso não
previne nenhuma doença, mas eu sou limpo, sim?”
E então eu
quis chorar, eu não poderia acreditar que Edward estava falando sobre DST,
realmente, a noite não teve o mesmo significado para ele.
“Eu também não tenho nada...” Minha voz
embargou no final. Eu não iria chorar na frente de Edward.
Um silêncio
interminável se instaurou. Edward parecia querer dizer mil coisas, a
insegurança exalava de seu corpo.
“Você esqueceu seu celular.” Falei apenas para mantermos um
diálogo. Voltei para o sofá e estendi o aparelho para ele.
Edward
pegou o aparelho, eu via a mão tremendo levemente. E então eu comecei a
ficar preocupada, ele parecia entrar em convulsão a qualquer momento.
“Bella?” Edward me chamou baixinho, quase inaudível.
“Sim?” Falei também baixo, eu já me sentia meio tonta,
aquela conversa não iria terminar bem.
Ele me
olhou profundamente, Edward poderia analisar minha alma se quisesse. Os
olhos verdes estavam opacos, um tanto tristes. “Eu não sou o cara certo para
você...”
A afirmação
dita com a voz vacilante fez meu coração perder uma batida, senti meu rosto
esquentado, e meus olhos marejando. Era sempre assim, por que todas as
pessoas que eu gostava saiam de minha vida?
Meus olhos
queimaram por causa das lágrimas idiotas. “Eu sei o que é bom para mim,
Edward!”
Edward
correu os dedos pelos cabelos, uma careta preencheu-lhe a face bonita. “Você
não sabe, Bella”
“Você é bom para mim.” A fala saiu cortada, meu peito batia
descompassado. Eu queria falar tanta coisa, dizer o jeito que ele me deixava, o
jeito que eu o amava.
“Bella, eu
não sou bom o suficiente, você merece alguém melhor que eu!” A voz de
Edward saiu mais alta, embora continuasse incerta.
Outro
silêncio desconfortável preencheu a sala. Edward permaneceu imóvel em
minha frente, eu estava vendo tudo se acabar.
“Edward, eu
sei exatamente o que é bom para mim, e eu sei que eu quero você!” Surpreendi-me
com a certeza de minhas palavras, o rubor cobriu meu rosto.
“Não faça
isso ficar pior, baby.” Edward disse nervoso, ele não estava nervoso
comigo, era com ele próprio.
“Sabe qual
é o seu problema, Edward?” Soltei de qualquer jeito, minha arguição saiu
desesperada.
Sem nenhum
tipo de resposta, fui obrigada a continuar. Antes, algumas lágrimas
desceram sem minha permissão.
“Você acha
que pode entrar em minha vida e vira-la de cabeça para baixo e, depois,
simplesmente, ir embora.” Falei em meio às lágrimas, Edward me olhava
completamente perdido.
“Eu
realmente amei tudo que aconteceu ontem à noite, foi a melhor coisa que me
aconteceu, mas eu não posso pedir para você sentir as mesmas coisas que eu
sinto.” Eu disse abafado, surpreendida pela escolha das palavras, eu
tinha falado demais.
Edward
caminhou e se agachou em minha frente, nossos olhos se prenderam. O verde
esmeralda parecia transbordar, as emoções dançavam entre os cílios longos e,
por um instante, pensei que Edward poderia sentir tudo que eu sentia.
“Bella,
apenas acredite em mim, eu não tenho palavras para dizer o quão perfeito foi
nos dois juntos ontem, mas eu preciso ir.” Ele disse baixinho, vi um pouco de
umidade acumulando nos cantos dos olhos. Edward não chorou efetivamente,
mas as lágrimas estavam lá.
“Você não
precisa ir.” Dessa vez, não segurei minhas lágrimas. O choro molhou meu
rosto, as mãos de Edward correram timidamente por minhas bochechas.
“Eu preciso, baby.” Edward beijou minha têmpora, o contato
foi rápido demais. “Eu estou fazendo isto por você.”
Aquele
discurso era infundado, ele deveria ficar e não me deixar. A razão já
tinha sido esquecida, mas recobrei-a. Eu não poderia obrigar Edward a ficar
comigo, eu não iria me humilhar assim.
“Eu não vou
correr atrás de você quando você cruzar aquela porta.” Falei firme, mas,
por dentro, meu peito se retorcia em dor.
Edward
esfregou o rosto, ele era o retrato da confusão. “Vai ser melhor assim.”
Meus olhos
seguiram os movimentos de Edward, eu analisei cada atitude, eu queria poder
entrar na cabeça dele e tirar tudo que o afligia. Eu apenas queria um
Edward sem hesitação, que soubesse o que realmente quer.
A cena era
triste, meus olhos inchados e os de Edward, vermelhos e segurando as lágrimas. Era
difícil dizer quem estava mais quebrado.
Nossos
olhos não se desgrudaram, eu queria aproveitar aquele último instante junto a
ele. “Eu amo você, Edward.” As palavras saíram calmas, quase
despretensiosas. A declaração trouxe um brilho aos olhos de Edward, ele piscou
incrédulo.
“Eu amo
muito você, de um jeito que dói.” As lágrimas atrapalharam minha fala,
falar aquilo, de um jeito torto, era bom. Era libertador.
Edward
continuou a me olhar, eu daria tudo para desvendar o que ele queria dizer. “Eu
não mereço você, baby.”
Então era isso,
eu o amava e ele estava me deixando. “É melhor você ir, Edward.”
Ele
assentiu rapidamente, relutante, Edward se levantou e caminhou para a porta. Sem
olhar para trás, ele a trancou.
O choro
tornou-se interminável, era como ir do céu ao inferno em um intervalo de poucas
horas. Perguntei-me o que tinha de errado comigo. Tombei minha cabeça no
sofá, as almofadas conferiram certo alívio para minhas costas.
O resto da
manhã passou entre choros e fungadas. Minha cabeça não pensava em nada
especificamente, procurei minhas falhas com Edward, um passo em falso, mas nada
justificava as atitudes dele.
Eu não
sabia muito sobre amor. Eu não sabia nada, na verdade. Questionei-me se
fazer amor era o que Edward e eu tínhamos feito ontem à noite. Teve um
ingrediente a mais, não foi só tesão e dois corpos queimando pele desejo. Tinha
sido diferente, eu não me senti humilhada nem motivo de escárnio, Edward tinha
quase me adorado. Eu via isso nos olhos dele. Ele não queria me humilhar ou
causar dor, apenas, queria me fazer me sentir mulher.
Em meio a
tantos pensamentos cruzados, foquei em um detalhe que tinha passado
despercebido. Edward estava saindo de minha vida ou saindo da cidade, do
estado? Ele não poderia voltar para Chicago, não era tão fácil conseguir uma
transferência e não fazia nenhum sentido ele desistir da vida que estava
construindo em Nova Iorque por minha causa.
Em algum
momento da tarde, resolvi voltar para minha cama. Olhei para o apanhador
de sonhos, sorri sozinha, era um presente que representava tanto Edward e sua preocupação.
Eu não era muito crente em misticismo, mas valia a pena tentar, mesmo sabendo
que aquilo não espantaria meu pesadelo.
Não o
deixei invadir meus pensamentos, já bastava ele me atormentar todas as noites.
Rolei na cama, completamente frustrada, até quando eu iria viver com aquilo?
A noite
caiu e trouxe um céu estrelado, o apartamento nunca pareceu tão silencioso e
enorme. Comi qualquer coisa e rastejei de volta para cama, antes que eu
pegasse no sono, o celular chamou em algum lugar abaixo do edredom.
“Alô?” Perguntei assim que atendi.
“Ei Bella!” Alice disse feliz, aparentemente.
“Oi Alice, bem?” Sentei-me na cama, apenas para eu não
dormir durante a ligação.
“Eu tenho
uma proposta irrecusável para você e Edward!” Ela disse exponencialmente
mais alto.
“Será só
para mim então.” Falei sem perceber que aquilo traria mil
questionamentos por parte de Alice.
“O que
aconteceu com vocês?” Alice perguntou preocupada.
Eu não
tinha motivos para omitir aquilo de Alice. “Eu o amo, nós transamos, e
ele disse que é melhor nós não ficarmos juntos.”
Alice bufou baixinho. “A ordem foi essa?”
“Eu
descobri que o amo enquanto estávamos perto da borda e, hoje de manhã, ele
resolveu terminar o que nem tinha começado comigo.” Falei com tom de
derrota.
“Bella, isso é horrível.” Alice disse ainda mais baixo.
“Como você está?”
“Mal!” Eu existia outra palavra.
“Eu sinto
muito por você, ele nunca te mereceu mesmo!” Ela disse com displicência.
Eu estava
ficando irritada com todo mundo dizendo que Edward não me merecia!
“A gente
nunca daria certo mesmo, Ali!” Falei para encerrar aquele ponto. “Então,
qual é sua proposta?”
Alice pareceu pensar. “Uh, inicialmente seria uma saída de
casais, mas podemos transformá-la em uma saída de garotas, o que acha?”
Deveria
admitir que ficar em casa não estava me fazendo bem, e uma noite com Rose e
Alice iria me fazer bem. “Rose também está indo? Tem tempo que não a
vejo.”
“Vou ligar,
mas é claro que ela vai animar. Uh, arrume-se e daqui uma hora eu passo
ai para te buscar. Use sua melhor roupa, a mais curta que tiver!” Alice disse
rindo descaradamente.
“Alice!” Eu a reaprendi, ultrajada. “Eu nem vou beber essa
noite!”
“Ok Bella,
apenas fique pronta, daqui a pouco estou em sua casa, beijos.” Ali
desligou em seguida.
Joguei meu
corpo para fora da cama, vasculhei meu armário em busca de uma boa peça de
roupa. O vestido dado por Esme ainda tinha sido utilizado, aquela seria
uma boa ocasião para usá-lo. Procurei
os sapatos igualmente intocados. Eu sempre tinha problemas com meu cabelo, ele
nunca me respeitava. Decidi deixá-lo preso no alto. Era um milagre
oculto, mas minha pele brilhava um pouquinho e parecia mais vistosa. A única
coisa que me permiti, foi um pouco de rimel e blush.
Pontualmente,
minutos mais tarde, Alice bateu em minha porta. “Oi Ali!”
Alice
estava bonita como sempre, saia completamente curta e uma camisa de seda. “Bella,
diga-me agora onde você comprou esse vestido!”
“Foi a mãe
de Edward quem me deu.” Senti meu rosto corando na mesma hora.
Alice procurou meus olhos. “O que aconteceu entre vocês?”
“Eu não sei, Alice. Eu desisti de entendê-lo.” Falei um
tanto derrotada, fiz sinal para ela sentar-se no sofá.
“Você disse
que o ama...” Ali disse sem pretensão.
Aquilo me pegou desprevenida. “Parece que não caber em meu
peito, isso é forte, sim?”
“Eu fico
feliz em te ver apaixonada, embora as circunstâncias sejam as piores.” Alice
disse sorrindo, os olhos brilharam.
“Sério que vocês transaram?” Alice disse antes de eu
responder qualquer coisa.
Meu rosto
queimou de um jeito desconhecido, apenas movi a cabeça positivamente. Pedi
internamente que Alice não pedisse muitos detalhes.
“Foi ruim?” Ela perguntou com evidente preocupação.
Eu sorri
sozinha com as lembranças. “Foi incrível, Alice!”
Ela também
sorriu, dessa vez, amplamente. “Você não vai me contar os detalhes, né?”
“Nop!” Soltei divertida para ela. “Quer beber alguma coisa?”
“Eu estou dirigindo.” Alice disse tristonha.
“Pode
beber, eu posso dirigir para você, não pretendo extrapolar essa noite.” Falei
e caminhei para a cozinha, peguei um copo e verti um pouco de um vinho velho
que eu tinha.
“O que são
aquelas plantas?” Alice pegou o copo e apontou para a sacada da sala.
“Estou
tentando fazer um jardim, mas parece que não vai dar certo.” Olhei
também para as plantas, elas não pareciam muito felizes, as folhas estavam
amarelas e com aspecto estranho.
“Jasper não
implicou por você sair sozinha?” Perguntei e fui conferir de perto as
plantas.
“Ele confia
na noivinha que tem.” Alice e piscou marotamente para mim.
Quando
passou das dez, resolvemos sair e buscar Rosalie. Dirigi até Upper East
Side e, bom, aquele lugar era realmente opulento. Rose não demorou a aparecer,
os cabelos loiros estavam mais loiros e brilhantes. Ela trajava um vestido
preto não muito justo, a carteira de mão brilhava como a jóia mais cara.
“Bella!” Rosalie disse assim que entrou no banco de trás.
“Você está tão deslumbrante!”
“Obrigada
Rose, você vai deixar Emm preocupado essa noite.” Devolvi sorridente
para ela.
“Acredita
que ele nem sabe que estou saindo esta noite?” Ela perguntou sem
preocupação.
Alice e eu
rimos sem deliberação, o que fez Rose sorrir também. Às vezes, eu tinha
um pouco de dó de Emmett e Jasper.
(...)
Surpreendi-me
quando Alice sacou as entradas vips da carteira. “Estamos com sorte,
meninas!”
“Quem lhe deu?” Perguntei curiosa.
“O meu
esteticista é amigo do promoter, ele me conseguiu algumas entradas.” Alice
disse já se esquivando da lista e entrando na entrada privativa.
A Boate me
lembrava uma única pessoa. Edward. Eu sabia que ele não gostava desses
lugares, ele sempre iria preferir um pub a uma balada. Lembrei-me da última vez
que dançamos juntos, na verdade, eu não me lembrava de nada. Aliás, eu ainda
tinha curiosidade em saber o que eu realmente fiz aquela noite.
Nós três
entramos juntas. A priori, já dava para perceber que estava lotado, tinha
pessoas em todos os lugares, as luzes causavam uma tonteira momentânea, mas era
divertido. A música ecoou em meus
ouvidos, a batida era desconexa e convidava o corpo a se mexer, mesmo querendo,
minha vergonha me impedia de fazer qualquer passo muito elaborado.
“Bella, por
favor, não seja um poste essa noite!” Rose praticamente gritou para mim, sem eu
perceber, ela e Alice me puxaram para a pista.
Alice já
segurava um copo na mão, ela quebrava o corpo sem inibição. Sem muitas
escolhas, decidi me entregar a música também. Os olhares diziam que nós éramos
um bom trio, eu não gostava daquele tipo de olhar em mim, principalmente, vindo
de desconhecidos. Eu ignorava qualquer tentativa de aproximação.
“Alice?” Alguém gritou perto de nós, girei e encontrei um
moreno muito forte sorrindo para nós.
Cutuquei
Alice para chamar-lhe atenção, ela também sorriu quando viu o homem musculoso. “Ei
Jake!”
Jake?
Ele
caminhou para nossa direção, o sorriso enorme nunca saindo do rosto cheio de
traços fortes. Ele era bonito, mas não era a beleza que eu gostava. Alice e ele se abraçaram, enquanto Rose e eu
apenas observávamos a cena. “Meninas, deixem-me apresentar-lhes meu
amigo Jacob!”
“Meus Deus,
essa não pode ser Rosalie Hale!” Jake praticamente gritou quando olhou
para Rose. A voz saiu completamente surpresa.
Rose sorriu
e lhe estendeu a mão. “Prazer, Jacob!”
“Eu assisto
todos seus programas, sério, preciso de fotos com você!” Ele disse ainda
mais efusivamente.
Tinha
alguma coisa errada com ele, não tinha?
“Essa é Bella, Jacob.” Alice me anunciou, ele me puxou para
um abraço.
“Ola?” Falei depois que ele me soltou.
“Alice fala
muito de você, querida!” Ele disse sorrindo, as ruguinhas se
intensificaram nos cantos de seus olhos negros.
“Ele que é
meu esteticista, foi ele quem nos deu as credenciais.” Alice disse antes de
beber mais do drink.
“Obrigada,
a festa está incrível!” Falei sendo sincera.
“Meninas, o
que dizem sobre algumas fotos?” Jacob praticamente nos puxou para perto
do fotografo.
Os flashes
dispararam incontáveis vezes, minha pose e sorriso não mudavam. Depois
de um bom tempo Jacob dispensou o fotografo. Alice e Rose voltaram para a pista
para deleite dos homens e inveja das mulheres.
“A festa
está incrível, foi seu amigo quem organizou, né?” Perguntei apenas para
manter uma conversa, já que Rose e Alice tinham sumido.
Jacob
sorriu de um jeito engraçado. “Ele é o meu casinho!”
A bebida
sem álcool que eu estava prestes a beber, balançou pela surpresa. Eu o
olhei completamente corada. Jacob não pareceu se importar.
“Todos
fazem essa mesma cara!” Ele disse divertido.
Eu me
restabeleci antes de falar qualquer besteira. Eu não era nenhum pouco
preconceituosa, mas eu deveria admitir que Jacob era um desperdício de homem.
“Você é discreto.” Coloquei vagamente, encarando-o.
“Eu sou.” Ele disse e nos guiou para o bar. “Eu não costumo
dar muita pinta por ai.”
“Muita
gente já te disse isso, mas, você é muito bonito para ser gay!” Falei e
me sentei no banquinho.
“Obrigado?” Jake disse sorrindo, depois, passou a mão pelo
cabelo preto.
“Uh, você é esteticista?” Lembrei-me do que Alice tinha
tido.
Ele riu
antes de responder. “É divertido ficar conversando com mulher o dia
inteiro, ouvindo aqueles dramas intermináveis!”
Eu tinha um
bom drama interminável. “Talvez eu vá conversar um pouco com você.”
Jacob me
analisou por um instante. “Seu corpo não precisa de nenhum retoque,
então tem alguma coisa para ser externada?”
Ele era um
cara legal, mas não precisava saber de minhas frustrações com Edward. “É
só um draminha de mulher.”
“Peça Alice
o endereço, vai ser ótimo te atender!” Ele disse e bebeu um pouco do
drink cor de rosa. “Aí vem ele!”
Jacob
apontou para um cara ainda mais bonito, também muito forte. O cabelo
loiro captava toda luz. “Estava te procurando!” Ele disse olhando para Jacob.
“Encontrei
algumas amigas, esta é Bella, a propósito.” Dei minha mão para o homem
ainda sem nome.
“Prazer, sou James!” Ele disse sério. Ele e Jacob eram a
personificação da antítese. Um sério, outro divertido.
Eles
conversaram alguma coisa que eu não ouvi, girei para o outro lado para dar mais
privacidade. E se eu não estivesse louca, Edward estava sentado a poucos metros
de mim. Que merda ele estava fazendo aqui?
Foquei meu olhar para ter certeza, era Edward dentro de uma camisa pólo
azul escuro, a calça clara cobria as pernas torneadas e longas. Eu
desisti de contar quantos copos vazios tinham ao redor dele.
“Então
Bella, o que acha de subirmos para dançar um pouco?” Jake disse um pouco
mais alto.
Não
consegui responder, eu precisava saber o motivo de Edward estar ali, no mesmo
lugar que eu. Não fazia nenhum sentido.
“Eu preciso
de sua ajuda.” Falei também mais alto.
“Oi?” Jacob respondeu em dúvida.
“Está vendo aquele homem?” Apontei para Edward, que bebia
sem parar. “Vá até lá e
descubra por que ele está aqui.”
Jacob
pareceu analisar Edward, ele demorou os olhos no homem que eu amava. “Seu
namorado?”
“Só um conhecido.” Menti, pois não sabia como classificar
Edward, eu só sabia que ele era ex alguma coisa. “Faça isso por mim, por
favor!”
“Eu quero
saber dessa historia todinha, certo?” Jake disse antes de caminhar até
Edward.
Meu coração
batia de um jeito diferente, eu não gostava de ver Edward bebendo daquele
jeito, ele parecia desiludido com a vida.
Quando Jake
voltou, foi impossível disfarçar a expectativa. “Aquele cara é
engraçado!”
“O que ele disse?” Perguntei sem rodeios.
“Ele disse
que precisava beber, por que a mulher da vida dele não o merece...” Jacob
disse sem deixar de me olhar. Eu
não sabia por qual motivo eu estava corada, se era por Jacob perceber o meu
blefe, ou pela declaração de Edward.
“Edward
costuma falar bobagens quando bêbado.” Falei e olhei novamente para
Edward, ele nunca notaria minha presença.
“Ele parece
um tanto fodido.” Jacob voltou a se sentar, eu não poderia dar as
respostas que ele procurava.
“Posso te
pedir mais um favor?” Não esperei a resposta. Pedi uma caneta e um guardanapo
ao barman e anotei o endereço de Edward. “Leve Edward para casa? Ele está
bêbado e, possivelmente, dirigindo.”
Jacob me
olhou de um jeito estranho. “Você gosta dele!”
“Gosto.”
Admiti envergonhada. “Apenas leve-o para casa, eu me sentiria culpada se
deixasse Edward dirigir.
“Eu não
posso obrigá-lo a me dar as chaves do carro dele.” Jacob falou o óbvio.
“Ele está
bêbado, ele nem sabe o que está acontecendo, apenas não abuse dele!” A última
parte fez meu rosto queimar.
Jake sorriu
para mim, completamente atrevido. “Não seria uma má ideia, mas eu sei de quem
ele gosta!”
Não
respondi ao comentário. “Eu preciso ir embora, vou procurar Ali e Rose. Foi
ótimo te conhecer, passe-me seu número.” Joguei meu celular para ele.
Abracei-o e
o agradeci pelo o que ele estava fazendo por Edward. “Até mais, Jake!”
Encontrei
Alice meio altinha na pista, Rose dançava como uma louca. As duas caminharam
para minha direção quando me viram. “Vamos?” Alice disse, estranhei o fato dela
não ter relutado para ficar mais.
Alice foi a
primeira a dormir quando entrou no carro, Rose falava alguma coisa sobre Jake e
seu namorado, ou casinho, sei lá. Minha cabeça só estava em Edward,
aquela bebedeira descompensada. O destino estava sempre contra nós, sempre nos
colocando cara a cara. Deixei Rose em seu apartamento, minha dúvida rondava
sobre para onde eu levaria Alice. Se eu a deixasse em casa, não teria como eu
voltar para casa. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Jasper, ignorei
o fato de passar das três da madrugada.
Jasper, Alice
vai ficar em minha casa essa noite. Ela dormiu, amanhã ela te liga.
Beijos,
Bella.
Tirar Alice
do carro fora uma tarefa quase impossível, ela não colaborava. Depois de muito
tentar conseguir passar pela porta de meu apartamento.
O velho
quarto de Alice estava muito bagunçado, eu não tinha problemas em dividir minha
cama. Nós duas dividimos a cama, busquei um edredom para cada uma.
(...)
Parecia que
eu tinha dormido apenas dois segundo, quando o relógio despertou. Pulei da cama
e corri para o banheiro e deixei Alice dormindo tranquilamente. Eu sempre me
atrasava, deixei um recado para Alice, peguei um biscoito qualquer e desci para
a garagem. Dei uma olhada no estacionamento, o Volvo de Edward não estava lá.
Enquanto
dirigia liguei para Jacob, ele tinha deixado Edward em casa e, segundo ele,
Edward era o bêbado mais engraçado que ele já conhecera. Ri sozinha quando
imaginei Edward descobrindo quem o tinha levado para casa.
(...)
O dia de
trabalho passou normalmente, enquanto o elevador subia para o quarto andar, eu
procurava minhas chaves. Sai do elevador calmamente, mas meu estado de espírito
mudou quando eu vi Edward sentado em frente a minha porta, exausto.
“O que você
está fazendo aqui?” Perguntei repentinamente, os olhos de Edward subiram para
encontrar os meus. Ele ignorou completamente minha pergunta pouco polida.
“A gente
precisa conversar.” Ele disse baixinho, evidenciando seu cansaço.
Abaixei-me
para ficarmos na mesma altura. “A gente não tem nada para conversar, Edward.”
As mãos
dele pegaram meu rosto, o afago delicado foi feito em minha bochecha. “Eu não
posso te perder, baby.”
O apelido
dito tão doce fez meu peito bater mais forte. “Você ainda está de ressaca, não
sabe o que está dizendo.”
Edward
remexeu no chão, ele estava de uniforme; com certeza, o turno tinha acabado de
terminar. “Como sabe que eu bebi?”
A pergunta
veio sem aviso, procurei uma boa resposta. “É só olhar para sua cara, está
gritando para qualquer um.”
“Eu preciso
entrar, Edward.” Fiz menção de levantar, mas ele não deixou.
“Bella,
vamos nos resolver, por favor!” A voz de Edward tornou-se ávida.
Eu deveria
ser forte, eu não gostava de ver Edward tão vulnerável, eu sabia que eu não
deveria deixar aquela situação se estender.
“Edward,
você sabe exatamente como eu me sinto em relação a você, eu não menti quando
disse que te amava, eu nunca faria isso.” Falei mais uma vez para ele, e,
novamente, um brilho desconhecido saltou em seus olhos.
Ele tinha
os olhos presos nos meus. “Eu não posso ficar com um cara que não sabe o que
sente por mim, eu quero você de corpo, alma e coração. Eu quero os três
juntos.” Nossos olhos não desviaram, então eu fiz a pergunta que eu tinha medo.
Antes, Edward
afagou novamente minha bochecha, os lábios finos tremiam levemente. Puxei todo
o ar que eu tinha. “O que você sente por mim, Edward?”
A pergunta
foi absorvida aos poucos, Edward olhou para baixo e depois para mim, a única
coisa que seus olhos transmitiam era a confusão, embora o brilho desconhecido
permanecesse. Ele não me respondeu. Duas
lágrimas brotaram em meus olhos. “Está vendo? Eu não quero um Edward
hesitante.” Falei baixinho.
“Desculpe
por eu estragar sua vida, baby.” Edward deixou um beijo em meus lábios, fora
inesperado, meus lábios moveram-se sem minha permissão. O beijo foi sofrido,
apenas.
Nossos
rostos continuaram próximos. Tinha um tanto de emoções entre nós. “Eu não estou
dizendo que vou deixar de gostar de você, Edward. É apenas uma escolha. Agora
eu posso escolher, eu posso fugir. E eu estou escolhendo não sofrer por você.”
Falei antes de me levantar. Meu coração já batia na garganta. E as lágrimas
morreram em minha boca.
Quando eu
passei pela porta, apenas escorreguei até me sentar no chão. O choro voltou e,
com ele, a dor. Eu era o retrato do homem que estava do outro lado da porta.
A cama que eu estou deitado está ficando mais
fria
Desejaria que eu nunca tivesse dito que
terminou
E eu não posso fingir que eu não pensarei em
você quando eu for mais velho
Porque nós nunca tivemos realmente nosso
encerramento
Isso não pode ser o fim
Realmente sinto falta de seus cabelos no meu rosto
e do gosto da sua inocência
E eu acho que você deveria saber isto
Você merece algo muito melhor do que eu
E eu penso que você deveria saber isto
Você merece algo muito melhor do que eu
(E eu penso que você deveria saber isto)
(Você merece algo muito melhor do que eu)
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