19 maio 2016

Nova entrevista da Kristen para LA Times

Em entrevista ao LA Times durante o Festival de Cannes, Kristen comentou sobre as gravações de Personal Shopper, trabalhar com Olivier Assayas e Woody Allen e sobre sua carreira.
Dentro do ambiente restrito para a imprensa no restaurante chique Majestic Beach, caos organizado é a regra como repórteres, fotógrafos, publicistas, maquiadores e assistentes, sem número pairam como satélites ao redor do sol escaldante de celebridades.

No canto, Jeff Nichols está sentado, o diretor de “Loving” está falando com uma série de jornalistas. Em outro, Kristen Stewart, a atriz do momento no festival desse ano com papéis bem diferentes mas igualmente impressionantes em Café Society, de Woody Allen, e Personal Shopper, Olivier Assayas, está posando para uma série de fotógrafos, parecendo sem energia e distante.

Em conversa, no entanto, Stewart é nada do tipo. Animada, ardente e envolvida quando entra no assunto, ela acredita no cinema de modo verdadeiro, apaixonada sobre a arte do filme e pelos modos que ela espera contribuir.

“É uma volta de sorte pra mim. Eu estou definitivamente colhendo os benefícios,” Stewart diz sobre sua jogada dupla. “É realmente fantástico. Estou me forçando a ser presente, sentir, realmente me divertir.”

Café Society abriu o festival uma semana atrás, então é o mais recente Personal Shopper que está na boca do povo, um filme inclassificável que está recebendo tanto vaias quanto aplausos de pé em exibições de sucesso. (Questionada sobre a resposta ao filme em uma conferência, Stewart foi despreocupada, dizendo, “Hey, nem todo mundo vaiou.”)

A história de uma jovem americana em Paris que trabalha como personal shopper para uma celebridade rica enquanto tenta fazer contato espiritual com seu irmão gêmeo que recentemente morreu, é um filme atmosférico e inesperadamente envolvente – parcialmente uma estória de fantasmas, parte suspense, parte drama – com tudo unido e ampliado pelo desempenho brilhante de Stewart.

Personal Shopper é seu segundo filme com o diretor francês, Assayas. O primeiro, Clouds of Sils Maria, concedeu um César para Stewart, o Oscar francês, por seu papel como atriz coadjuvante. Ela foi a primeira atriz americana a ganhar o prêmio francês, e essa realidade ainda a deixa perplexa.

“Me surpreendeu, eu não conseguia acreditar,” Stewart lembra. “O fato de que não sou daqui, é um história de peixe fora d’água, com certeza. E isso mostra o que é importante aqui. Nos Estados Unidos, nós damos prêmios para performances muito mais extremas: filmes sobre câncer, cabeças raspadas, pessoas que perdem ou ganham muito peso… O que é mais sentido do que a cultura cinematográfica é a indústria do cinema.”

“Aqui,” ela continua sobre o cinema francês, “eles continuaram em contato com o que nós costumávamos fazer em 1970: filmes que provocam pensamento.” Apesar de que ela não é completamente contra a fazer outro blockbuster de Hollywood, ela coloca ênfase que “tem que ser com as pessoas certas. Tem que valer a pena.”

O que definitivamente vale a pena para Stewart é trabalhar com Assayas, um diretor que ela formou um laço criativo especial. “Não há rótulo para isso,” ela diz, “é difícil colocar em palavras… Eu me sinto visível ao redor dele. Me sinto entendida, o que é um sentimento realmente necessário entre um ator e um diretor. Nós sempre concordamos em tudo, mesmo quando não articulamos isso. Nós sabemos quando conseguimos colocar o sentimento certo em uma cena. Eu sei quando ele vai seguir em frente. É o objetivo, é a versão ideal do que eu quero, mas não é mais um ideal, é real.”

A atriz diz que trabalhar com Allen foi uma experiência diferente, mas também envolvente. “A habilidade dele de instilar esse tom muito único que ele tem foi surpreendente para mim, porque ele não dirige muito, é uma forma muito mais livre do que antecipada,” Stewart diz. “Ele se revela tão naturalmente, sem ocultar a direção. Ele tem um tipo de confiança em reações iniciais.”

A atriz, que está em todas as cenas de Personal Shopper, diz que as filmagens todo dia eram “exaustivas, realmente sem parar.”

“Em outros filmes, houveram momento onde você podia respirar, folgas para que você pudesse recarregar, reabastecer o poço, mas não aqui,” ela disse.

Para fazer as coisas um pouco mais complicadas, na vida real, Stewart odeia fazer compras. “Eu amo roupas, mas comprar roupas parece indulgente e estranho. Eu não gosto de pedir ajuda em lojas, e eu não quero ser a pessoa que compra tudo. Eu tenho que realmente gostar de algo para comprar.”

Para ajudar a experiência de Personal Shopper se manter fresca, Stewart leu o roteiro apenas uma vez e seguiu sua regra de aprender suas falas somente um dia antes de filmar. “Eu quero ter de alcançá-las,” ela diz. “Eu não quero senti-las na ponta da minha língua.”

Os pais de Stewart trabalham na indústria (sua mãe é uma supervisora de roteiro e seu pai um gerente de palco) e essa criação, ela disse, “me deu qualidades com as motivações certas” que ainda guiam seu trabalho em filmes, embora não sem problemas ocasionais.

“Meu campo de visão é muito limitado quando se trata da minha carreira,” ela diz. “Minha motivação é seguir meu impulso criativo ao invés de tentar alcançar algum tipo de status ou algum nível de realização.”

“Algumas vezes, é difícil se adaptar em um mundo tão ocasionalmente estúpido. Mas eu aprendi que posso flutuar sobre isso, e não me sentir ancorada nisso. Eu costumava pensar, ‘Isso é tudo uma merda, é tudo sobre dinheiro, dinheiro, dinheiro.’ Mas não é desse jeito, nem todo mundo é desse jeito, e nós podemos encontrar um ao outro.”

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