02 setembro 2012

FanFic: Forget Me Not - Capitulo 5


Forget Me Not

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, Mistério, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

**Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.**


***Pov Bella***

–Bella, esta aí? – a voz de Angela parecia aflita na porta. Respirei fundo.
–Sim, já vou sair. Passei os dedos pelos cabelos e abri a porta com um sorriso calmo no rosto.
–O que foi?
–Você sumiu! Achei que ainda estivesse no quarto com a Alice.
–Ah, não, já terminamos. – eu a segui pelo corredor. – Os bebês dormiram?
–Sim, graças a deus. – Jéssica respondeu quando entramos no quarto que dividíamos e era do lado quarto dos gêmeos. – O que ainda está fazendo com este vestido?
–Já vou tirar, precisei ir ao banheiro...
–Achei péssimo que nos convidassem para a cerimônia e não para a festa, que graça tem? – Jéssica reclamou.
–Jess, nós somos empregadas aqui! – Angela disse.
–Somos babás! Não criadas! Os Cullens são uns esnobes.
–Babás também são empregadas. – falei, retirando o vestido com a ajuda de Angela. – Nem era para sermos convidadas.

Eu gostaria de não ter sido convidada, pensei. Eu gostava de Alice. E me dava bem com todos os Cullens. Mas agora havia um Cullen em especial que eu queria evitar a todo custo.



–Edward Cullen é um gato, não é? – Jéssica suspirou e eu desviei o olhar, me ocupando em pôr o pijama.
–Eu tenho namorado, não fico reparando em outros caras. – Angela respondeu e Jéssica revirou os olhos.
–Por favor, Angela, só se você fosse cega para não ter reparado! Não é Bella, o que você achou do Edward?
Eu dei de ombros.
–Bonito... – falei casualmente, penteando o cabelo.
–Bonito? Ele é lindo! Quase surreal... se me desse bola...
Eu senti meu estômago se contraindo.
Angela riu.
–Não sonha, Jess.
Ela suspirou.
–É, ouvi dizer que ele tem uma namorada. Uma tal de Tanya Denali, ela virá ao casamento amanhã.

A escova escorregou da minha mão subitamente trêmula e eu me abaixei para pegar, torcendo para que nem Angela e nem Jéssica reparassem na minha consternação.
–Deve ser linda, como ele. – Angela comentou indo para debaixo das cobertas.
–E rica, me parece. - Jéssica comentou fazendo o mesmo. – Será que em breve teremos outro casamento? O que você acha, Bella?
–Eu não acho nada, não é da minha conta. –falei secamente. – E acho melhor parar de conversa e irmos dormir. Amanhã o dia vai ser longo! – apaguei a luz e me deitei.
Mas ao contrário de Angela e Jéssica, eu não dormi

Minha mente voltando de novo ao encontro inesperado com Edward Cullen nesta tarde. A princípio eu não o reconhecera. Nem prestara atenção no até então desconhecido, para mim, membro da família Cullen. Muito se falava de Edward Cullen naquela casa. Era o queridinho dos Cullens, mas também aquele que se negara a ficar ao redor da família.
Eu não era uma pessoa curiosa como Jéssica, que certamente deveria saber tudo sobre qualquer pessoa ali, mas era impossível não ouvir os comentários sobre ele.

Rosalie e Emmett o adoravam, e eram os que menos o criticavam por viver viajando, cuidando dos negócios da família, diziam. Esme e Carlisle sentiam sua falta e uma vez eu ouvi Esme dizendo que gostaria que o filho viajasse menos. Alice era a que mais falava, geralmente reclamando de como sentia sua falta.
Então, até aquele momento, Edward Cullen era apenas um membro distante da família Cullen, alguém importante, mas que era apenas citado, mas nunca estava presente. Até aquela tarde.

Agora eu queria ter prestado atenção quando caminhara até a mesa dos Cullens naquela tarde. Mas não havia nenhum interesse em mim, além de atender o pedido de Rosalie de levar os gêmeos para ver o tio que chegara. Se eu pudesse ao menos ter imaginado. Mas como seria possível? Eu apenas fora solicita e profissional. Então ele falara e eu ouvi aquela voz...

Algo se revirou dentro de mim. Um reconhecimento. Um medo.
Mas eu rechaçara aquele pensamento. Como em todas as outras vezes que eu achara tê-lo visto. Havia uma época em que o medo fazia parte dos meus dias. Em que eu ouvia uma voz, que via um olhar dourado, um cabelo cor de areia... e me perguntava se era ele.
Mas nunca era. Do fundo do meu ser eu sabia. E então vinha o alívio.

E eu pensei estar a salvo daquela vez, enquanto retornava para casa com os gêmeos. Até que a mesma voz, aquela que me atormentara, me alcançara na cozinha dos Cullens. E lá estava ele. Os mesmos cabelos cor de areia, os olhos verdes dourados. Olhos que me olhavam em reconhecimento espantoso.

Até agora eu não sabia como conseguira me manter sã. Como conseguira manter o sangue frio de olhar para aqueles olhos acusadores e negar qualquer reconhecimento. Tinha que ser assim. Eu não queria, eu não podia permitir que ele soubesse.
Mas eu deveria saber que ele não aceitaria simplesmente. E desde então eu estava num inferno particular.

Que destino cruel me colocava na mesma casa do homem que fora testemunha da minha maior vergonha?
Eu lutara todo aquele tempo, desde aquela fatídica noite, para esquecer. E agora ele era um Cullen.
De todas as casas do mundo, de todas as famílias do mundo, eu estava trabalhando justo nesta. E como é que eu podia fugir agora?
Eu queria que ele acreditasse que eu e aquela moça de máscara não éramos a mesma pessoa.
Como é que ele podia lembrar de mim? Era apenas mais uma garota de máscara, das muitas que provavelmente passara por suas mãos naquele lugar.

Mesmo assim, ele lembrava. E agora eu não sabia o que fazer para me livrar daquela confusão. Fechei os olhos com força, querendo dormir, querendo esquecer. Mas um choro de bebê me fez despertar totalmente. Suspirando, eu me levantei e fui para o quarto dos gêmeos.

Era Noah que chorava e eu o peguei no colo.
–Shi... – murmurei, o aconchegando contra mim, até que ele fosse parando de chorar e adormecesse. Ainda fiquei ali mais alguns instantes, apertando seu corpinho junto ao meu peito. Isto sempre me acalmava. Mas não podia ficar ali pra sempre. Colocando-o de volta no berço e sai do quarto.

Estava no corredor quando ouvi um som de piano. Da onde vinha aquilo? Será que haviam deixado alguma coisa ligada na sala?
Intrigada eu caminhei pelo corredor, a musica ficando cada vez mais alta. Era Claire de Lune, reconheci ao chegar na sala e parar, surpresa.

Edward Cullen estava tocando piano.

Meu primeiro impulso foi sair correndo, antes que ele me visse. Mas era como se meus pés estivessem subitamente cimentados no chão. E eu só pudesse ficar ali, ouvindo-o tocar Claire de Lune a poucos passos de mim, enquanto meu coração ia se afundando no peito de uma tristeza infinita que eu não sabia de onde vinha.
Até que, por fim, ele levantou a cabeça e me fitou. A música parou e eu mordi os lábios nervosamente, sentindo aquele velho medo que me acompanhava desde que ele me descobrira ali, voltar a me atormentar.

–Me desculpe, eu... – balbuciei quando o silêncio começou a ficar sufocante. Ele apenas me fitava com um semblante indefinível. – Estava só.. passando e... – sem conseguir mais agüentar, eu dei um passo atrás para me afastar. Mas Edward se levantou.
–Não, espera.

“Corre, Bella. Corre agora” minha consciência gritou, mas eu parei, entre horrorizada e hipnotizada, o vendo se aproximar de mim.
O caçador em volta da presa. Um indiscutível sentimento de déjà vu passando por mim. Fora exatamente assim que tudo começara.
Com a minha total incapacidade de fugir e me afastar de Edward Cullen. E olha onde eu estava agora...
E foi este pensamento que me fez ter forças para continuar me afastando.

Mas ele me alcançou.
–Bella, espera. Não foge, não. – ele se colocou na minha frente.
Eu continuei olhando para baixo, enquanto tentava passar.
–Por favor, me dá licença... – mas Edward continuava a se pôr na minha frente.
–Eu quero apenas falar com você...
–Não temos nada para falar...
–Mas que inferno, olha pra mim! – então suas mãos estavam segurando minha cabeça, me forçando a olhar pra ele.
– Por favor, me solta... – pedi, implorei, tentando empurrá-lo.
Mas foi impossível. Minhas mãos ficaram ali em seu peito. Enquanto Edward me forçava a encará-lo.

Eu parei de respirar.

De pensar.

Pela primeira vez eu realmente o olhava. E percebia como ele era absolutamente perfeito. Eu estava deslumbrada, me dei conta, horrorizada. Meu coração começou a bater desordenadamente, enquanto todos os meus sentidos se voltaram para ele. Para suas mãos tocando minha pele, seu hálito quente em meu rosto.
E uma fraqueza súbita me dominou.

–Você não pode continuar fugindo, Bella... – sua voz era cheia de ameaça. Mas soava também como uma promessa. - Nós dois sabemos exatamente o que está acontecendo aqui.
–E o que está acontecendo aqui? – murmurei, buscando ar nos meus pulmões. Tentando ignorar todas aquelas sensações que ele me causava.
–A mesma coisa que aconteceu naquela noite. – ele disse por fim. Sua voz rouca quase num sussurro hipnótico, me envolvendo.
–Eu já disse que eu não sei o que...
–Pára com isto! Você estava lá comigo. Como eu poderia esquecer? – seus dedos agora acariciavam meu rosto. Arfei. - Você pode continuar negando... mas eu sei... eu sinto... – fechei os olhos, mas de nada adiantou. Eu ainda o ouvia. E agora sua voz estava dentro do meu ouvido quando continuou. – Eu estive dentro de você naquela noite.

–Não... – murmurei, perdida. Minha mente infestada de lembranças dele dentro de mim.
–Sim... – seus lábios tocaram a pele escondida atrás da minha orelha e eu derreti, suas mãos descendo por meus cabelos, minhas costas. – E neste exato momento eu gostaria de estar novamente... – eu gemi alto, sentindo seus lábios deslizarem por meu rosto, até pairar sobre minha boca. – Abra os olhos, Bella.

Eu obedeci. Tão perto. Tão perfeito quanto proibido
Mas como da outra vez, eu estava além de qualquer controle sobre minhas emoções. Eu só queria que ele acabasse logo com aquela tortura.
–Eu ainda não esqueci o gosto da sua boca. – sussurrou antes de finalmente me beijar.


**Pov Edward**

**Flashback**

Eu precisava encontrá-la. Era a única certeza que eu tinha enquanto percorria os corredores sombrios do clube, ignorando os olhares sequiosos à minha volta. Eu procurava a moça de máscara azul e longos cabelos cor de chocolate. Se fechasse os olhos ainda podia sentir a textura de sua pele sob meus dedos, ouvir seus gemidos. E eu nem sentira que gosto tinha sua boca.

–Olá.
Eu parei quando uma mulher se pôs na minha frente. Por um momento achei que pudesse ser ela. Mas eu não estava com sorte.
A moça na minha frente era alta e loira. A máscara que cobria seu rosto era escarlate. Ela sorriu. Olhos claros se viam através da máscara.
–Tenho observado você.
Passei a mão pelos cabelos, impaciente. Eu não queria ficar ali, eu queria continuar procurando.
–Se me der licença...
Mas ela não se moveu.
–Está procurando alguém?
Eu a estudei. Será que ela me ajudaria? Será que ela poderia? Eu não conhecia as regras daquele maldito lugar.
–Sim, estou.
Ela sorriu.

Uma moça se aproximou com uma bandeja nos oferecendo. Eu peguei a bebida, estava precisando. A loira me encarou por cima do copo.
–Então alguém lhe interessa a ponto de mal poder manter os olhos em mim.
Era uma afirmação. Ou um desafio. E me sentindo como qualquer homem, eu a medi. Ela era escultural. Em outro lugar. Em outro tempo. Talvez ela me interessasse. Não hoje.
De repente me senti um idiota. Por estar correndo atrás de uma ilusão. De alguém que certamente estaria em outro sofá. Com outro homem entre suas pernas. Bebi todo o whisky de um gole só, minha mente queimando.

–Esta que procura... – a moça dizia. – Talvez eu possa ajudá-lo...
–Tem certeza? – ela não me parecia disposta a isto.
Ela riu.
–Eu sei que parece estranho. Afinal, estamos todos de máscara... mas deve ter algo que possa identificá-la. Posso pedir que a tragam até nós.
–Por que faria isto?
Ela deu de ombros.
–Estou aqui para satisfazer seus desejos.
–Me trazendo outra mulher.
–Se é isto que você quer. Posso conseguir qualquer uma que quiser. Ou mais de uma.
–Cabelos castanhos. Compridos. Máscara azul. Vestido preto. – falei, me perguntando se esta garota estava realmente falando sério.
Ela se virou e fez um sinal sutil para um homem mascarado forte parado perto de uma porta. Aquele deveria ser um segurança, provavelmente.

Ela sussurrou algumas palavras em seu ouvido e ele se afastou. Ela voltou e segurou a minha mão, me puxando.
–Vamos nos sentar. Acho que esta é sua noite de sorte, Edward.
Eu soltei sua mão.
–O que disse?
–Sua noite de sorte. – ela se sentou, cruzando as longas pernas.
–Você disse meu nome.
–Oh...
–Como sabe meu nome?
–O meu é Heidi. – sorriu.
–Como sabe meu nome? – insisti.
–Eu trabalho aqui, Edward.
–Achei que tivesse regras. Sem nomes.
–Sim. Esta é a regra. Mas como eu disse, eu sou diferente. Não se preocupe... é nosso segredo. Não vou repetir.
Eu não estava gostando nada daquilo.
–Mais alguém sabe meu nome aqui? – indaguei.
–Não, apenas eu.
–Por quê?
–Senta aqui e eu te conto.

Eu me sentei, embora estivesse achando toda aquela história muito estranha. Me lembrei de Aro me dando o cartão. Será que aquela garota sabia? Heidi colocou sua mão em meu ombro.
–Aro gosta de você, Edward.
Eu fiquei alerta, enquanto ela continuava. Sua voz se insinuando em meu ouvido e sua mão descendo por meu peito.
–Queremos que fique feliz aqui.
–Aro te mandou aqui?
Ela riu.
–Não se preocupe com isto. Nós gostamos de tratar bem pessoas especiais. Amigos especiais.
Eu quis dizer que Aro Volturi nem era meu amigo, mas me calei.
Ela era a única que podia me trazer quem eu queria. Então eu esperei. Mais bebidas apareceram.E Heidi continuava ao meu lado.
Não prestava atenção em seus sussurros em meu ouvido, ou em sua mão passeando por meu peito. Meu único objetivo era esperar. Ansiar. Ela viria até mim. E eu a levaria dali.

E seria só nós dois. E seria diferente agora; não haveria pressa. Não haveria máscaras. Eu a queria inteira. Por tempo indeterminado.
–É esta? – a voz rouca de Heidi indagou em minha orelha e eu levantei o olhar.
E la estava ela.
Máscara azul. Pele branca como a neve em contraste com os cabelos castanhos, agora levemente despenteados. E por um momento tudo desapareceu, restando apenas ela. Minha obsessão.
E como num sonho, eu a vi caminhando em minha direção. Sentando em meu colo. As mãos que enquadraram meu rosto eram macias e frias. Nossos olhares se encontraram por um instante infinito. E finalmente sua boca estava sobre a minha.

***

Ainda era o mesmo gosto.

Os mesmos lábios deliciosos se moldando aos meus, enquanto nossas línguas se encontravam como velhas conhecidas. Mas agora não estávamos no salão esfumaçado de um clube de sexo. Estávamos na sala da casa dos meus pais. Esta realidade se abateu em mim por um instante. Todas aquelas perguntas sem resposta rondando em minha mente .

Quem era Isabella Swan, afinal? Eu queria saber tudo sobre ela.
Saber quem era finalmente a moça de máscara que virara minha vida do avesso. Mas no momento, a única coisa que me interessava era senti-la. Seu gosto único. Seu cheiro de frésias. Seu corpo suave que percorri com mãos afoitas. Meu próprio corpo se desligando da mente, para se concentrar no dela. Querendo de novo estar dentro dela. Ouvi seu gemido, quase um lamento, quando finalmente o beijo parou. Nossas respirações se misturando num ofegar único.
Não havia nenhum espaço entre nossos corpos, enquanto meus dedos puxavam seus cabelos e meus dentes mordiam seu lábio inferior.

Ela abriu os olhos. Castanhos chocolate. Perfeitos.
Eu podia fazer todas as perguntas para ela agora. Podia ter todas as respostas. Mas como da outra vez em que eu a tivera assim, meu corpo tinha ideias próprias. O desejo se agitava dentro de mim, em ebulição, se espalhando como uma droga pela minha corrente sanguínea, pulsando na ereção entre minhas pernas. Que se danassem as perguntas sem respostas. A principal delas eu já tinha. Ainda havia a mesma paixão entre nós.

–É você... – deslizei os lábios por seu rosto. - Sempre soube que era você... – murmurei em seu ouvido, aspirando seu cheiro delicioso.
–Não... – ela sussurrou, mas sua negativa não soava a sério para mim. Ela sentia o mesmo que eu. Queria o mesmo que eu. Era inevitável estarmos juntos.
–Sim, Bella... - Eu a apertei mais, não deixando dúvida quanto à minhas intenções.
Mas, para minha consternação, senti seus dedos me empurrando para longe.
Surpreso, eu a deixei ir.

A encarei parada ali. Vestindo um roupão branco. Os cabelos despenteados por meus dedos. O rosto corado. Mas agora não era de excitação.
–Nunca mais ponha as mãos em mim. – disse friamente.
Mas que diabos ela estava dizendo?
–Está de brincadeira, não é?
Que espécie de jogo ela estava fazendo?
Ela respirou fundo, os dedos segurando o roupão em frente o corpo com força.
–Eu vou fingir que isto não aconteceu. – disse calmamente. - Espero que faça o mesmo. Boa noite, senhor.
E sem mais, ela saiu da sala apressadamente. Eu fiquei ali, parado.
Ainda respirando com dificuldade. Ainda tentando entender que inferno eu tinha me metido. Isabella Swan estava me exasperando.

Não podia acreditar que ela ainda continuaria se fazendo de inocente. Fingindo que não era aquela mesma moça de máscara do clube. Eu sabia exatamente quem ela era. E o pior. Eu ainda a queria. E a pergunta era: o que eu faria agora?


O dia do casamento de Alice amanheceu ensolarado. Da janela do meu quarto eu podia ver a movimentação incessante no jardim onde seria o casamento e os primeiros convidados chegando.
Mas minha mente estava longe dali.
Estava em Isabella Swan.

–Toc toc.
Me virei e Tanya Denali sorria para mim.
Obviamente eu deveria esperar encontrar Tanya no casamento da minha irmã. Os Cullens e os Denalis eram amigos de longa data.
Mas se eu pudesse escolher, lidar com Tanya seria algo que eu não gostaria naquele dia. Ela sorriu, se aproximando. Os cabelos loiros cuidadosamente presos num penteado elaborado e uma onda de perfume caro invadindo minhas narinas, quando me beijou na boca levemente.

–Sentiu minha falta?
Eu sorri, me desvencilhando.
–Como vai, Tanya?
–Hum... – ela me estudou, enquanto eu fazia o nó na gravata. – Estou bem. E você?
–Tudo bem, claro.
–Não parece...
–O que está querendo dizer?
–Ainda lembro do nosso encontro na França...
Eu suspirei pesadamente, pegando o paletó.
–Vamos mesmo discutir isto?
Ela se sentou na cama.
–Eu estaria mentindo se dissesse que não.
–Não acho que o casamento da minha irmã seja o local adequado.
–Quando, então? Está ficando aqui na casa do seus pais? Achei que estaria em seu apartamento no centro...
–Estou aqui por causa do casamento.
Ela se levantou, se aproximando novamente.
–Eu estou livre por uns dias. Posso ficar com você...
–Não é uma boa ideia, Tanya.
–Por que não? – seus dedos agora percorreram meu peito.
–Porque eu disse não. – segurei suas mãos.

Uma movimentação na porta chamou minha atenção. Alice entrou no quaro, vestindo ainda um roupão.
–Atrapalho?
–Oi, Alice. – Tanya sorriu.
–Mas por que eu não me surpreendo em encontrá-la aqui? – falou ironicamente. – Enfim, acho melhor deixar este papinho íntimo de vocês para depois e descerem para o jardim. Não quero ninguém atrasado!
–Já estamos descendo. – respondi saindo do quarto, sem me preocupar se Tanya estava me seguindo.

Eu deveria saber que Tanya não me deixaria em paz depois do que acontecera na França. Mas realmente eu já tinha problemas demais ali, para acrescentar Tanya Denali na equação. Emmett me encontrou no jardim e me deu um copo de champanhe.
–Já podemos beber? – eu ri e Emmett deu de ombros.
–Só bebendo pra agüentar isto. Já viu sua namoradinha por aí? Ela estava perguntando de você.
Eu soltei uma imprecação.
–Sim, eu já vi.
–Hum, não parece muito feliz com isto... Achei que você e Tanya...
–Mantenha suas opiniões para você... – eu parei de falar quando vi pelo canto do olho Rosalie se aproximando com um bebê no colo.
E logo atrás vinha a razão dos meus problemas. Bella.
E ela segurava outro bebê.
–Aí estão vocês! – Rose exclamou. - Bella, pode dar Sophie para Emmett carregar e vá se juntar a Alice e as outras garotas antes que Alice me mate.

Bella não me encarava, reparei, enquanto entregava a menina com vestido rosa para o pai. Mas eu não conseguia desgrudar meus olhos dela. Usava o mesmo vestido de ontem à noite e os cabelos estavam presos num coque na nuca. Mesmo maquiada, ainda parecia muito jovem e inocente.Eu quase ri alto.
Jovem até podia ser, mas inocente era um certo exagero. Eu sabia muito bem do que ela era capaz.


–Está uma gata, Bella. – Emmett comentou rindo e ela ficou vermelha.
–Emmett, não provoque a Bella! – Rosalie reclamou, enquanto Bella apenas dava um sorriso sem graça e se afastava. O bebê no colo de Rosalie começou a choramingar. Rosalie se afastou sacudindo-o no colo, enquanto tentava o distrair.
–Está olhando demais para a nossa babá, irmão. – Emmett disse maliciosamente.
Eu tomei um gole de bebida, incomodado com o comentário.
–Como você mesmo disse, ela está bonita. E eu não sou cego. – comentei casualmente.
–Ah não, achei que estava realmente interessado na Bella.
–Que bobagem.
–Bem, ela é realmente interessante. Mas acho melhor tirar seu cavalinho da chuva. Se pegar a babá preferida da Rose, ela vai ficar enfurecida com você.
–Rose não teria nada a ver com isto.
–Wowww, então temos um interesse aí mesmo...
–Não falei isto. Apenas que Bella não deve viver apenas para cuidar dos seus filhos.

–Sim, claro. Ela tem dias de folga e deve sair e namorar como qualquer garota, acho eu. Mas ela não é pra você, Edward. Sinceramente, acho que está na seca há muito tempo, precisa de sexo. Por isto está crescendo o olho até para pobres babás! - ele riu e continuou. – Quando foi que saiu com alguém pela última vez? Vai me dizer que foi quando saiu com a Tanya na França...
–Não aconteceu nada entre mim e Tanya na França. – disse. E era a mais pura verdade.

Eu e Tanya tínhamos uma história antiga. Mas daquela vez, nada acontecera. Na verdade, não acontecia nada há muito tempo, com nenhuma mulher. Eu podia confessar a Emmett agora sobre uma certa garota mascarada num clube. Mas me calei. Emmett não tinha nada a ver com isto. Mas se eu resolvesse mesmo contar sobre Bella, eu teria que contar a história inteira.

A neném no colo de Emmett emitia sons infantis, brincando com sua gravata.

Bella era uma das responsáveis por ela. Mas será mesmo que eu poderia deixá-la cuidar dos gêmeos como se fosse realmente aquela garota inocente que fingia ser?

–Então é por isto que ela está correndo atrás de você agora. – Emmett continuou. – Deveria aproveitar. Sexo fácil. Nenhum homem deve ficar tanto tempo sem dar umas boas trepadas, não é natural não, cara. Quando Rose engravidou, ela teve problemas e tivemos que ficar sem transar praticamente a gravidez inteira. Foi realmente bem difícil... Mas acho que deveria pegar a Tanya...

–Você sabe que as coisas com Tanya nunca são fáceis realmente.
–Claro que eu sei. Ela acha que ama você. Mas pelo menos sempre aceita seus termos.
–Eu não quero mais ficar com a Tanya. Ela precisa esquecer esta história.
–Boa sorte com isto então, irmão! - ele riu. – Agora vamos sentar. Acho que a cerimônia já vai começar.
Nós nos sentamos no local indicado. Emmett se afastou para sentar ao lado de Rosalie. Tanya se aproximou e sentou ao meu lado, sorrindo.
–Sua irmã continua linda mesmo depois de ter gêmeos.
–Rosalie vai ser sempre linda. – concordei.
–Quer ter filhos Edward? Eu gostaria de ter gêmeos lindos como os da Rosalie.

Eu não falei nada. Sabia muito bem aonde ela queria chegar.
–Rosalie tem muita sorte de ter conseguido engravidar, depois de tantas tentativas...
–Sim, eles têm sorte. – concordei casualmente e para minha sorte, a música começou e Tanya parou de falar.

Angela, Jéssica e Bella se aproximaram com seus vestidos iguais.
Mas meu olhar estava preso em Bella. Ela parecia genuinamente sem graça, sendo o foco das atenções e eu podia ver seu rosto ruborizado. Deus, até seu rubor era delicioso. Eu já não sabia se gostava mais daquela Bella devassa e sensual, ou desta versão, pura e virginal. 


Alice entrou logo em seguida e a cerimônia começou.

–Alice e suas vontades! – Rosalie bufou horas depois, se sentando ao meu lado e tentando fazer Noah, em seu colo, parar de chorar.
–Qual o problema agora? – a recepção do casamento corria solta, tudo como Alice planejara.
–Alice conseguiu me convencer a liberar as babás para a festa também e agora elas estão por aí se divertindo!
Eu ri.

Olhando em volta vi Angela e Jéssica cochichando num canto, parecendo animadas e procurei Bella com o olhar. E não gostei nada quando a vi conversando com Mike Newton.

Os Newtons eram ricos, não como os Cullens, obviamente, e neste momento o único filho do casal Newton parecia deslumbrado com Bella Swan.
Eu senti uma raiva fria por dentro.

–Rosalie, o que está acontecendo? Esme se aproximou solicita e Rose continuou a reclamar, até que Esme pegou Noah e se afastou.
–Eu vou tentar que durma, não se preocupe querida.
–Cadê a Sophie?
–Já dormiu. Emmett a levou para o quarto há alguns minutos.
Rosalie suspirou aliviada.
–Ainda bem! Crianças são bem difíceis às vezes viu!

Eu consegui desviar meu olhar de Mike e Bella e sorri para Rose.
–Achei que seu sonho era ser mãe
–Não me entenda mal, são meus filhos, sabe como lutei por eles.
–Então não se arrepende?
–Claro que não. São meus bens mais preciosos. É só que criar bebês é cansativo mesmo.
–Mesmo com três babás. – falei irônico.
–Eu ainda sou a mãe! – disse irritada e levantou se afastando.

Sozinho na mesa eu voltei de novo minha atenção para Bella e Mike. E agora eles dançavam.
Meus dedos se fecharam com força na taça que eu segurava. As mãos de Mike Newton estavam descendo para os quadris de Bella e ele se inclinava sobre ele, depositando um beijo em seu rosto.

–Ai está você! – Tanya Denali se interpôs entre mim e a visão nojenta à minha frente. - Dança comigo! – ela me puxou pela mão e eu a acompanhei.

Meus olhos buscaram novamente, mas eles já não estavam em lugar algum. Mesmo assim, a imagem ainda permanecia em minha mente.

Borbulhando.

Então era assim. Isabella Swan se insinuando para qualquer um.

Menos eu.

Mas as coisas não ficariam assim. Se ela queria jogar, eu estava pronto.
–Tanya, preciso fazer uma ligação. – eu me desvencilhei dela.
–Mas...
–Conversamos depois.
Eu percorri a festa a procurando. Me sentia como num déjà vu. Sempre caçando Isabella Swan. Sempre imaginando com quem ela estaria. Encontrei Jéssica e Angela.
–Sabe onde está a Bella?
–Bella?
–Sim, Rosalie precisa dela.
–Oh... eu não sei.
–Ela entrou na casa. – Angela respondeu. – Me disse que ia retocar a maquiagem, algo assim...
–OK, obrigada. Direi a Rose. – respondi e me afastei, entrando em casa.

Eu percorri cada sala. Não havia muita movimentação ali, a não ser de garçons que iam e vinham. De repente eu ouvi uma voz vindo de uma sala. Aquela voz era inconfundível.
–Precisamos voltar... – Bella dizia.
Me aproximei da porta quando ouvi uma outra voz.
Mike Newton.
–Claro, mas eu vou te ligar... Podemos...
Senti um ódio frio me percorrer, enquanto abria a porta. Bella e Mike estavam um de frente para o outro e Mike segurava uma mecha de seu cabelo. Os dois levantaram o olhar e me viram.
–Oi, Edward. – Mike disse simplesmente. – Acho que nem te cumprimentei hoje...

Mas eu não prestava atenção em Mike. Meus olhos estavam presos em Bella. Em seu rosto subitamente pálido.
Certamente ela não esperava ser pega em flagrante combinando um encontro com Mike Newton.
–Mike, eu preciso falar com a Bella. Preciso passar um recado de Rose. – completei.
–Ah, claro... eu já ia voltar.
Mike sorriu para Bella e saiu fechando a porta atrás de si.
Eu a encarei.
–Estava me perguntando se vai usar máscara para Mike Newton também.
–Desculpa, disse que tinha um recado da Rosalie? – indagou inocentemente.

Eu ri sem o menor humor.

–Vai continuar se fazendo de inocente? Não que em algum momento eu tenha acreditado neste seu teatrinho, mas vê-la se insinuando para Mike Newton apenas deixou mais claro o tipo que é...
– Se não tem nenhum recado, então com licença, eu preciso voltar para a festa...
Ela tentou passar, mas eu me pus na sua frente.

–Não vai a lugar algum.
–Me deixe passar. – sibilou.
–Estou de saco cheio deste seu joguinho sujo, Isabella Swan.
Ela pareceu sem fala por um momento, mas então respirou fundo e me encarou.
–Eu que estou de saco cheio destas suas palavras ofensivas!

Ah sim. Não havia mais controle em sua voz. E eu gostei disto.
Queria vê-la sem aquela máscara de inocência. Queria que ela admitisse quem era.
–Ofensivas, porém, verdadeiras. Você estava naquele clube. Não sei quantas vezes e com quantos homens. E agora não tem nem a coragem de admitir isto. Acha que vai me convencer? Acha que eu vou esquecer?
–Você não tem a mínima idéia de quem eu sou. – murmurou com a voz trêmula.. – Como ousa ficar me atormentando por algo que nem entende? Eu não devo satisfação a você!
–Mas deve a Emmett e a Rosalie! Eu deveria sair agora daqui e contar exatamente quem é você!
–Vai dizer o quê? Que é um pervertido que freqüenta clubinhos nojentos para transar com vagabundas desconhecidas e...
Ela parou de repente. Provavelmente se dando conta do que estava falando.

Eu sorri perversamente.
–Então admite que era uma das vagabundas.
O tapa veio sem que eu esperasse. E o sorriso sumiu do meu rosto. Isabella Swan mal respirava na minha frente.
–Eu odeio você. – murmurou. – Odeio homens como você. Sim, acha que eu sou uma vagabunda? Você não é melhor do que eu.
–Talvez tenha razão. Mas pelo menos eu não me escondo atrás de um uniforme de babá, fingindo que sou inocente e cuidando de crianças, como se não...
–Como se o quê? Não sabe nada da minha vida! Não sabe quem eu sou! Por que não me deixa em paz? Esquece que me conheceu um dia, esquece que...
–Fizemos sexo?
Ela respirou fundo.
–Não era esta a intenção daquela porcaria de clube? Não é para isto que estavam lá? Ou fica correndo atrás de toda piranha com quem transou naquele lugar?
–Nenhuma virou babá dos meus sobrinhos.

Ela riu ironicamente.
–É este o problema, não é? Acha que não sou boa o suficiente! Não para cuidar de preciosas crianças Cullens! Vai para o inferno, Edward Cullen!
–Já estou nele.
–Problema seu!
–Problema nosso. O que faremos agora, Isabella Swan? Acha que simplesmente devemos jogar nosso segredinho sujo para debaixo do tapete?
–Ele esteve lá até agora.
–Talvez tenha razão.
Eu a estudei por um momento. Sim, e agora? Ela tinha razão. Eu deveria esquecer. O que aconteceu naquele clube deveria ficar lá.
Mas como eu faria isto? Sabendo que ela estava ali. Ao meu alcance. E de caras como Mike Newton.

Não, eu não poderia esquecer. E nem deixar para lá. Minha história com Isabella Swan não tinha terminado ainda.
–Eu não vou contar nada a Rosalie e Emmett. – disse. Quase pude ver um certo alívio no seu olhar. – Nem sobre o clube. E nem sobre agora.
–Agora?
–Eu ainda quero você, Bella. Acho que isto ficou claro depois de ontem à noite. Então vamos ser práticos.
–Acha que eu terei um caso com você?
–Ninguém precisa ficar sabendo. Considerando minha família, acho que seria melhor assim...
–Não.
–O quê?
–Eu nunca... Nunca... vou ficar com você. – sua voz era cheia de uma frieza quase ofensiva.

Eu realmente não esperava por aquilo. Quem ela pensava que era?
Ela estava naquele clube porque pagaram para ela estar. De repente algo passou pela minha mente. Talvez eu tivesse imaginando coisas. Eu achava que o que eu sentia por ela era recíproco. Que era o mesmo desejo. Mas talvez eu estivesse errado. Uma raiva fria começou a se apossar de mim. Junto com outro sentimento, bem parecido com decepção.
–Esta é sua resposta definitiva?
–Sim, é. Esquece que eu existo, Edward. Pois é o que eu farei.
E sem dizer mais nada ela saiu da sala.

–Bella, Alice está te procurando!
Ouvia a voz de Rosalie na porta.
–Ela quer que a ajude a tirar o vestido.
–Claro, eu já vou. – Bella se afastou e Rose entrou na sala me encarando desconfiada.
–Algum problema?
Eu respirei fundo, passando a mão pelos cabelos. Bom, Isabella não deveria mais ficar naquela casa. 

–Rosalie, da onde conhece Isabella Swan?
–De uma agência, como todas as outras babás.
–E você sabe realmente quem ela é? Ou o que fazia antes de vir trabalhar aqui?
–O que está insinuando, Edward?
Eu fechei a porta.
–Acho que precisamos conversar.

Eu não sei quanto tempo eu levei para contar a Rose exatamente o que eu sabia sobre Isabella Swan. Mas eu contei. Contei sobre o cartão de Aro. Sobre o clube. Sobre a garota usando máscara com quem eu tinha transado. Não precisei entrar em detalhes. Não precisei dizer que eu tinha ficado obcecado por ela desde então.
Apenas que Aro me dissera depois que todas as garotas eram contratadas. Prostitutas, era a palavra verdadeira para as denominar. Rose me fitou muito pálida quando terminei.

–Está me dizendo que transou com a Bella naquele clube.
–Eu sei o que deve estar pensando. – eu me sentia meio constrangido de admitir isto para uma das minhas irmãs. Dizer que participei daquele tipo de perversão.
–Você tem certeza...?
–Sim, eu tenho. Isabella Swan, a sua babá, é a mesma garota daquele clube.
Rosalie se levantou. Suas mãos estavam trêmulas, quando passava pelos cabelos loiros.
–Rose, eu sinto muito... sei que confiava nela, mas...
–Está ficando louco. – ela disse ao me encarar novamente. – Claro que está havendo uma confusão aqui.
Eu me levantei também.
–Não, não está...
Ela riu.
–Edward, quer mesmo que eu acredito que a Bella é uma garota de programa que freqüenta um clube de perversão em Nova York e que transou com você.
–É exatamente isto que estou dizendo...
–Primeiro que nunca pensei que fosse deste tipo, Edward...
–Não ouviu o que eu disse? E não estamos falando de mim aqui!
–Claro, está acusando minha babá de ser uma promíscua! Francamente, Edward! Isabella é uma estudante de jornalismo! Tem apenas 21 anos e um currículo impecável.

–Como pode ter certeza disso?
–Porque eu chequei! Chequei cuidadosamente cada uma delas! Ou acha que eu empregaria prostitutas para cuidar dos meus filhos?
–Ela pode ter forjado, pode ter escondido...
–Edward, está ficando maluco, sinceramente! Eu confio na Bella. É a melhor babá que eu tenho e não vou demiti-la apenas porque você acha que ela era uma das vadias mascaradas com quem trepou há mais de um ano atrás!
–Eu não acho, eu tenho certeza! Isabella Swan está fingindo ser quem não é!
–Chega, Edward! Está passando dos limites! Eu sei muito bem quem a Bella é. É uma garota adorável que cuida muito bem dos bebês! Eu confio nela e toda esta história de clube e mascarados é ridícula!
–Rosalie, por favor, me escuta...
–Não, chega! Espero que pare de acusá-la! Isto é muito desagradável e se insistir nisto, é capaz que nos processe! Imagina o escândalo! E eu ainda perderia uma excelente babá! Não, você tem que esquecer estas suas desconfianças sem fundamento algum. Espero que não conte a ninguém isto. Seria muito constrangedor para a Bella e para todos nós. Agora volte para a festa! Espero que nunca mais tenhamos esta conversa desagradável!

E sem mais, Rosalie se afastou, me deixando sozinho. Eu respirei fundo sem acreditar. Como é que eu ia provar para Rosalie quem era a verdadeira babá dos seus filhos?
E mais: será que eu deveria?

** Pov Bella**

Eu não sei como tive sangue frio para sorrir enquanto ajudava Alice a se livrar do vestido de noiva.
–Nem acredito que estou casada! E deu tudo certo na cerimônia, enlouqueceria se desse algo errado!
–Sim, a cerimônia estava linda... – murmurei, pendurando o vestido de noiva no cabide.
Alice pegou um vestido azul e o vestiu.
–Claro, eu sou perfeita para estas coisas! Quando você se casar, Bella, pode pedir minha ajuda...
Eu mordi os lábios com força.
–Acho que casamento não é para mim, Alice.
Alice riu e revirou os olhos.
–Todas dizem isto até encontrarem o príncipe encantado. Aliás, eu a vi dançando com Mike Newton. Ótimo partido.
–Era apenas uma dança. – desconversei.

Embora fosse uma mentira. Mike tinha mesmo dado em cima de mim. Mas eu não tinha o menor interesse nele. Não tinha interesse em ninguém. Como é que eu poderia?
A presença dominadora de Edward Cullen não me fazia esquecer os motivos. Eu era fraude.Mike Newton não fazia ideia. Ninguém fazia. A não ser Edward Cullen.

De nada adiantara eu fugir. Eu negar. A discussão daquela tarde e minha admissão eram inevitáveis. Mesmo assim me amaldiçoava por ter saído da festa com Mike. Mas eu já estava farta de fingir que estava me divertindo. Que não estava vendo Edward Cullen me acompanhando com o olhar sombrio, acusador, enquanto aquela loira, a tal Tanya, fazia o mesmo com ele.

Pois ela que fizesse bom proveito.

–Sei... – Alice sorriu já arrumada e me fitou. – Bella, está tudo bem? Parece um pouco pálida.
–Acho que só estou cansada... – disfarcei.
–Claro. Não é por menos. Parece que só você é a babá daquelas crianças! Coloca Angela e Jessica pra trabalhar também!
Eu ri.
–Eu gosto de cuidar dos gêmeos.
–Eu sei. Quando eu tiver filhos, vou te roubar de Rosalie, vai ver!
E dando uma última olhada no espelho, ela se afastou.
–Vamos voltar à festa!
–Vou passar no quarto dos gêmeos e ver se está tudo bem. – falei.
–Claro, mas não demore. Quero que aproveite a festa.


Ela desceu as escadas e eu caminhei até o quarto dos bebês.
Eu queria chorar. Queria correr e me esconder onde ninguém pudesse me encontrar. Mas eu não podia. Estava presa naquele lugar. Presa na minha farsa de garota boazinha. 


Abri a porta do quarto semi-escuro e ouvi um choro baixo. Me aproximei do berço e peguei Noah no colo e me sentei.
–Shi... está com fome, está? – murmurei carinhosamente, enquanto abria o corpete do vestido e o bebê se voltou automaticamente para meu seio, o sugando.

A porta se abriu naquele momento e Rose entrou. Ela nos fitou por alguns instantes.

–Por que não me falou que o Edward é o pai dos gêmeos?



**continua**

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