29 agosto 2012

FanFic: Forget Me Not - Capitulo 1


Forget Me Not

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, Mistério, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

**Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.**


–Senhor Cullen.
Abri os olhos para me deparar com o ambiente escuro da limusine e o olhar especulativo do motorista.
–Nós já chegamos.

Passei os dedos pelos cabelos, meio atordoado. Que diabos, eu tinha adormecido. Olhei o relógio e percebi que havíamos demorado mais de uma hora para chegarmos. Não era de se espantar que eu tivesse pegado no sono. Passara as últimas 72 horas em aviões, em escalas intermináveis.

Ou assim me pareciam.
Mas agora eu estava em Nova York. Ou acho que ainda estávamos.
De qualquer maneira, olhando em volta, em nada parecia Nova York, com seus arranha-céus, luzes e barulhos.
Não havia barulho ali. Nem luz.
Apenas um grande portão se abrindo, iluminado pelas luzes do farol alto do carro. Parecia que estávamos em uma área residencial
exclusiva.

Me perguntei o que aconteceria agora. Será que tinha errado o endereço?Mas isto era impossível. Tanto o motorista como a limusine, pertenciam a eles.
Bastara apenas um telefonema para o número que estava no cartão carmim, para me dizerem que estariam me buscando naquela noite, onde eu pedisse. Minhas mãos foram automaticamente para o cartão que ainda permanecia em meu bolso e eu o peguei. Ele havia ficado em meu poder por muitos dias, talvez semanas.
Me fazia lembrar o sorriso quase perverso de quem me dera.

–O que é isto? – eu indagara curioso.


Estávamos na Itália. Era uma noite quente no mediterrâneo e eu estava satisfeito, porque concluíra o que fora fazer ali. Ele sorrira, enquanto acendia um charuto e me oferecia um. Recusei.Não fazia meu estilo.
–Algo que apenas alguns saberiam apreciar.
Olhei novamente para o cartão, o virando de um lado para o outro. Era vermelho sangue. E realmente havia apenas um número.
–Acho que não entendo. – insisti.
–Entenderá quando se sentir impelido a ligar. – seu sorriso se alargou em meio à fumaça fedorenta do charuto cubano.
Eu fora embora da Itália no dia seguinte. E esquecera momentaneamente aquele cartão.

Até aquela noite.
Eu estava sozinho naquela cidade. Cansado. Entediado.E o cartão caíra do bolso do meu casaco quando chegara ao quarto de hotel.
Curioso, eu disquei o número. A voz de mulher parecia solícita ao perguntar quem havia me dado o cartão e em seguida meu nome.
E na mesma voz eficiente, me dissera que uma limusine me aguardaria a meia-noite.

–Use black-tie. – foram suas instruções.

Na minha mente eu devia imaginar que estavam me incluindo em algum clube exclusivo. Podia ser divertido. Eu estava sozinho. E entediado.E como combinado, a limusine me aguardava na porta do hotel e algo curioso me esperava lá dentro.

Sobre o banco de couro escuro havia uma máscara. Eu tive vontade de rir. Mas que diabos seria aquilo, algum baile de máscara?
Não parecia algo que eu apreciaria. Mas o motorista já seguia pelas ruas de Nova York.
E agora lá estávamos.
Não pela primeira vez naquela noite, eu me perguntei por que estava ali.
Negócios. Contatos. Curiosidade. Tédio.Ou todos estes fatores combinados.

Mas foi assim que em vez de pedir que o motorista me levasse de volta ao hotel, eu percorri, curioso, os olhos pelo casarão que se erguia à minha frente, após a abertura dos grandes portões.
A limusine parou novamente.
Saltei, segurando a máscara entre os dedos. A porta permanecia fechada e ouvi o ovimento de uma câmera em minha direção. Provavelmente estavam esperando que eu colocasse a máscara e foi o que eu fiz.

A porta se abriu. Era uma festa. E como eu imaginava, todos usavam máscaras. De todas as cores e tipos. Algo como carnaval de Veneza. Eu já estivera em Veneza, claro. E em quase todos os lugares do mundo. Mas nunca num lugar como aquele.
Vermelho. Espelho.Veludo.
Havia algo de decadente em toda aquela ostentação. E eu me perguntei se quem me convidara estaria ali. Se seria um daqueles homens de máscaras. 

E mulheres.
Muitas. Mulheres sem rostos. Mas com corpos fabulosos.
E elas circulavam, segurando taças de champanhe entre dedos por vezes enluvados. Roupas feitas para deixar pouca coisa à imaginação: renda, cetim, transparência. Salto alto. Muito alto.
Uma garçonete se materializou a minha frente.


–Uma bebida? - sua voz era calculadamente macia e sedutora.
Usava máscara e um vestido preto, curto e simples. Estava claro que ali, ela era apenas uma serviçal.Eu peguei o uísque de sua bandeja, agradecendo com um menear de cabeça e ela se afastou.
Tentei não parecer deslocado, ou excessivamente curioso.
Não tinha como negar que havia uma fascinação decadente naquele ambiente. Na meia luz, no doce aroma de perfume caro e o mais fino charuto.

Não havia dúvidas de que ali havia muito dinheiro. Gente que respirava dinheiro.

E sexo.

Foi o que percebi adentrando mais. Era como se quanto mais além fosse, mais a verdadeira essência do lugar se revelasse aos meus olhos, assim como as roupas iam se desnudando dos corpos femininos e em vez de tecido, agora elas eram cobertas por mãos masculinas. 

Em uma sala, alguns apenas olhavam, enquanto um casal fazia sexo no sofá. Passei direto. Eu não era um voyeur. E muito menos um exibicionista. Me perguntei por que ele achara eu que eu apreciaria este tipo de atividade sexual. Não era nenhum idiota e sabia que existia todo tipo de perversão no mundo, mas definitivamente não era meu estilo.

– Mais uma bebida?

Estava tão perto que eu achei que estavam perguntando para mim, mas a voz feminina e doce respondeu.

–Sim, por favor.

Eu me virei e então a vi.

Estava de costas pra mim e os cabelos cor de chocolate lambiam suas costas nuas, que o vestido preto e curto não cobria. Ela se virou e por um momento eu achei que não a veria de máscara.

Era como se aquela voz não pudesse pertencer a alguém que frequentasse aquele círculo. Mas ela estava lá. A face coberta por uma máscara azul. 
Quis ver seu rosto.

Dei um passo em sua direção, mas ela já se afastava.

– Mais bebida, senhor?

Eu parei quando a moça com a bandeja, se interpôs à minha frente.
-Não, eu...
Passei por ela e saí da sala, em busca da moça de máscara azul e cabelos cor de chocolate.

Mas ela não estava em lugar algum.
Eu já estava desistindo, me perguntando por que diabos estava me dando o trabalho de procurar uma moça que vira apenas de relance, quando havia tantas ali, e já podia sentir alguns olhares sobre mim. Ávidos.

E sabia que não demoraria muito para alguma delas se aproximar.
Mas eu não estava interessado. Foi então que ouvi um baque, seguido de um gemido de dor. E lá estava os mesmos cabelos chocolate, caídos agora sobre o rosto mascarado, enquanto ela tentava se equilibrar depois de parecer ter tropeçado em algo.
Em poucos passos, eu a alcancei, segurando seu braço.

–Deixe-me ajudá-la. - falei, a equilibrando, e então ela me encarou.
Olhos cor de chocolate também. Surpresos.
–Obrigada. – balbuciou.
E por um momento nenhum de nós se moveu. Meus dedos ainda permaneciam em seu braço.
Ela tinha uma pele branca como chantilly. Macia.
Meus olhos percorreram seu corpo de curvas suaves e voltaram para seu rosto mascarado. Seus lábios estavam entreabertos e, por um momento, tive a impressão que ela não estava respirando.

–Você está bem? – indaguei e ela sacudiu a cabeça afirmativamente, respirando uma longa golfada de ar e afastando o braço.
Eu a soltei, não sem um certo pesar.
–Me desculpe, eu... Tropecei. - murmurou envergonhada e eu me perguntei se estaria ruborizando por baixo da maldita máscara.
–Se machucou?
Ela deu de ombros. Em uma mão ainda segurava a taça vazia.
–Eu acho que não... Agora se me der licença... - ela
fez menção de se afastar, mas soltou um pequeno gemido de dor.
–Acho que se machucou, sim. - eu disse.
–Não, eu... – ela parecia ávida em se afastar de mim, mas ignorando seus protestos, eu desci as mãos até sua cintura e a ergui até que estivesse sentada sob um aparador.
–Isto realmente não é necessário...

Mas eu já segurava seu tornozelo e retirava os sapatos de salto muito altos, passando os dedos por sua pele.
–Acho que apenas torceu. – murmurei, a encarando.
–Oh... – ela parecia embaraçada. – Realmente...
Eu sorri.
–Me desculpe, apenas quis me certificar de que não tinha quebrado algo. – respondi. Sabia que podia estar sendo exagerado. Mas eu era filho de um médico. E eu mesmo quase fora um. 
E talvez eu quisesse por minhas mãos nela também. Bom, a noite parecia estar interessante agora. Ou melhor, eu finalmente achara alguém interessante naquele lugar.

Meu sorriso se alargou, enquanto meus dedos acariciavam seu tornozelo.
– O que é engraçado? – me encarou confusa, quando larguei seu pé e me levantei.
– Qual seu nome? - indaguei.
Eu queria saber tudo sobre ela. Mas ela deu de ombros.
– Não temos nomes aqui.
Oh... algo na resposta me irritou.
Então ela era uma frequentadora assídua daquele lugar?
Será que se não tivesse tropeçado seria agora uma daquelas garotas fazendo sexo com algum mascarado num sofá de veludo?
Por um momento esta visão me deixou ainda mais furioso e então eu parei a linha de pensamento. Mas claro que sim. Não havia inocentes ali.

Era um lugar onde homens ricos saciavam suas fantasias com jovens sem rosto. Sem nome. Como esta garota na minha frente.
Então por que eu não poderia ser um deles?
Ela me instigara desde o primeiro momento. 
E agora estava ali.
Não havia porque não apreciar.
“Algo que apenas alguns saberiam apreciar”, haviam
me dito.
E agora talvez eu entendesse.

– E você vem sempre aqui?
–Você vem? – ela devolveu a pergunta.
– Tenho certeza que este tipo de pergunta não é necessária num lugar como este. – respondi evasivo.
– Então não deveria me perguntar.
– Eu a vi mais cedo... em outra sala...gosta de olhar?
– Você gosta?
Eu sorri de lado.
–Prefiro fazer. – “gostaria de fazer com você” quis dizer, mas me calei. – E você?
Ela pareceu pensar antes de responder, desviando o olhar sob a máscara, mordendo os lábios. 

Quis beijá-la naquele momento.

–Então por que não está fazendo? - sua voz continha um tom de desafio que me desarmou um momento.
–Porque estou com você. – respondi.
–Acha que vou fazer sexo com você. – não era uma pergunta. Eu sorri. Era exatamente o que eu queria. Muitas vezes. De muitas formas. Mas definitivamente, não naquele lugar. E eu queria estar olhando para seu rosto quando estivesse dentro dela. Será que havia alguma possibilidade dela aceitar sair dali comigo?

–Bebida, senhores?
A garçonete se materializou ao nosso lado, solícita, e eu me perguntei se ela interrompia em outros momento também.
– Sim, por favor. – a moça a minha frente pediu, pegando uma taça de champanhe.
Eu dispensei.
A garçonete se afastou silenciosamente e eu aproveitei para olhar em volta. Obviamente não estávamos sozinhos. Havia um casal conversando ao pé do ouvido mais à frente. Um homem estava sentado sozinho em um canto com uma bebida e nos encarava. Possivelmente estava se perguntando que horas iríamos começar a orgia.

E algumas pessoas passavam pela sala. Encarei a moça de máscara novamente. Ela sorvia a bebida. Eu a encarava, sentindo minha boca seca, não por bebida. Mas pra saber que gosto tinha seus lábios.
–Como as escolhe? – indagou de repente.
– O quê?
– As mulheres. Não lhe parecem todas iguais?
Eu sorri.
–Eu a achei diferente.
–Isto é uma ilusão.
–Está dizendo que é igual a todas?
Ela deu de ombros.
–Estamos usando máscaras.
–Eu gostaria de vê-la sem máscara.
–Que graça teria?
–Nem imagina.
–Deve gostar deste mistério, senão não estaria aqui...não é para isto que frequenta este... clube?
–Por que você freqüenta?
–Ah... não acho que queira saber meus motivos. “Quero saber tudo sobre você”.
–Tente.
–Faz este tipo de indagação a todas as mulheres que encontra aqui?
–E você faz a todos os homens?
Ela sorriu e obedecendo um desejo irresistível, ergui a mão e toquei seus lábios úmidos de champanhe com os dedos.
–Quero beijar você.
Ela parou de sorrir.
–Não.

A resposta negativa foi tão rápida e automática que franzi os olhos, confuso. Havia sinais ali. Eu os sabia ler.Eu era bom em ler sinais. Era bom de ler as pessoas. Mas esta garota era a difícil de decifrar. Me intrigava.

–Por que não? – insisti, me aproximando, enquanto movia minha mão para segurar sua nuca e senti seu hálito quente em minha língua. O calor se espalhou por meu corpo.
O beijo pairou entre nós por um instante, enquanto nossas respirações se misturavam. Nossos olhares se encontraram sob a máscara. E então, ela virou o rosto e meus lábios tocaram seu
rosto.

Eu sorri.

Talvez ela soubesse que com aquele jogo apenas tornava tudo mais interessante. Talvez ela fosse uma perita neste assunto. Eu já não me importava. Havia algo nela que me atraía. Muito.

–Porque eu disse não. – disse por fim.

Eu movi meus lábios sobre sua pele. Aspirando seu cheiro.
Era único... como frésias...
Ela soltou um pequeno gemido quando toquei com a língua a pele escondida atrás de sua orelha. E eu queria ouvir aquele som muitas vezes naquela noite.
–Tudo bem. – disse dentro do seu ouvido. – Posso beijá-la de outras maneiras... muito mais... interessantes...
Ela arfou e eu me afastei apenas para encará-la. E ela tinha um pequeno sorriso nos lábios.
–Devia me perguntar primeiro se estou interessada.
–Você está. - afirmei.
–Vai dizer que estou deslumbrada com você? – sua voz agora
continha uma fina ironia que me deixou irritado. Aquele jogo já estava começando a passar dos limites.
–Achei que não estivesse aqui apenas para olhar.
–Posso estar aqui por muitos motivos...

E com um aceno, ela chamou a moça que servia bebidas.
–Pra se embriagar?
Ela riu.
–A bebida é boa, sem dúvida...
Mas antes que conseguisse levar a taça aos lábios, segurei seu pulso. –Acho que podemos parar de fazer este joguinho. Eu sei quem você é.
–Sabe?
–Ninguém aqui é inocente. Estão acho que queremos a mesma coisa.
–E o que você quer?
–Quero foder você.
–Talvez eu não queira.
–Não... ?
Deslizei a outra mão para o meio de suas pernas e agora eu tinha certeza que não estava respirando enquanto meus dedos encontravam e adentravam facilmente na seda que a cobria.Seus olhos se fecharam e seus lábios se entreabriram num gemido. 
E eu gemi junto com ela, enquanto a acariciava devagar.
Quente. Úmida. Pronta. Minha.
– Sua boca diz uma coisa, mas seu corpo diz outra.
Então ela abriu os olhos. Chocolate. Incríveis. Eu precisava urgentemente estar dentro dela.

–Sim... – murmurou. – Isto apenas prova que eu estaria disposta a fazer sexo... com qualquer um nesta sala.
Ela olhou para o lado e foi só então que me lembrei de onde estávamos. Que não estávamos sozinhos. Agora havia vários pares de olhos sobre nós.

Cobiçosos.

Não ofereci resistência quando ela se afastou de repente, saltando do aparador.
– Isto foi... divertido. – disse se afastando.
Por um momento eu não me mexi.Respirava pesado como se tivesse corrido uma maratona. Algo perverso borbulhando dentro de mim. Que me tornava um estranho para mim mesmo. Aquela garota estava inspirando o pior de mim. Algo desconhecido. Irresistível.

Ignorando os olhares curiosos, eu me afastei à sua procura.
Nada mais importava. Eu era um caçador. 
Era o predador. Ela a presa.
O leão e o cordeiro.
Podia sentir os olhares sobre mim. A suave música que inundava os ambientes esfumaçados, mesclados com gemidos desconhecidos.
O cheiro de bebida cara, charuto, e... frésias.
Eu parei, minhas narinas se inflamando, olhando ao redor até reconhecê-la por entre a profusão de máscaras. Estava a poucos metros de mim, com dois homens a sua volta.

Eu quase podia sentir os mesmos instintos neles. Será que ela faria o mesmo jogo, ou seria mais fácil? De repente ela levantou o rosto e nossos olhares se encontraram. Não havia como fugir agora.
Com poucos passos eu a alcancei, meus dedos rodeando seu pulso e eu apenas ouvi o som do cristal se quebrando no chão enquanto a puxava . Não me lembro se ela disse algo. Se houvera algum protesto. Apenas via de relance os rostos mascarados ficando para trás, até que finalmente estivéssemos sozinhos numa sala qualquer.

Eu a joguei no sofá de couro marrom e ela arfou, quando me ajoelhei a sua frente. E não havia qualquer cuidado ou gentileza nas minhas mãos quando afastaram suas pernas, ou quando
meus dedos adentraram em seu vestido puxando o elástico de sua calcinha para baixo.

A necessidade que eu tinha de estar dentro dela era quase dolorosa. Insuportável. Ela ofegava, me encarando com os olhos cor de chocolate bem abertos e mordendo os lábios.A excitação fluía entre nós como uma chuva de faíscas.
Minha mente, enevoada pelo desejo, ainda consegui pensar racionalmente apenas para pegar um preservativo no meu bolso e colocá-lo apressadamente, antes de me inclinar sobre ela, respirando seu cheiro de frésias delicioso e penetrá-la uma, duas, infinita vezes. E ainda não ser suficiente.

Ouvia seus gemidos arquejantes, fazendo eco com os meus próprios enquanto me movia dentro dela com força, empurrando suas pernas para trás para poder subir mais nela, ir ainda mais longe, mais rápido, até finalmente todo aquele desejo que crescera e se
enroscara dentro de mim desde o momento em que meus olhos cruzaram com os dela, explodisse num orgasmo.

Então eu a fitei. Lábios entreabertos, respiração ofegante.
Pensei em algo para dizer, mas eu ainda não sabia nem o que estava acontecendo direito para conseguir formular algum pensamento coerente. Eu tinha perdido toda a noção da realidade. De quem eu era. De onde estava. De quem ela era. Ou de quem podia ser.
Porque eu não sabia seu nome. Não conhecia seu rosto. Ela era uma estranha. E fora a melhor transa da minha vida.

De repete, suas mãos me afastaram e eu não ofereci resistência, saindo de cima dela e tentando ajeitar as roupas enquanto ela se sentava, fazendo o mesmo. Os cabelos cor de chocolate
caiam sobre seu rosto mascarado e de novo eu quis pedir para ela sair dali comigo.
–Nós podíamos... sair
daqui... – comecei a dizer, mas ela deu um riso irônico enquanto calçava ossapatos.
– Conhece as regras. Sem nomes. Sem laços.
Eu ri sem humor.
–Ou convida todas as mulheres que joga num sofá?
–Não, não convido. – “porque nunca estive neste maldito clube antes”.

E agora me parecia ridículo que depois do que tínhamos feito, ela simplesmente iria sair daquela sala e se enroscar em outro sofá com outro cara mascarado. A ideia dela passando de mãos em mãos me deixou com nojo. Me deixou com uma certa raiva de mim mesmo por achar que alguma coisa diferente havia acontecido.
Para mim certamente o fora. Mas para esta garota, que me fitava agora com um frio desinteresse, depois de eu ter fodido com ela há poucos minutos, devia ser algo banal.

E por que eu estava com raiva?
Aquilo era um maldito clube de pervertidos.
No final, eu apreciara,não é?
Eu gostara de cada momento que estivera dentro dela. E queria estar de novo. E se estas eram as malditas regras, que fosse assim.
Eu não era nenhum inocente também. Ela passou a mão pelos cabelos e deu de ombros.

–Bom, foi divertido, mas eu temo estar quebrando algumas regras nos escondendo aqui...
Tentei não pensar nela transando com outros caras enquanto todos a observavam.
Dei um passo em sua direção.
–A diversão não precisa acabar agora...
–Talvez eu queira outro tipo de diversão agora.
–Você gostou da nossa diversão.
–Teria gostado com qualquer um.
Tive vontade de agredi-la por dizer isto. E eu não era nem um pouco violento. Pelo jeito havia nuances em mim que desconhecia.
–Posso dizer o mesmo... talvez eu deva sair e procurar.
Ela virou o rosto, se afastando.
–Fique à vontade... tenho certeza que achará outra... diversão.
Ela deu um risinho, se virando e abrindo a porta.
Mas antes que conseguisse se afastar, eu segurei seu braço e colei meus lábios em seu ouvido.
–Ainda não acabou...não conseguirá se esconder de mim...
–Duvido que me ache de novo...
–Pode mudar de máscara... eu sempre vou te achar. - então eu a soltei e ela se afastou pelo corredor.

Eu quis ir atrás dela, não ia deixá-la escapar assim. Ela deveria saber tão bem quanto eu que não tinha como escapar.
Hesitei por um momento. O que eu estava fazendo?
Estava deslumbrado por uma garota desconhecida. Que provavelmente fazia isto todo dia. Com todo tipo de cara. Mas de repente isto não importou. Não queria nada dela, aquilo era apenas um clube. E se ela estava ali para perversão, eu também estaria.

Então saí pelos corredores à procura da garota com perfume de frésia, aquela que eu tinha certeza que acharia em qualquer lugar.
Mas não a encontrei.
Ela tinha desaparecido como fumaça.
Como se tivesse existido apenas na minha imaginação.

****

O dia estava começando a nublar em Chicago.
Olhei o relógio, quando apareceu a mensagem no celular e sorri. Não era a primeira mensagem que Alice enviava,todas no mesmo tom irritado. Certamente ela estava duvidando que eu fosse aparecer, afinal. já fazia muitos meses que eu não visitava minha família.

Mas eu sabia que Alice me mataria se eu não comparecesse ao seu noivado. E eu ri comigo mesmo ao lembrar das ameaças , mesmo depois que eu garantira que estaria em Chicago para sua festa de casamento.
– Como posso confiar em você? Não apareceu aqui nem
quando os gêmeos nasceram!
–Eu estava viajando a negócio, Alice, negócios estes que estão bancando seu casamento!
Ela ainda reclamara mais um pouco para no fim dizer que estava ansiosa para que eu vestisse um dos ternos que ela mesma tinha comprado. Eu ri indulgente porque adorava Alice. E ela sabia que era minha preferida.
E talvez fosse por isto que eu tinha mesmo voltado aos Estados Unidos depois de tanto tempo, de tantas viagens.E também talvez já fosse hora de parar. 

Alice tinha razão em reclamar. Eram minha família. E eu já passara tempo demais ausente.O Volvo percorreu a alameda arborizada e os grandes portões da residência dos Cullens se abriram. De repente aqueles portões me fizeram lembrar de outro casarão.De uma noite perdida no tempo. Mas que infelizmente ainda estava na minha memória.
Irritado, joguei aquele pensamento para o fundo da minha mente enquanto parava o carro por entre os automóveis caros na entrada da casa.

Quando saltei, me perguntei se devia pegar as sacolas de presente que havia trazido. Realmente me sentia um pouco culpado por só agora estar conhecendo os filhos de Emmett e Rosalie que nasceram há quase seis meses e tentaria adulá-los com presentes.
Pelo menos com Rose e Alice eu sabia que isto funcionava.
Mas resolvi deixar os presentes para depois, porque me dei conta que estava atrasado para o almoço de ensaio de casamento que estaria acontecendo no jardim da mansão. E Alice tinha sido bem clara sobre atrasos.

Caminhei pelo jardim, onde várias mesas estavam dispostas em
meio à decoração incrível que só podia ser obra de Alice e vi a mesa dos Cullens.
–Finalmente! – a voz possante de Emmett ao me ver chamou a
atenção do resto dos meus familiares que pareceram genuinamente felizes em me ver.
–Desculpe pelo atraso.
–Ninguém se importa, querido. – Esme, minha mãe em todos os
sentidos, embora o fosse há apenas 10 anos, depois de adotar a mim e aos meus quatro irmãos, me abraçou e eu beijei seu rosto.
–Fale por si. – Rosalie disse, jogando os longos cabelos
loiros para o lado. Continuava linda e a gravidez de gêmeos não tinha a alterado em nada.
Eu a abracei forte e ela sussurrou em meu ouvido.
–Sabe que a minha ira é pouca em comparação à sua irmã
preferida.
Eu ri.
–Achei que estaria brava comigo também porque não consegui
conhecer seus filhos ainda.
–É bom que eles saibam que o tio é um desnaturado.
–Não ligue para ela, Edward. - Emmett me abraçou. – São
apenas bebês que comem, dormem e choram!
–Em! – Rose revirou os olhos. – Eu vou pedir para as babás trazerem as crianças.
–Bem vindo, filho. – Carlisle, meu pai, me cumprimentou e eu
podia sentir uma certa preocupação em seu olhar, mas ignorei.

Não havia motivos para preocupações. Mas certamente minha
família pensava diferente. Afinal, eu era aquele que não vivia mais no seio dos Cullens; aquele que ficara sozinho quando os outros formaram casais perfeitos. E certamente eles achavam que era por isto que eu vivia viajando. Cuidando dos negócios da família em toda parte do mundo, em vez de viver com eles ali em Chicago.

–Cadê, Alice? – indaguei ao cumprimentar Jasper. Ele sorriu.
–Sabe como ela é, está por aí, cuidando para que tudo saia perfeito.
–Eu nem sei como ela conseguirá se casar amanhã e ainda se certificar de tudo. – Esme disse. – Ela está nos deixando quase loucos nos últimos meses!
–E mais pobres. – Emmett bufou.
–Que exagero, filho. – Esme riu e então se virou .– Lá estão os bebês!
Eu me virei também e Rose se aproximava com uma moça vestida de branco atrás, empurrando o carrinho.
–Infelizmente eles estão dormindo, mas pedi que os trouxessem mesmo assim.
–Não precisava fazer isto, Rose. Peça para levá-los, haverá tempo para conhecê-los depois.
Rose revirou os olhos.
–Tudo bem. – se voltou para uma das moças. – Me avise assim que eles acordarem, tudo bem?
A babá sorriu virando o carrinho.
–Claro que sim, Rosalie. Eu os trarei assim que possível.
Eu estaquei, horrorizado, enquanto a babá se afastava.
Aquela voz.
A voz que me atormentava há meses. Anos. Eu não saberia dizer.
Agora a voz ganhou um rosto.
Um sorriso.
Cravei meus olhos na sua singela figura se afastando. Roupas brancas simples. Insípidas. Cabelos castanhos presos na nuca. Cabelos cor de chocolate. Meu mundo parou de girar por um momento.

Que diabos a garota daquele clube de pervertidos estava fazendo ali cuidando dos filhos de Rose e Emmett?


**continua**

Será que a baba é a mesma garota do club? Quem será que convidou o Edward para ir aquele lugar? Quanto mistério... Estou louca por ver o que que vai acontecer!!


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