Autora(o): Paula Halle
Gênero: Romance, Comédia, Fantasia, Hentai, Universo Alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
**Atenção: Esta história foi classificada como imprópria
para menores de 18 anos.**
Capítulo 4 - Era isso, agora era a vez dele.
– Bella o que está fazendo?
– Eu? – ela riu e se aproximou, mas parou ao ver a carta na minha mão.
– É dele?
– É.
– Oh meu Deus, e o que diz?
– Ainda não li, eu... – hesitei querendo ir pra casa em vez de a festa, queria ler as palavras do soldado. De repente Rosie riu.
– Eu vou dizer a Emmett que você não pode ir.
– Você é a melhor. – a abracei apertado, ela riu novamente e tirou da sua bolsa as chaves e meu celular me devolvendo.
– Espero que sejam boas noticias.
– Eu também.
– Me conte todos os detalhes depois. – sorri e me lembrei que era sua noite com Emmett.
– Me conte os detalhes também. – pisquei e ela riu.
– Todos?
– Ok nem todos, eu ainda não quero saber o tamanho do pau de Emmett.
– Oh meu... – alguém guinchou e gemi ao ver uma das minhas vizinhas idosas olhar entre Rosie e eu com os olhos arregalados, minhas bochechas esquentaram.
– Boa noite senhora Brown, eu... eu... er... – olhei para Rosie em busca de ajuda, mas ela só tentava esconder a risada. – Meu amigo faz esportes sabe, salto com... vara.
– Oh, isso é bom.
– Sim, eu vou assistir Emmett usar a vara hoje. – Rosie brincou me fazendo ficar mais vermelha ainda.
– Er sim, e é melhor você ir antes que chegue tarde.
– Não se preocupe Bella, ele não usará a sua vara sem mim lá.
– Oh Meu Deus. – grunhi tampando o rosto, não sabendo se ria ou morria de vergonha.
A pobre sra. Brown não estava entendendo nada.
– Eu já vou, estou ansiosa para ver a vara de Emmett.
– Rosalie! – gritei, mas ela já havia ido e rindo todo o caminho.
Me despedi da sra. Brown e corri para cima, iria ler a carta e esquecer tudo sobre esse momento constrangedor.
Assim que entrei me livrei dos sapatos, me jogando no sofá e abrindo sua carta, devorando suas palavras como se minha vida dependesse disso.
Olá Bella.
Confesso que sorri como bobo enquanto lia sua carta. Não sorri como bobo mesmo foi quando chamaram meu nome com outra carta. Mas sorri mais ainda ao ler suas palavras Bella. Eu gosto do seu nome, é bonito. Tenho certeza que combina com você.
Eu ainda estou sorrindo lembrando suas palavras, você é divertida, faladeira e uma pessoa maravilhosa. Sim você é, tem que ser pra responder uma carta de quem nem conhece.
Fico feliz que você seja curiosa, eu sou também e no momento estou muito curioso sobre você, sobre o que você tem a dizer. Fico feliz que no seu impulso bêbado, você leu minha carta, espero que tenha mais impulsos assim e continue me escrevendo. Não que você tenha que beber pra escrever pra mim, espero que queira escrever pra mim quando estiver sóbria. Não estou dizendo que você é uma bêbada, er... parece que eu consigo divagar em uma carta também. Irei parar agora.
Fico feliz que você tenha conseguido seu cantinho, é bom ter um lugar só seu, se mudar é uma merda, não que eu tenha mudado muito na minha vida. Mas as mudanças que faço de um campo de treinamento para outro, juntar suas coisas e mudar tudo, fazer reconhecimento da nova área é um porre. Acho que sou um nômade também. Que bom que seus dias de nômade acabaram, os meus acabarão um dia também, eu espero.
É bom conhecer a verdadeira você, a garota que bebe às vezes e é um pouco curiosa, e que é verdadeira. Eu realmente não me importo muito que você leu minha carta, eu estou feliz que você a leu, graças a sua imensa curiosidade.
Graças a essa força maior que fez seu apartamento novo ser justamente o de Ângela, o que seria isso? Destino?
Estávamos destinados a nos conhecer? Talvez por isso conheci Ângela? Embora a minha primeira carta fez parecer que eu tinha um sentimento mais forte por Ângela, não era assim, eu desejava que fosse, que a nossa ligação era maior do que dois desconhecidos que tiveram uma noite de sexo. Embora o sexo fora realmente muito bom, não passou disso. Sexo e desejo, nunca foi amor, companheirismo, coisas que eu sempre procurei ter com as mulheres com quem me envolvi. Infelizmente não foram muitas, eu nunca fui um mulherengo. Sou do cara que gosta de namorar, curtir, sabe essas coisas. E eu estive com poucas mulheres que quis me envolver assim.
Ângela foi... acredito que um momento de fraqueza, eu estava nas minhas férias, queria esquecer tudo que vivi aqui, tudo que encontrei quando cheguei em casa, só esquecer tudo. Ela me ajudou, mas foi só por um tempo, nós nos demos bem, e foi por isso que pedi para enviar as cartas, sei que foi uma atitude meio desesperada, mas eu sou um homem desesperado. Conhece o ditado, ''situações desesperadas exigem medidas desesperadas.''? E acredite Bella, aqui somos todos homens desesperados, e sua carta tem me dado um pouco de esperança, na verdade muita esperança. Eu realmente gostaria de ser seu amigo.
E já que vamos ser amigos, você pode me chamar de Edward.
Edward Anthony Masen, é o meu nome, eu ri muito com os nomes que você colocou, Edmilton? Sério, você acha que meus pais me odeiam para me dar um nome feio assim? Bem felizmente eles me amam e é Edward, é um pouco antigo, mas minha mãe era uma fá de Jane Austen, e amava nomes antigos, Edward sempre foi seu favorito. Ela sempre foi encantada que o nome dela era de uma personagem de Jane Austen, você consegue adivinhar qual?
Você pode me responder na sua próxima carta. Você me mandará outra? Eu realmente gostaria, gostaria de receber dúzias de cartas suas Bella. Gostaria de conhecer você Bella, espero que você deseje me conhecer também, que deseje me escrever novamente.
Esperando ansiosamente que sim.
Atenciosamente Cabo E. A. Masen.
Suspirei ao terminar a carta e a abracei contra meu peito.
Edward Anthony Masen.
Esse era seu nome.
Edward.
Seu nome é tão lindo. E qual seria o nome de sua mãe, de um personagem de Jane Austen, eu também amo Jane Austen, seria Charlotte, Elizabeth, Emma, Jane, Lidya... argh as possibilidades eram infinitas.
Sorrindo voltei a reler a carta, era bom saber que seu envolvimento com Ângela não foi tão intenso, eu não curtia muito a ideia deles terem transado, quando eu nem sabia como ele era, mas era bom saber que eles só tiveram um breve relacionamento, talvez Edward estivesse certo, fosse o destino, que o fez conhecer Ângela, e agora era para mim que ele escrevia. Ainda sorrindo como uma idiota corri a pegar papel e caneta para escrever para Edward.
Edward.
Eu ia escrever para Edward.
Edward
Ok ia parar de dizer o nome dele.
Achei minha mochila no chão do quarto e peguei papel e caneta, e fui para minha mesa, reli a carta de Edward decidindo o que escreveria, estava começando a escrever quando ouvi uma batida na porta. Grunhindo me levantei indo atender, e contive um gemido ao ver minha mãe.
– Mãe.
– Bella querida, que saudade. – ela me abraçou apertado em seguida entrando no apartamento sem convite, não que eu não fosse convidá-la, mas... enfim.
Fechei a porta a seguindo para dentro.
– Quer beber alguma coisa mãe?
– Claro meu bem, um pouco de vinho seria bom.
– Não sei se tenho vinho.
– Pode ser o que tiver. – assenti indo pra cozinha, e achei somente água e suco, peguei um copo enchendo de suco de abacaxi, voltei para a sala e encontrando mamãe avaliando meu apartamento, acabei notando que era a primeira vez que ela vinha aqui, e já estava aqui a mais de um mês.
Eu ligava para ela a cada semana, mas ela nunca havia mostrado interesse de vir conhecer meu cantinho, estreitei os olhos, com certeza ela tinha um motivo para vir, só me perguntava qual seria. Ela me pegou olhando e tirou o copo da minha mão agradecendo.
– Então quais as novidades mãe. – murmurei sentando no sofá, notei a carta de Edward e apressadamente coloquei embaixo de uma almofada.
– Ah, nada demais. Só queria me despedir antes de viajar.
– Vai viajar?
– É já fiquei demais por aqui. Preciso de um pouco de ar.
– Sei. Vai pra onde?
– Jacksonvile. É uma cidade adorável, tem sol, praia, você adoraria.
– Claro, mas eu não posso ir, sabe que estou na faculdade.
– Sei, sei. Você poderia trancar a matricula ou algo assim. – fiz uma careta, era bem a cara dela, esperar que eu empacotasse tudo e a seguisse pra só Deus sabe onde, mas esses dias acabaram.
– Não vai dar mãe, estou no meio do semestre, e eu trabalho, tenho minha casa agora, não posso largar tudo.
– Com certeza Emmett não se importaria, e você pode retornar tudo quando voltarmos...
– Não. – a cortei antes que ela fosse mais longe. – Eu não quero viajar, eu adoro minha casa, meu trabalho, e eu quero terminar a faculdade com os meus amigos, e não depois deles. – ela bufou.
– Você vai sair perdendo.
– Não me importo. – ela fez uma careta e seus olhos caíram em minhas roupas, em seguida nos meus sapatos no chão.
– Vai sair? – segui seu olhar e antes que eu pudesse me parar as palavras saíram da minha boca.
– Sim, tem uma festa no café.
– Ah, e eu te prendendo em casa. Pode ir a sua festa querida.
– Não mãe, eu não me importo de ficar com você. – corei um pouco com a mentira descarada, mamãe pareceu não perceber.
– Não, eu não quero atrapalhar, só vim pra contar da viagem e ver se não queria ir comigo, mas já que não quer, não a prenderei mais.
– Ok. – comecei a me levantar quando ela sorriu me parando.
– Há podemos dividir um táxi, o café fica no meu caminho.
– Não precisa... – ela me cortou dessa vez.
– Não tem problema, vamos vista os sapatos. – ela começou a caminhar para a porta e vesti os sapatos, olhei de esguelha para a almofada onde estava a carta de Edward e suspirei, teria que responder amanhã.
Levantei-me a seguindo até a porta, no caminho pegando minhas chaves, celular e dinheiro, saímos e tranquei a porta, segui para as escadas com mamãe ao meu lado tagarelando sobre sua viagem, rapidamente achamos um táxi, e todo o caminho eu queria gritar e pedir ao táxista que desse meia volta, mas me calei, vai que ela quer voltar comigo.
Quando o táxi finalmente parou em frente ao café, me despedi de mamãe, ela prometeu ligar antes de ir para se despedir. Sai do táxi com um ultimo aceno e o vi partir, hesitei em entrar no café, podia chamar outro táxi e voltar pra casa, mas já tinha lido a carta de Edward, então não fazia mal entrar um pouquinho.
Decidida caminhei em direção a entrada, entrando de uma vez antes que eu desistisse e voltasse para casa para ficar relendo a carta de Edward. Suspirei pensando em seu nome.
Edward Anthony Masen.
– Bella? – meus pensamentos foram cortados por Jasper acenando animadamente para mim.
– Hey Jasper.
– Você veio. – ele se aproximou de mim, sorri dando uma rápida olhada em volta, Emmett havia mandado retirar a maioria das mesas dando espaço para as pessoas se movimentarem ou dançarem, o balcão estava cheio de bebidas e alguns salgadinhos.
– É, acabei vindo. – murmurei quando ele chegou ao meu lado sorrindo.
– Legal. Rose disse que estava meio mal.
– É mas já passou. Você viu Rosie?
– Ela estava no balcão com Emmett. – murmurou olhando para trás e sorri os vendo os dois trocando beijos.
– Já os vi. Então a festa está boa?
– Agora está. – contive uma careta, forçando um sorriso.
– Hmmm, você veio com alguém? – ele torceu o nariz se movendo desconfortável.
– Com quem eu viria?
– Ah, sei que Jane te acha bonitinho. – incentivei e sorri ao vê-lo corar.
– Ah, hmmm. – ri o puxando em direção a Rosie e Emmett.
– Vem, vamos pegar algo pra beber. – caminhamos entre as pessoas, cumprimentando alguns conhecidos da faculdade, outros frequentadores do café.
Chegamos até eles e pigarreei pedindo uma bebida, Emmett desgrudou de Rosie para me olhar e sorriu.
– Swan, achei que estivesse doente.
– Foi um mal passageiro. – olhei Rosie que estreitou os olhos, forcei um sorriso.
– Sei...
– Emmett vai pegar algo pra comer e leve Jasper com você. – ele estreitou os olhos, mas assentiu saindo de trás do balcão, e colocando o braço sobre os ombros de Jasper e o levando para longe.
– Vamos, Jazz, sabemos quando não somos queridos.
– Mas... – Jasper mal terminou e foi levado para a outra ponta do balcão.
Assim que eles estavam fora do alcance, ela atravessou o balcão me puxando para trás com ela.
– O que houve?
– Minha mãe apareceu em casa. – ela fez uma careta.
– O que ela queria?
– Ela vai viajar novamente, tentou me convencer a ir com ela.
– E você negou né?
– Claro que sim, ela espera que eu largue meu trabalho, a faculdade, minha vida toda, eu não sou como ela, mas parece que ela não entende.
– Eu sei Bella. Uma hora ela vai perceber que você quer criar raízes em um lugar.
– Eu espero.
– Mas por que veio a festa, achei que ia ficar respondendo a carta do soldado.
– Eu ia, mas ela chegou bem na hora, e eu meio que usei a festa como desculpa pra mandá-la embora. – Rosie suspirou me abraçando pelos ombros.
– Não se preocupe Bella, você nunca mais vai precisar mudar de novo.
– Com certeza. A festa parece boa. – tentei mudar de assunto, não queria falar sobre minha mãe ou sobre minhas milhares de mudanças, eu era uma adulta agora, eu nunca mais precisaria ser arrastada para estado após estado.
– Está ótima, e estou ansiosa por mais tarde. – piscou, aceitando minha mudança de assunto.
– Sim, Emmett imagina o que o espera mais tarde?
– Nem faz ideia. – ela deu uma risadinha, sorri dando uma bundada nela, ela me soltou e me serviu um pouco de cerveja em um copo vermelho descartável.
– Valeu. Sabe o que precisamos fazer?
– O que?
– Arranjar uma namorada para Jasper. – Rosie riu.
– Bella, devíamos arrumar um pra você, não acha?
– Eu não preciso de um namorado.
– Claro, você tem seu soldado. – piscou.
– Edward.
– Edward?
– O nome dele, é Edward.
– Oh meu Deus, ele disse o nome dele.
– Disse, Edward Anthony Masen.
– Uau, agora você sabe o nome dele, isso é grande.
– Eu sei, torna tudo mais...
– Real?
– Isso, muito real. Mas é bom também.
– Estou feliz por você Bella, espero que ele seja um cara tão legal quanto ele parece.
– Ele é incrível Rosie, eu sei disso.
– Você não estaria tão interessada nele se não fosse assim. – ela me deu um abraço rápido e me soltou quando os rapazes voltaram.
Ficamos conversando um tempo, e a noite passou rapidamente, em meio a conversa, brincadeiras, era bom estar com os amigos, mesmo minha mente estando em Edward. Era praticamente impossível me esquecer dele, mesmo eu tendo um bom momento ele ainda estava em meus pensamentos.
Era um pouco depois da meia noite quando me despedi de todos, Jasper fez questão de me acompanhar, acabamos dividindo um táxi, ele era um cara muito legal, quando não estava dando em cima de mim, eu realmente precisava arranjar uma garota legal para ele.
O táxi parou primeiro em meu lugar, me virei para me despedir de Jasper, as palavras pararam em minha boca quando vi seu olhar determinado.
– Bella, você quer sair comigo?
– Oh... eu... hmmm... – olhei de relance para o táxista, mas ele olhava para frente nos ignorando, Jasper passou a mão pelo cabelo.
– Eu sei que eu não sou muito descolado, mas eu realmente gosto de você Bella.
– Jasper, eu... eu te disse, eu gosto de você, mas não daquele jeito especial.
– É por causa daquele cara?
– Que cara?
– O que mora longe.
– Edward. – murmurei e ele franziu o nariz.
– Esse é o nome dele?
– Sim, Edward Masen.
– Você não está inventando não é?
– Não, não, Edward existe. – ele assentiu.
– Tudo bem, é melhor você ir então, está tarde. – suspirei e peguei a mão dele.
– Jasper eu realmente gosto de você, mas...
– Eu entendi Bella, espero que de tudo certo com seu Edward. – ele forçou um sorriso, e suspirei saindo do táxi.
Eu queria poder gostar de Jasper, mas meu coração era teimoso e tinha vontade própria. E no momento ele batia por um soldado a milhas de distancia daqui.
Eu realmente precisava arranjar uma garota para ele.
Vi o táxi partindo e fui para dentro. Corri pelas escadas até meu andar, abri a porta a trancando em seguida, acendendo as luzes pelo caminho, joguei a chave sobre a mesa de café em frente o sofá e peguei a carta de Edward atrás da almofada, tirei os sapatos e sentei sobre as pernas relendo suas palavras sorrindo bobamente a cada letra.
Será que meus sentimentos por Edward eram maiores do que eu pensava? Eu gostava de suas cartas, mas eu mal o conhecia, embora eu estivesse ansiosa para conhecer cada vez mais sobre ele.
Deixei a carta sobre o sofá, fui até a mesa onde estava meu caderno e caneta, voltando para a sala, me ajeitei melhor e comecei a escrever.
Olá Edward.
Edward eu adoro seu nome, adoro saber o seu nome. É um pouco estranho, não seu nome, ele é lindo, como uma fá de Jane Austen, eu adoro o nome Edward. O estranho é saber seu nome, torna tudo mais real. Antes você era o soldado misterioso, agora você é Edward, e eu adoro poder te chamar pelo seu nome.
Aposto que nunca viu seu nome escrito tantas vezes em um único parágrafo não é?
Enfim, sorri como boba ao receber sua carta também, eu já estava um pouco desesperada com a possibilidade que você havia desistido de mim, que as minhas explicações de o porquê eu ler sua carta não foram o suficiente, e não queria mais saber de mim, estou profundamente aliviada que não é assim.
As cartas demoram muito para chegar, mas vou ser paciente, vale a pena para poder ler suas palavras. Espero que você seja paciente para esperar as minhas cartas chegarem ai, ou elas só demoram para vir pra cá?
Que bom que você gosta da minha curiosidade, por que eu sou muito curiosa, e vou te mostrar em primeira mão o quanto. Eu quero saber tudo de você. Confesso que estou me roendo desde a primeira carta. Eu quero saber seus gostos, seus doces favoritos, suas musicas, como você é.
Essa é minha maior curiosidade, como você é?
Rosie minha melhor amiga acha que você é velho, mas eu acredito que é mais jovem, talvez a minha idade, ou um pouco mais. Eu vi Ângela algumas vezes e ela não me pareceu os tipos de garota que curte caras mais velhos, não que eu me incomodo que você seja, alguns homens mais velhos são quentes, James Bond sempre me faz hiperventilar. Você é um tipo de James Bond, Edward? Ou é mais jovem?
Eu realmente quero sabe sobre você.
Gostaria de saber também como é ai. Onde você dorme? Você dorme bem? Come bem? Está se cuidando direito?
Sim eu passei da garota tarada a mamãe urso em algumas palavras se acostume com isso.
Eu realmente me preocupo com você. Não sei muito sobre como as coisas estão ai, eu só sei sobre a guerra do que vejo em filmes, as vezes no jornal, mas não sou uma leitora ávida sobre o assunto. Sinto muito.
Mas eu quero ser agora. Conte-me tudo sobre como estão as coisas ai, se você quiser falar, como você está? Como está enfrentando tudo. A sua primeira carta me mostrou que as coisas nem sempre são boas, e que as vezes você precisa de algum conforto, eu posso fazer isso por você, se você me deixar. Me deixe Edward, ser sua amiga, seu conforto, ser o que você desejar. Eu estou aqui para você.
É estranho ser um nômade não é? Não ter um lugar pra chamar de seu, ter sempre uma nova casa, um novo lugar para ir, mas você nunca sente que aquela é sua cama, que aquele é o seu lugar. Eu me sinto assim agora, aqui nesse apartamento é o meu lugar, o lugar onde quero ficar por algum tempo, sem mais viagens, mais casas novas, amigos novos. Espero que um dia você também tenha um lugar para chamar de seu Edward, um lugar onde você não precise deixar, um lugar pra chamar de lar.
Eu já pensei nisso, também, será que foi por isso que conheceu Ângela? Será que nosso destino era se conhecer? Eu gosto disso, é bonito como às vezes as coisas simplesmente acontecem, como se uma força maior, estivesse planejando pra tais coisas acontecerem, uma decisão que você tomou te leva ao seu verdadeiro destino, pode não ser agora, talvez só no futuro, mas com certeza vai acontecer.
Fico feliz que você não é um conquistador, eu não posso dizer que minha experiência com homens é grande também, eu tive realmente só um namorado, ele foi bom pra mim enquanto durou, mas não era amor, era carinho, companheirismo, mas não amor, eu ainda estou esperando o amor, e não tenho vergonha de ficar sozinha enquanto isso. Você também não deve ter. Também não deve ter vergonha de pedir pra enviar as cartas, eu não sei como é ai, mas imagino que não é fácil, estar sozinho, longe de casa, da família, dos amigos, as coisas que deve ver, tanta tristeza e dor.
Às vezes só precisamos de alguém para conversar, alguém para nos ouvir, mesmo que não nos respondam, é bom só falar, tirar um peso de dentro do nosso coração. E eu estou disposta a ser esse alguém, ser alguém especial pra você conversar, pra me contar suas frustrações e temores, prometo ouvir sem julgar e te ajudar sempre que possível, com algumas palavras de conforto, ou quem sabe só ouvir você.
Eu ainda vou escrever muitas cartas pra você Edward, enquanto você quiser minhas cartas eu as mandarei para você, e eu adoraria ser sua amiga, eu já te considero um amigo, um muito especial, espero que me veja assim também.
Sobre a sua mãe, será que o nome dela era Elizabeth, ou talvez Emma? Me de uma dica, eu amo Jane Austen e posso dizer dúzias de nomes aqui o dia todo.
Tive uma grande ideia, em cada carta você me conta algo que ninguém saiba sobre você, um segredo, uma lembrança, qualquer coisa. Eu vou começar.
Eu amo pescar.
Eu sempre dizia ao meu pai que odiava, que achava idiota ficar o dia inteiro em um barco esperando um peixe ficar com vontade de morder a isca, mas eu realmente gostava, era quando eu ficava com meu pai, conversávamos, éramos só nós dois, era importante para ele, eu não sei por que dizia que não gostava, mas eu realmente amava, e sinto falta agora que ele se foi. Eu sinto muita falta, de sentar com ele em um barco e ficar em silencio durante varias horas.
Esse é meu segredo de hoje, e qual é o seu?
Esperando ansiosamente sua próxima carta Edward,
Atenciosamente Bella Swan.
Reli minhas palavras com um sorriso nervoso, será que foi demais?
Não, eu queria conhecer Edward, cada coisinha sobre ele, todos os seus segredos, e se eu precisasse dar o primeiro passo eu daria.
Era isso, agora era a vez dele.
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