07 agosto 2014

Uol Cinema: Robert Pattinson de Vampiro inexpressivo a grande Ator

 "The Rover - A Caçada", que estreia nesta quinta-feira no Brasil, tem uma missão: transformar a carreira de Robert Pattinson. O ídolo teen da saga "Crepúsculo", favorito de nove em cada dez humanas e vampiras da puberdade, finalmente cresceu --e foi como ator. Pattinson nem o protagonista deste filme de David Michôd (do ótimo "Reino Animal"): é apenas um coadjuvante de luxo para Guy Pearce, o verdadeiro dono do longa. E ainda assim dá um show em boa parte das cenas em que aparece. É, de longe, sua melhor performance no cinema. Uma história cheia de altos e baixos, como você acompanha nesta galeria. Por Chico Fireman
"Harry Potter e o Cálice de Fogo" (2005) - O primeiro filme significativo de Robert Pattinson foi este capítulo da série do bruxo teen de J.K.Rowling. Cedric Diggory é um herói, um atleta, modelo para os outros jovens feiticeiros, mas seu espaço no filme é bem pequeno. Pattinson tem um papel importante, mas poucas cenas. Sua interpretação se equipara a dos filmes de high school dos anos 90, bem aquém das performances mais cheias de camadas do trio principal da franquia 

"Poucas Cinzas: Salvador Dalí" (2008) - Talvez este tenha sido o papel mais arriscado de Pattinson, mas faltou maturidade. O ator vive Salvador Dalí, protagoniza beijos gays (com Javier Beltrán, intérprete que faz Garcia Lorca, amigo e uma paixão do pintor) e confessou ter se masturbado numa cena em que simulava um orgasmo. Mas embora esteja esforçado, não faz muito mais do que reproduzir alguns clichês, tanto em biografar um ícone quanto em retratar um homossexual

"Crepúsculo" (2008) - O primeiro dos filmes da saga Crepúsculo transformou Pattinson num astro, mas ele não faz muita coisa aqui. Para conseguir a "gelidez" que o personagem precisaria, o ator adotou um estilo de interpretação supostamente cool que consiste basicamente em não ter expressões faciais. A maquiagem mórbida não ajudou muito o ator, reforçando a superficialidade de sua performance. Nos demais filmes da série, depois do sucesso do primeiro longa, Pattinson optou pela reprise 

"Lembranças" (2010) - A quantidades de clichês deste melodrama juvenil bate qualquer um dos filmes estrelados por Pattinson. O ator tenta fazer um herói romântico revoltado, mas toda a "complexidade" de sua interpretação é equivalente a previsibilidade do roteiro. Amor, morte, memória são alguns dos grandes temas tratados aqui, mas são poucas as vezes em que o filme exige algo de Pattinson. No duelo com Pierce Brosnan, o veterano dá um banho no novato 

"Água para Elefantes" (2011) - O filme mais açucarado de Robert Pattinson é este drama ambientado no mundo do circo. Mais um filme em que o ator tenta encontrar espaço no meio de uma sequência de lugares comuns de um roteiro que não exige muito dele. Contracenar com os dois oscarizados Reese Witherspoon e Christoph Waltz até dá certa relevância ao personagem do ator. Ele se esforça, mas não sai muito do lugar 

"Bel Ami - O Sedutor" (2012) - Esta adaptação de Guy de Maupassant parecia indicar uma nova direção para a carreira de Pattinson, que contracenou com atrizes do porte de Uma Thurman, Kristin Scott-Thomas e Christina Ricci. Mas nenhuma delas foi capaz de dar molho à interpretação do galã. Pattinson faz um pobretão que sobe na vida utilizando seus dotes de sedutor. Não convence nem como ator sério, nem como galã irresistível. A superficialidade do filme não ajuda 

"Cosmópolis" (2013) - É o filme da virada de Pattinson. David Cronenberg reinventa seus primeiros trabalhos e arrisca entregar ao ator o papel de protagonista. Pattinson tem uma interpretação robótica que, ao mesmo tempo, traduz o universo de especulação retrô-futurista do livro que baseou a obra e trafega pelo distanciamento dos personagens dos longas mais antigos do diretor. Faltava ao ator um desafio maior: interpretar sem o apoio de um formato 

"The Rover - A Caçada" (2014) - Esse moderno western australiano, que estreia nesta quinta-feira no Brasil, finalmente mostra o potencial que tem Robert Pattinson. O ator interpreta Rey, um jovem vindo de uma família disfuncional e que parece ter algum nível de disfunção psiquiátrica ou autismo. Pattinson consegue traduzir em expressões faciais, tom de voz e gestos calculados a ingenuidade e o primitivismo do personagem. Está impressionante 

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