30 abril 2015

FanFic Passado Distorcido - Capitulo 2 - Minha vida é um pesadelo, e eu nunca acordo!

Passado Distorcido

Autora(o):  Kelly Domingos - Whatsername no Nyah!
Gênero: Angst, Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Censura: +18 
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo


Minha vida é um pesadelo, e eu nunca acordo!


POV Bella


A sensação era esmagadora. Em todos os sentidos. Tanto meu corpo quando minha mente estava exausto por causa de meu sonho, melhor, meu pesadelo de todas as noites.

Eu queria gritar e não conseguia, eu tentava correr e minhas pernas não me obedeciam, e eu ficava ali presa; presa numa cena e numa ameaça. A cena não me causava medo, pois eu já tinha a presenciado, mas a ameaça me dava calafrios, eu sabia que ela poderia ser tornar realidade a qualquer momento.

“BELLA?” Senti a mão pequena de Alice sacudindo meu corpo.

Virei na cama entre os lençóis soltos, meu corpo ainda estava rígido por causa do pesadelo, passei a mão no rosto e não me surpreendi quando vi lágrimas molhando minha pele.

“Bella, já passou... Eu estou aqui com você... Nada te vai acontecer!” Alice secou meu rosto e me aninhou em seu colo.

“Eu não aguento mais! Eu preciso de paz!” Falei ainda chorando, o colo de Alice era reconfortante. “Ali, eu não aguento mais viver com esse medo!”


Meu choro e o soluço iam cessando aos poucos, ainda era de madrugada e meus olhos fechavam contra minha vontade.

“Volte a dormir Bella, nada vai te fazer mal!” Ali me deitou na cama e me cobriu, a inconsciência já estava me tragando quando ouvi a porta sendo fechada sem barulho.

Meu sono ignorava o despertador soando sem parar ao meu lado na cama, levantei sem ânimo e rumei para o banheiro. A água quente era um ótimo paliativo para a dor que consumia meus músculos.

Voltei para meu quarto, Alice estava sentada na ponta de minha cama. “Bom dia!” Sua felicidade anormal encheu o cômodo.

“Bom dia!” Devolvi de um modo simpático mesmo esse não sendo meu real estado.

Abri meu armário sem saber o que usar, ser uma jornalista recém formada e sem jeito para se vestir era uma droga. “Eu já escolhi sua roupa!” Alice disse apontando para as peças que estavam em cima de minha cama.

“Você é a melhor amiga do mundo!” Eu disse sincera, ela tinha todos os motivos para esse título.

“Eu já sei dessa parte!” Alice disse divertida, seu humor era tão leve que aos poucos ia me contagiando.

Ela me ajudou com as roupas, eu trabalhava na redação de um jornal impresso de pouca visibilidade, uma calça jeans e uma camisa social e um bom salto era o suficiente para eu estar apresentável. Alice teimava em me maquiar, eu não gostava de exageros. Ela passou um rímel e um blush e pra mim aquilo já era meu limite.


Enquanto ela me produzia levantei o assunto inevitável. “Gritei muito esta noite?”

Alice parou com os pinceis e me olhou com um olhar triste, não era pena, eu via um bocado de emoções nele, emoções bonitas. “Foi como todas as noites, não se preocupe, nada vai te acontecer, eu estou aqui com você!”

Ela sempre conseguia me arrancar uma lágrima quando dizia que tudo ficaria bem, suas palavras eram sinceras, mas eu tinha dificuldades em acreditar nelas.

Alice tentava ao máximo me deixar para cima, ele sabia como ninguém da minha história e tinha participado de boa parte dela. Seu coração era de um tamanho imensurável, ela tinha me acolhido em seu apartamento, era ela quem me confortava em minhas crises noturnas, ela era minha amiga, minha irmã de coração e agora minha mãe.

“Obrigada Ali, não sei o que seria de mim sem você!” Sequei cuidadosamente a lágrima, e a abracei. “Obrigada por tudo!”

“Eu amo você, amiga! É mais que minha obrigação cuidar de você!” Alice apertou seus braços em volta de meu corpo.

“Também amo você, mas agora tenho que ir!” Peguei minha bolsa e joguei meu tablet e meu celular dentro, alguns textos para o jornal também fora colocados na enorme bolsa.


O dia na redação do jornal foi tranqüilo, fiz meu trabalho e consegui um horário para almoçar com Alice, ela trabalhava numa revista conceituada e fazia parte do editorial de moda, não existia emprego mais perfeito para ela.

Nos encontramos num restaurante pacato, coisa rara em Nova Iorque. Alice falava efusivamente da última noite que passou com Jasper, eu fingia que ouvia os detalhes sórdidos.

“Desculpe Bella, sei que você não gosta desses assuntos...” Alice pediu envergonhada.

Ignorei seu deslize. “Relaxa Alice, então vocês estão firme mesmo?” Tirei o assunto da conotação sexual.

Eles estavam juntos a pouco mais de um mês, mas tudo levava a crê que eles seriam um casal perfeito. “Hãn... Eu gosto dele de verdade, eu acho que ele vai me pedir em namoro esta noite!” Alice falou com um tom ainda mais feliz.

“Sério? Isso é magnífico!” Eu disse realmente contente por ela.
“Ele até pediu folga no batalhão, e me convidou pra jantar em seu apartamento!” Ela disse mergulhada em pensamentos.
“Você não vai dormir em casa.” A afirmação saiu um pouco desesperada de minha boca. Alice sempre dispensava as noites com Jasper para que eu dormisse um pouco mais tranqüila e isso me deixava mal, afinal Alice tinha uma vida e eu não podia roubar todo seu tempo.
“Eu já pensei nisso, mas amanhã é sua folga então você pode sair esta noite para dançar, algum show... Quando eu chegar em casa eu te ligo.” Ela sugeriu em expectativa.
“Eu vou ficar em casa mesmo, eu preciso enfrentar esse pesadelo idiota!” Falei terminando minha refeição.

Alice não fez réplica, ela sabia que eu precisava disso. O resto do almoço passou rápido, nos entupimos de pudim como sobremesa.

Enfrentei um trânsito caótico enquanto voltava para casa. Eu só precisava de um banho e uma comida qualquer. O banho ficou para depois, pois Alice passou bons cinqüenta minutos debaixo do chuveiro, resolvi fazer alguma coisa para comer. Uma salada e um frango grelhado.

“BELLA, preciso de você aqui AGORA!” Os gritos de Alice me assustavam, corri para o quarto sabendo que seria uma futilidade qualquer.
“Oi Ali!” Falei da porta de seu quarto, ela tinha oito umas calcinhas em sua mão.
“Qual eu uso?” Alice perguntou e eu ri.
“Ali, quem vai transar com Jasper é você, você quem sabe o que ele gosta!” Falei voltando para a cozinha.

Ouvi os murmúrios de Alice, voltei minha atenção para o que eu estava preparando. Cozinhar era terapêutico, o cheiro das ervas, a cor dos ingredientes... Tudo me fascinava.
E também era uma boa hora para refletir, pensar no quanto minha vida tinha mudado de quatro anos pra cá, nas pessoas que perdi...

Eu poderia ter me afundado numa depressão violenta ou ter feito alguma merda maior, claro, eu ainda tinha meus medos e as lembranças tristes, mas nada disso me impediu de continuar com minha vida. E mesmo minha vida se resumido a trabalho e tempo ocioso com Alice eu não reclamava, isso foi tudo que me restou.

Comi em frente à TV, passava um noticiário qualquer. Alice saiu timidamente do quarto, de longe eu podia ver que ela estava maravilhosa.


“Estou bem?” Sua pergunta não fazia nenhum sentido.
“Ali, você está deslumbrante! Jasper vai amar.” Falei no meio de um gole gingante de coca.

Alice sentou no sofá para esperar Jasper, eu via seus olhos brilhando. E era impossível disfarçar meu incômodo, era bom vê-la feliz e isso me deixava feliz também, mas o triste era saber que dificilmente eu desfrutaria desse mesmo sentimento. Eu tinha um imã incrível para caras idiotas.

“Ei, não gosto de você triste!” Alice falou chamando minha atenção.
“Eu não estou triste!” Era uma meia mentira.
“Bella, sei que você está esquecendo toda essa merda e tenho certeza que você vai encontrar o cara certo para você!” Suas palavras eram firmes.
“Assim espero!” Falei num tom evasivo, eu ainda tinha essa esperança.

Jasper não demorou a tocar a campainha, seu olhar para Alice foi tão doce que quase fiquei com inveja, tinha sido um olhar cheio de amor.
Ele não poupou elogios para minha amiga, a cada palavra bonita Alice suspirava. Eles saíram logo depois, e eu estava sozinha.

Eu não gostava da noite. Era quando eu percebia o quanto eu estava só nesse mundo, olhei pela janela do apartamento, as ruas estavam movimentadas e as pessoas iam e vinham num ritmo acelerado. Era neste período em que as lembranças ruins vinham à superfície, eu podia lembrar tudo. Era claro como cristal.

Andei pela sala lutando contra o sono, dormir era o portal para o passado. Meu corpo pedia descanso, obedeci a seu pedido. Relutante tomei um banho rápido e deitei em minha cama.

O sono veio ligeiro; tive sonhos bobos como sonhar com peixes voadores e uma flor que tinha filhotes, depois tive o pesadelo de sempre: a mesma cena e a mesma ameaça, acordei chorando e gritando e dessa vez tive que me acalmar sozinha, minutos depois eu já estava sendo levada para inconsciência.


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