Autora(o): Kelly Domingos - Whatsername no Nyah!
Gênero: Angst, Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
A Bella e a Fera
POV Edward
As cortinas deixaram entrar um pouco de sol matinal em meu quarto. A noite tinha sido mal dormida, meu corpo não encontrava uma boa posição e a todo instante eu esbarrava em um corpo pequeno e gelado.
Isabella estava do outro lado da cama, quase caindo. E totalmente descoberta, o edredom estava apenas sobre meu corpo. Ela dormia tranquilamente, o cabelo uma bagunça completa, seu rosto estava pacífico como de um anjinho. As dores, principalmente, em meus ombros e costelas, deixavam meus movimentos limitados, mas mesmo assim consegui correr meus olhos por seu corpo. A camisa de pijama tinha subido até metade de sua barriga, deixando a mostra uma pele incrivelmente alva, e céus, ela tinha uma barriga fodidamente lisa. A vontade era tocar e subir a mão para qualquer lugar daquela mulher. O short também tinha saído do lugar, me dando muita visão de suas coxas. Branquinhas e bom, muito tentadoras.
Poderia ser um pensamento muito inadequado ou até irracional, mas meu irmão tinha passado muito bem com Isabella. Ela poderia ser o que for, fazer o que fez, mas eu nunca poderia negar que ela era bonita pra caralho.
Antes que tais pensamentos fossem traduzidos em problemas masculinos, decidi pensar em qualquer outra coisa. Olhei para o teto, e com a mão sã corri os fios embolados de meu cabelo. Tinha um pouco de óleo, lavar seria o ideal.
Não passou muito tempo, uns barulhinhos vieram do outro lado da cama, o colchão desnivelou minimamente, Isabella estava acordando. Só agora tinha percebido que ela não fazia barulhos estranhos enquanto dormia.
Olhar para o lado era uma dificuldade enorme, então não tinha certeza se ela tinha mesmo despertado. Nenhum outro barulho veio. Talvez ela tivesse dormido de novo.
Olhei o relógio, 06h48min, cedo demais para alguém acordar. O problema daquilo tudo é que eu precisava de Isabella para tudo. Eu nunca conseguiria sair daquela cama sem sua ajuda.
“Mnnn” Ouvi um sussurro baixinho, e depois, um tapa na minha cara.
Ela tinha um modo muito selvagem de se espreguiçar!
“Isabella, cuidado!” Falei um pouco alto, assim ela acordava de vez e parasse de revirar o corpo na cama.
“Mnnn” Ela sussurrou de novo. “Hum?” Soou como uma pergunta.
Eu não pude conter o sorriso, ela era engraçadinha quando acordava. “Isabella, você acordou?” Perguntei girando apenas minha cabeça para o lado dela.
Ela me pegou olhando e mordeu nervosamente seu lábio. “Oh Deus! Eu me esqueci de você!” Ela disse ainda perdida, rapidamente ela sentou-se na cama e puxou seus cabelos num coque que soltaria dali dois minutos.
Isabella me olhou interrogativamente. “Por que seu rosto está vermelho?”
Meus lábios curvaram num sorriso sem minha permissão. “Você me bateu enquanto espreguiçava!”
Seu rosto de sono foi sem escala para o vermelho vivo. “Eu juro que não queria te machucar, desculpe por isso!” Ela pediu e trouxe a mão para minha bochecha. Sua mão gelada tocou delicadamente minha pele, não era como o toque maternal de Esme ou os gestos de carinho de Carlisle, mas era bom do mesmo jeito ou até melhor.
Ela deixou a mão em minha pele por mais alguns segundos, foi quando nossos olhos se encontraram e o constrangimento nos dominou. Eu nunca saberia explicar o que tinha acabado de acontecer entre mim e Isabella.
“Você passou frio à noite?” Perguntei a primeira coisa que me veio em mente.
Ela, ainda constrangida, me lançou um sorriso mostrando seus dentes claros. “Você, pelo jeito, fez monopólio do edredom e não cumpriu sua promessa, eu quase fui jogada da cama por sua causa!”
Eu passei minhas mãos por meus cabelos mais uma vez. “Desculpe?” Pedi envergonhado.
“Sem problemas!” Ela disse simplesmente. “Vou fazer alguma coisa para você comer, o que quer?” Isabella perguntou saindo da cama.
“Café?” Perguntei, pois eu não sabia se eu poderia realmente beber aquilo.
“Hmm, nada de bebidas quentes, lembra? E café tem muito estimulante, então acho que não é uma boa pedida!” Ela disse parada na frente da cama, amarrando de novo seus cabelos.
“Então pode ser qualquer coisa!” Falei por fim. “Hmm, Isabella, me tire da cama, por favor?”
“Uh claro!” Ela veio até meu lado e me tirou delicadamente da cama, me deixando em pé. “Precisa de mais alguma coisa?”
“Lavar o rosto, eu acho!” Falei confuso. Eu queria muito ter minha independência de volta. “E tirar o pijama!”
Isabella me olhou atônica, minha fala tinha sido completamente mal interpretada. “Isabella, você não vai tirar minha roupa, só preciso de ajuda com a camisa!” Falei antes que ela achasse que eu fosse um pervertido.
Para não perder o costume, ela tinha as bochechas rosa. “Uh, o que você quer primeiro?”
“Espere-me aqui, vou colocar uma bermuda ok?” Falei indo para o banheiro. “Você pode pegar uma dentro do armário para mim?” Pedi.
Isabella estava com um semblante engraçado, um misto de vergonha e indecisão. “Pegar o quê?”
Eu ri do jeito que ela se comportava. “Uma bermuda. Dentro do armário, a segunda pilha de roupas, e uma camisa também, por favor!” Falei.
Ela sem jeito abriu as portas do armário, e tirou de lá um par de roupas. “Essas estão boas para você?” Ela me mostrou uma bermuda jeans e uma camisa mais velha que a serra, aquilo era dos tempos de faculdade. “Estão ótimas!”
Fui para o banheiro e com toda a dificuldade do mundo tirei as calças de pijama e troquei pela bermuda. Quando voltei para o quarto Isabella já tinha trocado suas roupas também, agora ela tinha suas pernas abraçadas por uma calça jeans skinning e uma regada azul de alças.
“Você pode me ajudar com a camisa?” Pedi para que ela notasse minha presença.
Ela veio rápida para meu lado e me olhou indecisa. “Se alguma coisa doer, me diga!” Depois de dizer ela segurou a barra de minha camisa cinza e a levantou. Isabella tinha os olhos em meu peitoral, ela olhava discretamente, mas eu sabia que ela estava olhando. Eu sabia que eu era o cara mais feio que ela já tinha visto.
Meu corpo era puro hematoma, e sem contar as diversas cicatrizes que estampavam minha barriga e meu peito. Pigarreie para ela parar com seu olhar de inspeção.
“Desculpe!” Ela disse envergonhada. “Hmm, são muitas!” Isabella continuou.
Eu estava tão envergonhado! Ela tinha que, realmente, levar aquilo a diante? “São os ossos do ofício!” Falei e pedi mentalmente para que ela apenas trocasse minha camisa.
Isabella me lançou um sorriso que fez baixar toda minha guarda. “Deve ser bom ter essas marcas...” Ela passou meu ombro pela manga da camisa.
“Por que acha isso?” Quis saber. Cuidadosamente ela passou o ombro ruim pela camisa, a dor foi instantânea, ela me olhou assustada e pediu desculpas silenciosamente.
“Oras, todas essas cicatrizes representam seu trabalho, todas as pessoas que você já salvou...” Isabella encarava meus olhos, os seus estavam cheios de sinceridade e seriedade.
Sua resposta também tinha me desarmado, eu nunca tinha pensado naquela hipótese. “Eu nunca tinha pensado por esse lado!” Falei baixo demais, ela me retribuiu com um sorriso de complacência.
A outra camisa foi colocada com a mesmo dificuldade e dor que a primeira tinha sido tirada. “Obrigado.” Falei assim que Isabella terminou.
“Por nada, lavar o rosto e depois os remédios, certo?” Ela disse e foi em direção ao banheiro, eu fui mancando atrás dela.
Isabella tinha um nécessaire em suas mãos. Deixei que ela fizesse primeiro seu ritual matinal, fiquei ali só observando.
Ela escovou com vigor seus dentes, amarrou os cabelos com um elástico, lavou o rosto e passou algum creme. Ficou se olhando um pouco no espelho, passou os dedos sob seus olhos, ela tinha olheiras discretas, vi-a bufar em desgosto.
“Não tem nada errado com seu rosto!” Falei sem pensar. Ela me olhou surpresa.
“Hmm, você realmente não enxerga direito! Eu estou pura olheira!” Ela disse e fez sinal para eu me aproximar.
“Você costuma dormir pouco?” Perguntei enquanto ela molhava a mão e passava em meu rosto.
Senti-a hesitar. “Na maioria das vezes, sim!” Ela disse nervosa. “Hmm, eu atrapalhei seu sono?” Sua voz estava totalmente constrangida, eu sabia a pergunta que estava atrás de sua fala.
“Você gritou um pouco!” Eu fui completamente eufemista. “E chorou um pouco também.” Falei calmamente.
Isabella parou de lavar meu rosto e olhou fixamente em meus olhos. “Desculpe, mas eu não consigo controlar!”
Não era dó, nem pena. Mas alguma coisa em mim despertou, eu sabia que aquele pesadelo a afligia e a assustava, talvez um pouco triste por ela. “São freqüentes?”
“Eles sempre acontecem!” Ela disse meio debochada. Seus dedos tocaram abaixo de meus olhos, e depois um pouco de sabonete foi colocado na palma de sua mão. “Cuidado com os olhos!” Isabella disse rapidamente.
“Monstros?” Perguntei.
“O que são monstros?” Isabella perguntou meio perdida, sua mão era mais delicada que uma pluma em meu rosto.
“Seus pesadelos são de monstros?” Repeti.
Ela riu abertamente, mas seus olhos estavam um pouco baixos. “Daria tudo para eles fossem de monstros!”
“Desculpe por ter sido inconveniente!” Pedi, afinal isso era exclusivamente sobre a vida dela, eu não tinha o direito de querer saber.
“Não se culpe!” Ela disse e secou meu rosto. “Hmm, não tem problema você ter dormido de lentes?” Isabella perguntou.
“Na verdade, sim, nem sei o porquê delas não terem saindo... Acho melhor eu usar os óculos...” Respondi e voltei para o quarto, consegui a abrir a gaveta e pegar os óculos.
Isabella me olhou por um longo instante, corou e sorriu. “Você fica diferente de óculos!” Ela disse com a voz enérgica. “Vou fazer alguma coisa para você comer, quer assistir televisão?”
Pensei sobre aquilo, o relógio marcava 07h35min, não teria nada de bom na televisão. “Estou bem, não se preocupe comigo!”
Isabella saiu despretensiosamente pelo quarto, minha vontade era segui-la. Sentei na beirada da cama, eu não estava pensando em cada especificamente, mas tudo convergia para Isabella.
Não demorou para eu ouvir passos aflitos vindo para o quarto. “Edward!” Isabella disse envergonhada, eu simplesmente queria ouvir meu nome sendo dito por ela mais vezes. “Seus remédios, eu me esqueci deles!”
Ela se preocupava com muito pouco, ela não precisava ficar desesperada por ter passado alguns minutos do horário correto. “Não se preocupe, eu não vou morrer por isso!” Falei e lhe lancei uma curvada de lábios para deixá-la mais tranqüila.
“Venha!” Ela pegou minha mão e me tirou da cama, me conduziu até a cozinha e puxou uma cadeira para eu me sentar.
Isabella veio com um copo cheio de água e muitos comprimidos em sua mão. “Vou tentar não te engasgar!” Ela me deu um sorrisinho mais meigo que o mundo já presenciou.
Sem engasgar, nem nada tomei aqueles remédios. “Você gosta de iogurte com morango e banana?” Isabella perguntou e se sentou numa cadeira próxima a minha.
“Isso parece saudável demais e um pouco gay, mas tudo bem...” Eu não tinha preconceitos com comidas, na verdade qualquer coisa me agrada, mas iogurte era tão coisa de garotinha!
“Um pouco gay?” Isabella repetiu sorrindo e curiosa, ela se preparou para me dar a primeira colherada.
“Mulheres são quem toma iogurte, não? Toda essa coisa de boa forma, comer frutas...” Falei achando graça do rumo da conversa.
“Não necessariamente, o que eu mais como é besteira!” Ela disse sorrindo genuinamente, tinha um leve rubor em suas bochechas.
“Sério? Então qualquer mulher tem inveja de você!” Falei rapidamente e logo me arrependi.
“Hãn?” Isabella disse sem entender nada. “Inveja de mim, por qual motivo?”
Dessa vez o rosto corado era o meu. “Olhe para você, Isabella, seu corpo é bonito, não tem nada fora de lugar! Imaginei que você tomava iogurte de garotinha e não refrigerante, e comia tudo integral!”
Ela tinha o rosto mais vermelho que um tomate maduro. “Obrigada?”
“Só disse a verdade!” Falei rapidamente e me concentrei em comer. Ela me dava colheradas pequenas e, cuidadosamente, limpava os cantos de minha boca.
O café da manha seguiu sem grandes acontecimentos, Isabella lavou o que tinha sujado e virou para mim. “Edward, eu posso pegar uma maçã para eu comer?”
Eu não poderia ficar nervoso por isso, mas, por Deus, Isabella tinha algum tipo de síndrome? Claro que ela poderia comer qualquer coisa! Ela poderia tomar as minhas cervejas e comer o meu bacon, caso ela quisesse!
“Isabella, olhe para mim!” Pedi autoritário. “Você está na minha casa, então pode comer o que você quiser, pode assistir à minha televisão, pode usar o meu wireless, pode dormir ou deitar no sofá a hora que você quiser... Estamos entendidos?” Falei por fim, ela estava corada e apenas assentiu timidamente.
“Minha mãe deve ter comprado biscoito recheado e chocolate, pegue-os no armário. Tem refrigerante na geladeira, mas acredito que seja muito cedo para isso, então tome leite com achocolatado ou suco, mas, por favor, coma!” Falei quase impaciente.
Isabella estava assustada com minhas palavras, mas aquilo tudo era culpa dela.
“Desculpe por te deixar nervoso, mas eu me sinto um pouco intrusa aqui...” Isabella disse baixo. “Essa casa é sua, e eu não quero tomar a sua privacidade!”
Eu não ia continuar aquela ceninha!
“Hmm, tudo bem, me leve para sala, por favor?” Pedi rapidamente.
“Claro, como quiser!” Isabella disse e contornou minha cintura com seus braços.
“Você poderia parar de falar como se fosse minha empregada!” Pedi sem saber usar as palavras.
Isabella me fitou e mordeu os lábios em sinal de nervosismo. “Desculpas!”
“E pare de pedir desculpas por tudo, também, isso irrita às vezes!” Uh, eu estava tendo uma crise de sinceridade com ela.
Ela não disse nada, mas ela tinha um sorriso nos lábios, quase atrevido. “Podemos fazer um acordo então?”
Eu fazendo acordo com ela? “Diga!” Falei.
Primeiro, ela jogou 13547 almofadas no sofá e me deitou sobre elas. “Pare de me chamar de Isabella, pelo amor de Deus!”
Era um pedido fácil de acatar, pelo jeito ela não gostava muito de seu nome. “Isabella é bonito!” E combina com você, acrescentei mentalmente.
“Prefiro de Bella, e se você não gostar de Bella, invente um apelido para mim!” Ela disse e voltou para a cozinha, ao regressar, ela tinha nas mãos um pacote de biscoitos e um copo de leite.
Ela se sentou no outro sofá, ela não estava muito a vontade. “Pode deitar, se quiser!” Falei, eu sabia que esse era seu desejo.
Bella jogou seus pés para cima do sofá e acomodou suas costas numa almofada. “Uh, Edward?” Ela chamou depois de tomar do líquido. “Existe realmente aquela coisa de luz no fim do túnel, sensação extracorpórea...?”
Olhei interrogativamente para ela, sem entender muito bem o que ela estava falando. “Sobre ficar inconsciente?”
“É!” Ela apenas confirmou.
“Eu não lembro nada que aconteceu, como eu fui parar no hospital, quem estava naquele prédio. Nada!” Fiz de tudo para lembrar alguma lembrança, mas nada veio. “E bom, eu apaguei por nove dias, também não recordo nada, não sei se eu sonhei. Não vi nenhum espírito, nem luz no fim do túnel...”
“Deve ser estranho dormir por tanto tempo...” Ela colocou vagamente.
“Eu já estou meio que acostumado com isso!” Falei lembrando experiências passadas.
Bella se remexeu um pouco no sofá, ficando sentada. “Seus pais me contaram, no ano passado, certo?”
“Acho que foi um mês em coma, e não foi induzido, traumatismo craniano mesmo!” Eu disse sem emoção, eu nunca sabia agir quando eu falava dessas coisas, eu ficava triste pelos meus pais, mas eu não me importava muito com a dor física e toda essa coisa de morte.
“Você não tem medo de morrer? Sei lá, ser bombeiro é muito arriscado, não?” Bella disse superficialmente, eu estava ficando com vontade de comer de seus biscoitos de chocolate.
“Não muito, eu só penso em meus pais. Sei que seria doloroso para eles, mas eu não costumo pensar muito nisso!” Falei inquieto.
O assunto deveria deixar a atmosfera pesada, mas não, tudo naquela sala estava tranqüilo, Bella comia lentamente e eu a observava. Ela era bonita até comendo.
“Mais tarde vou ligar para meu pai, ainda não conversei com ele...” Eu disse apenas para manter uma conversa com ela.
“Quer ligar agora?” Bella rapidamente se posicionou de pé.
“Não, ele não está em casa agora, mas você pode pegar o meu celular para mim?” Pedi, eu precisava de um pouco de tecnologia.
Não demorou para ela voltar com meu i phone. “O seu é igual ao meu!” Bella disse assim que o colocou em minhas mãos.
Eu não tinha destreza nenhuma com a mão direita, tocar a tela era uma missão impossível. “Bella, eu preciso de você!” Falei envergonhado.
Ela veio e abaixou para ficar na altura de meu rosto, ela ainda tinha o copo em sua mão. “Para quê?” Bella perguntou.
“Mostre-me as mensagens e as chamadas perdidas, por favor!” Pedi e passei o aparelho para ela.
“Senha?” Ela pediu e me fitou por alguns instantes. “Eu prometo esquecê-la depois!”
“2896.” Falei e a vi digitado. “E então, podemos ir para as mensagens?”
Bella colocou o aparelho perto para eu consegui ler. Tinha algumas mensagens não lidas, e todas eram de mulheres. Todas.
From: Irina
Oi Ed, você poderia dar notícias às vezes, sabe? Se divertindo muito em Nova Iorque?
Estou com saudades!
From: Tânia
Chicago não é a mesma sem você! Quando vou te ver de novo?
Beijos
From: Carlie
Precisamos terminar aquela festinha, como está Nova Iorque? Não me troque por nenhuma, ok? Rsrsrsrs
As demais mensagens tinham os mesmos conteúdos, por que eu passava meu número para aquelas mulheres?
Ainda tinha Isabella lendo cada mensagem comigo, eu queria tanto enviar minha cara num buraco. As bochechas de Bella poderiam ser classificadas como enormes maças.
“As chamadas, por favor!” Pedi para ela, rezei para que pessoas menos indiscretas tivessem me ligado.
E para minha felicidade havia apenas uma ligação que era de Emmet. “Bella, retorne essa chamada, por favor?”
Depois de alguns toques Emmett me atendeu. “Edward? É você?” Ele parecia feliz.
“Sou eu, Emmett, como está?” Respondi também animado. Isabella tinha os olhos fixos em mim.
“Cara, eu ia te visitar no hospital, mas me esqueci! Talvez eu apareça essa semana em sua casa...” Ele disse energicamente. “Então, indo bem com a Bella?”
Porque infernos Emmett conhecia Isabella?
“Você a conhece?” Perguntei subitamente muito curioso.
“Ela sumiu de casa dia desses, e Alice e Jasper me fizeram procurá-la... Ela é uma graça, certo?” Emmett falou rápido demais.
“Ela é!” Disse simplesmente.
“Hmm, ela está por aí?” Ele perguntou interessado demais.
“Do meu lado, quer alguma coisa com ela?” Eu sabia que minha fala tinha soado grosseira.
“Conversar seria o ideal!” Ele disse em tom de brincadeira.
“Bella, Emmett quer conversar com você!” Falei e passei o celular para ela.
“Emmett, saudades de você!” Ela disse contente.
“Quinta à noite? Acho que dá sim!” Bella respondeu alguma pergunta.
“Até lá então, beijos!” Ela desligou logo depois.
“Você conhece Emmett?” Perguntei assim que ela desligou.
Bella mordeu o lábio inferior com força, desviou os olhos dos meus e pensou antes de responder. “Uh, naquele dia em que eu conheci seus pais, lembra?” Ela disse vacilante.
O dia no qual eu tinha feito tudo errado, no qual eu tinha gritado com ela, no qual eu tinha a ameaçado. Como eu poderia me esquecer? “Você não voltou para casa?”
“Hmm, eu apenas esqueci-me de avisar Alice...” Ela disse corada. “Então, eles colocaram Emmett atrás de mim...”
Eu queria perguntar sobre o que ela tinha planejado para quinta, ela estava saindo com Emmett? Além de meu irmão, ela também usaria Emmett?
“Aconteceu alguma coisa, Edward?” Isabella perguntou um pouco apreensiva.
“Não!” Falei rapidamente.
O resto da manhã passou tranquilamente, o almoço veio acompanhado de creme de cenoura.
“Quer um pouco mais?” Bella perguntou assim que terminou de me dar a última colher.
“Estou satisfeito, tem suco?” Perguntei de supetão.
“Hmm, acho que não, mas eu posso fazer? Quer de quê?” Ela perguntou amavelmente.
“Qualquer um que esteja bom para você também!” Falei sucintamente.
Não demorou muito para ela voltar com dois copos cheios de suco. Era tão engraçado tomar suco com canudinho!
“Como você consegue fazer isso?” Perguntei quando percebi que ela segurava dois copos com maestria, um em cada mão.
“Fazer o quê?” Bella perguntou depois te tomar um gole do suco de laranja.
“Segurar dois copos?” Falei observando suas feições.
“Eu sou ambidestra!” Ela disse quase triunfante.
“Isso é injusto! Enquanto eu mal consigo mover uma palha, você aí tendo duas mãos em perfeito estado!” Eu disse quase em tom de pirraça.
“O mundo não é justo, Edward!” Bella disse sorrindo, não o suficiente para esconder seu semblante nostálgico.
“Bella, você pode pegar meu pijama para mim?” Pedi antes de entrar no banheiro, ela já tinha tomado banho e agora fazia alguma coisa em seu computador, usando o meu wireless.
Ela deixou o computador em cima da cama e me trouxe o pijama cinza. “Uh, tenho que lavar suas roupas, daqui a pouco elas vão acumular...”
“Bella, você não é minha empregada! É só ligar para lavanderia!” Falei antes de entrar no banheiro.
O banho foi demorado, eu precisava relaxar um pouco, a água quente ajudava. Passei pelo espelho e olhei meu rosto. A barba já estava crescendo de novo.
Quando voltei para o quarto eu tive a visão mais quente dos últimos meses. Bella passava alguma coisa em suas pernas, eu queria ser suas mãos naquele instante. Tinha um espelho também, e ela dava voltinhas em frente a ele. Bella levantou um pouco a camisa.
Sua barriga é perfeita!
Ela não tinha me visto, Bella continuou examinando seu corpo. Deu uns tapinhas em sua coxa. Eu juro que nada tremeu!
“Podemos nos deitar, se quiser!” Falei para que ela notasse minha presença. Meus pensamentos estavam um pouco nebulosos.
Bella deu um saltinho de susto. “Você estava aí há muito tempo?” Ela perguntou corada.
“Cheguei agora!” Menti facilmente. “Hmm, acho melhor pegarmos um edredom para você!”
“Claro, mas a noite não está muito fria, bem quente, na verdade!” Ela disse e se sentou na ponta da cama. “Onde eu posso pegar?”
“Acho que na parte debaixo do armário tem!” Falei e liguei a televisão.
Ela já tinha escovado meus dentes e tirado meus óculos, então já estávamos prontos para dormir.
“Boa noite, Edward!” Ela disse baixinho.
“Boa noite, Bella!” Respondi e me virei um pouco, as dores tinham diminuído consideravelmente, agora, eu tinha meu rosto virado para o dela.
A noite não estava apenas quente, estava fodidamente escaldante. Tão quente que não dava para concentrar em dormir.
Bella moveu-se inquieta do outro lado. “Ainda não dormiu?” Perguntei.
Ela abriu os olhos devagar, eu gostava da cor deles. “Tá muito quente!”
“Oh sim! Tem ar condicionado, talvez ajude um pouco!” Falei despretensiosamente.
“Por que você não disse antes?” Ela perguntou quase irritada e saltou da cama, e foi ligá-lo.
O ar frio veio forte contra minha pele, causando arrepios. “Bella, tire minha camisa para mim? Eu não vou consegui dormir com ela!” Falei tranquilamente e pedi internamente para que ela não me achasse um pervertido.
“Tudo bem!” Ela veio com o rosto corado para minha direção, Bella se ajoelhou ao meu lado e segurou a barra de minha camisa.
Eu era um cara, um cara que gostava de sexo pra caralho, então ter Bella daquele jeito tão perto de mim não ajudava em nada.
Seus dedos delicados tocaram minha barriga e suas unhas arrastaram um pouco por minha pele. Ela sabia as reações que causavam em mim?
A camisa foi tirada e jogada num canto do quarto. Isabella logo se deitou de frente para mim de novo.
“Por que você fica tão corada?” Perguntei sem pensar. Ela me olhou surpresa.
“Hum?” Ela disse corada.
“Sério, você cora por tudo!” Falei e vi seu rosto ficar ainda mais vermelho, e seu lábio sendo destruído por seus dentes.
“Só é muito estranho estar aqui, eu deitada na mesma cama que você...” Ela disse baixinho e hesitante. “Eu nunca estive nessa situação antes!”
Sabe quando um alivio te preenche e você não sabe o que exatamente acontecendo? Pois bem, foi como uma grande onda de... não sei muito bem o que ter me atingindo. Ela e meu irmão não tinham ido muito longe, é isso, não é?
“Vergonha de mim, então?” Dei seqüência no diálogo.
“Você me confunde, é isso!” Ela disse em meio de um suspiro. “Eu queria muito te entender!”
“Uh, seria estranho eu dizer que eu também queria saber quem você realmente é?” Falei quase num sussurro.
“Pergunte-me o que quiser!” Ela disse sorrindo.
O que eu quiser? Puta merda!
“Isso soa quase como um interrogatório, preparada?” Perguntei com presunção.
“Eu tenho direito a uma única pergunta?” Ela quis saber, seus olhos eram um misto de expectativa e dúvida.
Então ela tinha uma pergunta para mim? “Faça-a!” Falei e me preparei para escutá-la.
“Hmm, quando eu estava naquele ônibus e todas as outras vezes que você me viu, você queria me ver morta, certo? É normal você escolher pessoas aleatórias para odiar?” Bella disse calmamente, seus olhos pedindo por uma resposta.
Eu a odiava? Eu não sabia bem os sentimentos que ela me causava. Também não poderia negar que desejei que ela morresse, mas quando o fiz eu estava um pouco mais confuso que agora. Eu não a odiava, ela tinha me tirado meu irmão, mas eu não a odiava.
“Eu não odeio você!” Falei por fim. Isabella saltou os olhos em surpresa.
“Como não?” Ela questionou-me.
“Apenas uma pergunta, Bella!” Falei antes que ela ganhasse controle daquela conversa.
“Ok, Edward! Faça as suas então, eu tenho que fazer algum juramento de sinceridade?” Bella disse arqueando a sobrancelha.
Isso! Eu precisava ter certeza que ela não mentiria para mim, eu queria a verdade. Eu precisava da verdade. “Não minta para mim ok?” Pedi.
“Eu não sei menti!” Ela disse sorrindo de canto. “Você vai saber quando eu a fizer!”
Era agora, eu a tinha em minhas mãos! Por onde começar? Saiba usar sua escassa sabedoria, Edward Cullen!
“Hmm, o que você quer dizer com “eu nunca estive nessa situação antes!”” Talvez aquilo fosse um bom começo.
Ela corou um pouco. “Essa coisa de estar numa cama apenas conversando com alguém, sem nenhuma conotação sexual... Nunca fez parte de minha vida!”
O alivio que antes tinha me preenchido deu espaço para uma nova inquietação. “Seus namorados não gostavam de conversar?” Você só gostava de ser fodida por eles?
“Ele não gostava de mim!” Ela disse simplesmente, eu não tirava os olhos dos dela, eles eram o caminho para eu saber se ela estava mentindo. E ela não estava. Não por enquanto.
“Fora apenas um?” Perguntei para saber se ela só tinha se envolvido com meu irmão. “Hmm, eu não preciso me preocupar com ele, certo? Posso ter certeza que ele não irá querer quebrar minha cara por ter você na minha cama?” Usei toda minha dissimulação e malícia para chegar onde eu queria.
Ela riu sem vontade. “Não se preocupe, ele morreu!”
Eu odiava a realidade, era como golpes certeiros. Eu odiava saber que ele tinha ido para sempre. Eu odiava saber que Isabella era a culpada por tudo. “Eu sinto muito!” Falei superficialmente, ela não poderia saber o quão agoniado suas palavras me deixavam.
“Não sinta!” Ela disse firme e convicta.
Meu corpo foi o primeiro a dar sinais da raiva que me consumiu, fechei meus punhos para não fazer um estrago com Isabella, eu queria fazê-la engolir cada palavra de merda que ela tinha acabado de dizer.
Depois, eu quis sumir. Voltar para Chicago, para minha casa e esquecer os últimos meses de minha vida, esquecer os últimos quatro anos. E, principalmente, nunca mais ver Isabella, por que de todas as pessoas no mundo, justo ela tinha que ser meu céu e inferno? Eu não estava muito convicto da parte do céu.
“Algum problema? Você está nervoso!” Ela disse preocupada, aparentemente.
“Nenhum, está tudo ótimo!” Falei rapidamente. Controlar as palavras era primordial.
“Tem tempo que ele faleceu?” Perguntei já sabendo a resposta.
“Ainda não fez três meses!” Isabella disse fazendo algum tipo de cálculo mentalmente.
Eu sabia que seria arriscado demais perguntar o porquê de Sebastian ter se matado, ela desconfiaria. Então decidi saber o porquê dele nunca ter dado notícias, ter sumido do mapa.
“Você ainda mantém contado com a família dele?” Perguntei casualmente. “Com os pais...”
“Eu nunca conheci a família dele!” Ela disse baixo. Até ali ela não estava mentindo.
“Telefonemas, emails...?” Pontuei todos os meios de comunicações que possibilitavam algum tipo de contato.
“Sebastian não tinha família!” Isabella disse, ouvi o nome de meu irmão em sua voz me fez tremer, ela o disse sem emoção. Sem nada, sem raiva, sem amor, sem ódio. Vazio.
“Como não?” Eu falei alto demais, evidenciando minha surpresa e irritação, busquei seus olhos, eles estavam sinceros.
“Os pais deles morreram num incêndio, e a partir dali ele viveu em orfanatos, e depois começou a viajar pelo país.” Ela disse tranquilamente. A primeira parte era verdadeira, mas que merda era aquela de orfanato e viagens? Sebastian nunca tinha saído de Chicago! Nunca! E onde entrava Carlisle e Esme? Seus verdadeiros pais?
“Você tem certeza? Ele nunca teve uma família?” Perguntei inquieto.
“Era isso que ele me dizia!” Isabella falou baixinho e depois bocejou. “Eu não sei se ele estava mentindo!”
“Você não confiava nele?” Perguntei um pouco mais alto.
“É difícil confiar em alguém que você não conhece!” Bella disse vacilante, seus olhos cheios de marrom sinceridade.
Minha cabeça era uma gelatina. Não fazia nenhum sentido o que Isabella dizia, não fazia sentido o que Sebastian supostamente dizia, não fazia sentido ter os olhos de Isabella me dizendo que ela estava sendo sincera.
“Vocês ficaram juntos por muito tempo?” Perguntei a primeira coisa que me veio na cabeça.
“Eu o conheci quatro anos atrás!” Ela disse com pesar.
“Você tinha dezessete, certo? Era uma menina ainda!” Falei o óbvio.
“Uma menina idiota, é isso!” Isabella não poupou deboche consigo mesmo.
“Hum? Por que diz isso?” Questionei logo em seguida.
“Você é um cara e nunca vai entender isso, mas quando uma garota tem dezessete e um cara olha para ela, ela vai se achar a mulher mais bonita do mundo, a mais desejável! Eu era assim, me iludia com nada, e quando ele apareceu naquela noite, não é todo dia que um cara mais velho fica te cercando numa festa!” Ela disse rápido demais, um pouco envergonhada.
“Você não é uma idiota por isso!” Eu disse vagamente.
“Se eu não fosse uma idiota minha vida não teria virado um inferno!” Sua voz foi triste e baixa.
“Vocês dois não deram certo?” Eu nem precisava da resposta para saber que não.
“Ele era um monstro!” Ela disse firme e cheia de um sentimento desconhecido.
Não poderia ser sobre a mesma pessoa que estávamos falando!
“Eu não acredito em você!” Eu disse mesmo seus olhos me comprovando o contrário.
O corpo de Isabella que estava em posição fetal tremeu com minhas palavras, e em seus olhos, lágrimas aglomeraram nos cantos.
“Talvez eu seja uma idiota até hoje!” Ela disse antes de virar as costas para mim.
Os ruídos de seu choro me incomodaram até eu conseguir pegar no sono. A noite quente ainda me incomodava.
O relógio digital marcava 02h28min quando eu acordei com os gritos e choros característicos de Isabella, olhei para o lado e lá estava ela. Gritando e se debatendo como uma demente. Suas mãos seguraram forte o lençol, e seus gritos ecoaram um pouco mais alto.
Eu estava irritado com ela e com tudo que ela tinha dito para mim, eu não queria ser delicado com ela. Eu não queria ser bonzinho com ela. O cotovelo bom moveu para chicotear suas costelas, ela acordou assustada e dessa vez completamente alerta. “O que aconteceu?” Ela perguntou ainda chorando, não sei se por causa do pesadelo ou por causa da dor que eu tinha causado em sua cintura.
“Você atrapalhou meu sono!” Eu disse seco e frio. Isabella me olhou por baixo dos cílios e deixou algumas lágrimas rolarem. Seu rosto tinha dor e tristeza.
Ela jogou os pés para fora da cama e foi para o banheiro. Durante o percurso ela tinha uma mão apertando suas costelas.
Ela tinha ido chorar longe de mim. Os ruídos dessa vez não me incomodaram, ela estava longe demais. O sono seguinte fora nenhum pouco produtivo, e ainda tinha a noite quente para deixar tudo pior.
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