15 setembro 2012

FanFic: Forget Me Not - Capitulo 14


Forget Me Not

Autora(o): Juliana Dantas
Contatos: @JuRobsten;
Gênero: Romance, drama, Mistério, universo alternativo
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

**Atenção: Esta história foi classificada como imprópria para menores de 18 anos.**

**Pov Bella**

Quando fora que eu tinha deixado aquilo acontecer?
Eu estava me arrumando para um encontro com Edward Cullen.
Quão surreal isto podia ser?
Olhei minha imagem no espelho.
Meus cabelos estavam soltos e eu usava o mesmo vestido que saíra com Mike.
Era a única roupa deste tipo que eu tinha.
Eu era apenas uma babá e, tirando o jantar com Mike, eu não tinha encontros.
Não depois que engravidara. E depois viera morar com os Cullens.
Minha vida se resumia aos bebês.
Enquanto vivia ali, meio escondida do mundo, fingindo que tudo estava bem, apenas sendo a babá dos meus próprios filhos, eu achava que não precisava de mais nada.
Mesmo quando ocasionalmente alguém comentava que eu era jovem e que devia sair, conhecer pessoas, namorar, eu apenas meneava a cabeça, achando tudo uma bobagem.
Aquele tipo de vida não era mais pra mim.
Eu não precisava de um namorado.
Ou qualquer coisa que implicasse nisto.
Como sexo.
Até aparecer Edward Cullen. De novo.
E virar tudo de ponta cabeça.
Agora nada mais era seguro, estável e simples.
E eu era obrigada a aceitar que eu queria mais.
Que eu precisava de mais.
Edward Cullen me fazia querer mais.
Mais dele. Mais de qualquer coisa que viesse dele.
Era quase uma necessidade fremente. Como respirar.

Bastava ele estar perto.
Era como se ondas magnéticas me puxassem em sua direção.
E minha mente deixava de funcionar racionalmente.
Deixando apenas aquela vontade, aquele desejo, de estar perto dele. De me fundir a ele.
E esquecer tudo o mais.
Fora assim naquele clube. Fora assim quando eu colocara a máscara de novo no seu quarto.
E estava sendo assim agora.
Eu já sentia minha pele formigando nos lugares certos, meu coração voando no peito, fora do ritmo normal.
Eu já queria tudo de novo.
Mas eu não podia.
Não mais.
Eu havia prometido a mim mesma e havia dito a ele com todas as letras que nada mais ia acontecer.
Não era só uma questão de querer e se deixar levar.
Havia coisas demais entre nós.
Segredos demais.
Então, simplesmente sair e aproveitar uma noite com Edward Cullen estava fora de cogitação.
Respirei fundo várias vezes, tentando mandar para longe a onda de euforia descabida, o desejo antecipado.
Não ia rolar nada.
–Não vai rolar nada. – disse para minha imagem no espelho.
E soltando uma imprecação, eu prendi o cabelo, e com um movimento rápido, tirei o vestido pela cabeça, colocando uns jeans e uma camisa normal.
E me olhei de novo no espelho.
Agora sim.

Saí do quarto e fui ver os gêmeos. Me surpreendi ao ver Carlisle Cullen lá.
–Oi, Bella.
–Oi. – falei sem graça, enquanto ele me media. – Já está arrumada?
Eu dei de ombros.
–Não é um encontro, apenas vamos conversar e...
–Não precisa me dar explicações, Bella. Pode não ser muito convencional, você sendo a babá, mas não há problema algum de sair com meu filho. São adultos e podem fazer o que quiserem.
Eu mordi os lábios nervosamente, me sentindo muito sem graça.
Obviamente Carlisle Cullen não sabia nada do que estava acontecendo e eu me perguntava por que nem Rosalie nem Emmett e até mesmo Edward, não haviam contado.
–Bom, preciso que me diga o que fazer sobre os bebês. – ele disse.
–Eles já comeram e já foram trocados. Daqui a pouco vão ficar com sono e aí é só colocá-los para dormir.
–Isto acho que consigo fazer.
–Eu não vou voltar tarde...
–Não se preocupe com a hora. Qualquer dúvida eu ligo, ok?
–Certo.
–Agora desça, acho que foi o carro de Edward que ouvi estacionando.

Eu me senti nervosa quando saí do quarto e desci as escadas.
Edward me esperava ali e me mediu de cima a baixo.
–Espero que reclame da minha roupa. – falei levantando o queixo.
Ele deu de ombros.
–Você parece bem de qualquer maneira.
Eu fiquei vermelha, porque do jeito que me olhava, era como se soubesse exatamente como eu ficava sem roupa.
E ele sabia mesmo.
–Pronta?
–Sim.
Nós fomos para o carro e ele abriu a porta de um Volvo reluzente para mim, sentando no banco do motorista.
–Aonde vamos? – indaguei.
–Eu tinha planos mais... formais, mas acho que terei que mudá-los.
–Oh... não estou vestida apropriadamente, é isto?
Ele riu.
–Ainda pode dar meia volta e me deixar em casa de novo e acabar com esta ideia de “encontro” .– falei.
–Quem disse que estamos num encontro?
Eu fiquei vermelha.

Sim, ele não tinha dito esta palavra, mas ficara implícito, não é?
De repente eu me senti uma idiota.
–Jantar, que seja. – murmurei, olhando para a janela.
–Você gostaria? – ele indagou de repente.
– O quê?
–Um encontro comigo.
–Só nos seus sonhos. – murmurei com ironia e ele riu.
E Deus, como a risada dele era deliciosa...
Respirei fundo.
O carro parou e eu olhei em volta.
Ele abriu a porta para mim e eu saltei.
Estávamos num estacionamento.
–Onde estamos?
Ele segurou minha mão, me puxando para um elevador e não respondeu até que as portas se fechassem.
–Estamos indo pro meu apartamento.

Eu soltei minha mão da sua imediatamente, arregalando os olhos para ele, que parecia bem tranqüilo.
–Não. - falei, tentando achar um jeito de fugir dali o mais rápido possível.
–Não o quê?
–Não vou para seu apartamento.
–Relaxa, Bella, isto não é um encontro, lembra? – disse quando a porta do elevador se abriu e ele tentou pegar minha mão de novo, mas eu saí na sua frente, cruzando os braços em frente ao peito.
Ele deu de ombros e seguimos pelo corredor até ele abrir a porta e fazer sinal para eu entrar.
E quando ele fechou a porta atrás de si, eu olhei em volta.
Era um lugar bonito, com uma vista linda da cidade.
–Bom, é aqui que vive então o Cullen desgarrado. – falei irônica e ele riu.
–Talvez viver não seja a palavra certa, afinal, eu vivo mais viajando do que aqui.
–Eu sei. Então por que mantém esta casa, se não vive aqui realmente?
–Conhece minha família. Às vezes eu preciso de espaço. Sem meus irmãos me dizendo o que fazer.
Desta vez eu ri, sabendo exatamente como ele devia se sentir.
Era uma sensação boa. Compartilhar um pensamento com ele.
Desviei o olhar, vermelha.
–E então, quer conhecer tudo?
Eu ia dizer que não, mas a curiosidade acabou vencendo.

Tudo parecia muito bonito e caro, enquanto percorríamos os cômodos.
E sem vida. Era como se realmente ninguém morasse ali.
–Parece um daqueles apartamentos de revistas. – comentei sem me conter. – Tudo tão arrumadinho.
–Minha irmã Alice que decorou tudo.
–Sim, é muito bonito, mas o que eu quis dizer é que não parece a casa de alguém.
Ele abriu a porta de um quarto.
–Este é meu quarto.
Eu apenas relanceei o olhar rapidamente e então passei reto, seguindo em frente.
De maneira alguma eu entraria num quarto com Edward Cullen.

Ele não insistiu, enquanto finalmente chegávamos na cozinha.
–E então, o que quer comer?
–Vai cozinhar? – arregalei os olhos, surpresa, e ele sorriu.
–Na verdade eu poderia, se soubesse que viríamos para cá, mas minha geladeira está vazia.
–Então devo concluir que não era mesmo seu plano me trazer pra sua casa.
–Eu disse que íamos jantar fora, Bella. Você que se vestiu como se fosse uma universitária.
–Eu sou uma. Ou fui.
–Eu gosto de você assim. – disse.
–Achei que me preferisse de máscaras. – eu sabia que estava entrando em terreno perigoso, mas em se tratando de Edward Cullen, eu nunca tinha freio.
–Não quero você de máscaras hoje.
–Que bom, porque eu não trouxe a minha.
Ele sorriu.
–Sem máscaras então.
Eu assenti, incapaz de desviar o olhar.
–Sem máscaras.

O ar na cozinha parecia carregado de eletricidade, eu quase podia sentir um imã me puxando, minha mente começando a se desligar do corpo, começando a entrar numa espécie de transe hipnótico...
Ele pegou o celular do bolso, desviando o olhar.
Pizza ou comida chinesa?
E eu suspirei, sacudindo a cabeça.
“Concentre-se Bella!”
–Qualquer coisa está bom. - murmurei, me sentindo meio idiota.
Enquanto eu pensava em quanto tempo demoraria para ele me beijar, Edward pensava em pizza ou comida chinesa.
Eu tive vontade de bater na minha própria cara.
Ele desligou o celular e me encarou.
–Acho que podemos ficar no terraço.
–Onde quiser, não me importo. – falei, o seguindo para o terraço.
E realmente era lindo ali.
Nós nos sentamos numa mesa e só então reparei que Edward estava com uma garrafa de vinho e duas taças.
–Não vou beber.

–Não estou planejando te embebedar, Bella.
–E nem conseguiria.
–Por que, não gosta de vinho? Talvez preferisse champanhe? Era isto que tomava aquela noite, não era?
Ele deve ter reparado a besteira que estava falando na hora em que as palavras saíram de sua boca, pois ele mesmo soltou um palavrão.
–Me desculpe, acho que não precisamos falar daquela noite, não é?
–Não sei. – falei secamente. – Na verdade eu ainda não faço ideia do porquê estamos aqui. Você que insiste que precisa conversar comigo.
–Sim, nós temos muito o que falar.
–E eu realmente espero que não seja sobre aquela noite, acho que já falamos tudo o que tinha que falar.
–Eu discordo de você. Ainda não entendo muita coisa, mas será como você quiser.
Ele serviu as duas taças.
–Eu disse que não posso beber. – insisti.
Eu ainda estava amamentando. Ou ainda podia achar que meu leite podia voltar.
Mas obviamente Edward não fazia ideia disto.
–Não pode beber?
Eu suspirei, pegando a taça e bebendo um gole pequeno.
Ele sorriu.
Eu desviei o olhar.

Porque sempre que ele sorria eu tinha vontade de sorrir de volta.
E me inclinar e beijá-lo.
–E então, o que quer de mim?
Eu mordi os lábios, arrependida com a escolha das palavras e Edward me encarou com os olhos verdes dourados me sondando.
Prendi a respiração.
–Eu quero muitas coisas de você e tenho certeza que você pode imaginar muitas delas.
Arfei, segurando a taça com tanta força entre os dedos que temi quebrá-la.
–Se você me trouxe aqui para fazer sexo com você, pode esquecer. – falei, tentando conter as batidas desenfreadas do meu coração e o calor delicioso que se espalhava por minha pele.
Ele se inclinou para frente.
Acha que é só isto que eu posso querer de você Bella? Então não sabe nada...

Ah, a voz dele... era embriagante...
Respirei fundo.
–E o que mais poderia querer?
–Eu posso te contar, se me deixar.
–Talvez eu não queira saber... e nem esteja disposta a te dar nada.
–Por que faz isto?
–Isto o quê?
–Está fugindo, se esgueirando... é sempre assim com você. Isto me irrita tanto. – ele parecia mesmo frustrado agora. – Desde aquela noite no clube... é sempre assim que me sinto. Te perseguindo, enquanto você escapa entre meus dedos.
–Então pare.
–Eu não posso. Acha que já não tentei? – ele sorriu, como se falasse consigo mesmo, a taça brincando entre seus dedos longos.
Os olhos se prenderam nos meus e eu fui incapaz de me mexer, ou de falar.
Até que de repente a campainha tocou.
E eu finalmente saí daquele transe perigoso
Edward se levantou.
–Sua comida chegou, senhorita Swan.
Ele se afastou e eu aproveitei para jogar o conteúdo da minha taça numa planta, fingindo que eu tinha bebido.
E agora era melhor eu comer e dar o fora dali o quanto antes.
Porque as coisas já estavam se tornando bem perigosas e fora de controle.
Edward voltou com uma pizza.
–Espero que goste de queijo.
Eu sorri.
–Sim, eu gosto. – falei, satisfeita por ter algum assunto neutro para falar.
–Você precisa comer a verdadeira pizza na Itália. – disse.
–Nunca estive na Itália, aliás, nunca sai dos Estados Unidos.
–Da onde você é?

–Eu nasci em Forks, Washington, mas fui criada em Phoenix.
–Por que está mudança tão brusca?
–Minha mãe deixou meu pai quando eu era bebê e foi morar em Phoenix. Eu só voltava nas férias e depois que ela se casou de novo, cheguei a passar dois anos morando com ele, antes de ir para a faculdade.
–Em Nova York, não é?
–Sim, como eu disse.
–E por que saiu da faculdade?
Eu me mexi, tentando achar uma resposta.
–Ah, precisava mudar de ares... estava cansada... saber se era isto mesmo que eu queria... E você, o que estudou? – indaguei, tentando mudar o foco da conversa.
–Administração, como meus irmãos. – ele deu de ombros. – Mas pensei em fazer medicina, como meu pai...
–Não consigo imaginá-lo como médico.
–Nem eu.
Nós rimos.

–Na verdade, quando eu era adolescente, queria mesmo ser músico.
–Músico? Jura? Já sei, você queria tocar piano.
Ele concordou.
–Eu te vi tocando... é muito bom, e por que não fez isto?
–Coisas de família... Eu tinha que assumir alguma coisa, como meus irmãos. E eu acabei ficando com a parte de negociações.
–E você gosta de fazer isto?
–Dizem que eu sou bom em ler pessoas.
–Como ler pensamentos?
Ele riu.
–Algo assim.
–Você me lê?
–Nunca consegui ler você, Isabella Swan.
“Mas você lê meu corpo”, quis dizer.
Mas me calei.
A conversa de novo estava indo para aquele caminho íntimo que eu queria evitar.

–Eu preciso ir embora, falei para seu pai que não ia voltar tarde... – falei me levantando.
Edward fez o mesmo.
–Ainda não.
–Edward... acho que estamos perdendo tempo aqui. Queria conversar? Nós conversamos, agora chega.
–Eu ainda não te disse o que queria falar com você. – ele parou na minha frente.
–Certo. – cruzei os braços em frente ao peito, em defesa. – Estou ouvindo.
–Eu vou embora na próxima semana.
–Isto eu sei.
–E Rosalie e Emmett te dispensaram.
–Sim, e por culpa de quem?
–Sim, eu sei que a culpa é minha.
–Ainda bem que admite.
–Por isto mesmo acho que devo compensá-la de alguma maneira.
–Do que está falando?
–De você ir para a Europa comigo.

– O quê? – balbuciei, aturdida.
Com certeza eu não tinha escutado direito.
–Quero que vá comigo.
–Está brincando, não é? – murmurei, meu coração disparando de forma alarmante e meu estômago dando voltas.
–Não, não estou.
–Isto é absurdo.
–Por que seria?
Eu podia enumerar todos os motivos.
Mas naquele momento o celular de Edward tocou.
Ele soltou um palavrão e atendeu.
Eu tive um momento para voltar a respirar, ainda atordoada com aquele pedido.
Europa? Com Edward?
Ele só podia estar louco!

–Oi, pai...
Eu fiquei alerta ao perceber que ele estava falando com Carlisle.
–Sim, tudo bem... Já estamos indo...
Ele desligou.
–O que foi? Aconteceu algo com os bebês? – indaguei, preocupada.
–Não, eles estão bem, mas meu pai tem uma emergência e vai ter que sair. Então tenho que te levar de volta. – Edward não parecia nem um pouco satisfeito, mas que se danasse.
–Claro que sim!
Ele ficou em silêncio, enquanto descíamos para a garagem e entrávamos no carro.
E permaneceu em silêncio o caminho todo até a casa dos Cullens.
Chegando lá eu saltei, sem olhar para trás.
Carlisle já estava pronto pra sair.

–Me desculpe ter que pedir para voltar, mas é uma emergência no hospital.
–Não tem problema algum. Estava mesmo na hora de voltar. Pode ir.
–Oi, Edward.
Eu me virei e vi Edward entrando.
–Sim, pai, pode ir, eu fico com a Bella e os bebês.
–Não precisa. – eu disse rápido.
–Eu ficaria mais tranqüilo se não ficar sozinha, Bella... – Carlisle afirmou e olhou o relógio. – Bem, tenho que ir. Espero não demorar, mas nunca se sabe.
Ele saiu e eu encarei Edward.
–Não precisa mesmo ficar aqui.
–Ainda não terminamos nossa conversa.
Eu rolei os olhos.
–Vai insistir nisto?
–Eu nem comecei!
–Pois eu terminei! Agora se me der licença, vou ver como estão os bebês.

Eu subi as escadas, rezando para que ele não viesse atrás, mas não estava no meu dia de sorte.
Entrei no quarto dos bebês com Edward atrás e ele ficou me observando enquanto eu me certificava que os bebês estavam dormindo tranqüilamente.
Passei meus dedos pelo cabelo de Sophie. Cabelos cor de areia.
Senti um aperto no peito, me recordando do que Edward tinha pedido.
Me lembrando que em poucos dias eu poderia não estar mais ali com eles.
Como é que eu suportaria?
Se Rose não conseguisse convencer Emmett, o que eu poderia fazer?
Senti uma vontade imensa de chorar.
–Eu falei sério sobre ir viajar comigo, Bella. – Edward disse atrás de mim.
Eu me virei, irritada.
–De onde tirou esta ideia? Está louco se acha que vou a algum lugar com você!
–O que te prende aqui? Você largou a faculdade e foi demitida. Assim que Emmett e Rosalie acharem outra babá terá que ir embora, não vai mais cuidar destas crianças que nem são suas!
Meus lábios tremeram com aquelas palavras e eu solucei, começando a chorar, por mais que tentasse me conter.

–Por que está chorando? Não pode sentir tanto por um emprego destes! Achei que fosse algo temporário, algo enquanto não se decidisse a voltar para a faculdade...
–Você não sabe de nada... não faz ideia...
Um dos bebês choramingou e eu me virei automaticamente, colocando minhas mãos em seu peito, acalmando-o.
Mas eu estava chorando ainda mais quando levantei a cabeça e Edward me encarava.
–Gosta mesmo destas crianças, não é? É por isto que está triste.
–Por que eu não gostaria? Eu cuido deles desde que nasceram e agora...
Eu cobri meu rosto com as mãos.
–Bella, eu sinto muito...
Eu o encarei.
–Não sente nada! – gritei.
–Você vai acordá-los se continuar com isto. – ele disse e eu respirei fundo e saí do quarto, com Edward me seguindo.
–Acho que deveria ir embora. – murmurei, me encostando numa parede.
–Não vou deixá-la assim.
–Se estou assim a culpa é sua! – acusei.
Eu sabia que estava sendo absurda, mas precisava descontar a frustração que eu estava sentindo.
–Eu não sabia que era tão apegada a estes bebês.
–Claro. Você não se importa com o que eu sinto. Apenas pensa em você!
–Está sendo injusta.
–Estou falando a verdade! Eu só queria que você me deixasse em paz...
–Ainda não terminamos.
–Meu deus, ainda vai falar disto? Eu não vou pra lugar nenhum com você!
–Acha que Emmett vai voltar atrás? Eu duvido muito, Bella.
–E mesmo assim acha que é motivo suficiente para eu simplesmente viajar com você? O que você quer, Edward? Que seu seja sua amante? Isto é ridículo!
–Eu não colocaria nestes termos.

–Colocaria como então? Pois é exatamente assim que eu vejo as coisas! Eu achei que você tinha entendido que eu não sou este tipo de garota!
–Você que está sendo absurda agora! Eu estou pedindo para viajar comigo, porque eu não posso ficar aqui. Eu tenho um trabalho a ser feito.
–Problema seu! Por que não pede pra Tanya Denali ser sua “acompanhante”?
–Bem que ela gostaria e iria mesmo se eu pedisse.
–Então pede, não me importo!
–Eu não quero a Tanya. Não tenho nada com ela.
–Nem comigo!
–Mas eu quero ter!
–Bella, apenas pense nisto. Pense em nós juntos.
–Não existe nenhum nós!
–Mas pode existir! Por que você continua fugindo, continua negando? – ele se aproximou, antes que eu pudesse sequer pensar em me afastar, suas mãos enquadrando meu rosto, me obrigando a encará-lo. Eu parei de respirar. – Bella, eu quero você. Desde que te conheci naquele clube eu só penso em você. Mesmo sabendo que não passava de uma fantasia, mesmo assim eu voltei noite após noite, te procurando. E achei que nunca ia te encontrar, mas você estava aqui. Na minha casa! Acha que isto é pouco? Eu não acho que foi por acaso que veio trabalhar justo aqui, nesta cidade, na casa da minha família. Eu acho que era pra eu te encontrar... – seus dedos acariciaram meu rosto e eu fechei os olhos. Um nó se formando na minha garganta. Claro que nada era por acaso. Havia um motivo. E nem eu mesma sabia a magnitude de tudo. De Rosalie Cullen ser justamente a irmã de Edward. E no final, ele não fazia ideia... Senti seu hálito quente em meus lábios entreabertos, seu gosto em minha língua. – Era para ficarmos juntos, Bella.
Abri os olhos. Ele estava tão perto... seria tão fácil... Se ao menos não houvesse aquele segredo... se ao menos me fosse permitido contar tudo...
–Por favor, Bella... – suas palavras estavam dentro da minha boca, assim como seu beijo.
E eu suspirei, deixando que ele me beijasse. Deixando por um momento a sensação de que aquilo era certo me dominar.

Porque realmente era certo demais enfiar meus dedos nos cabelos cor de areia, ficar na ponta dos pés para me encaixar perfeitamente contra seu corpo.
Sentir meu próprio corpo tremendo de uma excitação tão pura e quente que ultrapassava a barreira da minha pele, e queimava, derretia, explodia em forma de espasmos em meu ventre.
E eu só podia gemer, e beijá-lo de volta. Mil vezes, sentindo seu gosto delicioso, único.
–Eu quero você... – ele gemeu contra meus lábios, os dedos infiltrados no meu cabelo. – Por favor, Bella...
Sim, sim, sim...
Era tudo o que eu queria dizer. Era o que eu precisava dizer.
E tudo seria perfeito. Eu sabia que seria.
Mas eu não podia
E havia dois fortes motivos que estavam dentro daquele quarto.
Com esforço, eu afastei meus lábios do dele.
–Não... Eu não posso Edward... – falei firmemente.
Ele me encarou, ainda sem me soltar.
Por um momento houve apenas silêncio.
Eu ainda chorava. E agora não era apenas por todas minhas incertezas quanto à minha permanência naquela casa.
Era porque eu sabia bem lá no fundo, que eu e ele... podíamos mesmo ser perfeitos.
Mas nunca ia ser nada.
Era tarde demais agora.
–É sua resposta definitiva?
Eu sacudi a cabeça afirmativamente.

–Tudo bem. – respondeu por fim, encostando a testa na minha.
E eu senti uma mistura de alivio e tristeza.
–Eu sinto muito. – murmurei.
E ele não fazia ideia de tudo que eu sentia muito...
Seus dedos secaram as lágrimas do meu rosto e eu fechei os olhos.
Eu sabia que tinha que afastá-lo.
Mas não tinha forças suficientes.
–Eu quero ficar com você esta noite...
Eu suspirei, abrindo os olhos.
–Edward...
–Uma última vez...
–Eu disse que não ia fazer sexo com você.
–Tudo bem, vamos fazer amor.

E meu coração deu um salto mortal no peito, quando ele me pegou no colo, me levando para meu quarto.
Até que estivéssemos na minha cama, com seu bem-vindo peso em cima de mim.
E seus dedos retirando os fios de cabelos do meu rosto, os lábios fazendo um caminho por minha pele, até meu ouvido.
–Sim? – pediu.
–Sim... – não havia outra resposta naquele momento.
E então ele se afastou, se ajoelhando na minha frente.
Os dedos agora ocupados em retirar minhas roupas.
E eu me inclinei para fazer o mesmo com as dele, adorando sentir sua pele recém-descoberta roçando na minha, o atrito que isto causava, como faísca.
E eu podia ver seus olhos dourados brilhando na penumbra, enquanto se inclinava para deitar sobre mim de novo e acendia o abajur ao lado da cama.
–Eu quero ver você... – murmurou, segurando meu rosto para sugar meus lábios vezes sem fim, enquanto nossos corpos se encaixavam perfeitamente.
E eu gemi alto, içando os quadris da cama, para senti-lo ainda mais próximo, mais fundo.
Totalmente dentro de mim. Para mim.
E havia apenas sensações, que começavam onde ele se movia com precisão, num vai e vem delicioso, devagar, sem pressa e se espalhava como fogo por todos meus poros. Os olhos presos no meu, enquanto o prazer ia aumentando, se enroscando dentro de mim e eu me agarrei a seus ombros, obrigando-o a aumentar o ritmo, e foi a vez dele gemer e estocar mais forte, mais fundo, até explodirmos juntos num clímax perfeito, nossos olhares ainda presos, nossos gemidos se misturando pelo quarto.
E depois, quando ele se afastou, eu fui junto.
E fiz aquilo que secretamente sempre desejava fazer.
Eu me enrosquei nele e deixei que me abraçasse.
E adormeci.
Eu acordei no meio da noite com um choro baixo.
E um braço me segurava firmemente.
Abri os olhos e Edward ainda dormia no meu lado.

Retirei seu braço com cuidado de cima de mim e me levantei, colocando sua camisa que ficara jogada no chão e corri para o quarto dos gêmeos.
Noah chorava e eu o peguei.
Automaticamente o levei ao meu seio, e sorri ao ver que havia leite.
Ele parou de chorar, começando a mamar no mesmo instante.
E adorava tê-los assim... tão meus.
Mas eles não eram só meus.
Mordi os lábios com força, passando os dedos pelos cabelos cor de areia.
Como o pai dele.
E de repente eu soube o que precisava fazer.
Noah adormeceu em seguida e eu o coloquei no berço, beijando seu rostinho.
Me certifiquei de que Sophie também estava tranqüila e voltei para o quarto.
Edward ainda dormia, de bruços.
Passei os dedos por seus cabelos bagunçados e sorri.
Eu podia estar bagunçando tudo ainda mais, mas não podia mais esconder dele os bebês.
Nossos bebês.
Ele abriu os olhos devagar.
–Já amanheceu? – indagou com a voz sonolenta.
–Não. – murmurei.
Ele estendeu a mão me puxando.
–Então vem aqui.
Seus braços me rodearam e eu fechei os olhos, sentindo que ele voltava a dormir.
Tudo bem. Eu podia esperar até amanhã.
Senti um calafrio de medo, mas o afastei.
Não havia como ficar pior, pensei.
Eu esperava estar certa.


**Pov Edward**

Eu acordei com o toque insistente do celular.
Abri os olhos, aturdido, tentando me localizar e Bella se mexeu do meu lado, ainda entre meus braços.
O celular não parava de tocar em algum lugar.
Com cuidado para não acordá-la, eu me desvencilhei e tentei encontrá-lo nas roupas no chão.
–Alô, é Edward Cullen?
–Sim?
–Aqui é da agência de detetives...
Agência? Claro, eu tinha me esquecido.
–Sim, só um momento, pode me ligar daqui dez minutos?
–Na verdade só queríamos dizer que passamos um relatório para o senhor no seu e-mail.
–Tudo bem, eu vou verificar.
–Mas é melhor que passamos tudo por uma teleconferência, como passamos para o senhor Emmett, se preferir.
–Certo, já irei me conectar.
Eu desliguei e coloquei a roupa.
Não acordei Bella, ainda era muito cedo.
E na verdade eu ainda não sabia o que fazer com ela.
Ou melhor, eu não sabia ainda como convencê-la a parar de resistir e concordar em ficar comigo.
Como poderia ser de outro jeito?
Eu percebera na noite passada que o que a prendia naquele emprego de babá era a afeição pelos bebês de Rosalie. Eu podia entender.
Eram crianças adoráveis e até mesmo eu, com o pouco convívio, já estava me apegando.
Mas ela não podia pensar em desperdiçar a vida dela trancada naquela casa cuidando de duas crianças que nem eram suas.
Mesmo que não quisesse ficar comigo, o que, depois da noite passada, eu duvidava que fosse o caso, ela teria que seguir com sua vida.
E eu queria que fosse comigo.

Mas eu começava a pensar que estava fazendo o jogo errado.
Talvez eu tivesse que ajudá-la a ficar ali por enquanto.
Eu podia dar um jeito de adiar minha viagem.
Meus pais gostariam disto com certeza.
Viviam querendo que eu deixasse os negócios fora do país para outra pessoa.
Eu não sei se estava preparado para isto ainda.
Talvez demorasse ainda um tempo para que eu colocasse tudo nos eixos para outra pessoa.
E então eu poderia voltar. E Bella estaria ali.
Eu poderia convencê-la a me esperar?
E eu podia esperar que ela se desapegasse dos bebês de Rosalie e finalmente partisse?
Se não fossemos para a Europa, ela ainda estaria perto dos bebês.
Só não seria ela a criá-los.
E talvez isto fosse bom para Rosalie, finalmente começar a agir como mãe.
Sim, eu começava a sentir que meu plano podia dar certo.
E agora saber se o que Bella falava era realmente verdade, era primordial.
Não que eu duvidasse. Mas Emmett precisava ser convencido.
E eu também não podia negar que havia muitas partes soltas na história de Bella.
E que eu queria saber como é que ela viera parar naquela casa.
Então a cobri e sai do quarto, indo para o escritório.
Abri meu e-mail e me conectei com a agência.

–E então? – indaguei ao detetive.
–Bom, nós conseguimos juntar alguns fatos sobre Isabella Swan, embora o mais interessante seja sobre uma colega de apartamento dela, chamada Victoria.
–Victoria?
–Sim, as duas dividiram apartamento por um tempo. Esta moça trabalhava como garota de programa.
Eu senti um calafrio.
–E Isabella Swan?
–Não há nenhum registro na agência sobre Isabella Swan. E ninguém que saiba dela por lá, nem com outro nome. Esta agência costumava atender altos figurões e empresários. E o mais intrigante é que esta moça, colega de Isabella, morreu há alguns meses.
–Morreu?
–Sim, ela estava com um político. Tudo foi abafado, o relatório consta que ela possivelmente teve uma overdose, mas não se sabe se foi bem isto. O que dizem na agência era que Victoria tinha um namorado, e que os dois chantageavam figurões, gravavam fitas comprometedoras, estas coisas, e Victoria pode ter sofrido uma retaliação.
Passei a mão pelos cabelos, tentando imaginar Bella envolvida com este tipo de gente.
Será que ela sabia? Ela havia dito que estava no clube naquela noite no lugar de uma amiga.
Mas que era para uma matéria na faculdade.
–E o namorado desta Victoria?
–James. Ele sumiu. Ninguém sabe dele. Pode ter ficado com medo. Eu não sabia se ia querer saber mais sobre isto, como o foco era Isabella Swan...
–Sim, o que descobriu sobre ela? Tem certeza que ela não tem nenhum envolvimento com estas coisas, com James e Victoria?
–Não há nada que a ligue a estas atividades. Não havia tempo para investigar a fundo, mas como te falei, na agência não consta registro dela. E falando com colegas da universidade, apenas disseram que ela era uma garota quieta, que não saía muito. Dividia apartamento com esta Victoria, mas as duas não andavam juntas.
–E sobre o clube que lhe falei?
–Esta foi a parte mais difícil. Mesmo na agência, nosso contato não estava a fim de passar muita informação. Mas conseguimos a lista das moças que eram contratadas. Não há registros de Isabella Swan. Apenas Victoria estava entre elas. Além disto, não conseguimos mais nada. Devem ter mesmo pessoas bem importantes envolvidas.
Sim, ele não podia fazer ideia.
–E o que mais descobriram? - continuei.
–Bom, o que descobrimos sobre esta moça é que ela largou a faculdade há pouco mais de um ano e segundo informações, se mudou para Chicago.
–Sim, isto eu sei.
–Bom, o senhor deve saber mesmo. Ela foi fazer um estágio nas empresas Cullens.
–Estágio nas empresas da minha família? Tem certeza? - aquilo não fazia muito sentido.
Nem Rose ou Emmett tinham comentado sobre este tal estágio.

–Bom, não checamos os registros da empresa, acho que o senhor mesmo pode fazer isto, mas é a informação que tem na faculdade. Ela foi morar em Chicago e deixou o endereço de um apartamento na cidade, para mandarem sua correspondência. Este endereço também pertence aos Cullens.
–Espera, quer dizer que ela morava num apartamento que pertencia à minha família?
–Sim, o imóvel está em nome de Rosalie Cullen.
–Tem certeza disto? – indaguei sem entender.
Como assim Bella tinha supostamente trabalhado nas empresas da minha família e ainda por cima morado num apartamento que pertencia a Rosalie?
Será que elas se conheciam? E da onde?
–E o que mais descobriram? – quis saber.
Nada daquilo fazia sentido.
–Ainda não há conclusão. Nós podemos mandar alguém para verificar seus passos em Chicago. Tivemos pouco tempo e o senhor pediu sobre Nova York...
–Tudo bem, eu posso verificar eu mesmo. Muito obrigada por seus serviços.
–Estamos à disposição.
Eu desliguei a conexão e peguei o relatório no meu e-mail.

Sim, lá estava o endereço que o detetive dizia ser de Rosalie.
Aquilo era fácil de confirmar. Assim como se Bella tinha mesmo feito um estágio.
Eu entrei com minha senha nos registros da empresa e procurei por seu nome.
E nada foi encontrado, como eu imaginava.
Mas por que Bella teria saído de Nova York mentindo que iria estagiar nas empresas Cullens?
Intrigado, eu verifiquei o registro do apartamento.
E constatei surpreso que o apartamento que Bella dera como seu endereço na cidade era mesmo de um apartamento no nome de Rosalie.
Tamborilei os dedos na mesa, tentando entender aquela possível conexão.
Então disquei o número de Rosalie.
Mas foi Emmett quem atendeu.
–Emmett, cadê a Rose?
–Está dormindo ainda. O que aconteceu pra ligar tão cedo? Ainda são seis da manhã, Edward...

–Lembra do detetive que pedi para investigar Bella?
–Sim, me lembro.
–Ele me disse que Bella trabalhou nas empresas Cullens.
–Disse? Acho que se enganou, eu saberia se tivesse trabalhado...
–Pois é, eu verifiquei nos registros e não consta nada.
–Que estranho...
–Estranho mesmo é que ele disse que Bella morou num apartamento aqui em Chicago que pertencia a Rosalie.
–Sério? Isto não é possível...
–Eu também achava que não, por isto fui verificar e o endereço é mesmo de Rosalie.
–Isto não faz sentido... Rosalie conheceu Bella numa agência...
–Por isto quero conversar com Rosalie.
–Certo, eu também quero saber que história é esta. Eu vou acordá-la. Daqui a pouco eu te ligo.
–Tudo bem.
Eu desliguei e saí do escritório.

A dúvida me consumia.
Toda aquela história era muito estranha.
Eu subi as escadas, disposto a falar com Bella.
Mas ela não estava mais no quarto.
Provavelmente estava com os bebês que tinham acordado.
Bom, eu podia esperar até que ela cuidasse deles e depois teríamos uma conversa.
Então tomei um banho e depois fui procurá-la.
Mas ela não estava mais no quarto dos gêmeos. E também não havia sinal deles por lá.
Desci as escadas, ansioso e a encontrei na cozinha.
Ela se movia de um lado para outro, preparando mamadeiras e Carlisle estava com os gêmeos.
–Bom dia, filho. – meu pai sorriu.
–Não sabia que tinha voltado. – comentei.

Bella apenas relanceou um olhar de lado para mim e voltou a atenção para o que estava fazendo.
Parecia tímida naquela manhã.
Eu quis muitas coisas naquele momento.
Queria que Carlisle não tivesse ali, para começo de conversa.
E eu pudesse fazer as perguntas que me atormentavam.
Mas o que eu queria mesmo, era poder atravessar a cozinha, romper a distância e beijá-la.
E deixá-la bem ciente de que aquela noite não fora a última vez.
Longe disto.
–Eu voltei na madrugada ainda.... E você acordou cedo.
–Sim, tenho alguns negócios para tratar... E você não deveria estar dormindo já que voltou de madrugada?
–Sim, eu poderia, mas como estava falando para Bella, eu me lembrei que os gêmeos têm que tomar algumas vacinas. E eu e Bella vamos levá-los.
–Entendi... – eu cocei o cabelo, meio irritado.
Então minha conversa com Bella, ou o beijo que eu queria dar nela, teria que esperar.
Carlisle colocou os bebês, que estavam no colo dele, no carrinho.

–Eu vou subir para ligar para Esme enquanto Bella os alimenta.
Ele se afastou e então Bella me encarou.
Ela não usava o uniforme de babá, apenas um jeans simples.
E os cabelos estavam soltos.
E mordia os lábios nervosamente, enquanto segurava uma mamadeira.
–Olha, Edward, sobre ontem... bem...
Eu sorri e me aproximei e ignorando seu balbuciar sem sentido, eu baixei a cabeça e a beijei.
–Bom dia. – eu a fitei.
Ela estava deliciosamente vermelha e levemente ofegante.
–Eu... – ela mordeu os lábios de novo, desconcertada. – Edward, acho que precisamos conversar, mas... acho que não agora... os bebês...
–Sim, eu entendi. – falei, me afastando, mas antes peguei uma mamadeira de sua mão. – Vai sair com meu pai e os bebês.
–Sim.
Eu peguei Sophie no colo, lhe dando a mamadeira.
–Então acho que eu posso ajudar, assim vai mais rápido, não é?
Bella deu de ombros e pegou Noah, fazendo o mesmo.
Ficamos em silêncio por alguns momentos, enquanto os bebês mamavam.
Bella parecia agitada e mais desconcertada do que o normal.
Será que estava pensando sobre ontem à noite?
Talvez ela já intuísse que eu não ia desistir.
E estivesse bolando maneiras em sua cabeça absurda, para fugir de mim.
De repente eu me lembrei do relatório do detetive.

–Bella, quando conheceu a Rosalie?
Ela me encarou, confusa.
–Como?
–Rosalie, minha irmã. Como a conheceu?
–Pela agência de babás. – murmurou.
E ela estava mentindo. Eu podia sentir.
–E quando foi isto? Rose estava grávida?
–Sim, estava.
–E vocês ficaram amigas?
–Bom, mais ou menos...
Carlisle voltou para a cozinha naquele momento.
–E então Bella, vamos?
–Sim. - Bella falou, terminando de dar a mamadeira para o bebê.
Eu fiz o mesmo.
Carlisle pegou Sophie do meu colo.
–Eu não consegui falar com sua mãe. – comentou. – Depois eu tento falar novamente.

–Ainda está cedo. – falei.
–Sim, é verdade. Vamos, Bella?
–Vamos.
Mas antes de sair, Bella se voltou, com Noah no colo.
–Edward, quando voltar, vamos conversar, ok?
Eu sorri.
–Eu estarei aqui.
Mas ela não sorriu de volta enquanto se afastava.
Parecia apreensiva.
E isto me deixou com um pressentimento ruim.
Depois que eles saíram, tentei ligar para Emmett ou Rosalie, mas também nenhum celular atendia.
Ansioso, eu resolvi agir.
Peguei as chaves do carro e o endereço do tal apartamento de Rosalie.

Quando cheguei lá, o porteiro me atendeu.
–Olá, sou Edward Cullen. Sou irmão da proprietária de um dos apartamentos, não sei se a conhece pessoalmente, Rosalie Cullen.
–Sim, eu a conheço, mas há tempos que não a vejo? O senhor veio procurá-la? Ela não mora no apartamento.
–Sim, eu sei. Na verdade eu queria saber se conhece Isabella Swan, ela era quem morava aqui há alguns meses? – indaguei, esperando ouvir uma negativa, mas o homem assentiu.
–Sim, Bella. Eu lembro dela, claro. Amiga da senhorita Rosalie, eu as via sair e entrar quase sempre juntas. Não há vi depois que o bebê nasceu.
–Bebê? Está querendo dizer o bebê da minha irmã Rosalie?
–Não, bebê da senhorita Bella. Ela estava grávida. A sua irmã estava grávida também?
Do que aquele homem estava falando? Provavelmente estava confundindo Bella com Rosalie.
–Acho que está havendo alguma confusão. A grávida era minha irmã, Rosalie, uma moça loira...
–Claro, Rosalie Cullen, moça muito bonita e fina. Não lembro de vê-la grávida. Mas a senhorita Bella estava explodindo de grávida. Eu costumava brincar com ela quando a via, ela apenas sorria. Era uma moça tímida, acho. Mas muito educada...
Eu comecei a sentir um zunido no meu ouvido.
–Eu acho que o senhor ainda está se confundindo...
–Claro que não! Estamos falando de Isabella Swan, não é? Uma moça de uns 20 anos, cabelos castanhos... claro que eu me lembro dela. Embora não a vi mais. Acho que foi embora depois que o filho nasceu, sua irmã também não apareceu mais por aqui...
–O senhor tem mesmo certeza do que está falando?
–Sim, Isabella Swan estava grávida quando morava aqui.

Eu fechei os olhos, minha mente dando voltas.
Assim como meu estômago.
Bella grávida.
Bella estivera grávida.
Era absurdo demais para eu acreditar.
Mas o homem parecia estar bem convicto do que dizia.
Passei a mão pelos cabelos, respirando fundo.
Bella largando a faculdade. Mudando de cidade.
Inventando um estágio que não existia...
Morando num apartamento de Rosalie.
Que diabos estava acontecendo ali?
E se Bella estivera grávida.... Onde estava o bebê?


***continua***



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